quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Filipão volta à seleção rumo ao hexa

SÃO PAULO - A seleção brasileira já tem um substituto para Mano Menezes. Luiz Felipe Scolari será o treinador do Brasil na Copa das Confederações de 2013 e também na Copa do Mundo de 2014. Felipão acerta apenas os últimos detalhes nesta quarta-feira com o presidente da CBF, José Maria Marin, para o anúncio oficial na quinta, às 10h30, confirmando o que disse o dirigente durante evento no Itaquerão.


 

Empecilho para o acerto do técnico foi solucionado: Parreira será o braço direito - Werther Santana/AE
Werther Santana/AE
Empecilho para o acerto do técnico foi solucionado: Parreira será o braço direito

O último empecilho para o ex-treinador do Palmeiras aceitar o convite para voltar à seleção era a contratação de um nome de peso para ser coordenador da CBF. E justamente Carlos Alberto Parreira, grande amigo de Felipão e comandante da campanha do tetra, em 1994, foi convidado ontem para o cargo e aceitou.

A confirmação de Felipão atende ao perfil desejado por Marin no início do processo de sucessão de Mano Menezes. O presidente da CBF queria um treinador vencedor, com respaldo popular, já que o Brasil vai jogar sob pressão para conquistar o hexacampeonato em casa. Felipão, e a família Scolari (como era conhecido seu time), conquistou o penta para o Brasil em 2002.

Apesar de a imagem recente não ser muito positiva, principalmente para os torcedores do Palmeiras, que foi rebaixado à Série B com o treinador participando de 63,1% da campanha no Campeonato Brasileiro, Felipão é querido pelos brasileiros pela conquista do pentacampeonato em 2002, na Copa do Japão e da Coreia do Sul.

Sob comando de Felipão, o Brasil venceu os sete jogos do Mundial. O título veio com uma vitória por 2 a 0 diante da Alemanha, com dois gols de Ronaldo, no Estádio Internacional Yokohama, no Japão. A seleção conquistava novamente um título após fracassar na Copa de 1998, na França. Os dois agora vão trabalhar juntos pela conquista do hexa

Fim do embargo da Russia

Mariana Branco - Agencia Brasil

O embargo russo às exportações de carne de três estados brasileiros, que já durava um ano e cinco meses, foi suspenso. A informação foi divulgada somente hoje (28) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), embora a Rússia tenha comunicado a decisão ao embaixador do Brasil em Moscou na última sexta-feira (23).
Apesar do fim do embargo, ainda não há previsão de quando serão retomadas as vendas de Mato Grosso, do Paraná e Rio Grande do Sul para o país europeu. Isso dependerá, segundo o Mapa, da celeridade de adaptação das empresas exportadoras às regras impostas pelos russos. Também restariam alguns frigoríficos em outros estados sob embargo da Rússia.
De acordo com o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Ênio Marques Pereira, para que houvesse a retomada do comércio, o Brasil optou por se submeter às exigências do país. Entre elas, está a exigência de que as carnes exportadas – tanto a bovina quanto a suína e de aves - não tenham hormônio promotor de crescimento, a ser atestado por um laudo de laboratório.
A mesma exigência já é feita pelos países da União Europeia. “O comércio com a Rússia já tem em torno de 15 anos. Nestes últimos dois anos, as exigências passaram a um limite que tivemos muita dificuldade de atender”, disse o secretário.
Desde o início do embargo, em junho do ano passado, foram realizados mais de dez encontros com autoridades russas na tentativa de solucionar o impasse. Além do Ministério da Agricultura, o Ministério das Relações Exteriores tomou parte nas discussões.
Segundo dados do Mapa, as exportações brasileiras de carne mantiveram-se estáveis. De janeiro a outubro deste ano, somaram US$ 12,981 milhões. Nos mesmos meses de 2011, ficaram em US$ 12,965 milhões.
De acordo com Célio Porto, secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, o embargo causou prejuízo principalmente ao mercado interno dos estados onde houve veto à exportação. Ele afirmou ainda que a suinocultura foi a mais prejudicada, pois 50% das exportações de suínos partindo do Brasil são destinados à Rússia.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A trama continua contra o ex-presidente Lula

