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Guia Michelin 2025: veja os quatro novos restaurantes premiados no Brasil
Do balcão japonês à fusão franco-brasileira, casas no Rio e em São Paulo conquistam reconhecimento internacional. Pratos dos restaurantes Oseille, Ryo Gastronomia e KANOE
Divulgação/Guia Michelin
O Guia Michelin anunciou os quatro novos restaurantes brasileiros que passam a integrar sua prestigiada seleção em 2025. Dois estão no Rio de Janeiro e dois em São Paulo — cidades onde a premiação é aplicada no país.
O evento aconteceu nesta segunda-feira (12), no hotel Rosewood, na capital paulista.
A seleção é realizada por inspetores internacionais, especializados e anônimos, que avaliam os restaurantes com base em critérios como qualidade dos ingredientes, harmonia dos sabores, domínio técnico e personalidade da cozinha.
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Conheça os novos restantes premiados.
Casa 201 – Rio de Janeiro
Casa 201
Divulgação/Guia Michelin
Localizada próxima ao Jardim Botânico, a Casa 201 ocupa um espaço inicialmente projetado para ser uma galeria de arte. O ambiente acolhedor dá nome à casa, comandada pelo chef João Paulo Frankenfeld.
Formado na França e com passagem pelo renomado Le Cordon Bleu, Frankenfeld oferece um menu degustação sazonal que une ingredientes brasileiros a técnicas da culinária francesa.
KANOE – São Paulo
Restaurante KANOE
Divulgação/Guia Michelin
Com apenas nove lugares no balcão, o Kanoe oferece uma experiência intimista e sofisticada no bairro dos Jardins. O restaurante japonês tem clima de clube gastronômico e é liderado pelo chef Tadashi Shiraishi.
KANOE
Divulgação/Guia Michelin
Oseille – Rio de Janeiro
Oseille
Divulgação/Guia Michelin
No coração de Ipanema, o Oseille tem 16 lugares dispostos em um balcão em formato de “U” integra com a cozinha, o que permite aos clientes acompanharem de perto o preparo dos pratos (veja na foto acima).
Comandado pelo chef Thomas Troisgros, o restaurante aposta em um menu degustação que valoriza produtos nacionais com influências da culinária francesa.
Oseille
Divulgação/Guia Michelin
Ryo Gastronomia – São Paulo
Ryo Gastronomia
Divulgação/Guia Michelin
Localizado no Itaim, o Ryo Gastronomia une estética minimalista e filosofia japonesa de conexão com a natureza. O chef Edson Yamashita é conhecido pela precisão nos cortes e pela apresentação dos pratos, segundo o Guia.
O que é o Guia Michelin?
O guia foi criado em 1900 pela empresa francesa de pneus Michelin como uma forma de incentivar as pessoas a pegarem a estrada.
Ele também foi planejado para ajudar motoristas com informações úteis para viagens, como locais para trocar pneus, abastecer o carro, se hospedar e, claro, onde comer.
As estrelas do Guia Michelin foram adotadas em 1926, inicialmente para destacar estabelecimentos com apenas uma estrela. A partir de 1931, ele ganhou o critério de zero a três estrelas.
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Reino Unido endurece regras de imigração e dificulta acesso a cidadania
O governo vai propor testes de inglês para todos os requerentes de visto e seus dependentes adultos, além de um caminho mais longo para a obtenção de status de residente permanente. Keir Starmer, premiê britânico
EPA-EFE/REX/Shutterstock via BBC
O primeiro-ministro do Reino Unido anunciou nesta segunda-feira (12/5) planos para conter a imigração para o país — com uma promessa de fazer cair "significativamente" o número de imigrantes que chegam ao Reino Unido.
O governo vai propor testes de inglês para todos os requerentes de visto e seus dependentes adultos, além de um caminho mais longo para a obtenção de status de residente permanente.
Os detalhes da proposta de Keir Starmer serão publicados ainda nesta segunda-feira. Pela manhã, em Londres, o premiê fez um pronunciamento sobre a imigração no Reino Unido.
O governo britânico afirma que o país tem um problema de saldo de imigração ou migração líquida — que é o número de pessoas que chegam ao Reino Unido menos o número de pessoas que saem.
Starmer afirma que, de 2019 a 2023, o saldo de imigração quadruplicou, atingindo um recorde de quase um milhão no ano até 2023.
Ele afirma que isso é quase o tamanho da cidade de Birmingham, a segunda maior cidade do Reino Unido.
"Isso não é controle, é caos", disse Starmer nesta segunda-feira.
As medidas apresentadas por ele são para reduzir a migração legal, que representa a maior parte da migração para o Reino Unido. A migração legal é feita com uma variedade de vistos.
O plano de Starmer não inclui a abordagem de travessias de pequenos barcos ou outras formas de imigração ilegal ao Reino Unido. Neste ano, até o momento, 11.516 pessoas cruzaram o Canal da Mancha para o Reino Unido de barco.
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No total, no ano passado, pouco menos de 40 mil pessoas chegaram em pequenas embarcações; os números mais altos foram em 2022, quando 45.755 pessoas chegaram por esses meios.
O governo não estabeleceu uma meta de números, mas o primeiro-ministro prometeu que o saldo da migração cairá "significativamente".
As mudanças que serão detalhas ainda nesta segunda-feira "finalmente retomarão o controle de nossas fronteiras", disse o premiê.
Ele disse também que, sem controles de imigração, o Reino Unido corre o risco de se tornar uma "ilha de estranhos, não uma nação que caminha unida".
Starmer disse que está tendo que "limpar a bagunça" depois que o saldo da imigração quadruplicou sob o governo conservador anterior.
O que se sabe das restrições de imigração do governo do Reino Unido?
Os requisitos para solicitar um visto de trabalhador qualificado voltarão a ser rigorosos, revertendo as mudanças feitas durante o governo de Boris Johnson.
Isso significa que os novos candidatos geralmente precisarão de uma qualificação de nível superior.
Requisitos de qualificação mais baixos permanecerão para setores que enfrentam escassez de longo prazo ou aqueles considerados essenciais para a estratégia industrial do governo.
Ao mesmo tempo, o governo afirma que deseja expandir a elegibilidade para o visto existente de "indivíduo de alto potencial", dobrando o número de universidades nas quais os candidatos podem obter um diploma qualificado.
As vagas em um programa para estagiários de pesquisa também aumentarão, e os ministros afirmam que querem facilitar a vinda de "talentos científicos e de design de ponta" para o Reino Unido usando o visto de talento global.
Os imigrantes normalmente terão que residir no Reino Unido por 10 anos antes de poderem solicitar o direito de permanência indefinida – o dobro do período atual de cinco anos.
Haverá um caminho mais rápido para pessoas "altamente qualificadas e com alta contribuição" com determinados empregos — cujos detalhes serão definidos após consulta.
O período de cinco anos também será mantido para dependentes estrangeiros de cidadãos britânicos.
Reações
O líder do partido da direita radical Reform UK, Nigel Farage, acusou Keir Starmer de fazer promessas que "não conseguirá cumprir". O combate à imigração é uma das principais bandeiras do Reform UK, partido que obteve vitórias expressivas em diversas eleições locais realizadas neste mês no Reino Unido.
Pouco antes de o primeiro-ministro fazer seu pronunciamento, Farage disse: "No dia da grande reação de Keir Starmer contra o Reform UK, 250 jovens já estavam cruzando o Canal da Mancha às 8h. Quantos são terroristas iranianos?"
A BBC não conseguiu verificar essa alegação feita por Farage. O anúncio de Starmer desta segunda-feira se concentrou em migração legal, e não sobre travessias de barcos.
Já a organização beneficente Care4Calais, que presta ajuda humanitária no norte da França e no Reino Unido, acusou o primeiro-ministro de "jogar lenha na fogueira como a extrema direita" ao usar a expressão "ilha de estranhos" no debate sobre imigração.
O CEO da Care4Calais, Steve Smith, disse: "Esta é uma linguagem perigosa para qualquer primeiro-ministro. Uma linguagem vergonhosa como esta só vai jogar mais lenha na fogueira como a extrema direita e corre o risco de novos protestos raciais que colocam em risco sobreviventes de horrores como guerra, tortura e escravidão moderna. Starmer precisa se desculpar."
A líder do Partido Conservador, Kemi Badenoch, afirma que o Partido Trabalhista de Starmer não acredita em fronteiras seguras.
"Keir Starmer certa vez chamou todas as leis de imigração de racistas. Então, por que alguém acreditaria que ele realmente quer reduzir a imigração?", disse Badenoch.
Isso parece ser uma referência a uma resenha de livro que Starmer escreveu quando era advogado no final da década de 1980, na qual afirmou que o autor havia destacado a "tendência racista que permeia todas as leis de imigração".
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Conheça os clubes do turismo de luxo formados por hotéis 5 estrelas, jatinhos privados e iates milionários
Serandipians e Takumians são comunidades internacionais que só aceitam agências de viagem, hotéis e empresas de serviços do setor — nada de viajantes individuais. Trem Venice Simplon-Orient-Express; Iate STARBURST III e Jatinho da Pioneer Ace Airlines.
Reprodução/Traveller Made
Imagine clubes de turismo tão exclusivos que só é possível entrar por convite — e, mesmo assim, ainda é necessário passar por uma seleção rigorosa. É o caso do Serandipians e do Takumians, comunidades internacionais que dizem reunir os principais representantes do turismo de luxo do mundo.
Só empresas do setor podem se tornar membros dessas redes — nada de viajantes individuais ou curiosos.
Entre os integrantes, estão agências de viagem e empresas especializadas em experiências e hospedagens. De hotéis-boutique e resorts de luxo a iates de filme, vilas privativas, jatinhos, trens-hotel e cruzeiros exclusivos.
Os icônicos hotéis Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, e Rosewood, em São Paulo, estão entre os representantes.
Agências de turismo não pagam para permanecer no clube, mas precisam manter um nível mínimo de engajamento, como realizar eventos periódicos. Já hotéis e empresas de hospitalidade devem pagar uma taxa anual, cujo valor pode variar, segundo a organização.
Mais do que uma rede de contatos, os clubes funcionam como selo de qualidade, explicam os responsáveis.
De onde vêm esses clubes (e esses nomes diferentões)?
O Serandipians e o Takumians nasceram da rede francesa Traveller Made, criada em 2013 com a união de 47 agências europeias de viagens de luxo.
Em 2023, nos 10 anos da marca, ela foi rebatizada como Serandipians — termo inspirado em “serendipidade” — descobertas felizes e inesperadas.
Já o Takumians surgiu em 2024 para acolher novos membros. Como o Serandipians tem um limite de 600 agências, surgiu essa “irmã mais nova” da rede com os mesmos valores. O nome vem de “Takumi”, termo japonês que remete à excelência artesanal e à atenção absoluta aos detalhes.
Hoje, as duas redes somam mais de 650 agências em 71 países — além de centenas de parceiros de peso no setor.
O Brasil participa com 44 agências (30 Serandipians e 14 Takumians) e 12 hotéis de luxo.
Quer entrar no clube? Só com convite!
O ingresso nas redes é feito por indicação. Dois comitês internos identificam potenciais candidatos, que, se aprovados em uma primeira triagem, recebem um convite formal com um formulário de inscrição. Nele, é preciso detalhar operação, estrutura e estratégias de crescimento.
Mas o processo não para aí. Depois disso, a candidatura passa por checagem de referências internas, avaliação da reputação e verificação do alinhamento com os valores da marca. Só então, se tudo estiver de acordo, a agência ou empresa é aceita.
Mesmo após a aprovação, a permanência não é garantida. Segundo os organizadores, os membros podem ser desligados caso deixem de refletir os valores da rede.
Membros exclusivos — e seus valores
Entre os integrantes do Serandipians e Takumians estão empresas que oferecem experiências e hospedagens voltadas ao público de alto poder aquisitivo. Conheça alguns exemplos:
🌊 Cruzeiro no Ártico
Navio World Explorer
Reprodução/Instagram
O World Explorer é um navio que leva viajantes para expedições nos polos da Terra — como um “safári de pinguins” de 18 dias no Ártico.
Para curtir a viagem em uma suíte de luxo, um viajante solo pode ter que desembolsar até US$ 60 mil (quase R$ 350 mil, em 5 de maio de 2025). As rotas são organizadas pela Quark Expeditions.
🚆 Trem dos sonhos: Paris a Istambul
Trem Venice Simplon-Orient-Express
Reprodução/Traveller Made
O icônico Venice Simplon-Orient-Express, da empresa Belmond, é um trem que parece saído de um filme antigo. É possível embarcar em uma das suas cabines de luxo para uma viagem de 5 noites de Paris (França) até Istambul (Turquia), por a partir de £17.500 por pessoa (cerca de R$ 115 mil, em 5 de maio).
🛥️ Iate de cinema na Grécia e na Turquia
Iate STARBURST III
Reprodução/neoyachting
O STARBURST III é outro membro de destaque do clube. Com duas jacuzzis, cinco cabines e espaço para 10 pessoas, o iate maltês está disponível para aluguel durante o verão europeu por cerca de €260 mil por semana (mais de R$ 1,5 milhão, em 5 de maio).
✈️ Voo privativo no Japão
Jatinho da Pioneer Ace Airlines
Reprodução/Traveller Made
A Pioneer Ace Airlines também faz parte do clube. Trata-se de uma operadora aérea japonesa que aluga jatinhos para viagens dentro do país.
Um voo de cerca de uma hora, com capacidade para quatro passageiros, entre a região de Kansai e Yamagata custa aproximadamente 1.644.500 ienes (cerca de R$ 65 mil, em 5 de maio), conforme o site oficial da empresa.
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Novo parque da Disney nos Emirados Árabes: como será a atração
Esse será o sétimo parque da companhia, mas o primeiro localizado no Oriente Médio. O parque temático da Disney em Abu Dhabi será o sétimo resort da companhia
Walt Disney Company and Miral
A Disney anunciou planos para abrir seu primeiro parque temático no Oriente Médio.
O resort será construído na ilha de Yas, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, por meio de uma parceria entre a Disney e a empresa local de lazer e entretenimento Miral.
A Disney já tem seis parques temáticos espalhados por América do Norte, Europa e Ásia. O mais recente deles foi aberto em 2016 em Xangai, na China.
A empresa Miral é responsável pelo desenvolvimento da ilha de Yas como um destino turístico e já opera os parques SeaWorld e Warner Bros. World, onde está sendo construído um parque temático do Harry Potter.
CEO da Disney disse que parque será 'autenticamente Disney e distintamente emiradense'
Walt Disney Company and Miral
No comunicado sobre o novo empreendimento, a Disney afirmou que os Emirados Árabes estão localizados a apenas quatro horas de voo de um terço da população mundial, fazendo do local um "importante portal para o turismo".
E adicionou que 120 milhões de pessoas passam por Abu Dhabi e Dubai todo ano, fazendo dos Emirados o maior hub de viagens aéreas do mundo.
A ilha de Yas, com 25 quilômetros quadrados, fica a 20 minutos do centro de Abu Dhabi e a 50 minutos de Dubai.
O CEO da Disney, Robert Iger, descreveu os planos para a construção do novo parque como um momento "emocionante" para a companhia e disse que a Disneylândia em Abu Dhabi será "autenticamente Disney e distintamente emiradense".
Ilha de Yas, em Abu Dhabi, onde será construído o parque da Disney
Getty Images
O primeiro parque temático da Disney foi aberto em Anaheim, na Califórnia, em 1955. Depois disso, foi aberto o parque em Orlando, na Flórida, em 1971.
A expansão internacional começou em 1983, com um parque em Tóquio, no Japão, e depois em Paris, na França, em 1992. Então vieram Hong Kong, em 2005, e mais recentemente Xangai, em 2016.
"Esse destino inovador representa uma nova fronteira no desenvolvimento de parques temáticos", afirmou Josh D'Amaro, presidente da Disney Experiences.
'Mais avançado e interativo de todos'
O novo resort da Disney oferecerá entretenimento da companhia, acomodações temáticas, "experiências gastronômicas e de compras únicas".
A ideia é unir o legado da Disney e essência futurista de Abu Dhabi.
Segundo Josh D'Amaro, presidente da Disney Experiences, o parque nos Emirados Árabes "será o mais avançado e interativo de todo o portfólio".
"A localização do parque é incrivelmente única, o que nos permitirá contar nossas histórias de forma totalmente nova. Será uma celebração do que é possível quando a criatividade e o progresso se unem."
Já o CEO da Miral, Mohamed Abdalla Al Zaabi, afirmou que trazer o parque temático da Disney para a região marca "mais uma conquista na nossa jornada de tornar a ilha um destino global de entretenimento e lazer de excelência".
Ele acrescentou que o empreendimento vai "impulsionar o crescimento econômico sustentável de Abu Dhabi e região".
SeaWorld já opera na ilha que receberá primeiro resort da Disney no Oriente Médio
Getty Images
'Disney está se sentindo confiante'
Também nesta quarta-feira (07/05), a Disney anunciou que teve resultados melhores do que o esperado nos primeiros três meses de 2025, com uma alta de 7% no lucro, que chegou a $23,6 bilhões (cerca de R$ 135 bilhões na cotação atual).
O serviço de streaming Disney+ ganhou 1,4 milhões assinantes, contrariando a expectativa da própria empresa, que previa um leve declínio de assinaturas devido ao aumento do preço.
O público também aumentou nos parques dos Estados Unidos, com visitantes gastando mais, e houve um crescimento nas reservas de cruzeiros após o lançamento do novo navio 'Disney Treasure'.
"Apesar das dúvidas quanto à incerteza macroeconômica ou à concorrência, eu estou animado com a força e na resiliência do nosso negócio", disse Iger.
Dannie Hewson, chefe de análises financeiras da AJ Bell, disse que em uma época em que muitos negócios nos EUA estão "preocupados com o potencial impacto das tarifas nos gastos dos consumidores, a Disney está se sentindo confiante".
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Vaticano tem a menor população do planeta e 30% dos cidadãos vaticanos residem em outros países. Vaticano
Foto de Kelly
Além de ser a casa dos papas e sede da Igreja Católica, o Vaticano conta com diversas curiosidades históricas, geográficas e culturais. Confira algumas a seguir.
É o menor país do mundo - em extensão e população
O Vaticano é o menor Estado independente do planeta, tanto em extensão territorial quanto em número de habitantes, segundo dados da própria cidade-Estado.
Com apenas 44 hectares, mais de 400 mil metros quadrados, o território abriga 673 cidadãos com nacionalidade vaticana, dos quais 458 vivem dentro dos muros que delimitam parcialmente a área.
Um dado curioso é que cerca de 30% dos cidadãos vaticanos residem em outros países, em geral, por ocuparem cargos diplomáticos vinculados à Santa Sé, órgão central da Igreja Católica.
Ao todo, incluindo não cidadãos, o Vaticano tem 882 moradores.
Outra informação curiosa sobre a cidade-estado é que por lá não há animais de estimação.
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É independente há menos de 100 anos
Menina ergue uma bandeira do Vaticano
Gabriel Bouys/AFP
O Vaticano se tornou oficialmente uma cidade-estado independente em 11 de fevereiro de 1929, com a assinatura do Tratado de Latrão. Firmado entre a Santa Sé e o governo italiano, o acordo reconheceu a plena soberania do Vaticano no direito internacional.
O objetivo era assegurar à Igreja Católica “independência absoluta e visível”, e garantir sua “soberania indiscutível também no cenário internacional”, conforme o site da cidade-estado.
Desde então, o Vaticano possui uma bandeira nacional. A bandeira é um estandarte bicolor em amarelo e branco, com as chaves cruzadas de São Pedro e a Tiara papal ao centro (veja na foto acima).
Próximo a um cemitério
A história do Vaticano remonta à Roma Antiga, quando a palavra "Vaticano" se referia a uma área pantanosa na margem direita do Rio Tibre, em Roma.
Na época, a área fora da cidade começou a ser urbanizada com vilas, incluindo os jardins de Agripina, mãe de Calígula, e um grande cemitério ao longo das principais vias, conhecido como necrópole.
Ao longo de uma estrada secundária, está o local de sepultamento de São Pedro, onde o imperador Constantino construiu uma grande basílica entre 324 e 326, substituída pela atual, erguida nos séculos XVI e XVII.
Basílica de São Pedro, Vaticano
Foto de C1 Superstar
A proximidade do túmulo de Pedro tornou o local como um dos mais importantes centros de peregrinação cristã ao longo de dois milênios.
Tem uma guarda de mais de 500 anos
A segurança do Papa e a proteção das entradas do Vaticano são responsabilidades da Pontifícia Guarda Suíça há mais de meio século.
Ela foi criada em 1506 pelo papa Júlio II, que contratou mercenários suíços, reconhecidos na época por suas habilidades.
A corporação também é conhecida por seu visual marcante. Os uniformes cerimoniais, com listras verticais vermelhas, azuis e amarelas (veja na foto abaixo), foram desenhados no início do século 20 por Jules Repond, então comandante da guarda.
Repond se inspirou nas obras do pintor renascentista Rafael Sanzio para criar o traje, cujas cores remetem à Casa de Médici — influente família italiana à qual pertenceu o papa Clemente VII.
Guarda Suíça Pontifícia
Foto de Daria Agafonova
Atualmente, 120 membros da Guarda residem dentro dos muros do menor Estado do mundo.
Saiba mais sobre a Guarda Suíça, que escolta papas há mais de 500 anos
Reconhecido como Patrimônio da Humanidade
Fila de fiéis para prestar homenagem ao papa Francisco na Basílica de São Pedro, no Vaticano
Reuters/Guglielmo Mangiapane
Declarado Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 1984, o Vaticano é reconhecido por sua importância histórica, artística e espiritual.
Considerado uma criação exemplar das artes renascentista e barroca, o pequeno Estado abriga uma das maiores concentrações de obras-primas do mundo.
Entre seus tesouros estão a Biblioteca Apostólica Vaticana — a primeira da Europa aberta ao público — com manuscritos, livros raros, moedas e gravuras; os Museus Vaticanos, que guardam coleções inestimáveis, como a Capela Sistina, com os célebres afrescos de Michelangelo; e a imponente Basílica de São Pedro, o maior templo religioso do planeta.
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A história da famosa prisão de Alcatraz, que Trump mandou reabrir
O presidente dos EUA anunciou que está ordenando a reabertura e ampliação de Alcatraz, — outrora conhecida como uma das prisões mais severas dos EUA — serviria, segundo ele, como um 'símbolo da lei, da ordem e da justiça'. Prisão de Alcatraz
Getty Images via BBC
Donald Trump anunciou que está ordenando a reabertura e ampliação de Alcatraz, a famosa e antiga prisão localizada em uma ilha próxima à Ponte Golden Gate, em San Francisco.
Em uma mensagem publicada no domingo em sua rede social, a Truth Social, o ex-presidente dos Estados Unidos afirmou que "o país tem sido assolado por criminosos violentos, reincidentes e impiedosos".
A reabertura de Alcatraz — outrora conhecida como uma das prisões mais severas dos EUA — serviria, segundo ele, como um "símbolo da lei, da ordem e da justiça".
Líderes do Partido Democrata disseram que a proposta "não é séria". A prisão de segurança máxima, também conhecida como "The Rock" ("A Rocha"), foi fechada em 1963 e atualmente funciona como um ponto turístico de sucesso.
"Hoje, estou instruindo o Departamento Federal de Prisões, juntamente com o Departamento de Justiça, o FBI e o Departamento de Segurança Interna, a reabrir uma Alcatraz substancialmente ampliada e reconstruída", escreveu Trump.
Segundo ele, a prisão abrigaria "os criminosos mais impiedosos e violentos da América".
O presidente Trump tem enfrentado disputas com a Justiça devido à sua política de enviar supostos membros de gangues para uma prisão em El Salvador.
Em março, ele enviou mais de 200 venezuelanos acusados de envolvimento com gangues para lá. Trump também já falou sobre a possibilidade de mandar "criminosos nacionais" para prisões estrangeiras.
Alcatraz foi inicialmente um forte de defesa naval, tendo sido reformado no início do século 20 para funcionar como prisão militar. O Departamento de Justiça assumiu o local na década de 1930 e passou a receber detentos do sistema prisional federal.
Segundo o site do Departamento Federal de Prisões, Alcatraz foi fechada por ser cara demais para manter: operar a unidade custava quase três vezes mais do que qualquer outra prisão federal, principalmente devido à sua localização insular.
Transformar Alcatraz novamente em uma prisão funcional exigiria uma quantia enorme de dinheiro, disse o professor Gabriel Jack Chin, da Faculdade de Direito da Universidade da Califórnia em Davis, à BBC.
O sistema prisional federal atualmente opera com cerca de 25% a menos de presos em relação ao seu pico, e "há muitas camas vazias" nas prisões já existentes, afirmou Chin. "Portanto, não está claro se há necessidade de uma nova prisão."
Alcatraz tem "uma reputação de prisão severa", e Trump está tentando transmitir a mensagem de que sua administração será dura contra o crime, acrescentou o professor.
A ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, democrata da Califórnia cujo distrito inclui Alcatraz, classificou a proposta como "não séria".
Já o senador estadual democrata por San Francisco, Scott Wiener, disse em uma postagem no Instagram que a ideia é "profundamente desequilibrada" e representa "um ataque ao Estado de Direito".
Trump afirma que vai reabrir prisão de Alcatraz
A história de Alcatraz
Localizada em uma ilhota árida e rochosa no Pacífico Norte, a primeira fortificação de Alcatraz for construída por volta de 1850 e utilizada como uma prisão militar.
Mas a fama de Alcatraz se firmou nos anos em que esse rochedo em frente à baía de San Francisco, no norte da Califórnia, abrigou uma prisão federal de segurança máxima e serviu de lar forçado a alguns dos gângsteres mais temidos dos Estados Unidos.
Entre 1934 e 1963, ''A Rocha'', a alcunha que Alcatraz ganhou, foi a prisão modelo em que eram detidos criminosos considerados demasiadamente perigosos para as prisões do continente.
Alcatraz viveu a sua fuga mais célebre 50 anos atrás, em parte porque nunca mais se soube o paradeiro dos três detentos que escaparam. E também porque, depois disso, o governo americano ordenou o fechamento da penitenciária. Mas a lenda construída em torno do local seguiu se alimentando de relatos orais e de filmes de Hollywood.
Autoridades locais avaliaram que o presídio fornecia segurança suficiente para frustrar qualquer tentativa de fuga. O argumento deles é de que seria impossível sobreviver na costa por causa das fortes correntes ou das baixas temperaturas das águas.
Em 1912, ali foi erguido o, à época, maior edifício de concreto armado em todo o mundo. Mas foi o ano de 1933 que selou a fama de Alcatraz como uma prisão diferente.
Ela se converteu na ''prisão das prisões'', como a chamou a agência americana de prisões. Na prática, isso significava que o local passaria a receber a população carcerária considerada demasiadamente indisciplinada para outros centros de detenção nos Estados Unidos.
Ela também serviu como modelo para o sistema de prisão chamado de 1 x 3, com um guarda designado para cada três detentos. Esse padrão logo passaria ser empregado em outras prisões federais.
O primeiro guarda da prisão foi James Johnston, que considerava a penitenciária como um espaço de disciplina extrema, mais que um espaço de reabilitação e reinserção social dos detidos.
Sob a autoridade de Johnston, cada detido ganhou uma cela individual. A medida não se tratou de um luxo. O confinamento solitário era uma forma de evitar complôs e tentativas de fuga.
A mais severa regra em vigor, segundo relataram detentos, era ter de manter silêncio extremo. Os presidiários só podiam conversar durante os recreios dos finais de semana. E os que demonstravam uma conduta considerada inapropriada eram enviados ao chamado ''buraco'', um espaço subterrâneo em que os punidos chegavam a ficar confinados por semanas inteiras.