Acima de tudo, ela é mais uma escada pela qual se tenta pegar novamente Lula


Rosemary
Lula é, certamente, o homem mais odiado pelo chamado 1%, para usar a já histórica expressão do Movimento Ocupe Wall St. (Para os 99%, o posto é de Serra, com o surgimento de uma concorrência potencial em Joaquim Barbosa, o Batman.)
É impressionante o júbilo com que é celebrada pelo 1% qualquer notícia que possa servir de munição contra Lula, o lulismo, o lulo-petismo e outras designações criadas pelos obsequiosos porta-vozes de um grupo pequeno mas barulhento que torce e trabalha para que o Brasil jamais se torne uma Dinamarca, ou uma Noruega, ou uma Finlândia.
São sociedades harmoniosas, não divididas entre 1% e 99%, como o Brasil. Apenas para registro, o Brasil campeão mundial da desigualdade – com todos os problemas decorrentes disso, a começar pela criminalidade – foi obra exatamente deste grupo.
O Estado brasileiro foi durante décadas uma babá do 1%. Calotes em bancos públicos eram sistematicamente aliviados em operações entre amigos – mas com o dinheiro do contribuinte. Cresci, como jornalista, nos anos 1980, com o Jornal do Brasil transformando dívidas com o Banco do Brasil em anúncios.
Este é apenas um caso.
O BNDES foi sequestrado, também, pelo 1%: a inépcia administrativa de tantas empresas familiares malacostumadas pela reserva de mercado era premiada com operações de socorro financeiro. Sempre com o dinheiro do contribuinte.
Apenas para registro também, lembremos que a reserva de mercado sobrevive ainda – não me pergunte por que – na mídia que tanto clama por competição, mas para os outros.
O 1% detesta Lula, não porque Lula tenha nove dedos, ou seja metalúrgico, ou fale errado, ou torça pelo Corinthians. Detesta Lula porque ele não representa o 1%. Se representasse, todos os seus defeitos seriam tratados como virtudes.
Não votei em Lula nem em 2002 e nem em 2006. Portanto, não tenho mérito nenhum na sua chegada à presidência e na consequente, e fundamental, mudança de foco do governo – ainda que cheia de erros — rumo aos 99%.
Mas não sou cego para não enxergar o avanço. O maior problema do Brasil – a abjeta desigualdade social – começou ao menos a ser enfrentado sob Lula.
Hoje, quando homens públicos em todo o mundo elegem a desigualdade social como o mal maior a debelar, parece óbvio que Lula tinha mesmo que prestigiar os 99% ao se tornar presidente.
Mas nenhum presidente na era moderna nacional viu o óbvio. Mesmo ao erudito poliglota Fernando Henrique Cardoso – de quem ninguém pode subtrair o mérito por derrubar a inflação – escapou o óbvio. Tente encontrar alguma fala de FHC, na presidência, sobre o drama da iniquidade social. Em qualquer uma das múltiplas línguas que ele domina. Zero.
É dentro desse quadro de colossal ódio a Lula que se deve entender a forma com quem está sendo tratado o caso de Rosemary Nóvoa de Noronha, indiciada por corrupção pela Polícia Federal em suas funções como chefe do escritório do gabinete da presidência em São Paulo.
Rosemary foi demitida imediatamente por Dilma, e agora vai responder pelas suas supostas delinquências, como um cruzeiro e uma plástica na faixa, pelo que foi noticiado.
Mas ela é personagem secundária na chamada Operação Porto Seguro. O protagonista é Lula, que a indicou. Nos artigos sobre a história, Lula ocupa o pedestal. “A mulher do Lula”, escreveu alguém.
Rosemary é uma escada pela qual, mais uma vez, se tenta pegar Lula. Estaria Lula envolvido na plástica suspeita de Rosemary? E no cruzeiro? O dinheiro terá vindo do valerioduto?
Chega a ser engraçado.
Tenho para mim o seguinte. Se os lulofóbicos dedicassem parte da energia que consomem em odiá-lo na procura honesta de formas de convencer os eleitores de que são mais capazes que Lula para combater a desigualdade social, eles já estariam no Planalto a esta altura, e do jeito certo, numa democracia: pelas urnas.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Cena bizarra em rodovia na China


 Construtora deu sequência à obra mesmo com o imóvel no meio do local. (Foto: Reuters)

Após recusar uma proposta para permitir a demolição de sua residência, um casal de idosos da província de Zhejiang, na China, vive agora rodeado por uma rodovia. A construtora decidiu contornar o imóvel, isolando assim seus moradores.

De acordo com o casal, a compensação oferecida pela empresa responsável pela obra era insuficiente para custear os gastos para a construção de uma nova residência.

O local não possui sinalização de trânsito adequada, como placas e faixa de pedestres, tornando-se assim um perigo tanto para os moradores do edifício quanto para os motoristas que trafegam pela região. A estrada foi construída no local que antes abrigava um vilarejo.

Idoso chinês observa o movimento da rodovia ao redor de sua casa. (Foto: Reuters)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Presidenta Dilma Rousseff irá à Russia em dezembro e poderá discutir sobre o embargo da carne suína



Roberto Stuckert Filho/PR
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
 



A presidente Dilma Rousseff viajará para a Rússia em dezembro e um dos assuntos que devem ser discutidos com o presidente do país, Vladimir Putin, é o fim do embargo à carne suína dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso, que dura 16 meses. Outra barreira a ser vencida pelo setor é a da Argentina. Apesar de o governo brasileiro ter assegurado que as vendas seriam retomadas, depois de seis meses de bloqueio, as restrições seguem acontecendo.

Entre janeiro e setembro deste ano, houve incremento dos embarques de suínos para sete países, como Ucrânia, Angola e Cingapura. Mesmo com o bom resultado, a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) alerta que o mercado russo não pode ser desprezado, pois paga mais para adquirir cortes nobres, como o pernil.

Nos primeiros nove meses do ano as vendas externas de carne suína alcançaram mais de US$ 1 bilhão, alta de quase 2% sobre o faturamento na comparação com o mesmo período do ano passado.

— O Rio Grande do Sul é muito prejudicado porque ele não tem nenhum frigorífico aprovado para vender para a Rússia, que é quem tem bons preços. O Estado é obrigado a vender para os mercados de preço mais baixo. Isso é perda de receita, é perda de lucro, é prejuízo — afirma Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs.

Um relatório elaborado por uma missão técnica russa, que veio ao Brasil em agosto, está sendo analisado pelo Ministério da Agricultura, mas segundo o presidente da Abipecs, apesar de terem sido visitados, os frigoríficos de suínos sequer foram citados no documento.

— Pelo que eu escutei, não tem nenhum frigorífico suíno que vai ser aprovado. Em breve, por conta do relatório, tem alguns frigoríficos de bovinos que dependem ainda de alguma documentação que o ministério vai apresentar, mas de suíno, não tem nada — diz o representante.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

PT lança manifesto em apoio a condenados no STF

 

Juliana Knobel/Frame: SÃO PAULO, SP - 14/11/2012: REUNIÃO/PT - Rui Falcão, presidente do PT, fala com a imprensa em frente ao Diretório Nacional do PT, onde a Comissão Executiva Nacional do partido se reuniu para discutir a posição do partido em relação ao julgamento do mensal
Partido reclama que o Supremo Tribunal Federal não garantiu amplo direito de defesa aos petistas condenados na Ação Penal 470: "Parte do STF decidiu pelas condenações, mesmo não havendo provas no processo. O julgamento não foi isento, de acordo com os autos e à luz das provas", diz o documento; leia

15 de Novembro de 2012 às 05:38

Israel mobiliza 30 mil reservistas contra palestinos

Jerusalém, 15 nov - O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, autorizou nesta quinta-feira a mobilização de até 30 mil reservistas, informou o porta-voz do Exército, Yoav Mordejai, no "Canal 2" da televisão israelense.

Mordejai afirmou que o chefe do Estado-Maior, Beny Gantz, "autorizou às unidades regulares do Exército a preparar-se para uma incursão terrestre".

No segundo dia da operação "Pilar Defensivo", o porta-voz militar acrescentou que "é muito cedo para falar de um cessar-fogo" que ponha um fim no ciclo de violência, no qual morreram 16 palestinos (dez deles civis) e três civis israelenses.

As milícias palestinas dispararam desde ontem 270 foguetes contra Israel, um dos quais chegou aos arredores de Tel Aviv, onde soaram os alarmes antiaéreos pela primeira vez desde a Guerra do Golfo (1991).

Trata-se da primeira convocação de reservistas desde a Operação "Chumbo Fundido", há quatro anos, na qual morreram 1,4 mil palestinos (em sua maioria civis) e que incluiu uma invasão terrestre de Gaza, de duas semanas de duração.

Por sua parte, o ministro israelense de Finanças, Yuval Steinitz, declarou que o lançamento de um projétil contra a área de Tel Aviv só reforça a necessidade de "golpear com força e pôr fim a esta situação".

"Exploramos todas as opções, inclusive a expansão da operação e uma ampla incursão terrestre", declarou ao "Canal 1" da televisão israelense.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Conta de luz cai 20% em 2013, diz o ministro Mantega

 


Por Tiago Pariz
 
O governo garantirá a planejada redução média de 20 por cento na conta de luz no ano que vem mesmo que algumas empresas elétricas não façam a renovação antecipada de concessões do setor, assegurou nesta quarta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Mantega disse que o governo tem "urgência" em promover a redução das tarifas para dar competitividade à economia brasileira, em um momento em que outros países estão reduzindo seus custos.
"Tenho certeza que a maioria esmagadora (das empresas elétricas) vai optar por ter a oportunidade de renovar as concessões. A minoria quer tarifa alta e renovar a concessão, mas vão chegar à conclusão que é melhor ter agora mais 30 anos de rentabilidade e lucratividade", afirmou o ministro em entrevista coletiva para tratar especificamente do assunto.
O plano para a redução das tarifas de energia elétrica, anunciado em setembro pela presidente Dilma Rousseff, prevê a renovação antecipada e condicionada da concessões que vencem entre 2015 e 2017.
O governo impôs uma redução de cerca de 70 por cento das receitas das concessionárias na proposta de renovação, ao retirar da conta os investimentos já amortizados e alterar o cálculo do custo de manutenção e operação de ativos. E se comprometeu a indenizar as empresas elétricas em 20 bilhões de reais pelos ativos não depreciados.
Algumas empresas, como Cemig, Cteep e Cesp, estão resistindo em aceitar as condições do governo, por considerarem baixo o valor das indenizações e das receitas.
Mantega, no entanto, buscou minimizar as ameaças dizendo que o objetivo do plano será cumprido.
"Mesmo se uma ou outra não entrar, não vai alterar significativamente os 20 por cento de redução. O importante é garantir os 20 por cento", sustentou o ministro.
O titular da Fazenda disse que a resistência deve-se ao desejo das empresas do setor de garantir a renovação mantendo o atual valor de remuneração.
"As empresas gostariam de ter as duas coisas: o ovo hoje e a galinha amanhã, ter a renovação e manter a remuneração elevada", disse. "Não dá para ter as duas coisas, é privilégio que a minoria quer impor e que vai gerar perda à grande maioria da população brasileira", emendou.
O ministro afirmou ainda acreditar que as empresas do setor elétrico estão olhando apenas para o momento imediato, sem vislumbrar a vantagem de se ter a concessão renovada por mais 30 anos.
O governo tem defendido que a renovação antecipada é um bom negócio para as concessionárias e calcula que a rentabilidade das empresas do setor que aceitarem os termos do acordo será de cerca de 10 por cento. Além disso, acredita que as indenizações darão liquidez necessária para novos investimentos.
Apesar disso, o ministro indicou que o governo está aberto para discutir, junto com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os cálculos das indenizações.
"É claro que nós poderemos fazer os cálculos com as empresas. Elas podem questionar e discutir se fizemos o cálculo adequado. Elas vão discutir com a Aneel (...) podem ir discutir, mostrar e ver se é aquilo mesmo", afirmou Mantega.
O ministro ressaltou, no entanto, que a discussão tem que levar em conta os termos estabelecidos pelo governo e que não há quebra de contrato na renovação antecipada e condicionada das concessões.
 