Detentos famosos
De acordo com agência americana de prisões, a população carcerária de Alcatraz se manteve sempre abaixo da capacidade máxima do recinto. Em média, ela abrigou entre 260 e 275 prisioneiros, representando apenas 1% do total de presos em cárceres federais. Mas foram os personagens atrás das grades que ajudaram a consolidar a lenda de Alcatraz, sobretudo figuras de destaque do crime organizado na época da Grande Depressão no país.
O mais famoso foi sem dúvida o mafioso Al Capone, líder de uma organização contrabandista com base em Chicago. Ele foi enviado ao presídio porque, segundo as autoridades americanas, sua reclusão anterior, em Atlanta, não o havia impedido de continuar comandando a máfia.
O mafioso ficou em Alcatraz por pouco mais de quatro anos, até ser diagnosticado com sífilis e transferido para outra prisão.
Outro detento que ficou conhecido é Alvin Karpowicz, apelidado como "Creepy Karpis", que liderou o ranking dos "mais procurados" do FBI nos anos 1930 e tornou-se o preso com a mais longa estadia na ilha: 25 anos e um mês.
Também passaram pelo local o gângster George "Machine Gun" Kelly Barnes e Rafael Cancel Miranda, membro do Partido Nacionalista de Puerto Rico e responsável por um ataque armado contra o Congresso americano nos anos 1950.
Fugas frustradas
Nem os mais sofisticados mecanismos de segurança da época foram suficientes para impedir que alguns detentos tentassem fugir. A administração do presídio contabilizou 14 tentativas de fuga envolvendo 36 pessoas durante mais de 30 anos. Destes, 23 foram recapturados, seis morreram baleados durante a fuga e outros dois afogados.
Cinco deles, no entanto, jamais foram reencontrados e passaram a integrar uma lista de "desaparecidos".
A primeira tentativa de fuga ocorreu ainda em 1936, só dois anos após a inauguração da penitenciária. Jow Bowers escalou o muro de segurança mas acabou sendo baleado. Em 1945, John Giles chegou a sequestrar um barco militar e chegar ao continente, mas foi detido novamente.
Os últimos a tentarem fugir foram Frank Morris, Clarence Anglin e Jogn Anglin, em 1962, e John Scott e Darl Parker, no mesmo ano. A prisão foi desativada pouco depois.
A Alcatraz de Hollywood
O filme A Rocha, de 1996, trouxe Nicholas Cage e Sean Connery como astros principais e mais uma vez destacou a prisão cuja fama e imagem foram tradicionalmente alimentadas por Hollywood ao longo do século 20.
Historiadores e documentaristas, no entanto, dizem que o retrato hollywoodiano da ilha nem sempre foi fiel à realidade.
"Alcatraz não foi a 'prisão maldita' dos Estados Unidos, como muitos filmes e livros a caracterizaram. Na verdade muitos presidiários consideravam que as condições de vida, como as celas individuais, eram superiores às de outras prisões federais no país", diz um porta-voz da agência americana de penitenciárias.
Outro filme famoso sobre a ilha é Fuga de Alcatraz, de 1979, protagonizado por Clint Eastwood e tendo como foco a última tentativa de escape do local, de Frank Morris e os irmãos Anglin.
Neste ano foi lançada também uma série de TV de nome Alcatraz, mas logo após sua primeira temporada acabou sendo cancelada.
Fora de funcionamento
Além das tentativas de fuga, outro fator contribuiu para o fechamento do presídio de segurança máxima: seus altos custos de manutenção.
Em 1963 o Departamento de Justiça americano avaliou que era necessário um investimento de US$ 5 milhões (um valor que hoje corresponderia a cerca de R$ 25,5 mihões) para reparar as estruturas danificadas pelo salitre.
Após seu fechamento oficial como presídio, no entanto, o local foi tomado por indígenas da organização "Aborígenes de todas as tribos". O objetivo era criar uma escola e um centro cultural na ilha que, segundo eles, tinha sido entregue pelo governo a chefes tribais no século 19.
O projeto encontrou muitas dificuldades e não teve continuidade.
Atualmente a ilha de Alcatraz é um dos pontos mais visitados de São Francisco, com cerca de 1,3 milhão de turistas por ano, e serve também de ponto de partida para uma competição anual de triatlo, "Fuga de Alcatraz", em que centenas de atletas provam que, com treinamento e equipamento apropriados, é possível sair da ilha e chegar são e salvo à terra firme.
*Com informações de reportagens de Gabriela Pomeroy, da BBC News, e Valeria Perasso, da BBC Mundo
8 dos lugares mais coloridos do mundo
O que aconteceria se todos os moradores de um local se reunissem para pintar suas casas de cores chamativas, pois estes lugares existem – e a BBC selecionou alguns deles. BBC - A rua Aldama em San Miguel de Allende, na região central do México, foi indicada pela revista Architectural Digest como uma das mais belas do mundo
BBC - Getty Images
Como fazer esta seleção?
De bairros a povoados ou grandes cidades, existem tantos lugares pintados com belas cores espalhados pelo mundo que é um prazer mostrar alguns deles. Mas excluir outros traz um certo mal-estar.
Um destes locais irresistíveis está no alto desta reportagem: San Miguel de Allende, na região central do México.
Seu nome sintetiza sua história. A cidade foi o primeiro assentamento da Coroa espanhola no que hoje é o Estado mexicano de Guanajuato. Ela recebeu o nome do seu fundador, o monge franciscano Juan de San Miguel.
O nome Allende foi acrescentado em 1826, em homenagem a Ignacio Allende (1769-1811), herói da revolução contra a Espanha, nascido na cidade.
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Suas igrejas e inúmeras construções coloniais transformaram San Miguel de Allende em monumento histórico nacional do México. E, em 2008, a Unesco declarou a cidade como Patrimônio da Humanidade.
A revista Condé Nast Traveler já declarou San Miguel de Allende como a "Melhor Cidade Pequena do Mundo", em diversas ocasiões.
Mas, para nós, a questão são suas cores. No centro histórico, é quase impossível olhar para algum lado sem encontrar uma paleta vibrante e maravilhosa.
Fachadas pintadas predominantemente em tons quentes e terrosos, como vermelho, rosa, amarelo, laranja e terracota, adornam suas ruas e praças pavimentadas com pedras.
BBC - Detalhe de San Miguel de Allende, no México
BBC - Getty Images
Aqui estão outros locais espalhados pelo mundo, conhecidos pelas cores vibrantes das suas construções.
Guatapé, Colômbia
BBC - Os moradores de Guatapé coloriram a cidade e desenham sua história nas paredes
BBC - Getty Images
Com suas ruas serpenteantes e suas casas pintadas em tons alegres e padrões caleidoscópios, Guatapé é um lugar encantador. Tanto é verdade que a cidade foi um dos locais da Colômbia que inspiraram os desenhistas da Disney para criar a estética da animação Encanto (2021).
Situada nos Andes Ocidentais colombianos, seu nome significa "pedra elevada", em quéchua. Trata-se de uma referência à Pedra do Peñol, um monólito de 220 metros que se eleva nas proximidades.
Desde o início do século 20, seus moradores decidiram não só deixar a cidade repleta de cores, mas também contar a sua história, representar sua cultura e mostrar sua natureza.
Por isso, a base das fachadas das casas foi preenchida com ilustrações de animais, flores, frutas, paisagens e cenas cotidianas.
BBC - Pinturas e artefatos coloridos ao longo de uma escada em Guatapé, na Colômbia
BBC - Getty Images
Valparaíso, Chile
BBC - Em Valparaíso, as cores tomaram conta da cidade
BBC - Getty Images
Conhecida como a Joia do Pacífico, Valparaíso, no litoral do Chile, é uma cidade portuária que se desvanece no intenso mar azul.
Seu centro histórico, com ruas pavimentadas com pedras e casas pintadas de cores vivas, foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2003. Mas as cores adornam toda a cidade, incluindo seus 45 morros.
Para percorrê-la, é preciso subir e descer as encostas, muitas vezes cobertas pela imaginação caprichosa de inúmeros artistas de rua.
Mais do que um lugar repleto de grafites, costuma-se dizer que Valparaíso é uma ampla galeria ao livre, com obras de arte que refletem a cultura chilena em um arco-íris de inúmeras cores.
A arte conquistou aos poucos a cidade e seus habitantes. No início, os moradores apagavam as obras das paredes e os artistas voltavam a pintar.
Mas, com o passar do tempo, as criações começaram a ser valorizadas. Os donos das telas de concreto começaram a oferecer suas paredes e até pagar aos artistas mais destacados pela decoração.
BBC - Escadas usadas como telas pelos artistas em Valparaíso, no Chile
BBC - Getty Images
La Boca, Buenos Aires, Argentina
BBC - Escadas usadas como telas pelos artistas em Valparaíso, no Chile
BBC - Getty Images
A história da Boca começou a ser escrita com a fundação da capital argentina, Buenos Aires, em 1536.
A região recebeu este nome porque fica no local onde o rio Riachuelo desemboca no rio da Prata, formando um porto natural.
Mas o capítulo das cores chegou no final do século 19, quando inúmeros imigrantes, em sua maioria de Gênova, na Itália, ali desembarcaram ao chegarem à Argentina.
Muitos deles se assentaram na região, construindo suas casas com a madeira e as chapas metálicas que tinham à mão. As moradias abrigavam muitas famílias e começaram a ser chamadas de conventillos (o equivalente a "cortiços", em espanhol).
Conta-se que a explosão de cores que caracteriza este famoso bairro da capital argentina não foi intencional.
Sem muito dinheiro para decorar suas casas, os recém-chegados aproveitavam qualquer resto de tinta dos navios que chegavam ao porto.
Suas cores variadas e chamativas deram ao lugar uma marca muito particular que caiu no gosto das pessoas. Por isso, a ideia se mantém até hoje.
Kinsale, Irlanda
BBC - Kinsale, na Irlanda, parece uma cidade cenográfica
BBC - Getty Images
No condado de Cork, no sul da Irlanda, existe um lugar com um toque de fantasia.
Kinsale é uma pequena cidade litorânea com menos de 6 mil habitantes. Ela inclui ruínas históricas e excelentes restaurantes.
Mas o que mais chama a atenção no local, competindo com o azul do mar e o verde exuberante dos campos à sua volta, é sua rede de estreitas ruas medievais, rodeada de casas e lojas pintadas com as cores mais brilhantes.
Cestas e vasos de flores completam o lugar, que parece o cenário de um alegre conto de fadas.
BBC - As cores vibrantes das casas formam um belo contraste com o céu nublado de Kinsale.
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Ilha de Burano, Itália
BBC - Burano é famosa pelos seus bordados e pelas cores das suas casas
BBC - Getty Images
Burano é composta por quatro ilhas menores, separadas por três canais e unidas por diversas pontes. Ela fica na lagoa de Veneza, na Itália.
Em comparação com a atmosfera melancólica da vizinha cidade de Veneza, Burano é um carnaval permanente. Suas casas resplandecem com suas cores intensas.
Seguindo um costume de décadas, seus moradores renovam a pintura a cada dois anos, para manter seus tons vibrantes.
Cada residência precisa ter uma cor diferente das vizinhas. Se alguém quiser pintar sua casa do mesmo tom ou mudar de cor, deve obter primeiramente a aprovação da prefeitura local.
E, a mais de 700 km dali, fica outro lugar na mesma sintonia.
BBC - Casas tradicionais espetaculares enfeitam as margens do rio Lauch na Pequena Veneza, na França
BBC - Getty Images
Conhecida como Petite Venise (a Pequena Veneza da França), o canal do rio Lauch na cidade de Colmar é um tesouro medieval da região francesa da Alsácia, perto da fronteira com a Alemanha.
As intrincadas estruturas de madeira típicas da arquitetura da região se destacam pelas suas cores... muitas cores!
As casas e as pontes também são adornadas com flores e plantas de cores vibrantes.
Bo-Kaap, Cidade do Cabo, África do Sul
BBC - A região de Bo-Kaap já foi conhecida como o bairro malaio da Cidade do Cabo
BBC - Getty Images
Bo-Kaap é um dos bairros residenciais mais antigos da Cidade do Cabo, na África do Sul. Ele data de meados do século 18, quando as tribos aborígenes da cidade resistiram à escravidão holandesa.
Os colonos se viram obrigados a trazer pessoas escravizadas da Malásia e da Indonésia. Elas eram alojadas em casas alugadas em Bo-Kaap, fazendo com que o local ficasse conhecido como Bairro Malaio.
Originalmente, todas as fachadas das moradias eram brancas. Mas, depois da abolição da escravatura no país, em 1834, os antigos escravizados passaram a ser proprietários.
Eles pintaram as casas com tintas coloridas, em tons pastéis e brilhantes, para expressar sua libertação e independência.
BBC - As cores da libertação
BBC - Getty Images
Kampung Pelangi, Indonésia
BBC - Uma camada de tinta embeleza uma região marginalizada
BBC - Getty Images
Kampung Pelangi, na Indonésia, também é conhecida como Aldeia Arco-Íris. Ela fica ao sul da cidade de Semarang, no centro da ilha de Java.
Antes, a aldeia se chamava Gunung Brintik. Era um bairro marginalizado e desorganizado, com cerca de 325 casas com descuidadas paredes vermelhas, onde cresciam plantas silvestres.
Mas, em 2017, o local mudou de nome e de aparência.
Isso foi possível graças a um projeto criado após o término do plano de melhoria de um mercado de flores em frente à aldeia.
As autoridades esperavam que o local se transformasse em um novo destino turístico. Mas elas perceberam que a aldeia não estava à altura do mercado.
Por isso, o governo indonésio sugeriu aos moradores pintar suas ruas e casas precárias com tintas coloridas.
Com isso, aquele povoado anônimo passou a marcar presença nas redes sociais da Indonésia e de outros países.
De diamantes e óvnis a águas cristalinas e cavernas: conheça histórias e belezas da Chapada Diamantina, na Bahia
O Globo Repórter desta sexta-feira (2) percorreu a região que fica no interior baiano e abrange centenas de municípios. Edição de 02//05/2025
A Chapada Diamantina, na Bahia, é um lugar de intensa transformação geológica e histórica. Suas montanhas rochosas, que já estiveram no fundo do mar, são testemunhas de megaterremotos e vulcões ativos de uma época em que a raça humana ainda não existia.
O Globo Repórter desta sexta-feira (2) mostrou belezas naturais e histórias fascinantes dessa região. Saiba mais abaixo.
Do garimpo à preservação natural
Cachoeira do Mosquito: Globo Repórter percorre lugares da Chapada Diamantina, na Bahia
A expedição começou pela Cachoeira do Mosquito, nomeada garimpeiros devido aos diamantes do tamanho de mosquitos encontrados na região.
"Não tem uma pedra daqui até Mucugê, que o garimpeiro não revirou, mudou de lugar. Era um trabalho monumental de alteração da natureza", afirma Roy Funch, ambientalista e fundador do Parque Nacional da Chapada Diamantina.
Roy é um biólogo americano e vive em Lençóis, a cidade mais visitada da Chapada. Ele chegou na região nos anos 70 em busca de uma aventura tropical, se apaixonou pelo lugar à primeira vista. Nos anos 80, ele foi fundamental na criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina, que hoje conta com centenas de trilhas, cachoeiras e montanhas exuberantes (veja no vídeo acima).
Parque Nacional da Chapada Diamantina conta com trilhas, cachoeiras e montanhas exuberantes
Roy começou como guia por acaso, levando turistas pelas trilhas da Chapada. A partir daí, iniciou-se uma nova visão da serra, voltada para a preservação e interesse na natureza.
“Quando os primeiros turistas chegavam, iam no balcão e falavam: 'arranja um guia para a gente. E o rapaz falava: 'vai falar com o americano, Ele gosta de andar na serra'. Eu saía com os turistas, a meninada da cidade seguia a gente para ver e perguntavam: 'o que é isso? o que está acontecendo?', aí eu explicava e, no final, o turista falava: 'gostei, que lugar bonito e toma o dinheiro'", relata Roy.
Turismo sustentável
Moradores falam sobre turismo na Chapada Diamantina, na Bahia
A exploração do solo em busca de diamantes deixou a chapada em situação decadente. Um novo caminho começou a ser trilhado a partir dos anos 70: o turismo, que cresceu de forma lenta e orgânica, impulsionado pelos próprios moradores.
Chiquinho, morador de Igatu, encontrou no turismo uma nova oportunidade. Ele se tornou guia e abriu um restaurante com a ex-esposa na Chapada.
“Para mim, o maior tesouro de Igatu hoje é o turismo”, afirma.
Objetos misteriosos no céu?
Morador afirma ter vistos extraterrestes no céu de Igatu, na Chapada Diamantina
Além das belezas, o avistamento de objetos não identificados no céu de Igatu, também acabou atraindo turistas. O morador e guia de turismo da região, Chiquinho, afirma já ter visto seres extraterrestres tantas vezes que até perdeu as contas.
Chiquinho: Ah, eu já vi várias vezes, eu não tenho nem ideia da quantidade.
Repórter: Já viu de perto? Como é que foi?
Chiquinho: De perto, de pertinho assim, igual eu estou olhando para você, eles olhando para mim. A mesma coisa.
Repórter: E o senhor não teve medo?
Chiquinho: Medo para quê, moça? Eles não fazem nada a ninguém, não.
O Globo Repórter acompanhou Chiquinho na observação do céu, no alto da serra, e algumas luzes apareceram, o que para ele, não causou nenhum espanto (veja no vídeo acima).
Serra do Sincorá
Serra do Sincorá, na Chapada Diamantina
Reprodução/TV Globo
A Serra do Sincorá, parte da vasta cordilheira da Serra do Espinhaço, atravessa Minas Gerais e Bahia, servindo como uma barreira natural para nuvens e ventos que vêm do mar. Esse santuário natural abrange três biomas brasileiros: Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga.
Gruta da Pratinha
Gruta da Pratinha: conheça beleza natural com águas cristalinas na Chapada Diamantina
A Fazenda Pratinha, com suas águas cristalinas e cavernas, é um convite ao mergulho e à aventura. O local abriga a gruta da Pratinha, que dispõe de uma rica biodiversidade marinha e é um dos pontos turísticos mais impressionantes da Chapada.
Repórter mergulha na Gruta da Pratinha
Reprodução/TV Globo
O Mosteiro de Jequitibá
Globo Repórter conhece o Mosteiro de Jequitibá; VÍDEO
O Mosteiro de Jequitibá, da ordem cisterciense, oferece um refúgio de paz e silêncio. Os monges vivem na humildade, obediência e trabalho simples, seguindo os ensinamentos de São Bento.
Mosteiro de Jequitibá
Reprodução/TV Globo
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Brasil tem um hotel entre os 25 melhores do mundo; veja lista completa da TripAdvisor
O Ritta Höppner, em Gramado (RS), foi o único a figurar na lista feita com base em avaliações positivas dos viajantes. 1º lugar ficou com hotel mexicano. Hotel Ritta Höppner, Gramado (RS)
TRIPADVISOR
O Brasil conquistou o 14º lugar na lista dos 25 Melhores Hotéis do Mundo, que é feito com base em avaliações de viajantes na plataforma TripAdvisor.
O único nacional a entrar no ranking foi o Hotel Ritta Höppner, em Gramado (RS). Fundado em 1958, o estabelecimento tem uma atmosfera de vilarejo, decoração de inspiração europeia e capela para casamentos.
Hotel Ritta Höppner, Gramado (RS)
TRIPADVISOR
O Hotel Secrets Akumal Riviera Maya, em Akumal (México), ficou no topo da lista. Com acesso direto à praia, o Secrets oferece atividades de mergulho e degustações de tequila.
O prêmio da TripAdvisor é concedido aos hotéis que recebem um grande volume de avaliações e opiniões positivas em um período de 12 meses.
Veja abaixo o ranking completo dos 25 melhores hotéis.
1. Secrets Akumal Riviera Maya, Akumal, México
Secrets Akumal Riviera Maya, Akumal, México
TRIPADVISOR
2. Grandvrio Ocean Resort Danang, Dien Ban, Vietnã
Grandvrio Ocean Resort Danang, Dien Ban, Vietnã
Grandvrio Ocean Resort Danang
3. Gokulam Grand Turtle on the Beach, Kovalam, Índia
Gokulam Grand Turtle on the Beach, Kovalam, Índia
TRIPADVISOR
4. Romance Istambul Hotel, Istambul, Turquia
Romance Istanbul Hotel
Romance Istanbul Hotel
5. Bucuti & Tara Beach Resort Aruba, Eagle Beach, Aruba
Bucuti & Tara Beach Resort Aruba
Bucuti & Tara Beach Resort Aruba
6. St. Ermin's Hotel, Autograph Collection, Londres, Reino Unido;
7. Hyatt Zilara Cap Cana, Cap Cana, República Dominicana;
8. French Quarter Inn, Charleston, Estados Unidos;
9. Chandys Windy Woods, Chithirapuram, Índia;
10. Siyam World Maldives, Dhigurah, Maldivas;
11. Secrets Maroma Beach Riviera Cancun, Playa Maroma, México;
12. La Siesta Classic Ma May Hotel, Hanói, Vietnã
13. Hotel Moments Budapest, Budapeste, Hungria;
14. Hotel Ritta Höppner - Gramado (RS), Brasil
15. The Kayon Jungle Resort, Jacarta, Indonésia;
16. Hotel Vision Budapest, Budapeste, Hungria;
17. Ashley Tanah Abang, Jacarta, Indonésia;
18. Sani Beach, Sani, Grécia;
19. Steigenberger Coraya Beach, Marsa Alam, Egito;
20. Emerald Faarufushi Resort & Spa, Faarufushi, Maldivas
21. Jaya House River Park, Siem Reap, Camboja;
22. Dinarobin Beachcomber, Case Noyale, Ilhas Maurício;
23. Iberotel Makadi Beach, Makadi Bay, Egito;
24. Le Méridien Ile Maurice, Ilhas Maurício;
25. Hotel The Cliff Bay, Madeira, Portugal.
Barraco no avião: entenda quando o passageiro pode ser expulso do voo
Agressor pode ser obrigado a desembarcar e ser banido da companhia aérea por um ano, segundo a legislação brasileira. Confusão em avião termina com expulsos de voo em Guarulhos
Dois passageiros foram expulsos de um voo com destino a Nova York após causarem uma confusão a bordo na última quinta-feira (24).
Segundo relatos, uma mulher brasileira se irritou com o atraso na decolagem do avião que partia do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (GRU) e, ao tentar entrar na cabine para questionar os pilotos, iniciou um tumulto. Veja no vídeo acima.
Esse foi mais um caso recente de conflitos que ocorreram durante voos no país. Em dezembro de 2024, o vídeo de uma mulher sendo filmada em um avião da Gol por não ceder seu lugar a uma criança que estava chorando viralizou nas redes sociais.
Outro caso aconteceu em julho de 2022, quando um voo da companhia Delta Air Lines que ia de São Paulo para Nova York teve que fazer um pouso não programado após um passageiro agredir uma comissária e outra pessoa a bordo.
Mas quais as possíveis consequências dos barracos dentro de voos? O agressor pode ser obrigado a desembarcar e até ser banido da companhia aérea por um ano. Entenda a seguir.
O que diz a legislação brasileira
Desde 2022, está em vigor a Lei 14.368, conhecida como a Lei do Voo Simples, que altera o Código Brasileiro de Aeronáutica e busca regulamentar as punições para passageiros indisciplinados.
Veja penalidades previstas:
o passageiro pode ser proibido de comprar passagens na companhia aérea por 12 meses, caso tenha cometido um ato considerado gravíssimo;
quando a ocorrência acontecer antes do embarque, o passageiro pode ser impedido de entrar no avião;
o piloto pode decidir desembarcar o passageiro - mesmo que isso signifique pousar o avião em um aeroporto mais próximo - e acionar a Polícia Federal;
a companhia aérea e os demais passageiros também podem solicitar indenização em caso de prejuízos gerados por atraso de voo, desvio de rota e pouso não planejado, por exemplo;
na esfera criminal, os passageiros que causaram o tumulto podem ser enquadrados no artigo 261, de atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo, mas isso só acontece em casos de terrorismo, como a tomada do avião, explica Nicole Villa, advogada especialista em aviação na Di Ciero Advogados.
As decisões de procedimentos durante o voo são tomadas pelo piloto, considerado o responsável pela segurança do voo e autoridade máxima pelo Código Brasileiro de Aeronáutica.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) categoriza a gravidade do comportamento de passageiros indisciplinados da seguinte maneira:
Categoria 1: o comportamento afeta a segurança, higiene ou a boa ordem nos processos de check-in e embarque ou gera transtornos menores a bordo do avião, mas que podem ser controlados por um funcionário. Não há intervenção da polícia;
Categoria 2: afeta a segurança, higiene ou a boa ordem nos processos de check-in e embarque. Segundo a Abear, a atitude é considerada “desafiante”. Requer apoio do supervisor de aeroporto ou de segurança para conter o passageiro. No avião, ele não acata as instruções.
Categoria 3: afeta consideravelmente a segurança, higiene ou a ordem de outros passageiros. O comportamento é agressivo, incluindo agressão física ou ameaças.
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Vaticano tem guarda de mais de 500 anos e nenhum pet: veja curiosidades sobre a cidade-estado casa do papa
Estado tem a menor população do planeta e 30% dos cidadãos vaticanos residem em outros países. Vaticano
Foto de Kelly
Além de ser a casa dos papas e sede da Igreja Católica, o Vaticano conta com diversas curiosidades históricas, geográficas e culturais. Confira algumas a seguir.
É o menor país do mundo - em extensão e população
O Vaticano é o menor Estado independente do planeta, tanto em extensão territorial quanto em número de habitantes, segundo dados da própria cidade-Estado.
Com apenas 44 hectares, mais de 400 mil metros quadrados, o território abriga 673 cidadãos com nacionalidade vaticana, dos quais 458 vivem dentro dos muros que delimitam parcialmente a área.
Um dado curioso é que cerca de 30% dos cidadãos vaticanos residem em outros países, em geral, por ocuparem cargos diplomáticos vinculados à Santa Sé, órgão central da Igreja Católica.
Ao todo, incluindo não cidadãos, o Vaticano tem 882 moradores.
Outra informação curiosa sobre a cidade-estado é que por lá não há animais de estimação.
É independente há menos de 100 anos
Menina ergue uma bandeira do Vaticano
Gabriel Bouys/AFP
O Vaticano se tornou oficialmente uma cidade-estado independente em 11 de fevereiro de 1929, com a assinatura do Tratado de Latrão. Firmado entre a Santa Sé e o governo italiano, o acordo reconheceu a plena soberania do Vaticano no direito internacional.
O objetivo era assegurar à Igreja Católica “independência absoluta e visível”, e garantir sua “soberania indiscutível também no cenário internacional”, conforme o site da cidade-estado.
Desde então, o Vaticano possui uma bandeira nacional. A bandeira é um estandarte bicolor em amarelo e branco, com as chaves cruzadas de São Pedro e a Tiara papal ao centro (veja na foto acima).
Próximo a um cemitério
A história do Vaticano remonta à Roma Antiga, quando a palavra "Vaticano" se referia a uma área pantanosa na margem direita do Rio Tibre, em Roma.
Na época, a área fora da cidade começou a ser urbanizada com vilas, incluindo os jardins de Agripina, mãe de Calígula, e um grande cemitério ao longo das principais vias, conhecido como necrópole.
Ao longo de uma estrada secundária, está o local de sepultamento de São Pedro, onde o imperador Constantino construiu uma grande basílica entre 324 e 326, substituída pela atual, erguida nos séculos XVI e XVII.