PERDA DE ARRECADAÇÃO
 
O governo já indicou que poderá usar 3,3 bilhões de reais de receitas da hidrelétrica binacional Itaipu para compensar as perdas esperadas na arrecadação de impostos federais que incidem sobre a conta de luz e foram extintos ou reduzidos.
Os Estados também estão reivindicando compensação pela queda da arrecadação do ICMS, que poderia chegar a 5,5 bilhões de reais por ano.
Para Mantega, a perda de arrecadação dos impostos incidentes sobre a conta de luz será pontual e compensada pela crescimento econômico.
Ele afirmou também que não serão necessários esforços adicionais do Tesouro Nacional para garantir a queda das tarifas de energia.
 
ELETROBRAS
 
A Eletrobras está entre as empresas mais afetadas pela proposta do governo, pois será ressarcida em 14 bilhões de reais, menos da metade dos 30 bilhões de reais do valor contábil não amortizado no balanço da holding e que era pleiteado pela companhia.
Mesmo assim, a diretoria da empresa, que tem o governo federal como acionista majoritário, recomendou que os acionistas aprovem a renovação das concessões. O representante dos acionistas minoritários no Conselho de Administração e ex-presidente da empresa, José Luiz Alquerés, renunciou do cargo e disse em sua carta renúncia que medidas do governo têm destruído "brutalmente" o valor da Eletrobras.
O ministro da Fazenda disse que poderá capitalizar a Eletrobras para viabilizar novos investimentos, numa ação que, segundo ele, não tem relação com a renovação da concessão.
"Se formos capitalizar, não será por esse motivo, será para viabilizar expansão da empresa. Não muda nada a filosofia sobre a Eletrobras", disse.
As ações da Eletrobras acumulam queda de 30 por cento desde 12 de setembro, quando Dilma anunciou detalhes do plano para reduzir a conta de luz. Já o índice de ações de empresas elétricas na Bovespa tem queda de 13 por cento no período.

Greve Geral abala a Europa

Greves gerais e parciais contra cortes impostos pela União Europeia paralisaram o continente, de Portugal à Bélgica, da Grécia à Alemanha. Houve violência entre polícia e manifestantes na Itália e Espanha.
Os protestos e paralisações desta quarta-feira (14/11) contra as medidas de austeridade na Europa marcaram uma onda de greves transnacionais de dimensões inéditas no continente.
A Confederação dos Sindicatos Europeus (CES) conclamara a protestos contra a política de cortes nos gastos públicos em face da crise, declarando a quarta-feira como dia de solidariedade entre os trabalhadores da União Europeia.
Manifestações resultaram em confrontos violentos em várias cidades da Itália e da Espanha. Em Roma, os repórteres falaram em cenas de guerrilha: estudantes lançaram pedras, garrafas e explosivos contra a polícia, que investiu com veículos blindados.
Em Turim, três agentes de segurança ficaram feridos durante os distúrbios, um deles gravemente. Em Milão, estudantes demoliram as vitrines de bancos e do conglomerado de energia Enel. Em Nápoles, os manifestantes ocuparam durante algum tempo os trilhos da estação central.
Na Espanha, mais de 40 pessoas ficaram feridas, entre as quais 18 policiais. Cerca de 110 grevistas foram detidos após choques com as forças de segurança. Na capital, Madri, a polícia usou balas de borracha e cassetetes contra um grupo de manifestantes que resistira à prisão de um adepto do Movimento 15-M, também intitulado "Indignados".

Polícia prendeu 110 manifestantes na EspanhaPolícia prendeu 110 manifestantes na Espanha
 
Greve de trabalho e de consumo

As greves gerais de 24 horas coordenadas entre Espanha e Portugal deixaram paralisados ambos os países. Os meios de transporte público foram reduzidos ao mínimo, escolas e repartições públicas ficaram fechadas. Em cerca de 120 cidades, as paralisações foram acompanhadas de passeatas, nas quais a população deu vazão a sua revolta contra as medidas de austeridade.
Antecipando as greves, centenas de voos foram cancelados. As grandes companhias aéreas da Espanha suspenderam a metade das conexões planejadas, e em Portugal a TAP cancelou 45% de seus voos. O tráfego aéreo na Alemanha também foi afetado, pois diversos aeroportos do país participavam de operações anuladas na Península Ibérica.
A produção de montadoras multinacionais como Volkswagen, Seat, Opel e Nissan ficou praticamente parada na Espanha. Os sindicatos calculam que cerca de 80% dos trabalhadores espanhois tomaram parte na greve geral.
As grandes associações sindicais espanholas Confederação Sindical de Comissões Operárias (CCOO) e União Geral de Trabalhadores (UGT) não só conclamaram à paralisação do trabalho, como também a uma "greve de consumo", sob o slogan: "Os espanhois não devem comprar absolutamente nada neste dia".
Depois das paralisações em março, a atual greve geral contra os cortes do governo em Madri é a segunda no mesmo ano – fato inédito na história recente da Espanha. O primeiro-ministro Mariano Rajoy expressou a preocupação de que a greve possa prejudicar a imagem do país no exterior e afetar o setor de turismo. A oposição socialista, em contrapartida, apoia as manifestações.

Piquete de grevistas no estaleiro Mitrena, próximo de LisboaPiquete de grevistas no estaleiro Mitrena, próximo de Lisboa
 
Contra o orçamento e Passos Coelho

Em Portugal, os focos da greve foram o setor de transportes e o funcionalismo público. Em Lisboa, o metrô não circulou, trens e ônibus ficaram parados em todo o país. Também os correios, hospitais e instituições de ensino suspenderam suas atividades.
A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) espera, através da greve geral, impedir a aprovação do controverso orçamento de 2013. A decisão final será tomada pelo Parlamento português em 27 de novembro.
Além disso, os sindicatos pretendem forçar a renúncia do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. Segundo o presidente da CGTP, Armênio Carlos, o atual governo de centro-direita seria responsável pela recessão, com retração da economia em 3% e taxa de desemprego de quase 16%.
Certos estudos apontam que a crise econômica deverá se agravar muito, sobretudo nos países do sul do continente, devido aos drásticos programas de austeridade adotados. Em setembro, o desemprego na zona do euro alcançou o novo recorde de 11,6%, cabendo a maior quota à Espanha, onde um em cada quatro trabalhadores não encontra ocupação.

Passeata em Marselha, FrançaPasseata em Marselha, França
 
Solidariedade da Grécia à Bélgica

Também na Bélgica os ferroviários participam das ações de greve. Funcionários da operadora SNCB iniciaram na noite desta terça-feira uma paralisação de 24 horas.
O tráfego ferroviário do país ficou praticamente suspenso, e o internacional, seriamente comprometido, com a suspensão do tráfego dos trens de alta velocidade da empresa Thalys entre a Alemanha e a Bélgica, e atrasos nas rotas para Paris, Amsterdã e Londres. Na capital Bruxelas, bondes e ônibus não saíram da garagem.
Ações de protesto contra a política de cortes nos gastos públicos também foram realizadas em outros países da União Europeia. Na Grécia, dezenas de milhares de trabalhadores, sobretudo do setor público, cruzaram os braços durante três horas. Uma passeata reuniu milhares no centro de Atenas, onde se viam faixas com os dizeres: "O pacote de austeridade prejudica seriamente a saúde".
Também na França milhares de opositores apoiaram as greves – em Paris, sob a palavra de ordem: "A favor do emprego e da solidariedade – contra medidas de contenção". Diante do Portão de Brandemburgo, em Berlim, cerca de 250 pessoas se reuniram em protesto. Estavam anunciadas manifestações também na Polônia.