Basílica de São Pedro, Vaticano
Foto de C1 Superstar
A proximidade do túmulo de Pedro tornou o local como um dos mais importantes centros de peregrinação cristã ao longo de dois milênios.
Tem uma guarda de mais de 500 anos
A segurança do Papa e a proteção das entradas do Vaticano são responsabilidades da Pontifícia Guarda Suíça há mais de meio século.
Ela foi criada em 1506 pelo papa Júlio II, que contratou mercenários suíços, reconhecidos na época por suas habilidades.
A corporação também é conhecida por seu visual marcante. Os uniformes cerimoniais, com listras verticais vermelhas, azuis e amarelas (veja na foto abaixo), foram desenhados no início do século 20 por Jules Repond, então comandante da guarda.
Repond se inspirou nas obras do pintor renascentista Rafael Sanzio para criar o traje, cujas cores remetem à Casa de Médici — influente família italiana à qual pertenceu o papa Clemente VII.
Guarda Suíça Pontifícia
Foto de Daria Agafonova
Atualmente, 120 membros da Guarda residem dentro dos muros do menor Estado do mundo.
Saiba mais sobre a Guarda Suíça, que escolta papas há mais de 500 anos
Reconhecido como Patrimônio da Humanidade
Fila de fiéis para prestar homenagem ao papa Francisco na Basílica de São Pedro, no Vaticano
Reuters/Guglielmo Mangiapane
Declarado Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 1984, o Vaticano é reconhecido por sua importância histórica, artística e espiritual.
Considerado uma criação exemplar das artes renascentista e barroca, o pequeno Estado abriga uma das maiores concentrações de obras-primas do mundo.
Entre seus tesouros estão a Biblioteca Apostólica Vaticana — a primeira da Europa aberta ao público — com manuscritos, livros raros, moedas e gravuras; os Museus Vaticanos, que guardam coleções inestimáveis, como a Capela Sistina, com os célebres afrescos de Michelangelo; e a imponente Basílica de São Pedro, o maior templo religioso do planeta.
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Duas jovens alemãs foram detidas e deportadas dos Estados Unidos em março, após não apresentarem comprovantes de hospedagem às autoridades de imigração. O caso ocorre em meio ao endurecimento das políticas migratórias promovidas pelo governo Trump. Charlotte Pohl, de 19 anos , e Maria Lepère, de 18 anos, foram detidas e deportadas dos EUA.
Reprodução/YouTube
Duas jovens alemãs — Charlotte Pohl, de 19 anos, e Maria Lepère, de 18 anos — foram barradas e deportadas dos Estados Unidos, em março, após não mostrarem comprovantes de hospedagem às autoridades de imigração.
Esse caso não é isolado e acontece em meio a um endurecimento do combate à imigração ilegal, promovido por Donald Trump, presidente do país desde janeiro.
Casos semelhantes têm se multiplicado. No mesmo mês, um cientista francês foi detido e impedido de entrar no país. Ao longo deste ano, outros três turistas alemães e um britânico também foram retidos na fronteira.
A situação levou governos europeus, como os da Alemanha e do Reino Unido, a emitirem alertas aos seus cidadãos sobre as dificuldades de entrada nos Estados Unidos.
Com o aumento das restrições, crescem também as dúvidas de turistas brasileiros sobre o processo de entrada no país e os cuidados necessários para evitar contratempos com a imigração. A seguir, veja respostas para algumas dessas questões.
Quem precisa tirar visto de turismo para entrar os EUA?
Todos os brasileiros que não têm nacionalidade americana e querem visitar os Estados Unidos a turismo são obrigados a tirar um visto com esse propósito.
Essa autorização permite uma estadia de até 6 meses e é renovável por até 10 anos, segundo Renata Castro, advogada especializada em imigração.
Ela destaca que o mesmo visto também pode ser usado por quem quer visitar os EUA por períodos curtos com outros objetivos, como: tratamentos médicos, eventos sociais e estudos não acadêmicos.
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Mesmo com visto de turismo, posso ser barrado nos EUA?
Sim. O visto de turismo não garante a entrada no país, segundo o site do Departamento de Estado dos EUA.
"Os agentes do Departamento de Segurança Nacional e do Controle de Fronteira (CBP, em inglês) têm a autoridade para negar a entrada de pessoas no país", destaca o site oficial do órgão.
Nesse sentido, Renata explica que o visto é um 'benefício', não um direito.
"O governo dos EUA sempre pode negar a entrada de um estrangeiro no país", explica a especialista. "Você pode cumprir todos os critérios, ter o visto aprovado e, ainda assim, ser barrado na imigração".
Ela destaca, inclusive, que os agentes da fronteira não precisam dar justificativas específicas para barrar turistas. "Eles costumam citar motivos genéricos, como proteção nacional", exemplifica.
Quais documentos devo ter em mãos no controle de fronteira?
Um dos principais motivos pelos quais agentes da imigração barram a entrada de estrangeiros com visto de turismo nos EUA é a suspeita de que a pessoa quer se fixar no país por mais tempo do que a autorização permite.
Por isso, uma dica para evitar problemas na imigração, é ter sempre em mãos documentos que provem que a estadia será curta, orienta a advogada especializada em imigração. Confira os principais:
comprovante de passagens de volta;
reserva e extratos da estadia;
comprovantes do tratamento médico que será realizado e dos recursos necessários para pagar por ele (quando for o caso);
passaporte válido por pelo menos 6 meses (não precisa ser o mesmo que recebeu o visto).
➡️Dica extra: sempre leve esses comprovantes impressos para não depender do funcionamento ou da bateria do celular.
O que o agente de imigração pode perguntar?
Não há como saber ao certo o que os funcionários que controlam a entrada de estrangeiros nos EUA vão perguntar. Eles podem não questionar nada ou perguntar, por exemplo, o motivo da visita ao país, segundo a especialista.
Nesse caso, o importante é que o visitante mencione os mesmos objetivos de viagem citados ao solicitar o visto para não haver inconsistências, orienta Renata.
"Se você falou que ia fazer uma viagem de férias durante o processo de solicitação do visto, responda a mesma coisa para o agente da fronteira", orienta. "Ele pode checar se as justificativas batem".
O agente da imigração pode inspecionar o meu celular e exigir a minha senha?
Sim. Os agentes da fronteira dos EUA podem revisar o celular, o computador, a câmera ou outros dispositivos eletrônicos do viajante, além de demandar o acesso a eles, segundo o site do governo americano.
"A recusa pode significar a não entrada no país", alerta Renata. "O mesmo acontece se a pessoa se negar a responder às perguntas".
Ela explica que os agentes costumam buscar no celular dos viajantes evidências de crimes ou da intenção de residir no país. Por exemplo, conversas com possíveis empregadores nos EUA ou posts em redes sociais perguntando sobre como é trabalhar em determinada área no país.
"Eles costumam ler mensagens de WhatsApp", conta a especialista.
O que acontece se eu for barrado na imigração dos EUA?
Nesses casos, a pessoa pode ser incluída no próximo voo disponível de volta ao seu país de residência, segundo Renata.
Ela explica que, até o momento de embarcar, a pessoa fica esperando na famosa "salinha da imigração", uma área restrita do aeroporto, sem acesso às partes públicas.
"Ela não tem muito como contestar algo", destaca. Não tem nenhuma lei que obrigue o governo a permitir a entrada de turistas no país".
A especialista explica também que a possibilidade de ligar para familiares, por exemplo, fica a critério dos oficiais de fronteira. “Não existe um direito nesse sentido”, justifica.
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'Tivemos que ficar nuas na frente das policiais': mochileiras alemãs são detidas e deportadas dos EUA
Detenção aconteceu após as jovens, de 18 e 19 anos, não mostrarem reserva de estadia. Elas foram acusadas de terem a intenção de trabalhar no país — o que negam. Charlotte Pohl, de 19 anos , e Maria Lepère, de 18.
Reprodução/YouTube
O mochilão de duas jovens alemãs pelo Pacífico terminou abruptamente no Havaí com detenção e deportação, após elas não mostrarem reserva de alojamento. Outros casos já levaram Berlim, capital da Alemanha, a emitir alerta sobre viagens aos EUA.
Charlotte Pohl e Maria Lepère, de 19 e 18 anos, respectivamente, chegaram à capital do estado americano do Havaí, Honolulu, em 19 de março, sem reservas de hotel para uma estada planejada de cinco semanas.
Elas tinham sido aprovadas pelo Sistema Eletrônico de Autorização de Viagem (Esta), o qual, no entanto, não garante a entrada no país.
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O Esta é necessário para cidadãos de países como a Alemanha, que podem entrar nos EUA por até 90 dias sem visto. Não é o caso dos brasileiros sem nacionalidade americana, que sempre precisam de visto para entrar a turismo no país.
Antes de seguir para os EUA, as duas mochileiras naturais de Rostock, no Leste alemão, haviam passado cinco semanas na Tailândia e outras tantas na Nova Zelândia, sem grandes planejamentos nem reservas, e pretendiam completar seu trajeto também "espontaneamente" na ilha americana.
Pohl e Lepère tinham uma certa noção "do que está rolando nos EUA" — ou seja, do endurecimento das normas de imigração imposto pelo governo de Donald Trump —, mas não acharam que fosse afetar também cidadãs alemãs: "Isso foi talvez muito ingênuo", comenta Lepère.
Na versão da agência americana de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP), contudo, ambas tinham a intenção de exercer trabalhos não permitidos por seus vistos. As jovens negaram isso à imprensa alemã.
"Estas viajantes tiveram o ingresso negado após tentarem entrar nos EUA sob alegações falsas. Uma usou um visto de visitante, a outra o Programa de Isenção de Vistos (VWP)", declarou a comissária assistente da CBP Hilton Beckham.
"Ambas alegaram estarem viajando pela Califórnia, porém mais tarde admitiram que pretendiam trabalhar — algo estritamente proibido sob as leis de imigração americanas para esses vistos".
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'Eles distorceram o que a gente disse'
Após a detenção, elas foram algemadas e receberam uniformes verdes de prisioneiras, a fim de passar a noite numa central de deportação no Havaí, segundo o jornal alemão Kölner Stadt-Anzeiger.
No dia seguinte, elas foram deportadas com a Hawaiian Airlines para Tóquio, onde receberam seus passaportes de volta.
"Naquele momento, não sabíamos que era uma prisão", conta Pohl. "Fomos examinadas com detectores de metal, nosso corpo todo foi escaneado, tivemos que ficar nuas na frente das policiais e ser revistadas."
Entre suas companheiras de cárcere estavam autoras de crimes graves, até mesmo uma assassina presa há 18 anos.
Após uma noite numa cela dupla minúscula, com um colchão mofado e um buraco como sanitário, a viagem desde a capital do Japão até Rostock, via Catar e Frankfurt, durou três dias.
Dos documentos de viagem que lhes foram entregues, constavam as atas do interrogatório em Honolulu, e “lá estavam frases que a gente nunca disse”, acusa Pohl:
"Eles distorceram as nossas palavras, como se a gente tivesse admitido que queria trabalhar ilegalmente nos EUA".
Citado pelo jornal Ostsee Zeitung em 10 de abril, o Ministério alemão do Exterior confirmou que o caso era do seu conhecimento.
"Logo após o comunicado, nosso cônsul honorário em Honolulu e nosso consulado geral em San Francisco assumiram o apoio consular". No entanto, o órgão concluiu que a decisão final coube às autoridades americanas.
A experiência não parece ter abatido a vontade das duas jovens de partir para o próximo “mochilão” transatlântico. Ainda em abril, elas visitam o México, seguindo então para cinco semanas em Costa Rica, onde trabalharão num campo de surfistas.
"Isso a gente não vai deixar eles tirarem de nós", garante Lepère.
Alemães barrados
Em março, a Alemanha atualizou suas recomendações de viagens para os Estados Unidos para alertar seus cidadãos que um visto ou isenção de visto de entrada não garante o acesso ao país.
Isso aconteceu após Washington reforçar os controles como parte do endurecimento da política migratória adotada do governo do presidente Donald Trump.
A recomendação foi emitida depois de três alemães serem barrados pelas autoridades americanas de fronteira, informou um porta-voz do Ministério alemão do Exterior.
Um dos casos envolveu uma mulher de 29 anos parada na fronteira entre os EUA e o México em janeiro. Amigos relataram que ela estava viajando com equipamento de tatuagem — que pode ter sido interpretado pelos funcionários da imigração como um sinal de que ela estava planejando trabalhar nos EUA.
Segundo os relatos, ela passou três semanas detida, incluindo nove dias em confinamento solitário.
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A Finlândia liderou o Ranking Mundial da Felicidade pelo oitavo ano consecutivo, mas os finlandeses acreditam que essa palavra não é a mais precisa para descrever seu estado de espírito.
Embora o conceito de felicidade na Finlândia possa ser sutil e culturalmente específico, ele está profundamente enraizado na vida cotidiana
Tim Bird/BBC
A Finlândia liderou o Ranking Mundial da Felicidade pelo oitavo ano consecutivo, mas o verdadeiro apelo para os viajantes reside nos valores profundamente vivenciados no país: equilíbrio, natureza e contentamento cotidiano.
Os finlandeses tendem a aceitar o prêmio de felicidade suprema, concedido a eles pelo Relatório Mundial da Felicidade da ONU em março de 2025, pela oitava vez consecutiva, com um encolher de ombros e um revirar de olhos coletivos.
Mas as operadoras de viagens finlandesas estão comemorando, à medida que os viajantes cada vez mais conectam a Finlândia à felicidade, na esperança de vir e experimentar pessoalmente essa versão finlandesa de felicidade.
No entanto, não espere ser recebido com gargalhadas e gracejos alegres ao pousar no aeroporto de Helsinque ou desembarcar de uma das balsas do Báltico no porto da capital. Há alguma verdade na percepção de que a Finlândia é um país prático e pé no chão.
Em geral, os finlandeses se sentem lisonjeados – até mesmo felizes – por serem honrados pelas conclusões do relatório, mas, embora as aceitem graciosamente, sentem que "felicidade" não é a palavra certa.
Em vez disso, "contentamento", "realização" ou "satisfação com a vida" são amplamente considerados termos mais apropriados. Como o presidente finlandês Alexander Stubb postou recentemente no Facebook: "Ninguém consegue ser feliz o tempo todo, e às vezes as circunstâncias dificultam isso. Mas acertar no básico – segurança, liberdade e igualdade – é um bom começo."
Mas, embora o conceito de felicidade na Finlândia possa ser sutil e culturalmente específico, ele está profundamente enraizado na vida cotidiana. Em vez de buscar o êxtase constante, a abordagem finlandesa se baseia no equilíbrio, na conexão e na satisfação silenciosa – qualidades que ressoam cada vez mais com os visitantes.
E para os viajantes, esse estado de ser não é apenas algo para observar, mas algo com que se envolver em primeira mão, abraçando a natureza, a cultura da sauna, a gastronomia, o design sustentável e o estilo de vida do país.
"Vemos a felicidade finlandesa como um resumo desses cinco elementos", diz Teemu Ahola, diretor de operações internacionais da Visit Finland, "mas não medimos nem coletamos dados para avaliar a felicidade como uma atração única em si".
Em geral, os finlandeses se sentem lisonjeados – até mesmo felizes – por serem honrados pelas conclusões do relatório, mas, embora as aceitem graciosamente, sentem que "felicidade" não é a palavra certa.
Getty Images
Para vivenciar esses aspectos tangíveis e autênticos da vida finlandesa, que sustentam sua classificação consistente de felicidade, Ahola sugere a cultura finlandesa da sauna como uma atração cada vez mais popular e globalmente mais identificável; e enfatiza que a Finlândia é um país seguro, citando o risco de encontrar renas soltas no norte da Lapônia como um dos poucos perigos potenciais para os turistas.
Enquanto isso, ele acrescenta, uma nova e confiante geração de chefs finlandeses conquistou respeito e interesse internacional pela cena culinária finlandesa.
A Finlândia abriga o restaurante com estrela Michelin mais ao norte do mundo, o Tapio, em Ruka-Kuusamo; e a região de Saimaa Lakeland foi nomeada Região Europeia de Gastronomia em 2024.
Muitos restaurantes em Helsinque celebram as riquezas comestíveis – cogumelos, frutas vermelhas, peixes e caça – que são acessíveis a todos nas infinitas florestas, arquipélagos costeiros e cursos d'água interiores do país por meio do Jokaisenoikeudet da Finlândia ou "Direito de Todos", uma lei que garante a todos a liberdade de vagar e procurar comida.
Conexão com a natureza
Helsinque, onde a maioria dos visitantes começa ou termina sua viagem, oferece um vislumbre em primeira mão dessa satisfação nacional. É uma cidade litorânea, espalhada por um belo arquipélago natural.
É fácil pegar uma bicicleta urbana em uma das dezenas de barracas espalhadas pela cidade e partir para explorar as ciclovias que margeiam o litoral ou desaparecer no Central Park, um cinturão de floresta que se estende do centro da cidade até a periferia norte.
A descarga de endorfina proporcionada por esse tipo de aventura livre e o acesso a recursos naturais abundantes estão diretamente ligados aos indicadores de felicidade da ONU, como expectativa de vida, liberdade e emoções positivas.
Essa conexão pode ser encontrada no coração da SaimaaLife, uma empresa de natureza e bem-estar na extensa região de Saimaa Lakeland, no leste da Finlândia, administrada pela especialista em saúde mental e guia Mari Ahonen.
Ahonen é uma defensora entusiasmada do equilíbrio mental que a natureza e o estilo de vida finlandeses têm a oferecer e guia seus hóspedes por shinrin-yoku (banhos de floresta), saunas tradicionais à beira de lagos, natação em águas selvagens, passeios de coleta de cogumelos e frutas vermelhas e culinária em fogueiras.
Mari Ahonen oferece passeios na floresta na região de Saimaa Lakeland, onde os hóspedes podem se conectar com a natureza
Tim Bird/BBC
"Nós, finlandeses, podemos ser modestos demais", diz ela. "Deveríamos encarar o status de Felicidade Mundial de forma positiva. Sou um exemplo vivo de quem conseguiu desenvolver um negócio com o apoio que tem sido oferecido ao meu empreendedorismo. Algumas pessoas dizem que é uma loteria ter nascido na Finlândia."
Uma loteria, isto é, na forma de satisfação e equilíbrio na vida; de viver confortavelmente e ter "o suficiente" em termos materiais. Esse teto de expectativa não deve ser confundido com falta de ambição ou desenvoltura.
Afinal, este é o berço da pioneira em comunicações móveis Nokia, da distinta marca de ferramentas e tesouras de jardinagem Fiskars e do ícone têxtil e de vestuário Marimekko.
Estóico e teimoso
A Finlândia não está imune a pressões econômicas ou controvérsias, e os invernos longos e escuros podem prejudicar a saúde mental.
A ideia finlandesa de felicidade também inclui uma dose de sisu: um conceito difícil de traduzir de resiliência, força, coragem e garra. A autora finlandesa-canadense Katja Pantzar, que escreveu extensivamente sobre essa qualidade nacional, explica que se trata de "uma mentalidade que permite que pessoas e comunidades trabalhem juntas diante dos desafios, em vez de desistir ou culpar e atacar os outros".
Ela observa que as quatro principais nações no Relatório Mundial da Felicidade são todas países nórdicos com sistemas de bem-estar social robustos, projetados para apoiar o bem coletivo.
"A felicidade é muito específica culturalmente", disse ela. "Na Finlândia, há muitos exemplos de felicidade cotidiana disponíveis e acessíveis a todos, seja na natureza – cada finlandês está, em média, a cerca de 200 metros da floresta, parque, praia ou corpo d'água natural mais próximo – saunas, bibliotecas públicas, transporte público seguro e eficiente, água potável gratuita, educação ou saúde."
A tradição finlandesa de terapia de contraste combina o calor relaxante de uma sauna com o choque estimulante da exposição ao frio
Getty Images
Pantzar também destaca as propriedades estimulantes do humor da terapia de contraste – saunas quentes seguidas de mergulhos frios – como um estimulante de humor acessível e diário.
"É incrivelmente fácil fazer isso em Helsinque, cercado pelo mar", diz ela. "Quando você não precisa viajar grandes distâncias ou pagar taxas exorbitantes para dar um mergulho rápido, é mais fácil fazer isso com mais regularidade, antes ou depois do trabalho ou no horário de almoço."
E embora alguns finlandeses permaneçam céticos em relação ao rótulo de "nação mais feliz", a maioria parece valorizar o que tem. "Não acho fácil pensar na Finlândia como o país mais feliz do mundo", diz a aposentada Juha Roiha.
"Em países mais pobres, como Tailândia e Nepal, as pessoas parecem tranquilas, apesar das dificuldades. Na Finlândia, às vezes, você pode ouvir as pessoas dizerem que seriam mais felizes em outro lugar. Mas, dentro de nós mesmos, com o que temos, somos felizes."
Revista internacional aponta Belém do Pará entre as dez melhores cidades gastronômicas do mundo
Única representante do Brasil no ranking, capital paraense foi descrita pela revista internacional Lonely Planet como 'porta de entrada para biodiversidade da Amazônia' devido aos saberes tradicionais e uso de ingredientes nativos, como tucupi, jambu, priprioca e açaí puro. Complexo do Ver-o-Peso
Agência Belém
Uma publicação que viralizou nas redes sociais apontando Belém como a 7ª melhor cidade do mundo para amantes da gastronomia.
O ranking foi publicado pela revista internacional "Lonely Planet", referência global em guias de viagem. A capital paraense foi a única cidade brasileira entre 15 selecionadas.
🥘 A "cidade das mangueiras" é a única cidade do Brasil entre os 15 destinos listados na publicação, que destaca cidades com experiências culinárias incríveis ao redor do mundo - veja abaixo:
15 cidades com as cenas gastronômicas mais irresistíveis
Ho Chi Mich City (Vietnã)
Kuala Lumpur (Malásia)
Bangkok (Tailândia)
Lucknow (Índia)
Naiper (Nova Zelândia)
Lima (Peru)
Belém (Brasil)
Palermo (Itália)
Lyon (França)
Porto (Portugal)
Tbilisi (Geórgia)
Bristol (Inglaterra)
Charleston (EUA)
Buffalo (EUA)
Marrakesh (Marrocos)
De acordo com a Lonely Planet, a culinária da cidade se destaca pelas técnicas e sabores tradicionais, na miscigenação entre portugueses, africanos e indígenas, que oferecem o mesmo tempo aprendizado e prazer aos sentidos.
A revista também destaca pontos turísticos da cidade, como o Complexo do Mercado Ver-o-Peso, além da atuação de chefs renomados, como Thiago Castanho, que ajudam a projetar a culinária paraense para o mundo.
Sabores da floresta: Chef Thiago Castanho mostra a riqueza da comida amazônica
No ranking, Belém aparece ao lado de cidades como Ho Chi Minh (Vietnã), Lima (Peru), Kuala Lumpur (Malásia) e Dakar (Senegal), o que reforça a posição como um polo de inovação e tradição culinária no Brasil.
A publicação destaca a maniçoba, uma espécie de feijoada amazônica, feita a partir de uma erva que precisa ser cozinhada por dias antes de ser servida.
Maniçoba
Agência Pará
Outro ingrediente famoso é o tucupi, muito vendido no Mercado Ver-o-Peso, ponto turístico da cidade e a maior feira a céu aberto da América Latina. O caldo ácido é extraído da mandioca em um ritual que mistura tradição e sabor.
Outro símbolo da culinária paraense é a sorveteria Cairu, reconhecida como uma das mais criativas do mundo. Os clientes podem provar sabores de frutas típicas da Amazônia, como o cupuaçu, bacuri, entre outras.
Outro destaque é a chocolatier Dona Nena, na ilha do Combu, a dez minutos de barco do centro da capital. O espaço atrai visitantes atrás de bombons artesanais, produzidos com ingredientes regionais, reforçando a riqueza e a autenticidade da gastronomia paraense.
Dona Nena recepciona os visitantes com as delícias produzidas no local.
Taymã Carneiro / g1 Pará
Belém já é considerada pela Unesco como "Cidade Criativa da Gastronomia" desde 2015. A cidade se tornou referência mundial em gastronomia, e passa a integrar uma rede de cidades que buscam desenvolvimento de maneira sustentável e de modo socialmente justo desde então.
A capital vai receber, em novembro de 2025, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), a COP 30, e espera receber mais de 50 mil pessoas para o evento.
VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará
Leia as últimas notícias do estado no g1 Pará
'Culinária italiana não existe': as polêmicas declarações do historiador Alberto Grandi
Grandi argumenta que a culinária italiana, como a conhecemos hoje, tem apenas algumas décadas. Foi nos Estados Unidos, diz Grandi, que a pizza ficou 'vermelha'
Getty Images via BBC
A gastronomia é, sem dúvida, parte integrante da cultura e da identidade do país — tanto que os italianos apreciam a pizza napolitana ou o espaguete à carbonara tanto quanto os grandes tesouros históricos e artísticos da península em forma de bota.
Não faltam histórias de disputas locais centenárias sobre qual cidade tem a melhor massa recheada, enquanto é provável que cada queijo ou charcutaria local tenha vínculos com a Renascença ou a Idade Média.
Alberto Grandi, historiador de alimentos e professor de história econômica da Universidade de Parma, vem desvendando alguns mitos da culinária italiana há anos.
Em 2018, Grandi publicou o livro Denominazione di Origine Inventata, que chegou ao Brasil no ano passado com o título As mentiras da nonna - como o marketing inventou a cozinha italiana, e logo depois lançou um podcast chamado DOI. Mas foi uma entrevista de 2023 ao Financial Times que colocou a obra de Grandi sob os holofotes, e provocou amplos debates em toda a Itália.
Grandi afirmou na entrevista que o macarrão à carbonara foi inventado na Itália logo após a Segunda Guerra Mundial, usando provisões do Exército dos EUA, como bacon e gemas de ovo em pó, contrariando a crença comum de que a receita autêntica inclui bochecha de porco e queijo pecorino romano.
Esta teoria é apoiada por outros autores, como Luca Cesari em Breve História da Massa Italiana - em dez pratos célebres, mas causou indignação em um país cada vez mais obcecado em manter a tradição da autenticidade italiana na culinária. A discussão evoluiu para uma acalorada disputa ítalo-americana sobre a origem do icônico prato.
O livro mais recente de Grandi, La Cucina Italiana Non Esiste ("A culinária italiana não existe", em tradução livre), escrito em parceria com seu coapresentador de podcast Daniele Soffiati, e publicado em abril de 2024 na Itália, gerou novas controvérsias com o título provocativo.
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Alberto Grandi escreveu o livro As mentiras da nonna - como o marketing inventou a cozinha italiana, entre outros
Alberto Grandi
A ideia de que muitas receitas e produtos adorados, como queijos e embutidos, têm centenas de anos de história, afirmam Grandi e Soffiati, é pura fantasia.
A comida está em constante mudança e evolução. Nenhum produto ou receita sempre foi como conhecemos hoje, e a maioria dos pratos tem uma história mais curta do que a maioria das pessoas imagina.
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A culinária italiana é realmente americana?
Grandi argumenta que a migração é o que fez da culinária italiana o que ela é hoje.
Milhões de pessoas deixaram a Itália nos séculos 19 e 20, emigrando para a América do Sul, América do Norte e países europeus. Elas estavam deixando para trás um país assolado pela pobreza, onde a alimentação se limitava a poucos produtos. A pelagra, uma doença causada pela falta de vitamina B3, era endêmica em várias regiões da Itália no final do século 19.
Os italianos que desembarcaram em Ellis Island, em Nova York, deixaram para trás a fome e a miséria. E foi no "novo mundo", argumenta Grandi, que os imigrantes italianos encontraram a prosperidade e os ingredientes para criar as receitas que acabaram popularizando a gastronomia italiana no mundo todo.