Revisão: Francis França

Hu renuncia e Xi comandará a China

O presidente da China, Hu Jintao, renunciou ao secretariado geral do Partido Comunista nesta quarta-feira para deixar o caminho livre a fim de que o vice-presidente, Xi Jinping, assuma formalmente amanhã o cargo. A decisão foi anunciada hoje, penúltimo dia do 18º Congresso do Partido Comunista da China, realizado em Pequim. Os 2.300 delegados do Partido Comunista chinês elegerão na quinta-feira os 25 membros do Politburo, que por sua vez elegerá os nove ou sete integrantes permanentes do Comitê Central do Politburo, chefia máxima do Estado chinês. Ainda não está claro se o novo Comitê Central do partido, núcleo do Politburo, terá sete ou nove integrantes.
Em outro sinal de que a transição também será facilitada, Hu poderá deixar o comando da Comissão Militar Central, que supervisiona os militares chineses, o que daria a Xi mais autoridade para consolidar sua posição quando ele assumir formalmente a presidência no começo de 2013. Hu não deve ficar no comando da Comissão que supervisiona os militares.
Líderes chineses que deixaram a chefia do Partido, nas últimas décadas, sempre mantiveram por alguns anos o comando da comissão militar durante um período de transição. Isso ocorreu, por exemplo, com o ex-presidente e ex-secretário-geral do Partido, Jiang Zemin. Ele deixou a secretaria-geral do Partido Comunista em 2002 e a presidência no começo de 2003, mas ficou como chefe da Comissão Militar Central até 2005. Questionado por repórteres em Hong Kong se Hu reteria o comando da comissão militar, Zhang Qinsheng, vice-chefe do Estado Maior do Exército da República Popular da China, disse que a liderança central desta vez "não fez esse acordo".
O analista político chinês Zhang Lifan, um independente que vive em Pequim, disse que se Hu deixar todos os cargos, isso será um avanço no sistema político do país. "Será um legado político importante, porque romperá com a tradição negativa de um político deixar o cargo principal mas manter outro e assim segurar algum poder", disse Zhang.
O idoso Jiang, que atualmente está com 86 e vive aposentado perto de Pequim, esteve hoje no Congresso, sentado perto de Hu. Jiang teve que ser ajudado por um assistente para ficar em pé quando o hino comunista, a Internacional, tocou no plenário. Após a execução da Internacional, Jiang apertou as mãos de Hu e deixou o plenário, como parte da cerimônia.
Delegados presentes no Congresso disseram que Hu não foi reeleito membro do Comitê Central do Partido Comunista, nesta quarta-feira. Já Xi foi reeleito, juntamente com o próximo primeiro-ministro, Li Keqiang. Os outros cinco ou sete integrantes do Comitê Central deverão ser anunciados na quinta-feira. "Nós todos ficamos felizes e toda a assembleia reagiu com um aplauso enorme", disse o delegado Si Zefu, presidente da estatal de energia elétrica Dongfang Electric Corp, baseada na cidade central de Chengdu.
Wang Qishan, outro vice-primeiro-ministro como Li, foi designado nesta quarta-feira para o corpo disciplinar do Partido Comunista, em um sinal de que poderá ser nomeado para o núcleo do Politburo na quinta-feira.
Designado sucessor de Hu cinco anos atrás, Xi assumirá formalmente o cargo de secretário geral do partido na quinta-feira, e como presidente, na próxima primavera, configurando-se assim a segunda transferência ordenada de poder na China. Li Keqiang também deve assumir o cargo do premiê Wen Jiabao. Os novos líderes vão enfrentar a desaceleração econômica e a inquietação crescente da população. Hu Jintao assumiu a secretaria-geral do Partido Comunista chinês em 2002, após a renúncia de Jiang, na primeira transferência ordenada de poder no gigante asiático durante a era comunista, que começou em 1949.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Morre Alex Alves em São Paulo

 
 
O ex-atacante Alex Alves, de 37 anos, morreu na manhã desta quarta-feira, em Jaú, no interior de São Paulo. Segundo a Fundação Amaral Carvalho - Hospital do Câncer, ele estava internado há alguns meses para o tratamento de leucemia.

O hospital não confirma se a doença na medula foi a causa da morte do jogador. A família havia proibido a divulgação de qualquer informação sobre seu estado de saúde. A equipe médica que cuidava do ex-atleta conversarão com os familiares para divulgarem ou não o que aconteceu com Alex Alves.

Desde 2010 afastado do futebol, Alex Alves lutava contra a doença e o fim da carreira. O ex-jogador tinha problemas de peso e financeiros há cinco anos. Em outubro deste ano, deu uma entrevista falando sobre todos os seus prblemas.

O último clube em que passou foi o União Rondonópolis em 2010. Antes ele passou por outros clubes do Brasil, entre eles, o Palmeiras, Portuguesa, Vasco e Cruzeiro. No entanto, foi no Vitória que Alex Alves conquistou notoriedade no futebol nacional e na sua passagem pela Raposa ficou marcado por ótimas atuações.

FICHA TÉCNICA:

Nome: Alexandro Alves do Nascimento (Alex Alves)

Local de nascimento: Campo Formoso, Bahia - 30/12/1974

Local da morte: Jaú, São Paulo - 14/11/2012

Posição: Atacante

Clubes: Vitória, Palmeiras, Juventude, Portuguesa, Cruzeiro, Hertha Berlin (ALE), Atlético-MG, Vasco, Boavista-RJ, Fortaleza, Kavala (GRE) e União Rondonópolis-MT.

Crime organizado realiza 16 ataques e 21 são suspeitos foram detidos em SC

Ônibus foram incendiados em Florianópolis na noite desta terça-feira. O Corpo de Bombeiros foi acionado e controlou o fogo. Foto: Eduardo Valente/Futura PressÔnibus foram incendiados em Florianópolis na noite desta terça-feira. O Corpo de Bombeiros foi acionado e controlou o fogo
 Por:Fabricio Escandiuzzi
Direto de Florianópolis

Pela segunda noite consecutiva, uma série de ataques foram registrados em cinco cidades de Santa Catarina. Nas últimas 48 horas foram 24 atentados, sendo 16 deles apenas na madrugada desta quarta-feira. Desde a tarde de ontem, 21 pessoas foram presas e 15 adolescentes foram detidos pela Polícia Militar por suspeita de participação nos atos criminosos.
Os ataques desta quarta-feira ocorreram em Florianópolis, Itajaí, Blumenau, Navegantes e Criciúma. Apesar do reforço no policiamento, na capital os problemas foram verificados nos bairros da região norte da cidade e no Saco dos Limões (zona sul), mesmos alvos da madrugada anterior.
Um ônibus foi completamente incendiado no bairro dos Ingleses no início da madrugada. Apesar do susto, ninguém ficou ferido. Mais uma vez, os criminosos disparam contra a 2ª Delegacia de Polícia, no bairro Saco dos Limões. Na noite anterior, uma viatura havia sido queimada na porta da unidade.
Dez suspeitos de participação nos ataques foram detidos quando tentavam se esconder em uma creche. Apenas um deles tinha mais de 18 anos. Em Palhoça, dois jovens foram detidos carregando dez litros de gasolina em garrafas pet. Outros nove foram detidos em uma casa na cidade de Itajaí. No local foram encontrados coquetéis molotov.
Em Blumenau e Itajaí, homens tentaram queimar carros e ônibus que faziam linhas em áreas mais afastadas. Já em Criciúma, localizada a 190 km da capital, a polícia registrou dois ônibus queimados, um apedrejado, além de disparados contra a porta do presídio local.
A PM informou que chegou a dobrar o efetivo de soldados nas ruas durante a madrugada para tentar conter os ataques. De acordo com o tenente coronel Araújo Gomes, uma reunião do comando militar era realizada na manhã desta quarta-feira para avaliar a situação e buscar ações para identificar os suspeitos que comandam os ataques.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Viatura e ônibus em SC foram queimados por criminosos que atacaram base da polícia

viatura e ônibus em SC e foram queimadas
Ônibus foi incendiado no final da noite no bairro de Canasvieiras, em Santa Catarina. (Foto: Estadão Conteúdo)

SÃO PAULO - Desde o início da madrugada, ataques mobilizam a polícia de Florianópolis. A Polícia Militar de Florianópolis reforçou a segurança na região na manhã desta terça-feira após a onda de ataques que ocorreram entre a tarde desta segunda-feira e a madrugada desta terça-feira. De acordo com o coronel João Henrique Silva, comandante da PM de Florianópolis, a região teve pelo menos oito atentados.

Em entrevista a um telejornal local nesta manhã, Silva disse estar preocupado com os crimes que acontecem em São Paulo, que podem estar sendo comandados por uma facção criminosa que controla as cadeias. Três ônibus de transporte coletivo, uma viatura da Polícia Civil e o automóvel de um policial militar foram incendiados. Além disso, uma base da Polícia Militar foi atingida por tiros. Em Blumenau, dois homens incendiaram um ônibus do transporte coletivo da cidade na noite desta segunda. Já na manhã desta terça-feira, na cidade, dois homens atiraram contra a guarita do Presídio Regional de Blumenau.

 O primeiro atentado foi às 22h de segunda-feira. A viatura da Polícia Civil foi incendiada no bairro Saco dos Limões, em Florianópolis. A ação foi em frente ao prédio da 2ª Delegacia de Polícia. Segundo a polícia, os criminosos passaram com um carro preto e jogaram um pano molhado com gasolina. As portas estavam abertas, pois era o carro do plantão. Os próprios agentes da polícia apagaram o fogo com extintores.

Policiais fizeram ronda na região em busca dos criminosos. Desde às 4h, escoltas acompanham o transporte coletivo da região norte da cidade. - Nosso sistema de monitoramento está revisando as imagens das últimas horas para ajudar a Polícia Civil a tentar localizar quem cometeu esses crimes - afirma o tenente-coronel Araújo Gomes. De acordo com a polícia, os atos têm ligação com outros atentados a policiais e bases da segurança pública que ocorreram nas últimas semanas na região.

 Em entrevista à afiliada da TV Globo em Santa Catarina, o comandante da PM disse que não se deve negligenciar nenhuma informação sobre a motivação dos ataques. - Existe a preocupação com o crime organizado, isso é latente na mídia. Há a preocupação do aproveitamento da situação do estado de São Paulo, a questão dos presídios e até de grupos que não seriam o crime organizado mas que se aproveitam dessa situação para causar o terror na cidade e praticar delitos - disse João Henrique Silva. Na tarde desta terça-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi questionado se os ataques em Santa Catarina estariam sendo feitos por criminosos de São Paulo que fugiram do estado, mas disse que não poderia comentar sobre informações que digam respeito à "inteligência policial", para não "atropelar" os órgãos de segurança locais. O ministro disse que está acompanhando a situação criminal no Brasil. Ele afirmou que organizações criminosas, sejam elas locais ou com ramificações em vários estados, têm que ser enfrentadas com energia e inteligência, em parceria do governo federal com os estados. - Não se pode ser complacente com o crime organizado. Não se pode fechar os olhos para o crime organizado.