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Mas muitos italianos não estão familiarizados com essa história. Eles podem imaginar que suas amadas receitas nasceram na Itália, foram passadas adiante, sem alterações, de geração em geração e, por fim, exportadas para o exterior por imigrantes italianos.
"Pode parecer que o resto do mundo não sabia comer até que, de repente, os italianos chegaram", afirma Grandi.
Ele acredita que é um completo mito, popularizado pelas redes sociais, que as nonnas ensinaram os americanos a preparar comida italiana requintada e autêntica.
A pizza é o exemplo mais famoso disso. Nascida como uma comida de rua barata em Nápoles, no século 19, ela era quase sinônimo de pobreza e imundície.
A pizza é "uma crosta de massa de pão fermentada, torrada no forno, com um molho de um pouco de tudo por cima", escreveu o autor de Pinóquio, Carlo Collodi, em 1886. Ele acrescentou que a pizza tinha "um ar de imundície complexa que combinava perfeitamente com o de seu vendedor".
A pizza nasceu como uma comida de rua barata em Nápoles, no século 19
Getty Images via BBC
Foi nos EUA, diz Grandi, que a pizza se tornou "vermelha". Embora os tomates frescos estivessem entre as coberturas originais, os imigrantes italianos no país popularizaram a pizza preparada com molho de tomate, um produto que a industrialização tornou fácil o acesso e armazenamento. E foi nos EUA que as pizzarias realmente começaram a decolar.
Os acadêmicos chamam esse processo de "efeito pizza": quando um produto deixa seu local de origem, é profundamente transformado e depois retorna ao seu local de origem para ser adotado plenamente de uma forma completamente diferente.
Grandi também irritou os produtores de queijo Parmigiano-Reggiano quando argumentou que o parmesão evoluiu para melhor nas últimas décadas, e o queijo Parmigiano-Reggiano que era consumido na Itália há 100 anos ou mais — uma roda menor com casca preta — agora só é feito em Wisconsin, nos EUA.
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Tradições inventadas
A mudança na cena gastronômica italiana começou com a rápida expansão que ocorreu na Itália após a Segunda Guerra Mundial.
O boom gerou novas possibilidades para milhões de italianos. Os automóveis, os supermercados e as geladeiras permitiram que as pessoas, até então limitadas ao fornecimento diário local, pudessem ir a restaurantes, comprar novos produtos e criar novas receitas.
O tiramissu, diz Grandi, é um ótimo exemplo disso: uma sobremesa criada no fim da década de 1960, baseada em ingredientes de supermercado e possível de preparar apenas se você tiver uma geladeira.
Com os novos produtos e marcas, também chegou o marketing. "A televisão influenciou muito nossa culinária e identidade gastronômica", diz Grandi. Ele argumenta que a maioria das tradições gastronômicas da Itália foi inventada por profissionais de marketing do setor de alimentos.
O Carosello, um programa curto de televisão que foi ao ar na Itália todas as noites de 1957 a 1977, apresentava novos produtos e marcas por meio de histórias, esquetes e personagens icônicos. O Carosello forneceu a educação do consumidor sobre a qual a culinária caseira italiana foi então construída, especialmente por mães e avós.
O carbonara é outro prato controverso, com a 'receita autêntica' incluindo bochecha de porco e queijo pecorino romano — sem creme de leite
Getty Images via BBC
O livro de Grandi explica que, quando o crescimento impulsionado pela indústria começou a perder força na década de 1970, a economia da Itália se voltou para pequenas empresas, produtos de nicho e excelência local.
Surgiram milhares de marcas protegidas e produtos regionais, e os italianos apostaram com mais força no chamado "gastronacionalismo".
"A culinária não é mais parte da nossa identidade", diz Grandi, "ela é nossa identidade". Ele argumenta que, após décadas de declínio industrial e estagnação econômica, os italianos não têm fé no futuro e, por isso, "inventam o passado".
Em menos de um século, afirma o historiador, os italianos passaram de migrantes desnutridos a guardiões autoproclamados de tradições ancestrais. A obsessão pela tradição provocou a busca por receitas "verdadeiras" e formas "corretas" de consumir alimentos.
Os italianos são cada vez mais inflexíveis ao dizer que o molho à bolonhesa deve ser chamado de ragù alla bolognese, e nunca deve ser servido com espaguete. Tampouco se deve colocar frango — e muito menos abacaxi — na pizza, preparar macarrão à carbonara com creme de leite ou partir o espaguete ao meio.
"Eu sempre digo que toda vez que alguém no mundo acrescenta creme de leite ao carbonara, alguém em Roma morre", diz Grandi. "Os italianos costumavam ficar chateados quando eram definidos como 'pizza, massa, bandolim, máfia'", acrescenta. "Agora parece que somos nós, os italianos, que estamos alimentando esses estereótipos."
A reação italiana à 'blasfêmia' gastronômica
As redes sociais parecem ter contribuído para popularizar essas atitudes. O perfil "Italians mad at food" no X (antigo Twitter), lançado em 2015, mostra comentários de italianos furiosos que estão indignados e ofendidos com a forma como as pessoas de outros países escolhem consumir "sua" culinária.
O perfil vende, inclusive, camisetas com frases como "carbonara não é uma opinião" e "parta o espaguete, e parta meu coração".
Criadores de conteúdo em plataformas como TikTok e Instagram popularizaram um gênero de conteúdo em vídeo que mostra a reação dos italianos diante da "blasfêmia" gastronômica, com criadores e celebridades demonstrando vigorosamente seu desgosto e indignação — não falta drama, nem gestos com as mãos.
Perfis que mostram os italianos reagindo à 'blasfêmia' gastronômica se tornaram populares no TikTok e no Instagram
Getty Images via BBC
A popularidade destes memes está agora tão difundida que as pessoas podem pensar que todos os italianos se sentem ofendidos pela escolha do molho para o macarrão.
"A comida como entretenimento pode ser um gatilho, especialmente para os italianos", diz Aurora Cavallo, uma jovem chef italiana conhecida como Cooker Girl, com mais de 1,3 milhão de seguidores no TikTok e no Instagram.
"Para muitas pessoas no mundo, a comida não é apenas um objeto, mas algo que tem muito significado", ela acrescenta. "Pela minha experiência, os italianos podem ser mais sensíveis não apenas em relação às receitas, mas também à forma como a comida é tratada nas telas."
O fato de Grandi desconstruir de forma implacável os mitos da culinária italiana irritou muita gente nos últimos anos, mas ele é categórico ao afirmar que só quer contestar a história inventada de muitos produtos e receitas, não sua qualidade.
No entanto, como mostram as redes sociais, alguns italianos se convenceram de que os dogmas gastronômicos são mais importantes do que as inovações ou a precisão.
"Não precisamos inventar histórias sobre os produtos incríveis da Itália", diz Cavallo, fazendo eco a Grandi. "Não deveríamos criar uma situação em que mudar as receitas seja o fim do mundo, porque isso é o oposto de como a comida italiana surgiu."
Leia a íntegra desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel.
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Cidade no Japão ganha aeroporto da Hello Kitty para atrair turistas
Personagens da Sanrio estampam o terminal de Oita durante a Expo Osaka 2025, um evento internacional que deve atrair milhões de visitantes ao país até outubro. Aeroporto foi renomeado no dia 13 de abril
Sanrio Entertainment Co.
O aeroporto de Oita, na ilha de Kyushu, no Japão, está de cara nova. O local foi "invadido" pela personagem Hello Kitty, que agora estampa a recepção, os guichês e até as etiquetas de bagagem distribuídas aos passageiros.
No último domingo (13), o local foi renomeado para Aeroporto "Hello Kitty" de Oita e transformado em um verdadeiro universo da Sanrio, empresa responsável pela Hello Kitty e outros personagens populares como My Melody e Kuromi.
O objetivo da iniciativa é atrair para a cidade turistas internacionais que já estarão no Japão nos próximos dias por causa da Expo Osaka 2025, um evento internacional que deve atrair milhões de visitantes ao país até 13 de outubro. (leia mais abaixo)
Aeroporto da Hello Kitty fica em Oita, na ilha de Kyushu, no Japão
Sanrio Entertainment Co.
Expo 2025
A Expo Mundial de 2025 abriu suas portas no último domingo (13) na cidade japonesa de Osaka. O evento é realizado regularmente desde meados do século 19 como uma oportunidade para diversos países compartilharem sua cultura, técnicas e conhecimentos.
Cerca de 160 países e regiões participam neste ano da exposição, que ganhou o tema "A Sociedade do Futuro". O objetivo é enfatizar tecnologias futuras e harmonia em um mundo que enfrenta "inúmeras divisões".
Recepção, guichês e até as etiquetas de bagagem distribuídas aos passageiros têm estampas da Hello Kitty
Sanrio Entertainment Co.
Esta é a segunda vez da Expo em Osaka, a terceira cidade mais populosa do Japão, após o enorme sucesso de 1970, que atraiu 64 milhões de visitantes, um recorde até Xangai, em 2010. Neste ano, os organizadores esperam 28 milhões de visitantes.
Alguns destaques da exposição de 2025 incluem um meteorito marciano, um coração artificial criado a partir de células-tronco e 32 esculturas da Hello Kitty em formatos diferentes de algas.
Exposição da Hello Kitty sobre diferentes tipos de algas, na Expo Osaka 2025
Richard A. Brooks / AFP
Meme 'Guiana Brasileira' irrita portugueses nas redes sociais: 'Isso não é brincadeira'
Em vídeos, portugueses afirmam que piada pode passar dos limites e gerar mais conflitos. Nos comentários, brasileiros respondem com mais memes e citam discriminação sofrida em Portugal. Meme 'Guiana Brasileira' irrita portugueses nas redes sociais: 'Isso não é brincadeira'
Alguns portugueses se irritaram e fizeram vídeos contra o meme "Guiana Brasileira" — uma piada que trata Portugal como se fosse um território do Brasil na Europa.
A brincadeira circula há alguns meses nas redes sociais e envolve chamar Portugal de “novo estado brasileiro” e deixar comentários como “somos todos brasileiros” em perfis de portugueses.
Um dos portugueses que rebateu o meme disse que gosta de brincadeiras, mas alertou que uma parte dos comentários ultrapassa os limites e pode incentivar preconceitos.
Portugueses publicaram vídeos para rebater meme 'Guiana Brasileira', que trata Portugal como território do Brasil
Reprodução
"Falar de uma cultura, de um povo de uma nação, de uma bandeira, tudo tem limites", disse Bruno Oliveira. "Isso é mau, isso não é brincadeira. Já está em outro nível".
'Volta para sua terra': o cotidiano de xenofobia contra brasileiros em Portugal
Outra disse que o meme da Guiana Brasileira não a incomoda, mas que tem "vergonha alheia" quando brasileiros comentam sobre o sotaque dos portugueses.
"Amo os brasileiros, só que essas atitudes só geram mais conflitos", afirmou Bruna Filipa. "Falar mal da língua do povo que te acolheu, dos portugueses, do país, comparar com favela, é muita falta de respeito".
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Em outro vídeo, um português rebateu dizendo que o Brasil gostaria de ser parte da União Europeia e ter o euro como moeda.
"Fiquem com o Brasil de um lado do Atlântico que nós ficamos com Portugal do outro lado. Não se tentem convencer que um dia Portugal será brasileiro", disse o usuário, que se identifica apenas como Bruno.
Uma influenciadora chamada Nokas fez um vídeo bem-humorado e admitiu que os brasileiros são criativos com memes.
"Primeiro, foi o meme do ouro. Depois, surgiu que falamos um português arcaico, um português pré-histórico. E, agora, somos uma guiana?".
O meme foi parar até na Wikipédia, onde uma página criada nesta sexta-feira (18) dizia que Portugal tinha sido integrado ao território brasileiro em um acordo histórico. O conteúdo foi derrubado do site em cerca de 10 minutos.
Brasileiros brincam que Portugal seria "Guiana Brasileira" e irritam portugueses
Reprodução/X
Brasileiros respondem com mais memes
Nos comentários, os brasileiros dobram a aposta com ainda mais memes — sugerem rebatizar Lisboa como "Vitória da Reconquista" e apelidam Portugal de "Pernambuco de pé", numa alusão ao formato parecido dos dois no mapa.
Outros afirmam que a brincadeira não é nada comparada com a colonização portuguesa no Brasil e os casos de discriminação sofridos por brasileiros em Portugal.
Em 2021, foram registradas 109 queixas de xenofobia contra brasileiros em Portugal, um aumento de 142% em relação a 2018, de acordo com um levantamento da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial.
Os casos vão desde situações veladas como dificuldade em alugar um apartamento, conseguir trabalho ou acessar serviços de saúde, por exemplo, a pedidos para falar em inglês ao invés do português brasileiro, até ofensas explícitas e agressões.
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Procon do Rio multa Hurb em mais de R$ 2 milhões e cassa o alvará de funcionamento da empresa
Segundo a secretaria, essas ações foram tomadas porque a empresa continuou descumprindo as medidas cautelares anteriores e cometendo infrações, mesmo depois de começar o processo de punição. Hurb
Divulgação/Web Summit
A Secretaria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor, através do Procon Carioca, cassou o alvará de funcionamento da Hurb (antigo Hotel Urbano) e multou a empresa em mais de R$ 2 milhões nesta terça-feira (15).
Segundo a secretaria, essas ações foram tomadas porque a empresa continuou descumprindo as medidas cautelares anteriores e cometendo infrações, mesmo depois de começar o processo de punição.
Na última quinta (10), a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) retomou o processo administrativo que investiga a operação de pacotes promocionais que deixaram viajantes desatendidos em 2023.
Em maio de 2023, a Senacon suspendeu a oferta e comercialização de pacotes de viagens flexíveis pela empresa Hurb e instaurou um processo de investigação. A medida foi suspensa após pedido da empresa para celebração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
De acordo com o Procon do Rio, a empresa cometeu repetidas infrações à legislação de consumo, incluindo o descumprimento sistemático de contratos, a ausência de prestação de serviços contratados e práticas enganosas na comercialização de pacotes turísticos.
Segundo o órgão de proteção ao consumidor municipal, durante a instrução processual, a empresa não comprovou a regularização de sua conduta nem apresentou garantias financeiras aptas a assegurar os direitos dos consumidores lesados. Ou seja, não apresentou plano de contingência, relatório de resolução de demandas e comunicação ostensiva aos consumidores.
“Fizemos o que estava ao nosso alcance do ponto de vista administrativo contra a Hurb para assegurar respeito e transparência para com o consumidor. Agora, estamos munindo o judiciário para que a justiça seja feita e os prejudicados possam algum dia ser ressarcidos", disse o secretário Especial de Proteção e Defesa do Consumidor, João Pires.
"Para isso, o judiciário pode ordenar o sequestro de bens da empresa e tomar outras medidas mais enérgicas que podem garantir a devolução do dinheiro dos clientes prejudicados. Além disso, nessa esfera, será verificado se os sócios da Hurb cometeram algum tipo de crime. Eles precisam pagar por todo transtorno causado aos seus clientes”, completou.
Procurada pelo g1, o Hurb diz que "está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos".
'Volta para sua terra': o cotidiano de xenofobia contra brasileiros em Portugal
Com 360 mil brasileiros no país europeu, queixas de xenofobia cresceram 142% no últimos anos. A herança colonial alimenta intolerância, somada ao preconceito linguístico, racismo e misoginia. Pessoas caminham pela Praça do Comércio em Lisboa, Portugal, terça-feira, 12 de abril de 2022
AP Photo/Armando Franca
"Só descobri o que é ser uma pessoa racializada aqui", afirma a brasileira Priscila Valadão, que mora há 10 anos em Portugal. "Já fui chamada de macaca, puta, falam que a minha certidão (de naturalização) é de plástico."
Ela relata ainda que, enquanto caminhava na rua, um homem português, ao notar que ela falava com sotaque brasileiro, gritou: "volta para sua terra" e a agrediu com uma bengala.
"Vivi, trabalhei e criei meus filhos aqui, mas não me sinto em casa, percebi que nunca vou ter direito a ser como os portugueses".
Um balanço da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial aponta que em 2021, foram registradas 109 queixas de xenofobia contra brasileiros em Portugal, uma alta de 142% na comparação com 2018, quando houve 45 denúncias.
Os casos vão desde situações veladas como dificuldade em alugar um apartamento, conseguir trabalho ou acessar serviços de saúde, por exemplo, a pedidos para falar em inglês ao invés do português brasileiro, até ofensas explícitas e agressões.
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Alta na imigração alimenta tensões
O fluxo migratório em Portugal disparou a partir de 2015, quando o total de estrangeiros passou de 383,7 mil para mais de 1 milhão em 2023. Assim, os imigrantes passaram a compor cerca de 10% da população do país. Desses, 360 mil são brasileiros, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores, e representam a principal comunidade estrangeira no país.
Apesar da alta, a presença de brasileiros é vista como indesejada por uma fatia considerável da população portuguesa. Segundo uma pesquisa da Fundação Francisco Manual dos Santos, 38% dos portugueses consideram que os brasileiros trazem desvantagens ao país e 51% afirmaram que a entrada de desses imigrantes tem que diminuir.
Além disso, o número de brasileiros barrados ao tentar embarcar para Portugal subiu 700% entre 2023 e 2024 — passando de 179 para 1.470 pessoas, conforme aponta o Relatório Anual de Segurança Interna.
"De uma forma em geral, a sociedade portuguesa está mais intolerante face aos imigrantes em geral e aos imigrantes brasileiros em particular", pondera a pesquisadora do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (Ispa), Mariana Machado.
"Eu penso que possa ser uma percepção de ameaça que existe por parte dos portugueses a ver os brasileiros como concorrentes diretos por empregos qualificados e por benefícios sociais".
Relação metrópole e colônia
A herança colonial está na raiz da discriminação de que os brasileiros são alvo atualmente em Portugal, argumenta Mariana Machado.
"Existe no Brasil e em Portugal um mito 'lusotropicalista' que vê a miscigenação entre portugueses, indígenas e pessoas negras como uma prova de uma identidade naturalmente integradora dos portugueses. Mas é justamente isso que invisibiliza as violações sistemáticas de escravizados e depois das mulheres brasileiras livres".
Uma das faces dessa discriminação é o gênero, de modo que as mulheres são associadas erroneamente à prostituição e a uma hipersexualização.
Entre a população negra, as discriminações se acumulam. "Os fenômenos são diferentes, porque uma pessoa branca pode sofrer xenofobia, enquanto uma pessoa negra também é alvo de racismo. Há uma perpetuação da hierarquia racial", afirma a presidente da Casa do Brasil em Lisboa, Ana Paula Costa.
Ao negociar um período de férias no bar em que trabalhava em Lisboa, a pedagoga Larissa dos Santos foi assediada pela supervisora.
"Ela me disse que eu deveria me portar igual uma escravinha. Depois, disse que eu era muito petulante, que se pudesse me amarraria em um tronco e me daria chibatadas para aprender a me portar. Percebo que situações como essa, flagrantemente preconceituosas, não são consideradas como racismo. Depois disso, ela fez da minha vida um inferno, e pedi demissão."
Além da origem e da cor da pele, o uso do idioma é mais uma fonte de discriminação. Para tentar passar despercebida, a socióloga Jéssica Ribeiro acabou adotando uma forma híbrida de falar o idioma.
“A pronúncia sai automática, não forço para fazer. Acho que é uma defesa inconsciente para evitar ser corrigida no uso das palavras. Já me disseram que falava errado, e mesmo com palavras conhecidas, não querem compreender. Isso aconteceu tantas vezes que me deixou insegura. É como se a nossa língua fosse inferior”, relata.
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Avanço da extrema direita
Assim como em outros países europeus, em Portugal, o discurso anti-imigração recrudesceu com o avanço eleitoral de partidos de extrema direita, como o Chega!.
Nas eleições legislativas de março do ano passado, a legenda elegeu 48 parlamentares, e se tornou a terceira maior força política do Parlamento, quadruplicando o número de representantes eleitos em relação a 2022.
"Importaram uma retórica política que não existia aqui", diz Mariana Machado. "Usam os migrantes como bodes expiatórios e sobrevalorizam os estereótipos ligados à criminalidade, à hipersexualização." O Chega! tem como principal bandeira propostas que pretendem restringir a imigração.
Em 2020, o dirigente do partido, André Ventura, teve uma fala xenofóbica repudiada por todas as outras siglas da Assembleia da República.
Em uma publicação no Facebook, ele sugeriu que a deputada Joacine Katar Moreira, do Livre, fosse deportada para Guiné-Bissau depois que ela defendeu a devolução do patrimônio cultural dos museus portugueses aos países de origem.
Denúncias de xenofobia
No entanto, sanções por racismo e xenofobia são raras no país. A lei n.º 93/2017, que trata do combate a esses casos prevê o pagamento de uma indenização quando há condenações. No Brasil, a legislação é mais dura.
O crime de racismo, assim como o de injúria racial, é inafiançável, e além da multa, também prevê prisão de 2 a 5 anos.
As denúncias por xenofobia e racismo em Portugal podem ser registradas no e-mail da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (cicdr@acm.gov.pt). Havia um formulário virtual para coletar as queixas, que está fora do ar.
Carolina Vieira, fundadora da Plataforma Geni — que orienta as vítimas de xenofobia sobre onde encontrar apoio —, incentiva os brasileiros a registrarem as denúncias.
"Assim geramos dados estatísticos e podemos pressionar as autoridades por sanções".
Carolina reconhece que a impunidade dificulta as denúncias. "Eu mesma já fiz três queixas e até hoje não fui chamada para depor em nenhuma delas."
O levantamento da Casa do Brasil de Lisboa aponta que 76% dos brasileiros alvos de discurso de ódio em Portugal não prestaram queixa.
"Os principais motivos destacados pelas pessoas migrantes inquiridas para não denunciar foram medo, sensação de impotência, sentimento de impunidade, custo financeiro e falta de acolhimento", descreve o documento.
Reação à impunidade
Movimentos sociais de combate ao racismo e a xenofobia em Portugal consideram que a legislação para punir os agressores é frouxa. Por isso, diversos grupos articularam um abaixo-assinado para uma Iniciativa Legislativa Cidadã.
O objetivo da proposta é alterar o Código Penal para que, em vez de serem considerados apenas ilícitos administrativos, a discriminação racial e de origem passe a ser crime no país.
"É imprescindível uma reformulação jurídica que enquadre estas condutas como crimes, com as devidas consequências penais, para assim garantir a proteção efetiva dos direitos fundamentais e reforçar o compromisso do Estado com a justiça e a igualdade", diz o documento.
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'Teoria do aeroporto': influencers testam trend do TikTok de chegar só 15 minutos antes para pegar voo
Tendência desafia recomendações de companhias aéreas, que pedem chegada com 2 a 3 horas de antecedência. Vídeos no TikTok mostram pessoas tentando chegar ao aeroporto apenas 15 minutos antes do embarque.
Reprodução
Chegar ao aeroporto com apenas 15 minutos de antecedência: essa é a teoria que influenciadores no TikTok têm colocado à prova em vídeos que viralizaram na rede social.
A trend tem ganhado força principalmente nos Estados Unidos e, por lá, ficou conhecida como "airport theory" — ou "teoria do aeroporto", em português.
A prática, no entanto, contraria o que orientam as companhias aéreas brasileiras: chegar com 2 a 3 horas de antecedência, dependendo do voo.
O g1 encontrou alguns desses vídeos no TikTok, a maioria publicados por influenciadores gringos, que embarcariam em voos domésticos, ou seja, dentro do mesmo país.
Em alguns casos, quem conseguiu chegar ao portão de embarque em até 15 minutos estava em um aeroporto relativamente vazio, segundo as imagens.
"Um aeroporto pequeno pode dar a falsa impressão de que é possível chegar faltando poucos minutos, mas isso é irreal. Em aeroportos grandes, como o de Guarulhos, isso se torna ainda mais difícil", diz Flavia Maciel, gerente de gestão do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
"É possível, mas não é uma estratégia vencedora para a maioria das pessoas", disse o influenciador de viagens Brian Kelly em um vídeo em que testa a teoria e já soma mais de 530 mil visualizações.
"Consegui com quatro minutos de sobra, então, tecnicamente, deu certo, mas não vale o estresse", afirmou Malia, outra influenciadora de viagem, em um vídeo com 38 mil visualizações no TikTok.
Vídeos no TikTok sobre a trend do 'Airport Theory'
Reprodução/TikTok
"Mesmo com check-in on-line e totens de autoatendimento, que agilizam parte dos processos de embarque, a técnica dos 15 minutos não é recomendada no Brasil e a prática pode levar o passageiro a perder o voo", alerta Flavia Maciel.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) lembra ainda que etapas como despacho de bagagem, inspeção por raio-X, revista aleatória e checagem de documentos pela imigração, no caso de voos internacionais, são tarefas que fazem parte do embarque e podem levar tempo.
Em casos em que não for possível chegar a tempo ao aeroporto, a orientação é entrar em contato com a companhia aérea para informar a situação.
Segundo Flavia, cada empresa adota um procedimento diferente: há casos em que o cliente pode ser realocado em outro voo, mas também existe a possibilidade de a companhia se recusar a oferecer reembolso.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que questões operacionais como essa são definidas por protocolos internos das companhias e associações do setor. Por isso, orientou entrar em contato diretamente com as empresas ou seus representantes.
Quando devo chegar ao aeroporto? ✈️
Passageiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos
Rovena Rosa/Agência Brasil
As companhias aéreas brasileiras adotam orientações semelhantes sobre o tempo de chegada ao aeroporto.
As três principais recomendam antecedência de 3 horas para voos internacionais. Para voos domésticos, orientam que o passageiro chegue com pelo menos 1h30 a 2 horas antes.
"Para os voos internacionais, pedimos que o passageiro chegue com 3 horas de antecedência porque há etapas como checagem de documentos pela Receita Federal e verificação de bagagens, por exemplo. Nesse caso, o controle é mais criterioso, já que a pessoa está saindo do país", explica Flavia Maciel.
Ela diz que, enquanto o passageiro se prepara para embarcar, várias etapas ocorrem simultaneamente para viabilizar o voo — como checagem e abastecimento da aeronave, carregamento de bagagens e o processo de cargas, incluindo alimentos que serão servidos a bordo.
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É #FAKE que União Europeia vai parar de usar cartões de crédito americanos
Ao Fato ou Fake, a assessoria do Banco Central Europeu diz que a publicação que viralizou no X distorceu fala da presidente da instituição, Christine Lagarde. Notícia falsa sobre proibição de cartões americanos na Europa começaram a circular após declaração de Christine Lagarde, presidente do BCE
g1
Circula nas redes sociais um post dizendo que a União Europeia pretende parar de aceitar de cartões de crédito americanos. É #FAKE.
selo fake
g1
🛑 O que mostra a publicação?
Um post de 8 de abril de 2025 no X, que teve mais de 3,4 milhões de visualizações, atribui à presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, a seguinte declaração: "A União Europeia quer abandonar os cartões de crédito Visa e Mastercard, PayPal e Alipay".
A publicação viralizou em meio a um cenário de aumento das tensões comerciais entre o bloco europeu e os Estados Unidos, seis dias após o governo Donald Trump anunciar o tarifaço, como ficou conhecia a medida que previa um grande aumento no imposto de produtos importados. Na data da publicação no X, o presidente americano ainda não havia recuado e decidido pela "pausa" no programa.
⚠️ Por que o conteúdo é falso?