 Isso não quer dizer enfrentá-los de forma atabalhoada ou amadora. Significa ter informações para saber onde eles atuam e atingir qualquer organização criminosa dentro da lei e do estado de Direito. O Estado brasileiro jamais deve temer organizações criminosas - disse Cardozo, em entrevista coletiva após palestra a empresários em São Paulo. Segundo o coronel João Henrique Silva, ainda na noite desta segunda, a PM colocou em prática um plano de ação. -Assim que tomamos conhecimento do primeiro atentado, já foi acionado um plano de contenção e um plano de chamada. Rapidamente, a polícia reforçou as bases operacionais e desenvolveu o policiamento nos locais críticos, onde ocorreram os atentados - afirmou ele. Segundo ele, um adolescente foi detido, suspeito de ter participado da ação. Um ônibus de transporte coletivo foi alvo de tentativa de incêndio. O criminoso conseguiu fugir. Por volta da meia-noite desta terça-feira, um ônibus foi incendiado no Bairro Canasvieiras, também em Florianópolis. Dois homens entraram no veículo, anunciaram o assalto, depois fugiram. Ninguém se feriu. O último incêndio ocorreu em um veículo particular de um policial militar. O carro estava estacionado da garagem do seu condomínio, em Canasvieiras. O caso ocorreu por volta das 3h10m da madrugada.

Bandidos comandam ataques em Santa catarina

SÃO PAULO - Desde o início da madrugada, ataques mobilizam a polícia de Florianópolis. A Polícia Militar de Florianópolis reforçou a segurança na região na manhã desta terça-feira após a onda de ataques que ocorreram entre a tarde desta segunda-feira e a madrugada desta terça-feira. De acordo com o coronel João Henrique Silva, comandante da PM de Florianópolis, a região teve pelo menos oito atentados. Em entrevista a um telejornal local nesta manhã, Silva disse estar preocupado com os crimes que acontecem em São Paulo, que podem estar sendo comandados por uma facção criminosa que controla as cadeias.
Três ônibus de transporte coletivo, uma viatura da Polícia Civil e o automóvel de um policial militar foram incendiados. Além disso, uma base da Polícia Militar foi atingida por tiros. Em Blumenau, dois homens incendiaram um ônibus do transporte coletivo da cidade na noite desta segunda. Já na manhã desta terça-feira, na cidade, dois homens atiraram contra a guarita do Presídio Regional de Blumenau.

O primeiro atentado foi às 22h de segunda-feira. A viatura da Polícia Civil foi incendiada no bairro Saco dos Limões, em Florianópolis. A ação foi em frente ao prédio da 2ª Delegacia de Polícia. Segundo a polícia, os criminosos passaram com um carro preto e jogaram um pano molhado com gasolina. As portas estavam abertas, pois era o carro do plantão. Os próprios agentes da polícia apagaram o fogo com extintores.

Policiais fizeram ronda na região em busca dos criminosos. Desde às 4h, escoltas acompanham o transporte coletivo da região norte da cidade.

- Nosso sistema de monitoramento está revisando as imagens das últimas horas para ajudar a Polícia Civil a tentar localizar quem cometeu esses crimes - afirma o tenente-coronel Araújo Gomes.

De acordo com a polícia, os atos têm ligação com outros atentados a policiais e bases da segurança pública que ocorreram nas últimas semanas na região.

Em entrevista à afiliada da TV Globo em Santa Catarina, o comandante da PM disse que não se deve negligenciar nenhuma informação sobre a motivação dos ataques.

- Existe a preocupação com o crime organizado, isso é latente na mídia. Há a preocupação do aproveitamento da situação do estado de São Paulo, a questão dos presídios e até de grupos que não seriam o crime organizado mas que se aproveitam dessa situação para causar o terror na cidade e praticar delitos - disse João Henrique Silva.

Na tarde desta terça-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi questionado se os ataques em Santa Catarina estariam sendo feitos por criminosos de São Paulo que fugiram do estado, mas disse que não poderia comentar sobre informações que digam respeito à "inteligência policial", para não "atropelar" os órgãos de segurança locais. O ministro disse que está acompanhando a situação criminal no Brasil. Ele afirmou que organizações criminosas, sejam elas locais ou com ramificações em vários estados, têm que ser enfrentadas com energia e inteligência, em parceria do governo federal com os estados.

- Não se pode ser complacente com o crime organizado. Não se pode fechar os olhos para o crime organizado. Isso não quer dizer enfrentá-los de forma atabalhoada ou amadora. Significa ter informações para saber onde eles atuam e atingir qualquer organização criminosa dentro da lei e do estado de Direito. O Estado brasileiro jamais deve temer organizações criminosas - disse Cardozo, em entrevista coletiva após palestra a empresários em São Paulo.

Segundo o coronel João Henrique Silva, ainda na noite desta segunda, a PM colocou em prática um plano de ação. -Assim que tomamos conhecimento do primeiro atentado, já foi acionado um plano de contenção e um plano de chamada. Rapidamente, a polícia reforçou as bases operacionais e desenvolveu o policiamento nos locais críticos, onde ocorreram os atentados - afirmou ele.

Segundo ele, um adolescente foi detido, suspeito de ter participado da ação.

Um ônibus de transporte coletivo foi alvo de tentativa de incêndio. O criminoso conseguiu fugir. Por volta da meia-noite desta terça-feira, um ônibus foi incendiado no Bairro Canasvieiras, também em Florianópolis. Dois homens entraram no veículo, anunciaram o assalto, depois fugiram. Ninguém se feriu.

O último incêndio ocorreu em um veículo particular de um policial militar. O carro estava estacionado da garagem do seu condomínio, em Canasvieiras. O caso ocorreu por volta das 3h10m da madrugada.