Ao Fato ou Fake, a assessora do BCE Josephine Nachtsheim afirmou que a publicação distorceu uma declaração feita por Lagarde em entrevista à rádio irlandesa Newstalk, concedida em 2 de abril de 2025. No programa "The Pat Kenny Show", a presidente do BCE defendeu o desenvolvimento do "euro digital", uma plataforma de pagamentos desenvolvida pela própria instituição, o que reduziria sua dependência em sistemas oferecidos por fornecedores estrangeiros.
"A presidente do BCE, Christine Lagarde, destacou recentemente a urgência de a Europa desenvolver seu próprio sistema de pagamentos para reduzir a dependência de fornecedores americanos ou chineses Infelizmente, sua declaração foi mal interpretada nas redes sociais", disse Josephine Nachtsheim, por e-mail.
A assessora comentou ainda que a fala da presidente do BCE não pode ser interpretada como um aceno ao veto a cartões de crédito e outros sistemas de pagamento americanos ou chineses, uma vez que a variedade de opções confere ao setor a competividade:
"O BCE não está defendendo o abandono dos sistemas de pagamento fornecidos por empresas como Visa, Mastercard, PayPal ou Alipay. Pelo contrário, apoiamos um cenário de pagamentos diversificado e competitivo que inclua opções tanto privadas quanto públicas. Um euro digital serviria como uma escolha adicional para consumidores e empresas, e não como um substituto, complementando assim o dinheiro em espécie e os métodos de pagamento digital já existentes".
O comentário de Lagarde ocorreu apenas horas antes do anúncio do tarifaço de Trump, que na ocasião exibiu uma tabela de tarifas recíprocas para mais de 100 países, entre os quais os membros da UE.
Antecipando-se a essas medidas, o entrevistador questionou a presidente do BCE se ela achava que a UE deveria retaliar o eventual aumento das tarifas. A resposta foi:
"Isso é algo para os representantes eleitos decidirem. Nosso trabalho no Banco Central é antecipar e explicar [aos líderes políticos] quais consequências negativas serão geradas sobre a economia. A densidade e a durabilidade do impacto dependerão do escopo e dos produtos atingidos [...]. [As tarifas de Trump] representam o começo da marcha em direção à independência da Europa. Não deveríamos focar exclusivamente no que acontece no outro lado da corda, e sim focar no poder que temos em casa. Isso se aplica a defesa, comércio e também às finanças".
Christine Lagarde, presidente do BC europeu, em imagem de arquivo
Francois Lenoir/Reuters
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Pizzaria de SP é eleita a melhor da América Latina pelo 2º ano consecutivo; conheça
A Leggera Pizza Napoletana, do chefe Andre Guidon, tem duas unidades na capital. Outras 24 pizzarias brasileiras apareceram no ranking final da 50 Top Pizza. Pizza da Leggera Pizza Napoletana
Reprodução/ Instagram
A Leggera Pizza Napoletana, comandada pelo chef Andre Guidon, foi eleita novamente como a melhor pizzaria da América Latina em 2025 pelo Guia das Melhores Pizzarias Artesanais do Mundo. O anúncio do prêmio, que repete o título conquistado em 2024 pelo restaurante, foi feito nesta quinta-feira (10).
Em segundo lugar ficou a pizzaria "Ti Amo", de Buenos Aires, na Argentina, e o terceiro lugar foi para o restaurante "Allería", em Providencia, no Chile.
Além da Leggera, que ficou com a medalha de ouro, outras 24 pizzarias brasileiras apareceram no ranking final da 50 Top Pizza. Confira os destaques brasileiros abaixo:
1º lugar – Leggera Pizza Napoletana (São Paulo)
4º lugar – Ferro e Farinha (Rio de Janeiro)
5º lugar – A Pizza da Mooca (São Paulo)
5º lugar – QT Pizza Bar (São Paulo)
7º lugar – Unica Pizzeria (São Paulo)
11º lugar – Veridiana (São Paulo)
15º lugar – GRAZIE (Maceió)
16º lugar – Capricciosa (Rio de Janeiro)
18º lugar – Baco Pizzaria (Brasília)
21º lugar – Coltivi (Rio de Janeiro)
23º lugar – Grazie Napoli (Santo André)
24º lugar – Luigia (Foz do Iguaçu)
26º lugar – Quintal 333 (Governador Valadares)
28º lugar – Di Bari Pizza (São Paulo)
32º lugar – Otto e Mezzo Pizza Verace (Bento Gonçalves)
33º lugar – Frasca (Carlos Barbosa)
35º lugar – Vinny’s (Brasília)
36º lugar – Bento Pizzeria (Rio de Janeiro)
37º lugar – Pizza di Casabona (Santos)
42º lugar – Ella Pizzaria (Rio de Janeiro)
43º lugar – Piccola Fattoria (Rio de Janeiro)
45º lugar – Wilma’s Pizza (Ourinhos)
48º lugar – LE MANI Pizza Napoletana (Passo Fundo)
49º lugar – Vallino Pizzeria Napoletana (Domingos Martins)
50º lugar – CIAO (Porto Alegre)
O Brasil também se garantiu nos prêmios especiais. O pódio de Melhor Pizza de 2025 foi para a "Scampi", da pizzaria Ferro e Farinha, no Rio de Janeiro.
Conheça a Leggera Pizza Napoletana
O restaurante premiado tem duas unidades em São Paulo, nos bairros de Perdizes e Jardins. Mesclando ingredientes italianos, a pizzaria já esteve presente em outras listas de premiações, ficando entre as 100 melhores do mundo em 2024.
🍕Como a melhor pizzaria cozinha: a pizzaria trabalha seguindo a técnica napoletana, reconhecida como patrimônio imaterial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
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Nesta técnica, as massas são abertas manualmente, com fermentação natural e uma mistura de farinhas italianas, resultando em uma massa descrita como "leve", segundo o restaurante.
Além disso, são usados tomates com denominação de origem da região do Monte Vesúvio, em Nápoles, na Itália, onde a pizza foi criada.
Em seguida, o prato é assado em forno a lenha com temperatura de 450°C. O cardápio do restaurante tem opções de pizzas que custam de R$ 62 a R$ 85.
👨🍳Melhor pizzaiolo: autor do livro "A fórmula Secreta", o chefe Andre Guidon foi eleito, em 2014, o melhor pizzaiolo do mundo entre os integrantes da Associazione Verace Pizza Napoletana, uma organização sem fins lucrativos que promove a culinária e a tradição da pizza napoletana.
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Confira o ranking completo das 50 TOP pizzarias
🥇Como as melhores pizzarias são escolhidas: o site oficial da premiação explica que inspetores anônimos são encarregados de reunir dados de pesquisas para visitar e avaliar as pizzarias selecionadas, mantendo o anonimato enquanto realizam suas votações detalhadas. A avaliação inclui ingredientes, combinações e ambientes.
1º – Leggera Pizza Napoletana – São Paulo, Brasil
2º – Ti Amo – Adrogué, Argentina
3º – Allería – Providencia, Chile
4º – Ferro e Farinha – Rio de Janeiro, Brasil
5º – A Pizza da Mooca – São Paulo, Brasil (EMPATE)
5º – QT Pizza Bar – São Paulo, Brasil (EMPATE)
6º – Flama – Miraflores, Peru
7º – Unica Pizzeria – São Paulo, Brasil
8º – Portarossa – Pampatar, Venezuela
9º – La Clásica – San Salvador, El Salvador
10º – L’Incanto – Punta del Este, Uruguai
11º – Veridiana – São Paulo, Brasil
12º – Ardente – Cidade do México, México
13º – Atte. Pizzeria Napoletana – Buenos Aires, Argentina
14º – Imilla Alzada – La Paz, Bolívia
15º – GRAZIE – Maceió, Brasil
16º – Capricciosa – Rio de Janeiro, Brasil
17º – Chichilo’s – Santa Fe, Argentina
18º – Baco Pizzaria – Brasília, Brasil
19º – Siamo nel Forno – Buenos Aires, Argentina
20º – 400 Pizzería – Providencia, Chile
21º – Coltivi – Rio de Janeiro, Brasil
22º – Pizzardi Artigianale – Bogotá, Colômbia
23º – Grazie Napoli – Santo André, Brasil
24º – Luigia – Foz do Iguaçu, Brasil
25º – Nuvola – Buenos Aires, Argentina
26º – Quintal 333 – Governador Valadares, Brasil
27º – Davvero Pizzeria – Ñuñoa, Chile
28º – Di Bari Pizza – São Paulo, Brasil
29º – Paradiso – Pedro Juan Caballero, Paraguai
30º – Capri – Lo Barnechea, Chile
31º – ST Giovanni’s – Las Condes, Chile
32º – Otto e Mezzo Pizza Verace – Bento Gonçalves, Brasil
33º – Frasca – Carlos Barbosa, Brasil
34º – Il Caminetto – Santo Domingo, República Dominicana
35º – Vinny’s – Brasília, Brasil
36º – Bento Pizzeria – Rio de Janeiro, Brasil
37º – Pizza di Casabona – Santos, Brasil
38º – L’Aperó – Cidade da Guatemala, Guatemala
39º – Raffaella – Las Condes, Chile
40º – La Nonna – Aguascalientes, México
41º – Bambina – Caguas, Porto Rico
42º – Ella Pizzaria – Rio de Janeiro, Brasil
43º – Piccola Fattoria – Rio de Janeiro, Brasil
44º – Dopodomani Pizza Gourmand – Chacao, Venezuela
45º – Wilma’s Pizza – Ourinhos, Brasil
46º – Seba’s – Uvita, Costa Rica
47º – Grosso – Assunção, Paraguai
48º – LE MANI Pizza Napoletana – Passo Fundo, Brasil
49º – Vallino Pizzeria Napoletana – Domingos Martins, Brasil
50º – CIAO – Porto Alegre, Brasil (EMPATE)
50º – La Bella Pizza – Cali, Colômbia (EMPATE)
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Senacon encerra negociações para acordo com o Hurb e retoma investigação contra a empresa
Segundo a Senacon, o Hurb apresentou 'repetidas falhas em comprovar sua capacidade de cumprir as condições estipuladas'.Um acordo para reembolsar consumidores lesados pelo cancelamento em massa de viagens chegou próximo de ser firmado. Hurb
Divulgação/Web Summit
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) encerrou as negociações com o Hurb (antigo Hotel Urbano), e retomou o processo administrativo que investiga a operação de pacotes promocionais que deixaram viajantes desatendidos em 2023.
Em maio de 2023, a secretaria suspendeu a oferta e comercialização de pacotes de viagens flexíveis pela empresa Hurb e instaurou um processo de investigação. A medida foi suspensa após pedido da empresa para celebração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
O TAC, porém, depende de demonstração de viabilidade de cumprimento operacional, técnico e financeiro. Segundo a Senacon, o Hurb apresentou "repetidas falhas em comprovar sua capacidade de cumprir as condições estipuladas".
"A decisão foi tomada após 12 meses de negociação para assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), sem que a empresa fizesse a entrega de documentação comprobatória", diz a secretaria. (veja a nota completa ao final da reportagem)
Segundo a Senacon, o Hurb terá cinco dias corridos para detalhar sua situação financeira, o número de contratos pendentes, o valor total devido aos consumidores e a lista dos clientes afetados.
"O descumprimento da medida resultará em multa diária de R$ 80.000,00 até o cumprimento total das obrigações. Outras sanções administrativas e penalidades previstas na legislação de defesa do consumidor também poderão ser aplicadas", diz a Senacon.
A Senacon proíbe a venda dos pacotes flexíveis, mas ainda permite aqueles com datas fixas no momento da compra. A empresa precisa, porém, provar capacidade econômico-financeira para honrar os compromissos.
Em setembro, as partes estiveram próximas de assinar um acordo para reembolsar consumidores lesados pelo cancelamento em massa de viagens, que contemplaria todos os clientes que compraram pacotes entre 1º de janeiro de 2019 a 31 de maio de 2023, mas não viajaram.
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Relembre o caso
O Hurb, antigo Hotel Urbano, faz parte do mercado de compras de viagens online no Brasil desde 2011. A empresa oferecia pacotes de viagens promocionais pelo sistema de “datas flexíveis”, que significa que os destinos não possuem uma data fixa para serem realizados.
Para viabilizar as viagens, a empresa fazia uma aposta em preços baixos de passagens e hospedagens para vender pacotes com valores abaixo da média do mercado. A partir da compra, a empresa precisava garimpar os dias de voo e estadia mais baratos possíveis — por isso, sem data marcada.
A partir de abril de 2023, o modelo ruiu: com o aumento dos preços de passagens e hospedagens após o baque da pandemia de Covid, o Hurb precisou cancelar ou adiar indefinidamente os pacotes promocionais.
Na época, hotéis e pousadas suspenderam reservas de hospedagem feitas pelo Hurb após atrasos ou falta de pagamentos da plataforma.
A crise provocou a saída do CEO da empresa e uma operação para realocação das viagens e reembolsos para os clientes que tiveram suas passagens canceladas. Muitos, porém, não receberam até hoje.
Na mesma época, a 123 Milhas, concorrente do Hurb, também entrou em crise no ano passado, e anunciou a suspensão dos pacotes e da emissão de passagens de sua linha promocional. Isso aconteceu porque a empresa também atuava com o modelo de viagens promocionais com datas flexíveis.
Alegando crise anterior à situação com o pacote “Promo”, a empresa reportou mais de R$ 2 bilhões em dívidas e precisou recorrer a uma recuperação judicial.
Um episódio do podcast Educação Financeira conta a história de três clientes de Hurb e 123 Milhas que continuam sem receber os valores das viagens canceladas. Também entrevista a advogada Cláudia Roitman, que explica as alternativas jurídicas que os compradores prejudicados podem recorrer para tentar reaver os valores.
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O que diz a Senacon
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), anunciou, nesta quinta-feira (10), a retomada do processo administrativo sancionatório contra a Hurb Technologies S.A. (Hotel Urbano) — medida cautelar de suspensão de oferta e comercialização de serviços que não tenham data confirmada e segura aos consumidores. A decisão foi tomada após 12 meses de negociação para assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), sem que a empresa fizesse a entrega de documentação comprobatória.
A partir do recebimento da notificação, a Hurb terá cinco dias corridos para detalhar sua situação financeira. Entre as informações exigidas estão o número de contratos pendentes, o valor total devido aos consumidores e a lista dos clientes afetados. O descumprimento da medida resultará em multa diária de R$ 80.000,00 até o cumprimento total das obrigações. Outras sanções administrativas e penalidades previstas na legislação de defesa do consumidor também poderão ser aplicadas.
O caso também foi encaminhado ao Ministério do Turismo, que analisará possíveis irregularidades na operação da Hurb. Entre as sanções avaliadas está a cassação do registro da empresa, conforme previsto na Lei nº 11.771/2008 e na Portaria MTur nº 38/2021. O objetivo é garantir a conformidade das atividades no setor turístico e a proteção dos direitos dos consumidores.
A decisão busca proteger os consumidores, garantindo maior previsibilidade e segurança nas contratações. Pacotes com datas fixas no momento da compra seguem permitidos, desde que a empresa comprove capacidade econômico-financeira para honrar os compromissos. “A Senacon sempre buscou uma relação de cooperação com a Hurb para garantir o equilíbrio nas relações de consumo. No entanto, a falta de transparência, a omissão de documentos e as constantes mudanças de representantes legais impossibilitaram a continuidade das negociações", afirma o secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous.
EUA monitoram quem tem visto e vão deportar quem descumprir lei migratória, diz embaixada no Brasil
Mensagem foi compartilhada em rede social e atribuída ao Departamento de Estado. No comunicado, embaixada diz que triagem 'não para após a emissão do visto'. A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou uma mensagem na qual afirmou que o governo americano monitora quem tem visto para entrar no país, acrescentando que vai deportar quem descumprir a lei migratória.
A mensagem foi compartilhada em uma rede social e é atribuída ao Departamento de Estado, órgão equivalente ao Ministério das Relações Exteriores no Brasil.
Nesta semana, o Brasil voltou a exigir visto para turistas de três países, incluindo os Estados Unidos. Essa exigência tinha caído em 2019, mas passa a valer novamente com base no critério de "reciprocidade" – ou seja, na exigência similar para brasileiros que viajam para lá.
Trump no Salão Oval da Casa Branca em 9 de abril de 2025
REUTERS/Nathan Howard
No comunicado, a embaixada diz que a triagem das pessoas que solicitam visto para entrar nos Estados Unidos "não para após a emissão do visto".
"Monitoramos continuamente os portadores de visto para garantir que cumpram todas as leis e regras de imigração dos EUA - e revogaremos seus vistos e os deportaremos se não cumprirem", diz um trecho da mensagem.
Trump revoga status legal de 530 mil latino-americanos com visto de residência nos EUA
A publicação vem em um contexto em que o governo Donald Trump tem endurecido as regras de migração, deportando estrangeiros de diversos países, incluindo do Brasil.
Em novembro de 2024, ainda na condição de presidente eleito, Trump disse que executará o plano de realizar "a maior deportação em massa da história dos Estados Unidos".
“Não temos escolha quando as pessoas têm matado e assassinado, quando os traficantes destroem países. Agora, eles vão voltar para esses países, porque não vão ficar aqui. Não há preço", afirmou Trump.
Nesse contexto de deportação em massa promovida pelo governo americano, a porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, Ravina Shamdasani, afirmou que todos os países têm o direito de exercer sua jurisdição ao longo de suas fronteiras internacionais, mas segundo ela, isso não exclui a obrigação que os Estados têm com os direitos humanos.
O retorno do antigo 'ouro branco' da Sicília mencionado na Bíblia
Produtor na Sicília retoma a prática milenar da extração do maná mencionado na Bíblia e o transforma em "superalimento" para os moradores locais e os turistas. O maná é mencionado na Bíblia 17 vezes. Hoje, ele é considerado um 'superalimento' na Sicília (Itália)'
Alamy via BBC
É uma manhã quente e abafada nas montanhas Madonie, na Sicília – uma cadeia de picos escarpados a cerca de 65 km a leste de Palermo, na Itália.
Em um campo de freixos, uma voz humana interrompe o canto das cigarras.
"Você veio na época certa", exclama o agricultor local Giulio Gelardi, apontando para um ramo riscado de branco. "Este é o famoso maná."
Na casca de cada árvore, é possível observar espessas linhas de maná, uma resina branca rica em minerais mencionada 17 vezes na Bíblia. Ela é usada há séculos como remédio e adoçante natural.
A colheita do maná – a prática de corte da casca de árvores da espécie Fraxinus ornus para coletar sua seiva – era uma prática comum em todo o Mediterrâneo. Mas, nos últimos 80 anos, a urbanização e a industrialização fizeram com que ela quase desaparecesse.
Tudo mudou três décadas atrás, quando Gelardi assumiu para si a missão de trazer este superalimento bíblico de volta para a mesa. E, desde então, chefs de cozinha e confeiteiros passaram a empregar esta seiva antes esquecida de formas inovadoras.
Talvez você já tenha ouvido falar em maná, mesmo sem nunca ter provado.
A expressão "maná que veio do céu" é uma referência a uma história bíblica sobre um alimento que caía do céu para sustentar os israelitas que cruzavam o deserto do Sinai.
No Livro do Êxodo (16:14), o maná é descrito como flocos finos semelhantes à geada cobrindo o solo.
Especialistas têm opiniões divergentes sobre qual seria a substância específica a que se refere esta passagem.
Mas uma resina parecida com mel, na forma de flocos e com a cor da geada, conhecida como maná, é extraída da casca dos freixos na região do Mediterrâneo há mais de um milênio.
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O Parque Natural Madonie, onde ficam as montanhas, tem 40 mil hectares. A colheita do maná na região data pelo menos do século 9, quando a ilha estava sob o domínio dos árabes.
A seiva doce tem sabor de cana de açúcar, com notas de amêndoas. Durante o Renascimento, produtores sicilianos costumavam coletar o maná e vendê-lo para comerciantes de todo o Mediterrâneo.
O comércio do maná se tornou tão lucrativo que o reino de Nápoles decidiu criar impostos sobre o produto no século 16.
O maná é uma resina branca rica em minerais, colhida das árvores há mais de 1 mil anos.
Vittoria Traverso via BBC
Até a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o cultivo do maná era uma forma de ganhar a vida para muitas famílias sicilianas. Imagens de 1936 mostram os agricultores locais colhendo a substância.
Ela era vendida regularmente para empresas farmacêuticas, que extraíam manitol, um álcool de açúcar usado como adoçante e diurético.
Nos anos 1950, cientistas encontraram uma forma de sintetizar o manitol. E, nas décadas que se seguiram, a colheita do maná virtualmente desapareceu.
Mas, em 1985, Gelardi retornou à sua cidade natal de Pollina, na Sicília, depois de 15 anos de ausência. Ele percebeu que aquela técnica – um dos principais elementos da sua cultura local – estava desaparecendo.
"Quando eu era criança, todos sabiam extrair maná", ele conta. "Quando voltei, havia menos de 100 agricultores que ainda conheciam a técnica."
A pequena cidade de Pollina fica no alto de um morro, nas montanhas sicilianas de Madonie.
Alamy via BBC
Pollina é uma cidade medieval de 3 mil habitantes que parece ter sido esculpida junto com os morros de calcário ao seu redor.
Quando era criança, Gelardi aprendeu com seus pais a colher maná durante o verão. "A colheita de maná envolvia toda a família", explica ele.
Os homens usavam ganchos artesanais para fazer cortes finos ao longo da casca. As mulheres coletavam a seiva transbordante usando talos secos de pera espinhosa e as crianças transformavam aquele néctar pegajoso em cones cilíndricos, chamados em italiano de cannoli, devido à sua similaridade com o popular doce siciliano.
Para Gelardi, a parte mais difícil da colheita de maná é saber quando cortar a casca. O freixo produz seiva o ano inteiro, mas só há resina suficiente para a colheita durante os dias mais quentes do ano.
Gelardi explica que, se você cortar a casca cedo demais, pode fazer com que as árvores parem de produzir o maná por completo.
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"Descobrir quando chegou o momento do corte é uma técnica única, baseada na observação e na intuição", ele conta. "[É preciso] ouvir cada planta."
Folhas que perdem sua coloração verde escura e ficam mais claras com marcas de amarelo, por exemplo, podem indicar que a árvore atingiu o pico da produção de maná.
Identificar rachaduras no solo perto das raízes também pode significar que a árvore está pronta para a colheita. As plantas produzem seiva em excesso para compensar os períodos secos.
Quando a árvore parece estar pronta, os produtores de maná produzem um corte raso na casca e observam a reação da planta. Se uma planta estiver suficientemente madura, uma pequena quantidade de resina irá pingar do corte.
Os produtores podem então começar a fazer talhos mais profundos – e pequenos fluxos de maná pegajoso irão fluir em direção às raízes.
"A colheita de maná não é algo que você possa aprender com um livro", explica Gelardi. "Se não passarmos estes conhecimentos para a geração seguinte, perderemos séculos de conhecimentos dos produtores locais."
Giulio Gelardi assumiu para si a missão de fazer reviver a prática milenar de colheita do maná na sua cidade natal de Pollina.
Vittoria Traverso via BBC
Alguns meses depois de voltar para Pollina, Gelardi se pôs a reviver a tradição decadente. Mas, no início, a maioria dos moradores locais não recebeu com entusiasmo o seu "renascimento do maná".
"Meus amigos achavam que eu estava louco", relembra ele. "Eles diziam que o maná era algo do passado."
Mas Gelardi não se abateu e passou meses aprendendo tudo o que podia sobre aquela seiva. Ele passava o tempo com produtores mais idosos, para aperfeiçoar sua técnicas de colheita, e visitava a biblioteca pública de Palermo para estudar o maná.
"Eu sabia que o maná era usado localmente como adoçante, hidratante e diurético", ele conta. "Mas aprendi que ele também poderia ser usado para tratar intoxicações alimentares, diversas condições da pele, artrite e sintomas do resfriado."
Gelardi também começou a perceber como o maná definiu a geografia e a cultura local. Um exemplo é o morro próximo de Gibilmaná, que abriga um famoso santuário. Seu nome vem das palavras árabes gibil ("montanha") e maná.
O maná também deu origem a expressões locais, como a frase vivere di mieli e manna – "viver de mel e maná", ou seja, viver uma vida de abundância.
Em 1986, Gelardi começou a distribuir panfletos com informações sobre o maná para os turistas que se hospedavam em um resort próximo.
"As pessoas ficaram fascinadas com as propriedades curativas do maná e seu impacto sobre a cultura local", relembra ele.
Nos anos 1990, Gelardi promovia tours demonstrando aos turistas internacionais como colher maná. "Eles começaram a considerar o maná o nosso superalimento local", ele conta.
Gelardi desenvolveu uma forma mais eficiente de colher o maná das árvores.
Vittoria Traverso via BBC
O maná é composto principalmente de manitol, um composto em forma de cristais naturalmente doce, e minerais como potássio, magnésio e cálcio.
Segundo a professora de botânica Vivienne Spadaro, da Universidade de Palermo, a resina branca espessa pode ser usada como suplemento alimentar para reintegrar minerais, especialmente potássio, e como base de diversas medicações.
"O maná é usado para tratar prisão de ventre, tosse, dor de garganta e feridas na pele, devido às suas propriedades suavizantes e descongestionantes", explica ela.
E, devido ao seu baixo índice glicêmico, Spadaro afirma que é possível usar uma pequena quantidade de maná como adoçante para pessoas diabéticas ou com dieta hipocalórica.
Inovações e popularização
Enquanto liderava tours de maná, Gelardi desenvolveu uma forma mais eficiente de colher a substância, com muito menos risco de contaminação da casca ou por insetos.
Ele criou uma técnica de "maná limpo", fixando um pequeno bico de alumínio à árvore. Com este método, o maná pode fluir para longe do tronco, por meio de uma linha de pesca fixada ao bico.
Esta inovação permitiu que Gelardi praticamente dobrasse sua produção da substância.
Nos anos que se seguiram, Gelardi começou a vender maná para panificadores e chefs de confeitaria. Eles incorporaram maná em tudo, desde cannoli e wafers até flocos e chocolates.
Ele também vendeu maná para farmácias, para produzir laxantes, suplementos minerais e produtos para a pele. E, nos últimos anos, as empresas francesas de produtos para a pele Biotherm e Yves Roche passaram a usar maná para produzir hidratantes.
Em 2002, o maná das montanhas Madonie foi declarado ingrediente protegido pela organização internacional Slow Food, que promove tradições alimentares ameaçadas.
E, em meados dos anos 2000, o maná passou a ser um ingrediente cobiçado pelos chefs e confeiteiros locais da Sicília.
Chefs locais e internacionais empregam o maná em suas receitas, como na cidade de Castelbuono, na Sicília.
Alamy via BBC
"Comecei a usar maná para produzir pandolce (bolo de frutas) com maná e amêndoas, mas percebi que ele também vai bem com pratos picantes", conta o chef Giuseppe Zingales, do restaurante Hostaria Cycas, na aldeia medieval próxima de Castelbuono.
O restaurante oferece pratos como lombo de porco com cobertura de maná; risoto com aspargos, bacon e maná; e pudim de cardo-silvestre com fondue de maná.
No Ristorante Nangalarruni, também em Castelbuono, os chefs Peppe Carollo e sua filha Francesca usam maná picado para criar um dos pratos característicos do restaurante: leitão com amêndoas, pistache e cobertura de maná.
"O segredo é [usar] bem", explica Francesca Carollo. "Uma pequena porção de maná com sabor doce oferece um contraste agradável com o sabor da carne assada. Mas o excesso de maná pode deixar o prato muito doce."
Os chefs de confeitaria ficaram particularmente interessados pelo maná.
Nicola Fiasconaro é um dos mais famosos confeiteiros da Itália. Ele passou a produzir uma edição especial de panetone, feito com chocolate e maná em flocos.
Entre 2014 e 2016, o chef Davide Oldani, estrelado pelo Michelin, incluiu palitos de maná cobertos com chocolate no menu do seu restaurante D'O na região de Milão.
Nos últimos anos, o "ouro branco" das Madonie, como às vezes é chamado, atingiu o preço de 200 euros (cerca de R$ 1,28 mil) por kg. Ele é usado para produzir uma série de produtos assados sem açúcar, desde muffins até biscoitos.
A maior parte dos chefs compra maná do Consórcio de Maná das Madonie, uma cooperativa criada em 2015 por Gelardi e outros produtores, para comercializar produtos de maná e promover a colheita da seiva entre os mais jovens.
A confeitaria de Nicola Fiasconaro em Castelbuono vende flocos de maná.
Alamy via BBC
"Cresci ouvindo falar sobre o maná, mas nunca havia aprendido como fazer a colheita", relembra Mario Cicero, um dos membros do Consórcio.
Natural de Castelbuono, ele passou anos trabalhando pelo mundo como chef de cozinha, até retornar às montanhas Madonie. E, como parte do seu treinamento, Cicero passou meses com produtores mais velhos, como Gelardi.
"Giulio me ensinou muitos truques", ele conta. "Mas ele transmitiu principalmente uma paixão contagiosa pela colheita do maná."
Agora, Cicero mantém 200 freixos na sua fazenda perto de Castelbuono. Ele espera que outros jovens pratiquem a colheita de maná.
Ver produtores jovens como Cicero se tornarem ntaccaluori ("cortadores", em idioma siciliano) é o maior orgulho de Gelardi.
Para ele, "cada jovem que aprende a colher maná irá garantir a sobrevivência de uma tradição secular".
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel.
Voos para Argentina sofrem alterações após anúncio de greve geral nesta quinta
Gol, Latam e Aerolíneas divulgaram orientações para quem for afetado. Boeing 737-887, da companhia Aerolíneas Argentinas, decola no aeroporto Jorge Newbery, em Buenos Aires, na Argentina.
Reuters
Companhias aéreas anunciaram mudanças em voos em virtude do anúncio de greve geral na Argentina nesta quinta-feira (10).
Voo atrasado ou cancelado? Saiba quais são os direitos dos passageiros
Veja abaixo o que disseram as principais empresas.
Gol
A Gol informou que 28 voos de/para a Argentina, que estavam programados para esta data, foram cancelados.
Isso porque, segundo a empresa, a greve geral impossibilitará todas operações aeroportuárias nas cidades de Buenos Aires, Córdoba, Mendoza e Rosário.
A companhia aérea diz que os passageiros dos voos cancelados estão sendo avisados via e-mail e SMS e poderão remarcar suas viagens, sem custo, para outras datas.
A Gol afirma ter criado 10 voos extras para os dias 11 e 12 de abril.
Existe ainda a opção de solicitar reembolso integral. Mais informações podem ser obtidas com a Central de Relacionamento da empresa, no 0300 115 2121.
Latam
A Latam informou que, "devido à adesão dos sindicatos que reúnem os trabalhadores da Intercargo, empresa que presta serviços de rampa em todos os aeroportos da Argentina", foi forçada a cancelar e/ou reprogramar seus voos de e para o país.
A empresa não divulgou o número de voos afetados. E reforçou que "alguns voos podem não ser cancelados, mas sim operados com alguma alteração no horário e/ou data".
A recomendação é que os passageiros confiram periodicamente o status do voo no site da Latam.
Quem for impactado por cancelamentos e/ou reprogramações pode escolher uma das seguintes opções:
alterar data/voo sem custos - o cliente pode escolher só ida e/ou ida e volta para uma nova data, antecipando ou postergando o voo.
receber reembolso - ele é gratuito e se aplica a todos os bilhetes não utilizados.
Aerolíneas Argentinas
A Aerolíneas Argentinas disse que 258 decolagens foram canceladas, o que afetará cerca de 20 mil passageiros. Entre as partidas afetadas estão 17 em rotas internacionais.
Segundo a empresa, 14 voos internacionais foram reprogramados fora do período que deve ter o impacto da greve. A lista está no site da Aerolíneas.
Passageiros que tiverem voos cancelados poderão remarcá-los sem custo entre 11 e 15 de abril ou entre 22 e 30 de abril de 2025, na mesma classe.
Os que desejarem trocar a passagem para os dias 16 e 21 de abril deverão pagar a diferença de tarifa.
Quem não puder viajar no período indicado ou prefira deixar a viagem em aberto poderá reprogramá-la arcando com a diferença de tarifa, diz a companhia argentina.
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Brasil volta a exigir visto para turistas dos EUA, Canadá e Austrália nesta quinta; governo diz que processo será eletrônico e rápido
Decisão de retomar a exigência do visto foi tomada considerando o princípio da reciprocidade. Brasileiros precisam de visto para entrar nos três países. Brasil volta a exigir visto para americanos, canadenses e australianos
O governo brasileiro retoma nesta quinta-feira (10) a exigência de visto para turistas dos Estados Unidos, Canadá e Austrália.
A emissão do documento será feita de forma totalmente eletrônica e, caso aprovado, o turista receberá o documento por e-mail.
🔎A decisão do governo foi tomada antes das tarifas impostas pelo presidente americano, Donald Trump, a diversos países do mundo. A taxa determinada para o Brasil foi a tarifa mínima, de 10%.
A exigência de vistos foi restabelecida por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início do terceiro mandato, em 2023.
O decreto revertia uma medida do governo Jair Bolsonaro (PL), que havia dispensado a necessidade de visto para turistas americanos, canadenses e australianos.
🗓️A determinação do atual presidente exigiria o visto a partir de 1° de outubro de 2023. A data foi postergada três vezes: para 10 de janeiro de 2024, 10 de abril de 2024 e, por último, 10 de abril de 2025.
Veja nesta reportagem:
Como funciona o processo?
Esse visto é válido para quais países?
Quanto tempo o turista pode ficar no Brasil?
Quem precisa de visto?
Relato de Ingrid Guimarães expõe onda de problemas e reclamações em viagens de avião
✏️Como funciona o processo?
💲Para a emissão do visto, será preciso pagar uma taxa de US$ 80,90 (cerca de R$ 488,64).
O sistema para solicitação dos vistos eletrônicos está disponível desde 2023 e é um procedimento curto, com poucas etapas:
1. O primeiro passo é fazer um cadastro no site da VFS Global (https://brazil.vfsevisa.com/) e preencher o formulário.
Após preenchido, é necessário enviar uma cópia do passaporte e uma foto. Não será necessária entrevista, apresentação de passagem aérea ou comprovante de renda.
Para menores de idade ainda será necessário anexar uma cópia da certidão de nascimento e uma autorização para emissão de visto para menor de idade, assinada pelos pais e autenticada em cartório.
2. A próxima etapa é realizar o pagamento da taxa de US$ 80,90 (cerca de R$ 488,64).
Após o pagamento da taxa, o solicitante receberá um e-mail confirmando o status da inscrição, indicando se a inscrição foi aprovada, rejeitada ou se a documentação adicional será necessária.
Com a solicitação aprovada, o solicitante receberá um arquivo em PDF com o eVisa por email.
3. Depois disso será necessário baixar, imprimir e apresentar o visto eletrônico no momento do embarque e desembarque no Brasil.
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🔎Esse visto é válido para quais países?
O visto eletrônico estará disponível apenas para cidadãos dos Estados Unidos, Canadá e Austrália.
Turistas de outros países que precisam de visto para entrar no Brasil devem consultar os consulados para a emissão de visto.
Segundo fontes ligadas ao Ministério das Relações Exteriores, a decisão de retomar a obrigatoriedade do visto foi tomada considerando o princípio da reciprocidade, uma vez que brasileiros precisam de visto para ir a esses países.
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📆Quanto tempo o turista pode ficar no Brasil?
O visto para os turistas desses países será necessário quem chega ao Brasil por via aérea, marítima ou terrestre. A estadia não poderá exceder 90 dias.
Painel de voos em aeroporto dos EUA
David Tulis/AP
Em 2024, mais de 720 mil turistas dos Estados Unidos desembarcaram no Brasil. O país ocupou a segunda posição no número de turistas que chegaram em destinos brasileiros, atrás apenas da Argentina.
No entanto, dados do governo brasileiro apontam que a proporção de turistas desses países não aumentou com a isenção do visto, saindo de 8,8% em 2019 — primeiro ano de vigência da isenção — para 8,4% em 2024.
O governo entende que, na prática, se retomar a exigência do visto, terá margem para negociar com esses países eventual isenção para brasileiros entrarem.
Em uma tentativa de reverter a decisão, o Senado aprovou, em março desse ano, um projeto para suspender o decreto de Lula e acabar com a exigência de visto. A proposta seguiu para a Câmara, onde está parada e sem previsão de ser analisada.
Exigência de visto para americanos volta a valer nesta semana; projeto que suspenderia regra segue fora do radar na Câmara
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✅Quem precisa de visto?
O Brasil exige visto para pessoas de mais de 60 nacionalidades fazerem uma visita simples ao país.
🌍Entre eles estão: Angola, Arábia Saudita, China, Cuba, Egito, Índia, Irã e Iraque.
Há outras nacionalidades que podem entrar no Brasil sem visto, mas para ficar no máximo 30, 60 ou 90 dias — a depender do país de origem.
A exigência de vistos, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores ocorre na maior parte dos casos com base no princípio da reciprocidade, comumente aplicado na diplomacia.
🔎O princípio determina que, se um país exige visto de entrada para brasileiros, o Brasil também passará a exigir visto dos habitantes desse país.
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Companhias aéreas alteram voos para Argentina com expectativa de greve geral para esta quinta
Latam, Gol e Aerolíneas divulgaram orientações para quem for afetado. Casa Rosada, na Argentina
Rafael Leal/g1
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Latam
A Latam informou que, "devido à adesão dos sindicatos que reúnem os trabalhadores da Intercargo, empresa que presta serviços de rampa em todos os aeroportos da Argentina", foi forçada a cancelar e/ou reprogramar seus voos de e para o país.
"Informamos que alguns voos podem não ser cancelados, mas sim operados com alguma alteração no horário e/ou data", diz a empresa.
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Gol
A Gol informou que 28 voos de/para a Argentina, que estavam programados para esta data, foram cancelados.
Isso porque, segundo a empresa, a greve geral impossibilitará todas operações aeroportuárias nas cidades de Buenos Aires, Córdoba, Mendoza e Rosário.
A companhia aérea diz que os passageiros dos voos cancelados estão sendo avisados via e-mail e SMS e poderão remarcar suas viagens, sem custo, para outras datas.
A GOL afirma ter criado 10 voos extras para os dias 11 e 12 de abril.
Existe ainda a opção de solicitar reembolso integral. Mais informações podem ser obtidas com a Central de Relacionamento da empresa, no 0300 115 2121.
Aerolíneas Argentinas
A Aerolíneas Argentinas disse que 258 decolagens foram canceladas, o que afetará cerca de 20 mil passageiros. Entre as partidas afetadas estão 17 em rotas internacionais.
Segundo a empresa, 14 voos internacionais foram reprogramados fora do período que deve ter o impacto da greve. A lista está no site da Aerolíneas.
Passageiros que tiverem voos cancelados poderão remarcá-los sem custo entre 11 e 15 de abril ou entre 22 e 30 de abril de 2025, na mesma classe. Os que desejarem trocar a passagem para os dias 16 e 21 de abril deverão pagar a diferença de tarifa.
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EUA vão negar vistos a estrangeiros que publicarem conteúdo 'antissemita' nas redes sociais
Governo americano afirmou que não há lugar para 'simpatizantes do terrorismo' no país. Trump já cancelou vistos de estudantes. Bandeira dos Estados Unidos é vista próximo da cidade fronteiriça de El Paso, no Texas
REUTERS/Jose Luis Gonzalez
Os Estados Unidos revisarão as publicações de estrangeiros nas redes sociais e lhes negarão vistos e permissões de residência se considerarem que o conteúdo das postagens é "antissemita", informou nesta quarta-feira (9) o Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (USCIS).
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Trata-se, disse, de "proteger a pátria de extremistas e estrangeiros terroristas", incluindo aqueles que apoiem organizações como as palestinas Hamas e Jihad Islâmica, o grupo libanês pró-iraniano Hezbollah ou os rebeldes houthis do Iêmen.
"Não há lugar nos Estados Unidos para os simpatizantes do terrorismo do resto do mundo, e não somos obrigados a aceitá-los nem a deixá-los ficar aqui", afirma a subsecretária de Assuntos Públicos do Departamento de Segurança Interna (DHS), Tricia McLaughlin, citada em um comunicado.
O governo do presidente Donald Trump já cancelou os vistos de estudantes nos Estados Unidos, onde a Primeira Emenda da Constituição garante a liberdade de expressão.
Várias pessoas que tiveram vistos retirados afirmam que nunca expressaram aversão contra os judeus e algumas denunciam que estão sendo punidas por terem participado de manifestações contra a guerra na Faixa de Gaza.
A secretária do DHS, Kristi Noem, "deixou claro que qualquer um que pense que pode vir aos Estados Unidos e se esconder atrás da Primeira Emenda para defender a violência e o terrorismo antissemita, pense duas vezes", porque "não são bem-vindos", acrescenta McLaughlin.
As autoridades migratórias informam que as novas diretrizes "entram em vigor imediatamente" e serão aplicadas a vistos de estudante e às solicitações de residência permanente, o famoso "green card".
No final de março, o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, declarou que retirou os vistos de 300 pessoas. Acrescentou que os estrangeiros não têm os mesmos direitos que os americanos e que a emissão ou negação de vistos depende das políticas do governo, não dos juízes.
O caso de deportação mais falado é o de Mahmoud Khalil, que liderou os protestos na universidade de Columbia, em Nova York.
A administração Trump também retirou subsídios de milhões de dólares em fundos federais a várias universidades e as acusa de não ter combatido duramente algumas ações antissemitas durante os protestos que estouraram nos campi por causa da guerra de Gaza.
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Ministérios da Educação e da Cultura e Turismo da China pediram que chineses "avaliem cuidadosamente os riscos de viajar aos EUA". Alerta foi emitido após Pequim aumentar para 84% as tarifas aplicadas a produtos norte-americanos. Alerta do Ministério da Cultura e Turismo da China para viagens aos Estados Unidos, emitido em 9 de abril de 2025.
Reprodução/ Ministério da Cultura e Turismo da China
Diante da escalada de tensões entre Estados Unidos e China por conta da guerra tarifária, o governo chinês emitiu dois alertas de risco a seus cidadãos para viagens aos Estados Unidos.
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Um dos comunicados foi divulgado pelo Ministério da Cultura e Turismo da China nesta quarta-feira (9) em seu site e aponta a "deterioração das relações" entre os dois países como justificativa para a decisão.
"Recentemente, devido à deterioração das relações econômicas e comerciais entre China e EUA e à situação da segurança interna nos Estados Unidos, o Ministério da Cultura e Turismo alerta os turistas chineses para que avaliem cuidadosamente os riscos de viajar para os Estados Unidos e tomem cuidado", diz o comunicado.
Em outro alerta, o Ministério da Educação aconselhou estudantes a também "avaliarem com cuidado riscos ao ir estudar nos Estados Unidos.
As recomendações foram emitidas após Pequim aumentar novamente, nesta quarta-feira, a tarifa aplicada a produtos norte-americanos, que agora passará a ser 84%.
Na terça-feira (8), Washington havia anunciado que a taxa aos produtos da China passarão a 104%, após Pequim retaliar o "tarifaço" de Trump na semana passada com taxas maiores a produtos norte-americanos.
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6 das estradas mais extraordinárias do mundo
Além das famosas, há pelo mundo muitas rodovias que surpreendem, por motivos diversos. Carretera Austral, no Chile
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"Quando você empreender sua viagem para Ítaca, peça para que o caminho seja longo, cheio de aventuras, cheio de experiências..."
Assim começa o poema Ítaca, em que o poeta grego Konstantinos Kavafis (1863-1933), evocando a lendária ilha à qual Ulisses tanto lutou para regressar em A Odisseia, nos convida a recordar que o destino é sempre importante, mas o que nos enriquece é o caminho que nos leva até lá.
E o caminho físico, nos nossos tempos, muitas vezes é uma estrada.
Existem estradas comuns, mas outras são tão chamativas ou estranhas que se transformaram em algo mais do que uma simples conexão entre o ponto A e o ponto B.
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Muitas estradas são atrações famosas por si próprias, como a Rota Jardim, na África do Sul; a Grande Estrada Oceânica da Austrália; a estrada de circunvalação da Islândia; e a Pacific Coast Highway, na Califórnia (Estados Unidos).
É claro que a lista é muito maior. Vamos percorrer apenas um trecho dela, nesta curta viagem por estradas incríveis.
Nosso ponto de partida é a beleza e o destino, a música. Vamos lá!
1. Carretera Austral, Chile
Carretera Austral, no Chile
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A Carretera Austral se estende ao longo de 1.240 km pela zona rural da Patagônia chilena. Ela começa na cidade litorânea de Puerto Montt, ao norte.
Sua construção foi iniciada em 1976, mas ela só foi concluída no ano 2000, devido aos riscos e às dificuldades do terreno. A estrada foi construída por cerca de 10 mil pessoas do Comando de Engenharia do Exército chileno e muitos perderam a vida no processo.
A Carretera Austral atravessa bosques nativos com tom verde intenso. Entre seus animais silvestres, está o pudu – o menor veado do mundo, com apenas 35 a 45 cm de altura.
Os condores planam sobre o cume das montanhas. As bicadas do pica-pau ressoam entre as árvores imponentes e os beija-flores revoam entre as fúcsias e as gigantescas folhas de nalca, que crescem até dois metros de altura.
À medida que a estrada avança em direção ao sul, a paisagem muda para a tundra patagônica, com amplos vales herbáceos e planaltos cobertos de arbustos, intercalados por lagos e pântanos.
A Carretera Austral e suas estradas de acesso atravessam dois parques nacionais: o Parque Nacional Hornopirén, dominado por vulcões, e o Parque Nacional Queulat, com seu espetacular glaciar suspenso, de onde caem regularmente pedaços de gelo sobre o lago de cor azul-celeste.
Antes de chegar ao final do trajeto, na localidade remota de Villa O'Higgins, a estrada atravessa uma terra de lagos azuis gelados. O Lago General Carrera é hipnotizante, com sua intensa coloração azul-turquesa.
Resumidamente, a Carretera Austral, sem dúvida, é uma das mais belas rotas cênicas do mundo.
2. Estrada Tongtian, China
A rodovia no sul da China é conhecida como a 'Estrada para o Céu'
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Outra paisagem imponente pode ser vista no percurso da estrada Tongtian, em Zhangjiajie, na província de Hunan (sul da China).
Mas, se você for o motorista, é preciso manter os olhos muito fixos na estrada. Com 99 curvas fechadas, ela é considerada uma das mais perigosas do mundo.
Serpenteando por profundas escarpas no seu caminho até a montanha Tianmen, a estrada se eleva de 200 até 1,3 mil metros acima do nível do mar.
A construção da estrada levou oito anos, de 1998 a 2006. Vista de cima, ela parece uma caprichosa fita branca desenhada por um artista em meio às encostas escarpadas, vales frondosos e densos bosques.
O buraco na montanha é chamado de 'Porta do Céu'
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Apesar da nossa proposta de nos concentrarmos no caminho, é difícil deixar de mencionar o destino desta estrada, também conhecida como "Estrada para o Céu".
As 99 curvas conduzem aos 999 degraus da "Escada para o Céu", que levam à caverna de Tianmen (天门), que significa "Porta do Céu", em mandarim.
O buraco natural a cerca de 131,5 metros de altitude, com 57 metros de largura e 60 metros de profundidade, é uma maravilha natural cativante.
3. Estrada Atlântica da Noruega
A ponte é curva e inclinada, com belas vistas à sua volta
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Esta não é uma ponte qualquer. É a ponte Storseisundet, a mais famosa das oito pontes ao longo da Estrada Atlântica da Noruega.
A ponte é o local mais fotografado da rodovia. Ela tem 260 metros de comprimento e parece mais uma montanha russa.
A estrada é conhecida simplesmente como Estrada do Atlântico. Ela tem 8 km de comprimento, conecta as cidades de Kristiansund e Molde, na Noruega dos fiordes, e une a ilha de Averøy ao continente, através de uma série de pequenas ilhas e enseadas.
Ela foi designada uma das 18 estradas cênicas nacionais. A rodovia é considerada bela, mas também perigosa, devido às suas voltas, curvas e desníveis.
A estrada foi inaugurada em 1989. Recomenda-se aos turistas que reservem tempo para percorrê-la, estacionando em cada um dos locais de parada designados para desfrutar da sua paisagem impressionante.
4. Túnel de Guoliang, China
O túnel inclui 30 janelas voltadas para o precipício
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Neste trecho de estrada, é conveniente olhar para frente, não para baixo. Ou talvez seja melhor evitá-lo por completo.
Por que foi construído o túnel de Guoliang?
Guoliang é uma aldeia isolada no alto de uma escarpa a 1,7 mil metros de altitude, nas montanhas Taihang, no centro da China. Seus moradores estavam insatisfeitos porque só era possível chegar à aldeia escalando as encostas encarpadas e uma série de degraus de pedra.
Por isso, em 1972, um grupo de moradores locais começou a construir por si próprios o túnel de 1,2 km. Foi uma façanha incrível que levou cinco anos.
Sua nova estrada media apenas quatro metros de largura e era muito perigosa, especialmente depois de chuvas fortes.
Por outro lado, a fachada de pedra do túnel conta com 30 "janelas", que permitem vislumbrar o vale que se estende ao longe.
Agora, o túnel e a aldeia atraem intrépidos visitantes de todo o mundo.
5. Carrossel Mágico, Inglaterra
Neste local no sudoeste da Inglaterra, você precisa resolver um quebra-cabeça para chegar aonde deseja
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Já aconteceu, ao andar de carro, que você parecia dar voltas em círculos? Pois, no Carrossel Mágico, não existe outra opção.
Ele fica em Swindon, no sudoeste da Inglaterra. E não é uma única rotatória. Ela é formada por cinco minirrotatórias, que circundam a rotunda central.
Inaugurado em 1972, ele recebeu inicialmente das autoridades locais o nome de Ilhas do Condado.
Mas os moradores de Swindon começaram a chamá-lo carinhosamente de "Magic Roundabout" ("Carrossel Mágico", em português), que era o nome de um programa infantil, apresentado pela BBC entre 1965 e 1977.
No início da década de 1980, o apelido passou a ser o nome oficial da estrada. E, em 2024, o Carrossel Mágico conquistou o prêmio de Rotatória do Ano no Reino Unido.
O presidente da Sociedade de Apreciação de Rotatórias do Reino Unido (sim, ela existe!), Kevin Beresford, homenageou o Carrossel Mágico.
Para ele, "algo simplesmente assombroso acontece quando você se aproxima".
"Você fica deslumbrado com toda esta coreografia de carros", diz Beresford.
6. Rodovia Nacional 237, Argentina
A música repentina deixa mais despertos os motoristas cansados da longa viagem
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Em algum lugar da Patagônia argentina, mais precisamente no km 1449 da Rodovia Nacional 237, você pode ter uma experiência inesperada.
Passando pelo caminho que liga as cidades de Neuquén e Bariloche, de repente, você encontra notas musicais gigantes pintadas sobre o asfalto. Elas anunciam que você está a ponto de chegar à "estrada argentina que canta".
Em parte, a rodovia depende de você para cantar. É preciso dirigir sobre finas faixas de frenagem, a uma velocidade determinada, para produzir vibrações harmônicas que, juntas, formam uma canção.
Criado em 2021, ela é o primeiro – e, até agora, o único – "asfaltofone" da América do Sul.
O asfaltofone foi idealizado em 1995 no povoado de Gylling, na Dinamarca. Dois artistas dinamarqueses desenharam uma série de marcadores circulares em relevo, que produziam sons quando alguém circulava sobre eles.
Desde então, as faixas de concreto usadas para que os motoristas reduzam a velocidade ou se mantenham acordados e atentos em trechos monótonos se transformaram em música em vários lugares do mundo.
Japão, Rússia, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos e Hungria são alguns dos países que surpreendem os viajantes com esta sinalização encantadora.
Em plena travessia, usando o carro como instrumento, você pode ouvir diversas músicas. Na China, por exemplo, é executado um trecho do Hino à Alegria, de Beethoven; e, na Argentina, a canção escolhida é a popular La Cucaracha.
Turistas podem ser barrados nos EUA? Tire essa e outras dúvidas e evite perrengues na imigração
Veja dicas do que ter em mãos, de como responder às perguntas dos agentes, entre outros pontos. Aeroporto nos EUA
Carlos Barria/Reuters
Nos últimos meses, turistas relataram ter sido barrados na imigração dos Estados Unidos. Isso acontece em meio a um endurecimento do combate à imigração ilegal, promovido por Donald Trump, presidente do país desde janeiro.
Esse cenário levou governos de diversos países, como Alemanha e Reino Unido, a alertarem seus cidadãos sobre as dificuldades de entrada nos EUA. Os anúncios aconteceram após três turistas alemães e um britânico terem sido detidos por autoridades de fronteira do país.
Outro caso parecido envolveu um cientista francês, detido e impedido de entrar nos EUA há cerca de duas semanas. A situação ocorreu depois que agentes da imigração encontraram mensagens supostamente críticas a Trump em seus aparelhos eletrônicos.
Tudo isso gerou diversas dúvidas sobre o processo de entrada de turistas brasileiros nos EUA e sobre como evitar perrengues na imigração. Confira as respostas para algumas dessas questões.
Quem precisa tirar visto de turismo para entrar os EUA?
Todos os brasileiros que não têm nacionalidade americana e querem visitar os Estados Unidos a turismo são obrigados a tirar um visto com esse propósito.
Essa autorização permite uma estadia de até 6 meses e é renovável por até 10 anos, segundo Renata Castro, advogada especializada em imigração.
Ela destaca que o mesmo visto também pode ser usado por quem quer visitar os EUA por períodos curtos com outros objetivos, como: tratamentos médicos, eventos sociais e estudos não acadêmicos.
Veja o passo a passo para tirar o visto de turismo para os EUA
Mesmo com visto de turismo, posso ser barrado nos EUA?
Sim. O visto de turismo não garante a entrada no país, segundo o site do Departamento de Estado dos EUA.
"Os agentes do Departamento de Segurança Nacional e do Controle de Fronteira (CBP, em inglês) têm a autoridade para negar a entrada de pessoas no país", destaca o site oficial do órgão.
Nesse sentido, Renata explica que o visto é um 'benefício', não um direito.
"O governo dos EUA sempre pode negar a entrada de um estrangeiro no país", explica a especialista. "Você pode cumprir todos os critérios, ter o visto aprovado e, ainda assim, ser barrado na imigração".
Ela destaca, inclusive, que os agentes da fronteira não precisam dar justificativas específicas para barrar turistas. "Eles costumam citar motivos genéricos, como proteção nacional", exemplifica.
Quais documentos devo ter em mãos no controle de fronteira?
Um dos principais motivos pelos quais agentes da imigração barram a entrada de estrangeiros com visto de turismo nos EUA é a suspeita de que a pessoa quer se fixar no país por mais tempo do que a autorização permite.
Por isso, uma dica para evitar problemas na imigração, é ter sempre em mãos documentos que provem que a estadia será curta, orienta a advogada especializada em imigração. Confira os principais:
comprovante de passagens de volta;
reserva e extratos da estadia;
comprovantes do tratamento médico que será realizado e dos recursos necessários para pagar por ele (quando for o caso);
passaporte válido por pelo menos 6 meses (não precisa ser o mesmo que recebeu o visto).
➡️Dica extra: sempre leve esses comprovantes impressos para não depender do funcionamento ou da bateria do celular.
O que o agente de imigração pode perguntar?
Não há como saber ao certo o que os funcionários que controlam a entrada de estrangeiros nos EUA vão perguntar. Eles podem não questionar nada ou perguntar, por exemplo, o motivo da visita ao país, segundo a especialista.
Nesse caso, o importante é que o visitante mencione os mesmos objetivos de viagem citados ao solicitar o visto para não haver inconsistências, orienta Renata.
"Se você falou que ia fazer uma viagem de férias durante o processo de solicitação do visto, responda a mesma coisa para o agente da fronteira", orienta. "Ele pode checar se as justificativas batem".
O agente da imigração pode inspecionar o meu celular e exigir a minha senha?
Sim. Os agentes da fronteira dos EUA podem revisar o celular, o computador, a câmera ou outros dispositivos eletrônicos do viajante, além de demandar o acesso a eles, segundo o site do governo americano.
"A recusa pode significar a não entrada no país", alerta Renata. "O mesmo acontece se a pessoa se negar a responder às perguntas".
Ela explica que os agentes costumam buscar no celular dos viajantes evidências de crimes ou da intenção de residir no país. Por exemplo, conversas com possíveis empregadores nos EUA ou posts em redes sociais perguntando sobre como é trabalhar em determinada área no país.
"Eles costumam ler mensagens de WhatsApp", conta a especialista.
O que acontece se eu for barrado na imigração dos EUA?
Nesses casos, a pessoa pode ser incluída no próximo voo disponível de volta ao seu país de residência, segundo Renata.
Ela explica que, até o momento de embarcar, a pessoa fica esperando na famosa "salinha da imigração", uma área restrita do aeroporto, sem acesso às partes públicas.
"Ela não tem muito como contestar algo", destaca. Não tem nenhuma lei que obrigue o governo a permitir a entrada de turistas no país".
A especialista explica também que a possibilidade de ligar para familiares, por exemplo, fica a critério dos oficiais de fronteira. “Não existe um direito nesse sentido”, justifica.
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A Sentinel Island é o lar de uma das tribos mais isoladas do mundo. Os pesquisadores estimam que não há mais de 200 indígenas na tribo da Ilha Sentinela do Norte
INDIAN COASTGUARD/SURVIVAL INTERNATIONAL
Os pesquisadores estimam que não há mais de 200 indígenas na tribo da Ilha Sentinela do Norte
INDIAN COASTGUARD/SURVIVAL INTERNATIONAL
Pouco se sabe sobre os habitantes da Ilha Sentinela do Norte, localizada no meio do Oceano Índico. Não se sabe que idioma eles falam, nem o número exato de indígenas que vivem isolados nesse local a 1.200 km da Índia continental.
O mistério que envolve essa pequena tribo levou vários curiosos a tentar se aproximar deles, algo que as organizações de povos indígenas descrevem como uma "nova e crescente ameaça" para a população local.
Especialmente depois do que aconteceu em 31 de março, quando Mykhailo Viktorovych Polyakov, um turista americano de 24 anos, desembarcou na ilha sem autorização.
Em mais uma tentativa de um visitante de conhecer membros dessa comunidade, Polyakov não apenas registrou parte de sua jornada, mas também deixou uma lata de refrigerante e um coco na praia.
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Como a entrada é restrita - por uma lei de 1956 que busca proteger a integridade dos habitantes locais - as autoridades indígenas locais detiveram o jovem americano.
"Os influenciadores são vistos como uma ameaça crescente a essa tribo indígena isolada", disse à BBC Mundo a jornalista da BBC Marathi Janhavee Moole, de Mumbai.
Antropólogos e ativistas indígenas expressaram preocupação com as tentativas de alguns indivíduos de entrar em contato com a tribo nos últimos anos. Eles acreditam que a tribo já deixou claro mais de uma vez seu desejo de não ter contato com pessoas de fora e exigem que isso seja respeitado.
A Survival International, uma organização de direitos indígenas, alegou que o americano colocou em risco sua própria vida e a da tribo com sua visita.
Ele também descreveu o fato como "profundamente perturbador" e alertou que os influenciadores representam uma "nova e crescente ameaça" para essas tribos.
Por sua vez, as autoridades dos EUA disseram que estão cientes do caso e que irão "monitorar de perto a situação".
Mas quem são os habitantes de Sentinel e qual é o risco de visitá-los?
Isolada da Índia
Essa tribo vive em uma pequena ilha chamada North Sentinel Island no arquipélago de Andaman e Nicobar, um grupo de ilhas a cerca de 1.200 km da Índia continental.
Nelas vivem cinco tribos consideradas "particularmente vulneráveis". Entre elas estão os Jarawa e os Sentinelenses do Norte, que permanecem em grande parte isolados do resto do mundo.
O pouco que se sabe sobre eles é que migraram da África há cerca de 60.000 anos, são uma das poucas tribos de caçadores-coletores do mundo e habitam uma pequena área de selva.
Os especialistas estimam que entre 50 e 200 pessoas compõem a tribo, embora não se saiba o número exato. Sua cultura ainda não é conhecida, nem mesmo seu idioma, que é nitidamente diferente dos outros idiomas das ilhas próximas.
Eles também se distinguem pelo uso de arcos e flechas, ferramentas com as quais caçam e se defendem, e têm se mostrado hostis aos forasteiros.
"Os Sentinelenses são conhecidos por sua hostilidade contra qualquer estrangeiro. Eles tendem a evitar qualquer tentativa de contato e, em algumas ocasiões, responderam com força letal", diz Moole.
Em 1974, um cineasta visitante foi atingido na perna por uma flecha em chamas enquanto sua equipe tentava filmar um documentário para a National Geographic.
E em novembro de 2018, John Allen Chau, um americano de 27 anos, foi morto pela tribo depois de visitar a ilha.
As autoridades locais disseram que o jovem era um missionário cristão.
Ele foi alvejado com arcos e flechas. Relatos da época sugeriam que ele havia subornado pescadores para levá-lo à ilha.
As tentativas de entrar em contato com os moradores fracassaram.
INDIAN COASTGUARD/SURVIVAL INTERNATIONAL
Ilhas estratégicas
Pesquisadores indígenas realizaram alguns estudos e tentaram estabelecer contato com a tribo.
Em 1991, eles distribuíram alguns presentes doces, como cocos, e tentaram se comunicar em linguagem de sinais, mas não obtiveram uma boa resposta. Como resultado, pouco tempo depois, o governo indiano abandonou essas expedições e proibiu a entrada de pessoas de fora da ilha.
Após o tsunami de 2004, o governo fez um reconhecimento para se certificar de que os habitantes da ilha estavam vivos, mas quando os helicópteros sobrevoaram a ilha, os habitantes locais atiraram neles com flechas.
O grupo de ilhas, do qual o Sentinel faz parte, é estrategicamente importante para a Índia, pois está localizado na Baía de Bengala, próximo às principais rotas marítimas do Indo-Pacífico.
Dessa forma, esse local é estabelecido como um ponto estratégico para monitorar o tráfego marítimo no Estreito de Malaca, uma rota comercial importante para muitos países, inclusive a China.
Por esse motivo, a Índia tem procurado construir um porto internacional de transbordo de contêineres semelhante ao de Hong Kong na região. No entanto, muitos acreditam que esses projetos podem representar uma ameaça existencial para a tribo.
As Ilhas Andaman e Nicobar ficam na costa leste da Índia.
Getty Images via BBC
O risco de visitas à tribo
Os habitantes dessa tribo viveram em isolamento quase total por dezenas de milhares de anos.
Isso significa que eles provavelmente não têm imunidade a doenças comuns, como gripe ou sarampo.
Por esse motivo, as visitas foram proibidas desde 1956 devido ao risco de a tribo ser contaminada por doenças de fora da comunidade.
Nesse sentido, a guarda costeira indiana mantém um olhar atento sobre a área ao redor da ilha para evitar que os curiosos se aproximem do local.
"Aproximar-se deles pode ser fatal, já que eles geralmente não recebem pessoas de fora e já demonstraram hostilidade contra qualquer um que se aproxime no passado", diz Moole, de Mumbai.
É a crescente exposição da tribo que preocupa os grupos de proteção indígena.
Os Jarawa, juntamente com o povo Sentinel, são uma das tribos mais isoladas do mundo.
Getty Images via BBC
'Cidadania é reparação histórica': mudança em regra de nacionalidade italiana frustra descendentes
Governo italiano afirma que decreto que endureceu regras pretende coibir abusos de indústria milionária. Mas também estão em jogo memórias afetivas e reconhecimento histórico, especialmente entre colonos. Cidadania italiana: o que muda com as novas regras anunciadas pelo governo
A gaúcha Geniana Finatto cresceu comendo polenta, tomando vinho caseiro e cantando músicas em talian, o dialeto de base vêneta nascido e cultivado entre colonos italianos no Sul do Brasil.
Bisneta e tataraneta de emigrados a São Domingos do Sul, onde a prefeitura estima que 65% dos quase 3 mil habitantes sejam de origem italiana, ela sempre se sentiu brasileira em primeiro lugar — e italiana, em segundo.
Mas, na sexta-feira passada (28), ela viu parte da sua identidade colocada em xeque. Nesse dia, o governo da Itália publicou um decreto que restringe a obtenção da cidadania por direito de sangue, conhecido como "jus sanguinis", a filhos e netos de quem nasceu no solo da Itália.
Cidadania italiana: o que muda com as novas regras anunciadas pelo governo
As regras anteriores não impunham limite de gerações, contemplando descendentes dos primórdios da imigração italiana ao Brasil, que completou 150 anos em 2024. Qualquer pessoa que pudesse provar que teve um ancestral italiano vivo após 17 de março de 1861, quando se formou o Reino da Itália, estava apto a solicitar a cidadania.
Ao todo, vinte pessoas da família de Geniana se preparavam para iniciar um pedido conjunto para a obtenção da cidadania. Pelo menos por enquanto, está frustrado o sonho de ver as raízes reconhecidas no papel.
"Toda a minha família veio da Itália, por parte de mãe e de pai. Eles sempre foram muito ligados à cultura italiana, e eu cresci no meio disso", diz Geniana. "Isso mexe, pelo menos para mim, com o emocional. Com a minha história. É como se eles falassem que eu não sou italiana."
Em vigor imediato para novas solicitações de cidadania, o "pacote cidadania" ainda precisa ser aprovado no Parlamento dentro de 60 dias. Observadores preveem uma batalha difícil para os críticos que tentarem reverter ou alterar a decisão pela via legislativa, sob o argumento da inconstitucionalidade.
Barrados na última hora
A notícia caiu como uma bomba para quem já fechou contratos com assessorias especializadas, mas não abrira formalmente a solicitação de reconhecimento da cidadania.
O custo do serviço gira em torno de R$ 10 mil, onde 20 mil pessoas tiveram a cidadania reconhecida só no ano passado. O governo italiano ainda dobrou para 600 euros os custos administrativos em 2025.
Estima-se que o Brasil tenha 32 milhões de ítalo-descendentes. Na Argentina, outro destino comum dos colonos italianos nos séculos 19 e 20, foram outros 30 mil reconhecimentos em 2024.
Para a veterinária Isabella Cozadi, também bisneta de italiano em Minas Gerais, a reviravolta foi rápida. Dois dias antes do decreto, ela havia decidido dar início ao processo, 30 anos depois de os primeiros membros da família terem buscado informações sobre a probabilidade de conseguirem comprovar a linhagem italiana.
A família foi desencorajada por várias empresas, uma vez que o antepassado emigrante tivera o nome e o ano de nascimento modificados ao chegar ao Brasil. Na quarta-feira (26/03), finalmente Isabella tinha achado um advogado disposto a apostar no seu caso.
"Cresci com meu pai contando histórias sobre o avô dele. Eu e minha irmã ouvíamos como ele dizia com orgulho a sua origem: ‘Lauria, província de Basilicata, Itália!'", relembra Isabella. "Nós nos reconhecemos como descendentes de italianos, e nos empolgamos muito na semana passada. Depois, vivemos uma montanha russa."
Os cinco requerentes da família vão prosseguir com o processo, apostando que o decreto será revertido. "Se depender da Constituição, ainda temos esperança."
A cidadania como produto?
O governo italiano argumenta que as novas restrições são urgentes para evitar mais fraudes e a "comercialização" da nacionalidade italiana por uma indústria milionária de assessorias especializadas, que atuam principalmente na América do Sul.
A atividade vinha sendo alvo da imprensa italiana, com críticas ganhando tração após algumas empresas terem apostado em promoções na Black Friday do ano passado.
Um artigo do jornal italiano Corriere Della Sera chegou a chamar de "pecado original" a lei de 1992 que permitiu aos descendentes de emigrantes italianos reivindicar a cidadania, ao citar pequenos municípios do Vêneto sobrecarregados com milhares de pedidos de brasileiros. A região é uma das origens mais comuns dos ítalo-brasileiros.
É comum a queixa de que os novos cidadãos nem mesmo vão à Itália para fazer a papelada ou para se conectar com a cultura.
"A discussão é positiva. Como cidadã, acho que as pessoas têm que aprender a língua e conhecer a História italianas. Mas a lei pode intermediar isso sem um decreto tão radical e abrangente, que não olha a situação como ela verdadeiramente é", opina a advogada Kamila Lammoglia, reconhecida italiana em 2020, junto com seus dois filhos.
Ela agora teme que a sua terceira filha, de 10 meses, seja a única no núcleo familiar sem a dupla nacionalidade. A família se prepara para passar um ano na Itália a fim de aprimorar o idioma e o conhecimento sobre a cultura. "Como você explica isso para uma criança? Como pedir que ela ame um país que lhe negou esse direito?", diz.
Mais que passaporte, projeto de vida
Passaporte italiano
Francesca Tirico na Unsplash
Após a aprovação do decreto, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, disse que a nacionalidade não pode ser "um instrumento para viajar a Miami" com mais facilidade. "Não estamos dispostos a vender a cidadania, pois ser italiano é uma coisa séria", afirmou o político, segundo a agência Ansa.
A obtenção de cidadania, entretanto, passa longe de ser fácil, exigindo até vários anos de trâmites burocráticos para requerentes. E também serve como porta de entrada para quem deseja tentar a vida na Europa, a fim de suprir a demanda por mão de obra num contexto de redução populacional.
Em 2024, a Itália bateu o recorde negativo da sua taxa de fecundidade, com apenas 370 mil nascimentos, de acordo com dados oficiais.
"A sensação geral é de muita tristeza. Como se fosse um sonho roubado. Eu trabalho com pessoas que enxergam na cidadania italiana uma possibilidade de vida nova. É um projeto de vida", diz a advogada Gabriela Tremarin, especializada na obtenção da cidadania italiana.
Reconhecimento histórico
Mesmo admitindo a necessidade de coibir abusos e discutir a atualização da legislação, críticos argumentam que o direito à cidadania não é tema a ser legislado por decreto.
"As fraudes e a banalização da cidadania são vergonhosas, que nada têm a ver com a importância de um direito como o da cidadania. Tudo isso pode ser perseguido através de uma modificação da lei, procedimentos e medidas para barrar articulações fraudulentas", diz Fabio Porta, deputado eleito pelos cidadãos italianos na América do Sul. "Mas você não pode jogar fora a criança junto com a água da banheira."
Muitos ainda argumentam pelo reconhecimento do papel histórico dos colonos que fugiram da pobreza à América do Sul, onde enfrentariam vidas de trabalho árduo e sacrifícios. E construíram novas famílias — não raro numerosas, como a de Geniana.
"Os meus avós sempre trabalharam na roça, em condições bem humildes, com uma família grande. Eles plantavam o que eles consumiam. Sempre foi uma história difícil, com muitas restrições", diz Geniana. "É como se a cidadania fosse uma reparação histórica."
Uma petição online contra o decreto já reuniu mais de 85 mil assinaturas. O texto afirma que o governo italiano "arrisca trair a herança" italiana e "privar milhões de pessoas de um direito histórico", uma vez que "a emigração italiana criou comunidades sólidas no exterior que merecem ser reconhecidas e tuteladas".
Empresas que prestam assessoria a descendentes de italianos também afirmam que vão recorrer do decreto na Justiça italiana.
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Fim da 'Black Friday' da cidadania italiana? O mercado milionário no Brasil ameaçado por novas regras
A cidadania italiana estava sendo vendida "como uma banana na feira", diz advogada que oferece serviço aos milhões de ítalo-descendentes do Brasil. Ministro das Relações Exteriores e vice-primeiro-ministro da Itália, Antonio Tajani, mostrou anúncios em português
BBC/Reprodução
Ao anunciar as mudanças nas regras para se obter cidadania italiana na última sexta-feira (28/3), o vice-primeiro-ministro da Itália, Antonio Tajani, tinha em mãos folhas de papel com algumas propagandas de empresas do Brasil.
Os anúncios, provavelmente retirados de páginas no Instagram, prometiam "30% de desconto" e até uma "Black Friday" para brasileiros descendentes de italianos interessados em serviços especializados em tirar a cidadania italiana.
Levantando uma folha, Tajani disse que "ser cidadão italiano é algo sério" e pedia o "o fim ao uso de nossa nacionalidade (...) para se ter um passaporte no bolso e ir fazer compras em Miami".
Cidadania italiana: o que muda com as novas regras anunciadas pelo governo
Com a nova regra já em vigor, os descendentes de italianos que nasceram no exterior só podem obter a cidadania se tiverem um antepassado italiano com duas gerações de diferença.
Ou seja, é preciso ter um pai ou avô italiano para ter direito — antes, não havia essa restrição.
O anúncio caiu como bomba em empresas que movimentam milhões oferecendo o serviço em países como Argentina e Brasil, que receberam uma grande leva de imigrantes italianos nos séculos 19 e 20.
"Caiu 90% a demanda", diz o advogado Vagner Cardoso, fundador da Terra Nostra, uma das maiores assessorias especializadas em cidadania italiana no Brasil. "A gente vai ter que se reinventar."
São mais de cem funcionários na empresa, que usa a estratégia de anúncios e promoção nas redes sociais, criticada pelo governo italiano.
Para Cardoso, as críticas são feitas por quem "desconhece" a realidade da comunidade italiana no Brasil. "Não é um comércio, mas um serviço de utilidade pública para pessoas que, por lei, têm o direito de ser cidadãos", diz o advogado.
As mudanças também afetaram brasileiros que estão há anos na fila esperando ser atendidos pelos consulados.
"Quando descobri a história da minha família, comecei a sonhar, a ver mais possibilidades para minha vida", lamenta a paulista Juliana Trevisanuto, que está há quatro anos esperando ser chamada pelo consulado em São Paulo.
De 1870 a 1920, cerca de 1,4 milhão de italianos migraram para o Brasil, muitos fugindo da pobreza.
A Embaixada da Itália costuma estimar que há mais de 30 milhões de descendentes de italianos no Brasil, sendo 20 milhões apenas no Estado de São Paulo. Cerca de 730 mil pessoas são cidadãs italianas.
Até a implementação do novo decreto, os descendentes que conseguissem rastrear os documentos de antepassados que nasceram da Itália podiam aplicar ao processo de cidadania.
Nos últimos anos, segundo o governo italiano, o número de pedidos por essa cidadania vem aumentando exponencialmente, em parte pela atuação das empresas especializadas.
Na Argentina, o número de reconhecimentos passou de cerca de 20 mil em 2023 para 30 mil em 2024. No Brasil, o total aumentou de 14 mil para 20 mil.
O ministro Tajani também divulgou que, desde final de 2014 até final de 2024, o número de cidadãos italianos residentes no exterior aumentou de aproximadamente de 4,6 milhões para 6,4 milhões, representando um crescimento de 40% em 10 anos.
Segundo os dados na União Europeia, em 2023 os brasileiros foram a 4º nacionalidade não europeia a conseguir mais cidadania no continente, atrás de sírios, marroquinos e venezuelanos.
Desse grupo brasileiro com novo passaporte, 44% se tornaram cidadãos europeus por meio da Itália, 20% pela Espanha e 19% por Portugal.
O custo de contratar uma assessoria no Brasil varia conforme a via escolhida e a quantidade de serviços, mas costuma incluir taxas de documentos, tradutores e honorários advocatícios. O preço costumar variar entre R$ 17 mil e R$ 25 mil.
O Parlamento italiano tem até dois meses para regulamentar o novo decreto do governo da primeira-ministra Giorgia Meloni.
Como a maioria do Parlamento é formado pelo grupo de apoio a Meloni, é improvável que as regras sejam modificadas.
O decreto prevê também a implementação de medidas para que "cidadãos nascidos e residentes no exterior mantenham vínculos reais com a Itália ao longo do tempo".
Essas pessoas precisariam "exercer os direitos e os deveres de cidadão pelo menos uma vez a cada 25 anos", como votar, por exemplo.
Em teoria, mesmo quem já tem o passaporte italiano hoje precisaria demonstrar que tem vínculos com o país.
'Prestamos esse serviço por que a Itália é incompetente'
Os milhões de descendentes de italianos no mundo — mas, especialmente, na América Latina — contavam com três principais caminhos para conseguir a cidadania.
Entrar com um processo administrativo no consulados;
Entrar com um processo administrativo na Itália (com a necessidade de morar um tempo no país);
Entrar com um processo judicial na Justiça italiana.
Em teoria, mesmo quem já tem o passaporte italiano hoje precisaria demonstrar que tem vínculos com o país
BBC/Divulgação
Para quem tenta via consulados no Brasil, após conseguir reunir certidões de nascimento e óbito dos antepassados, a fila para ser atendido tem demorado cerca de dez anos.
A consultora de vendas Juliana Trevisanuto está há quatro esperando sua vez. Desde 2021, ela iniciou uma empreitada por conta própria de pesquisa sobre os seus antepassados e a história da imigração dos italianos ao Brasil.
Juliana diz que gastou cerca de R$ 12 mil em traduções, cursos e ao contratar pessoas na Itália que pudessem resgatar documentos de seu trisavô, nascido na região de Vêneto. Agora, pela nova regra, ela não seria mais elegível.
"Investi tempo, dinheiro e sentimento", lamenta Juliana, que não tinha tanta pressa para conquistar o documento e, por isso, preferiu ficar na fila do consulado em São Paulo, esperando dar entrada no seu pedido.
O Consulado da Itália em São Paulo disse em comunicado que todos os agendamentos estão suspensos. Os empresários do setor estimam centenas de milhares de pessoas aguardavam para ser atendidas.
Juliana Trevisanuto fez pesquisas no Museu da Imigração, em São Paulo
BBC/Acervo Pessoal
É justamente pela demora de conseguir fazer andar um processo nos consulados que muitos brasileiros passaram a entrar com uma ação na Itália, por meio de empresas que oferecem esse serviço.
"A via judicial surge justamente como um recurso pela ineficiência do sistema italiano", diz a advogada Renata Bueno, fundadora do Instituto Cidadania Italiana, que oferece assistência deste tipo.
Com todos os documentos, o processo costuma durar dois anos, segundo os advogados especializados no assunto.
"Meu trabalho é fazer o trabalho que o consulado é incompetente para fazer", diz Vagner Cardoso, da Terra Nostra.
"Se o consulado fosse competente, não existiria ninguém prestando serviço. E eu, como todo mundo que trabalha, é claro que cobro por isso."
Apenas uma empresa que fornece o serviço, a Nostrali, teve em 2024 uma receita de R$ 107 milhões, segundo o ranking Negócios em Expansão da revista Exame.
A startup Cidadania4u, que oferece um serviço 100% digital, divulga um faturamento de R$ 147 milhões.
Atualmente, há mais de 60 mil processos judiciais pendentes para o reconhecimento da cidadania, segundo o governo italiano.
Em geral, ao entrar com a ação na Itália, o descendente pede que sua cidadania seja reconhecida pela Justiça porque os consulados seriam incapazes de garantir esse direito.
"A pessoa protocola o pedido de agendamento no consulado, e aí a gente demonstra na Justiça que o consulado não tem condição de atender aquela pessoa e faz um recurso com relação a esse direito que não é dado", diz Bueno, que foi a primeira brasileira a ser eleita deputada na Itália, em 2013.
No Parlamento italiano, há vagas destinadas aos cidadãos italianos residentes no exterior. Atualmente, são duas para a América do Sul, ocupadas por argentinos.
O novo decreto do governo italiano também muda o processo mesmo para aqueles que ainda se encaixam nas novas regras.
Ainda sem dar detalhes, o texto aponta que os interessados em obter documentos italianos não vão mais se dirigir aos consulados nos países, mas a um "escritório especial centralizado" no Ministério das Relações Exteriores do país, em Roma.
'Cidadania virou banana vendida na feira'
Várias empresas divulgam promoções de serviços para obter cidadania nas redes sociais
BBC/Reprodução
O argumento da mercantilização da cidadania italiana tem algum fundamento, diz Renata Bueno. "Realmente, perdeu o controle", ela afirma.
"Virou muito um produto, como uma banana sendo vendida na feira. Isso realmente não pode acontecer. Cidadania tem que ser um direito e um dever de um cidadão por aquele país."
Na visão da advogada especializada Anna Katarina Vieira, sócia da AV Cidadanias, o marketing das grandes empresas brasileiras, especialmente nas redes sociais, causou uma má impressão na Itália.
"Porque, realmente, se você é cidadão de um país e você vê anúncios com 'cidadania italiana fácil' ou 'Black Friday da cidadania', acha um absurdo", diz Vieira. "É um marketing ofensivo."
O advogado Vagner Cardoso discorda que a cidadania tenha "virado mercadoria", mas reconhece que há "aproveitadores", mas ressalta que isso acontece "como em todo o mercado".
Bueno, que acompanhou discussões no Parlamento, dá como exemplos dos "aproveitadores" algumas empresas que preparavam documentações falsas ou entravam com um processo presencial Itália dizendo que o cliente morava no país, mesmo sem nunca ter pisado lá.
Um dos casos que ganhou visibilidade na imprensa italiana envolve o nome do apresentador brasileiro Rodrigo Faro.
A operação Carioca, deflagrada pela Polícia de Nápoles em 2024, combateu "uma vasta rede de corrupção" e prendeu seis pessoas no município de Villaricca.
Segundo investigações, havia uma rede de falsificação de documentos para obter cidadania italiana de forma ilícita. Faro afirmou que foi uma vítima deste esquema.
Para Vieira, as fraudes nos processos administrativos existem principalmente devido a falhas na própria Itália, não no Brasil.
"Se não tiver o oficial da comuna [município] italiana envolvido para fornecer o primeiro documento frio, nenhuma outra documentação é emitida", diz a advogada.
"Em vez de melhorar o próprio sistema e combater as fraudes lá, o que eles fizeram? Cortaram tudo."
Cardoso diz que as dez maiores empresas do Brasil estão se reunindo nos últimos dias para criar uma associação para atuar como uma categoria.
Procurara pela reportagem, a Embaixada da Itália no Brasil não quis comentar sobre as críticas apresentadas.
Fim da cidadania?
Festa no bairro Santa Felicidade, tradicional reduto italiano de Curitiba: descendentes de italianos se instalaram principalmente no Sul e Sudeste do Brasil
BBC/Getty Images
Todas as mudanças anunciadas, diz Cardoso, na prática, "acabaram com a cidadania" em países como Brasil daqui para frente.
Isso porque filhos e netos dos italianos que imigraram para a América Latina seriam hoje bastante idosos — e eles também não poderiam passar cidadania aos descendentes, já que não nasceram na Itália.
"Foi uma falta de respeito total com os ítalo-descendentes, negaram a história italiana, que é de imigração", diz Cardoso, ele próprio cidadão italiano.
De acordo com o decreto italiano, a nova regra entrou em vigor em 28 de março. Ou seja, se a pessoa já tinha dado entrada no processo antes disso, se aplicaria a regra antiga.
Mas, entre alguns advogados e descendentes, tem pairado uma dúvida sobre qual seria o momento considerado como o início desse processo.
Seria a entrega dos documentos e pagamento de taxas ou quando é feito o primeiro agendamento?
Para Cardoso, se a pessoa conseguiu ser atendida e pagou as taxas no consulado, ela estaria submetida às regras antigas. Mas quem estava na fila esperando o primeiro atendimento teria que recalcular a rota.
Já Vieira defende que os clientes que já haviam tentado o acesso ao consulado e estavam na fila há anos podem ser elegíveis a seguir na regra antiga.
"Considero [o início do processo] a partir da manifestação de vontade da pessoa, quando ela procurou o consulado", diz.
Para os advogados entrevistados, a medida é "inconstitucional".
"A lei italiana, em 1912, diz que a pessoa é italiana do nascimento. Ou seja, ela não 'ganha' a cidadania italiana. Os processos não são sobre uma aquisição da cidadania, mas uma atribuição, declarando que aquela pessoa tem o direito", diz Vieira.
As empresas brasileiras dizem que entrarão com ações de inconstitucionalidade para questionar o decreto em instâncias superiores na Itália.
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Cidadania italiana: o que muda com as novas regras anunciadas pelo governo
5 oásis incríveis pelo mundo (um deles é vizinho ao Brasil)
Do Peru a Omã, esses locais de exuberância inesperada proporcionaram alívio da aridez de desertos por milênios. Há milênios que os oásis nos atraem e cativam, oferecendo refúgio ao viajante do deserto com suas piscinas e sombras
Getty Images via BBC
Os oásis são um milagre da natureza.
Basta um pouco de água e as terras mais áridas florescem rapidamente de forma exuberante, oferecendo frutos doces como figos e tâmaras.
Os oásis são verdadeiras ilhas em vastos mares desérticos.
A água da chuva, que caiu centenas de anos atrás e se acumulou em mananciais ou aquíferos subterrâneos, brota na superfície e possibilita o desenvolvimento da fauna e da flora.
E também alimenta a vida humana, pois nossa história nesses refúgios naturais remonta a milênios. No oásis bíblico de Ein Gedi, no vale do Mar Morto, foram encontradas provas de assentamentos humanos datados de 6000 a.C.
Os oásis também marcaram o estabelecimento de comunidades e rotas comerciais.
O deserto do Saara, por exemplo, abriga cerca de 90 oásis importantes. Mas, por ser o maior deserto do planeta, é preciso percorrer longos caminhos para conhecê-los.
Os desertos ocupam vastas superfícies. Sua extensão é medida em milhares ou milhões de quilômetros quadrados. Já os oásis são minúsculos – o maior deles ocupa menos de 100 km².
Por tudo isso, os oásis são valiosos e excepcionais. Vamos, então, viajar ao redor do mundo, destacando cinco deles.
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1. Oásis Yueyaquan, China
O oásis Yueyaquan, azul e em forma de meia-lua
Getty Images via BBC
Encravado entre as dunas douradas do deserto de Góbi, na província de Gansu (noroeste da China), fica o oásis Yueyaquan (月牙泉 – "Fonte da Lua Crescente", em mandarim).
O local parece ter saído de um conto de fadas. Seu lago é diminuto e suas águas são cristalinas.
Estima-se que o oásis tenha surgido 2 mil anos atrás. Ele foi uma parada importante para os viajantes da antiga Rota da Seda.
No Ocidente, o Lago da Lua Crescente ficou conhecido graças ao livro The Gobi Desert (O Deserto de Góbi, em tradução livre), das missionárias protestantes Mildred Cable (1878-1952) e Francesca French (1871-1960). Elas passaram mais de 10 anos percorrendo a região.
Cable e French chegaram ao oásis em um momento crucial, segundo seu próprio relato:
"Ao nosso redor, só conseguíamos ver altíssimos montes de areia, testemunhas da nossa busca inútil. Até que, com um desesperado esforço final, subimos o último pico e olhamos para baixo."
"Vimos um lago, e sua beleza era cativante."
Mas o lago correu o risco de ser absorvido pelo deserto à sua volta. Na década de 1990, descobriu-se que o nível médio da água havia diminuído de cinco metros para apenas um.
Felizmente, foram tomadas medidas para reabastecê-lo em 2006, preservando sua impressionante beleza.
2. Oásis de Huacachina, Peru
Oásis de Huacachina é cercado por árvores e casas
Willian Justen de Vasconcellos/Unsplash
Huacachina é o único oásis natural da América do Sul. Ele fica no sul do Peru, entre as maiores dunas do continente.
Reza a lenda que suas águas são as lágrimas de uma donzela chamada Huacachina. Ela chorava a morte do seu amado, um guerreiro inca.
Depois de soluçar por dias e noites, ela percebeu que outro guerreiro a observava. Huacachina então se lançou sobre o lago criado pelas suas lágrimas.
Horas depois, ela tentou sair da água e percebeu que havia se transformado em uma sereia.
Como ocorre com muitos outros oásis pelo mundo, Huacachina está ameaçado pela demanda cada vez maior de água na região. A perfuração de poços nas suas proximidades e a evaporação durante os verões mais quentes provocaram a queda do nível do lago, forçando o bombeamento de água.
Localizado a 300 km da capital peruana, Lima, o oásis tem cerca de 100 moradores permanentes – e sua paisagem espetacular atrai muitos turistas.
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3. Wadi Bani Khalid, Omã
De água cristalina e azul-turquesa, o oásis Wadi Bani Khalid tem vegetação no meio do deserto
Getty Images via BBC
A palavra "wadi", em árabe, define o leito de um rio seco ou abastecido esporadicamente pelas chuvas, criando charcos de água parada ao longo do percurso.
O oásis de Wadi Bani Khalid fica no deserto de Wahiba, em Omã. Ele é alimentado pelas chuvas e pelas águas termais da caverna próxima de Muqal.
Seus belos lagos, poços e vegetação exuberante contrastam com a árida paisagem do deserto.
Os primeiros moradores da região foram tribos de beduínos. Mas, hoje em dia, o local é popular entre os visitantes. Alguns deles se dedicam a explorar as grutas, outros se banham nas piscinas naturalmente aquecidas.
4. Oásis de Al-Ahsa, Arábia Saudita
O oásis de Al-Ahsa é formado por tamareiras
Getty Images via BBC
Esta imagem é diferente do que normalmente imaginamos de um oásis, não é verdade? Afinal, muitos deles são apenas pequenos lagos ou tanques.
Mas o oásis de Al-Ahsa, na Arábia Saudita, é gigantesco. Sua superfície é de cerca de 85 km², o que o configura como o maior oásis do mundo.
A região é fértil e se estende por 12 mil hectares. Ela abriga mais de 2,5 milhões de tamareiras e também conta com grutas, canais, antigas fortalezas e mesquitas.
As evidências arqueológicas indicam que a região é habitada desde os tempos pré-históricos. Em 2018, o oásis foi declarado Patrimônio Mundial da Unesco, como "exemplo excepcional de interação humana com o meio ambiente".
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5. Oásis Agua Caliente, Estados Unidos
O oásis Agua Caliente é abastecido por um manancial termal natural
Getty Images via BBC
O oásis Agua Caliente ("Água Quente", em espanhol) fica no deserto de Sonora, perto da cidade de Tucson, no estado americano do Arizona. Ele é rodeado de palmeiras e abriga fauna silvestre, como tartarugas e aves.
O local é abastecido por um manancial termal natural. Por isso, a tribo nativa americana Cahuilla o chamava originalmente de "Sec-he", que significa "som de água fervente". A tribo habitou a região por 5 mil anos.
Os espanhóis o rebatizaram como "Agua Caliente" durante a colonização local, no final do século 18.
Entre 1877 e 1882, o oásis funcionou como balneário medicinal e recreativo. Posteriormente, diversos proprietários o mantiveram para criação de gado.
Originalmente, duas fontes alimentavam os tanques. Uma delas era quente e a outra, fria.
Mas, na década de 1930, para tentar aumentar a vazão, os mananciais foram explorados, provocando o efeito contrário: as duas fontes se fundiram e a vazão foi reduzida.
Nos anos 1960, o condado de Pima comprou os 41 hectares do local, criando o Parque Agua Caliente, que inclui e mantém o oásis.
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A revanche de ilha paradisíaca que virou 'inferno na Terra' por excesso de turistas
Antigamente, Comino era um paraíso quase vazio. Agora, é um dos destinos turísticos mais disputados do arquipélago maltês. O pequeno paraíso de Comino, no Mediterrâneo, é frequentemente invadido por turistas, muitos deles atraídos pelas icônicas imagens da ilha nas redes sociais
Getty Images via BBC
Sentado em uma cafeteria na baía de Marfa, em Malta, Colin Backhouse observa um pedaço de terra minúsculo no horizonte.
Trata-se da ilhota de Comino, uma laje rochosa de 3 km por 5 km cozida pelo sol, rodeada pelo mar cintilante, com coloração que varia do azul-marinho até o brilhante turquesa.
Antigamente, Comino era um paraíso quase vazio. Agora, é um dos destinos turísticos mais disputados do arquipélago maltês.
Com mais de 51 mil seguidores na sua página popular no Facebook, Malta Holiday Experiences, Backhouse dedica seu tempo a recomendar os melhores pontos para explorar pelas ilhas maltesas. Mas existe um lugar que ele se recusa a indicar.
"É maravilhoso nesta época do ano", afirma ele, apontando para a ilhota sem carros, localizada entre Malta e a ilha de Gozo. "Mas no verão? Não tem dinheiro que me pague para chegar perto. É o inferno na Terra."
A Lagoa Azul de Comino atrai dezenas de milhares de visitantes de todo o mundo, todos os anos. O local é o sonho dos fotógrafos e um dos destinos mais espetaculares do Mediterrâneo.
O tom vívido da baía, gerado pela luz solar que reflete o leito marinho de calcário branco, cintila sob o sol do Mediterrâneo, formando uma paisagem perfeita para fotos exuberantes.
Na baixa estação de dezembro a fevereiro, as águas da baía permanecem pouco agitadas, exceto pelo suave murmúrio das gaivotas aterrissando. A costa é silenciosa e intocada.
Mas, no verão, a história é outra. Multidões disputam ombro a ombro os espaços disponíveis. Os resíduos transbordam dos cestos de lixo superlotados e ficam emaranhados entre os arbustos de roseiras pisoteados. Barcos a motor saem lançando músicas ao vento, queimando gasolina e deixando para trás um rastro de danos ambientais.
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A Lagoa Azul de Comino é um dos mais belos destinos turísticos do Mediterrâneo
Getty Images via BBC
Backhouse relembra o tempo em que Comino parecia um refúgio isolado.
"Visitei pela primeira vez em 1980", ele conta. "Naquela época, você conseguia ter todo o lugar para si próprio. Infelizmente, observei pessoalmente a destruição ao longo das décadas. Realmente, não sei por que as pessoas ainda se importam com a ilha."
E Backhouse não é o único a manifestar este sentimento. A frustração com o turismo excessivo em Comino vem crescendo há anos e alguns visitantes desiludidos chegam a chamar a viagem de um dia a partir de Malta de scam (golpe).
Os barcos superlotados, poucas diversões e a degradação ambiental cada vez maior aumentaram as pressões para que as autoridades tomassem providências.
Em resposta, surgiram os ativistas.
Em 2022, um grupo local chamado Moviment Graffitti tomou para si o desafio, retirando da ilha suas cadeiras de praia e espreguiçadeiras. Eles protestavam contra o que consideravam exploração do espaço público para lucro privado.
Sua mensagem era clara: Comino deveria ser protegida e não usurpada.
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Cenário de cinema
A ascensão da ilha para se tornar um destino dos sonhos é um processo interessante.
Comino serviu de cenário para filmes e séries como O Conde de Monte Cristo (2002), Troia (2004) e rapidamente em Game of Thrones (2011-2019). Com isso, a Lagoa Azul passou a ser uma conhecida joia cinematográfica.
Mas as redes sociais fizeram a popularidade da ilha disparar. Suas águas cintilantes e surreais começaram a atrair visitantes de todo o mundo, em busca da foto perfeita.
"Ela está no topo da lista de desejos de muitos visitantes que chegam às ilhas maltesas", conta Rebecca Millo, chefe de marketing e comunicação corporativa da companhia aérea nacional KM Malta. "Muitas pessoas simplesmente querem ir direto para lá."
Mas as mudanças, finalmente, estão chegando.
Comino foi incluída na rede de áreas protegidas da União Europeia chamada Natura 2000. E, neste ano, em uma medida para frear o turismo de massa e aliviar a pressão sobre a ilha, as autoridades maltesas estão fixando um limite diário de visitantes.
O número de visitantes de barco será reduzido de 10 mil para 5 mil por dia. Este é um passo significativo na direção certa. Mas, para ativistas ambientais como Mark Sultana, CEO (diretor-executivo) da organização BirdLife Malta, é uma solução apenas parcial.
Para ele, "limitar os números é um bom começo. Mas precisamos de um plano público de sustentabilidade que não se concentre apenas no controle das multidões, mas sim na preservação do frágil ecossistema de Comino."
"Defendemos que é preciso haver um sistema de controle de ingressos que permita apenas a emissão de um número limitado de bilhetes diários", destaca Sultana.
Este tipo de dificuldade não é exclusivo de Comino. Em todo o Mediterrâneo, os governos estão restringindo as regulamentações para combater o turismo excessivo.
Veneza, na Itália, começou a cobrar entrada de turistas de um dia e Atenas, na Grécia, impôs limites ao número diário de visitantes na Acrópole. Estas medidas sinalizam uma mudança mais ampla rumo a um turismo mais sustentável.
A guia de turismo Joanne Gatt, da Seasoned Malta, ouve uma queixa recorrente dos turistas: visitar a ilha minúscula não é a experiência que eles contrataram.
"Eles vão para Comino esperando o paraíso e saem de lá decepcionados", ela conta. "Superlotada e caótica. Tomara que o limite de visitantes faça realmente a diferença."
Com as novas regulamentações em vigor, a esperança é que Comino possa recuperar parte do seu charme perdido, oferecendo uma experiência mais agradável e protegendo seu ecossistema. Mas algumas pessoas acham que o dano já está feito.
"Com tantas pessoas deteriorando a ilha, ano após ano, só espero que sobre alguma coisa para as gerações futuras poderem desfrutar", conclui Gatt.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel.
Turistas deveriam percorrer a trilha inca?
A popularidade da caminhada a Machu Picchu ocasiona frequentes protestos e reivindicação dos carregadores responsáveis pelo transporte da bagagem dos visitantes por melhores condições de trabalho O lendário caminho que leva a Machu Picchu, no Peru, é uma das mais deslumbrantes trilhas do mundo
Alamy via BBC
A 2.840 metros acima do nível do mar, a trilha se afasta do apressado rio Urubamba, que corta o Vale Sagrado de Cusco, no Peru. Ela segue seu caminho para subir as montanhas.
A trilha corta as florestas tropicais andinas até chegar a Warmiwañusca, a famosa "Passagem da Mulher Morta". Aquele é o ponto mais alto da trilha, a 4.215 metros. Dali, ela desce até a antiga fortaleza inca de Machu Picchu, uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.
Estamos falando da lendária Trilha Inca, o caminho mais popular da América do Sul e um dos mais belos e surpreendentes do mundo.
Engenheiros incas projetaram e construíram a trilha há mais de 600 anos. E, para tentar protegê-la, o governo peruano limita a quantidade de passes disponíveis aos visitantes no período de abertura da trilha, entre março e janeiro de cada ano. Em 2025, a trilha abre no dia 31 de março.
Com isso, as licenças para percorrer os 43 km de caminhada são rapidamente vendidas todos os anos, com os turistas tentando garantir um dos 200 passes alocados diariamente para os visitantes.
Ironicamente, a popularidade da Trilha Inca ocasiona frequentes protestos. Muitas vezes, centenas de turistas ficam bloqueados devido a essas manifestações.
Entre outras exigências, os carregadores responsáveis pelo transporte da bagagem dos visitantes pelas montanhas reivindicam melhores condições de trabalho.
Estes protestos raramente chegam à imprensa internacional, mas o Coletivo da Voz dos Carregadores – uma organização dedicada a promover os direitos dos trabalhadores da Trilha Inca – lançou um documentário em 2024, detalhando suas reivindicações.
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Os carregadores contratados pelos visitantes na Trilha Inca sobem as montanhas andinas transportando 30 kg de bagagem ou mais.
Alamy via BBC
Mas como um local de caminhada tão idílico pode gerar tanto conflito?
Os guias indígenas da trilha afirmam que o problema é o descumprimento da legislação existente, que protege as condições de trabalho dos carregadores.
Caminhar sozinho na Trilha Inca é proibido. Os turistas precisam obter uma licença e contratar carregadores através de uma operadora de turismo autorizada, como a Evolution Treks Peru ou a Intrepid Travel.
As mulas são proibidas na Trilha Inca – seus cascos destruiriam a antiga pavimentação de pedras e as escadas. É por isso que os visitantes precisam contratar carregadores para transportar seus equipamentos de camping.
O dia dos carregadores costuma começar às 5 horas da manhã e termina após as 22 horas.
Uma lei de 2022 determina que os carregadores devem receber 650 novos sóis peruanos (US$ 176, cerca de R$ 998) pela trilha de quatro dias. Mas muito poucas agências de turismo respeitam a legislação. Elas chegam a pagar até 350 novos sóis (US$ 95, cerca de R$ 539) por trilha.
Os advogados das agências de turismo questionam a lei desde a sua aprovação. E, enquanto isso, elas se recusam a pagar o valor oficial.
Além das agências de turismo não pagarem o valor devido aos carregadores, muitas delas exigem que eles transportem pesos acima do máximo de 20 kg, também estipulado na legislação.
"A maior parte dos carregadores [homens] transporta cerca de 30 kg e já vi bagagens de 40 kg", conta Natalia Amao Huillca, guia de turismo na Trilha Inca desde 2007.
"Cerca de 80% das lesões dos carregadores que observo são de joelho. As outras são principalmente lesões nas costas. Eles me pedem analgésicos à noite com frequência."
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A guia Shandira Arque Lucana conta que muitas empresas de turismo fazem acordos com os responsáveis pela fiscalização dos limites de peso para os carregadores
Heather Jasper via BBC
Cenovia Quispe Flores trabalha como carregadora para a Evolution Treks Peru desde 2018.
"A lei para as mulheres é de 15 kg", afirma ela. Mas Quispe Flores já viu mulheres carregando 25 a 30 kg para outras companhias.
Para contornar os limites de peso, muitas empresas enviam o equipamento sem passar pelo primeiro posto de controle, onde as mochilas dos carregadores são pesadas. Ou simplesmente subornam os responsáveis pela fiscalização dos limites.
"Teoricamente, o ponto de controle é rigoroso, mas, na prática, não para todos", afirma Shandira Arque Lucana. Ela trabalha como guia de turistas na Trilha Inca desde 2016.
Arque Lucana explica que as grandes empresas fazem acordos com os funcionários dos pontos de controle, mas as pequenas agências não têm influência suficiente para evitar a fiscalização.
Mesmo as companhias que desejam respeitar as regras podem enfrentar entraves com o rigoroso limite de 500 pessoas permitidas diariamente na trilha (incluindo 300 carregadores e guias, além dos 200 turistas). Às vezes, o peso é maior, mas não há como acrescentar um carregador a mais.
"Já vi muitos carregadores trabalhando com hérnias e problemas nos joelhos e nos tornozelos", conta o guia Pedro (ele pediu para não ser identificado pelo seu nome verdadeiro).
"Conheço um carregador que começou a sofrer de alcoolismo porque não conseguia tratamento para o seu joelho lesionado. Ele ainda trabalha na Trilha Inca e alivia suas dores com cañazo [aguardente de cana]."
A guia Liz Montesinos Pumayalle relembra que existem outros caminhos além da Trilha Inca, que permitem que os visitantes cheguem a Machu Picchu sem carregadores humanos.
Heather Jasper via BBC
Os carregadores também sofrem com a desidratação. Eles bebem água não potável das fontes e torneiras para lavar as mãos perto dos banheiros, enquanto os clientes pagantes recebem água filtrada e fervida.
Com tudo isso em mente, o que os turistas podem fazer para caminhar até as ruínas mais famosas da América do Sul de forma ética e responsável?
Bem, segundo os guias locais, é preciso lembrar, em primeiro lugar, que existem outras trilhas que levam a Machu Picchu.
"A Trilha Inca não é a única opção", afirma Liz Montesinos Pumayalle. Ela trabalha como guia na Trilha Inca há oito anos e destaca que, em todas as outras trilhas, são usadas mulas no lugar dos carregadores humanos.
"As pessoas que quiserem fazer conexão com as comunidades indígenas devem usar a Trilha Lares", orienta ela. "E a Trilha Salkantay é melhor para pessoas que quiserem dormir em redomas ecológicas ou pousadas, em vez de tendas."
A Trilha Salkantay tem duas opções que levam diretamente a Machu Picchu e outros caminhos indiretos.
Amao Huillca salienta que as empresas que contratam diversas mulheres carregadoras, muitas vezes, tratam seus funcionários melhor do que aquelas que têm apenas uma ou duas.
"Gosto de trabalhar com equipes de carregadores em que a metade são mulheres e que têm uma carregadora-chefe mulher", explica ela. "A maioria das empresas envia uma ou duas mulheres carregadoras simbólicas."
Ela conta que, como as mulheres carregadoras são mais dispostas a consultar um médico quando sofrem lesões do que seus colegas homens, os turistas que solicitarem mulheres, provavelmente, irão caminhar com profissionais mais saudáveis.
Turistas disputam os 200 passes alocados diariamente aos visitantes para caminhar pela Trilha Inca
Heather Jasper via BBC
"Uma forma de garantir que os carregadores sejam bem pagos e bem tratados é que haja mulheres carregadoras", concorda o guia Edson Lucana Mejía, que também trabalha na Trilha Inca.
Ele explica que, historicamente, é comum que os carregadores homens durmam na tenda de jantar, que não têm piso e, muitas vezes, fica enlameada.
Mas as mulheres insistem em ter tendas individuais. Por isso, em uma equipe com mais mulheres, você pode ter a certeza de que mais carregadores têm um lugar decente para dormir.
Marco Antonio Carrión trabalha como guia de turismo na Trilha Inca há 20 anos. Ele oferece outras recomendações.
"Procure fotos de carregadores com mochilas ergonômicas e análises que mencionem algo sobre como os carregadores são tratados", orienta ele. "Se uma empresa for sustentável e tratar bem os carregadores, isso irá aparecer nas críticas online."
'Sem carregadores, não existe Trilha Inca'
Alamy via BBC
Carrión também destaca que os turistas devem perguntar se os carregadores são obrigados a usar os uniformes fornecidos pelo seu empregador. Este pode ser um pequeno detalhe em algumas culturas, mas, para muitos indígenas peruanos, as roupas quíchuas tradicionais são uma parte importante da sua identidade.
Muitas operadoras ainda exigem que os carregadores transportem pesadas tendas de lona, mesas e cadeiras. Na hora de escolher uma empresa, pergunte o peso do seu equipamento de camping e se eles têm opções mais leves.
Apesar de todas as críticas sobre o mau tratamento dedicado por algumas operadoras da Trilha Inca, muitos guias e carregadores se sentem satisfeitos. Eles ficam felizes trabalhando neste ambiente natural exuberante.
"Adoro este trabalho", conta Quispe Flores. "Gosto das montanhas e de trabalhar com minhas amigas, as outras mulheres carregadoras. Trabalhar na agricultura é mais difícil e não paga bem."
Nem sempre é fácil determinar quais empresas respeitam a lei e quais não. Mas Lucana Mejía tem uma mensagem para os milhares de turistas que esperam poder caminhar pela trilha lendária – e ela quer que ninguém esqueça suas palavras:
"Sem carregadores, não existe Trilha Inca."
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel.
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Cidadania italiana: o que muda com as novas regras anunciadas pelo governo
Agora apenas filhos ou netos de pessoas nascidas na Itália terão direito a solicitar cidadania por direito de sangue. Reforma também inclui projeto de lei que proíbe consulados de processar pedidos. Cidadania italiana: o que muda com as novas regras anunciadas pelo governo
O governo da Itália endureceu nesta sexta-feira (28/03) a lei que concede o direito à cidadania aos descendentes de italianos nascidos no exterior. A medida deve impactar diretamente descendentes que moram no Brasil e na Argentina.
O objetivo, segundo o governo, é conter a "comercialização" do passaporte italiano e o aumento de solicitações, vindas principalmente da América do Sul – para onde milhões de italianos emigraram nos séculos 19 e 20.
"A nacionalidade não pode ser um instrumento para poder viajar para Miami com um passaporte europeu", disse o ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, em entrevista coletiva depois que o Conselho de Ministros aprovou a nova legislação.
O que muda com a nova regra
A Itália concede sua nacionalidade seguindo, entre outros, o princípio do "jus sanguinis" (direito de sangue), ou seja, por descendência ou filiação, o que levou muitos estrangeiros, descendentes de antigos emigrantes italianos, a reivindicá-la.
Pelas regras atuais, qualquer pessoa que consiga provar que teve um ancestral italiano vivo após 17 de março de 1861, quando o Reino da Itália foi criado, pode solicitar a cidadania. Dessa forma, não havia limite de gerações para solicitar cidadania por sangue.
Mas o decreto aprovado nesta sexta-feira muda esta orientação e estipula que os descendentes de italianos nascidos no exterior só receberão a cidadania automática por duas gerações: ou seja, se pelo menos um dos pais ou avós tiver nascido na Itália.
Com isso, mesmo quem seja filho ou neto de brasileiros que obtiveram a cidadania italiana anteriormente, mas não nasceram no país europeu, não poderá solicitar o benefício.
As regras valem para novos pedidos apresentados a partir de 0h desta sexta-feira, no horário italiano. Ou seja, apenas quem protocolou um pedido até as 19h59 do dia 27 de março, no horário do Brasil, está sujeito à norma antiga. Nada muda para quem já possui a cidadania ou o passaporte italiano.
"A partir da meia-noite você não poderá mais solicitar a cidadania com as regras antigas, mas somente se tiver até avós italianos", disse o ministro, em declaração publicada pelo jornal italiano Corriere Della Sera.
O decreto tem força de lei e vale por 60 dias, período que o parlamento italiano deve analisá-lo e mantê-lo, ou descartá-lo. A coalizão de direita liderada pela primeira ministra Giorgia Miloni, porém, detém maioria no Legislativo e vem se mostrando favorável a políticas anti-imigração.
Imagem de uma passaporte italiano
Francesca Tirico na Unsplash
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Outras mudanças serão discutidas no parlamento
Na segunda fase da reforma proposta pelo governo italiano, um projeto de lei será apresentado para obrigar que os italianos nascidos ou residentes no exterior mantenham vínculos reais com o país europeu, exercendo seus direitos e deveres na Itália pelo menos uma vez a cada 25 anos.
Isso muda o atual modelo, que não obriga qualquer comprovação de vínculo com o país europeu após solicitada a cidadania.
A reforma também inclui um segundo projeto de lei que vai revisar o procedimento de reconhecimento de cidadania. A nova regra obrigará os interessados em obter a cidadania a apresentar seu pedido diretamente ao Ministério das Relações Exteriores da Itália, em Roma, não sendo mais possível aplicar nos consulados locais.
Diferente do decreto, os dois projetos de lei precisam ser aprovados pelo Parlamento Italiano para terem validade, mas consulados italianos em diversos países, incluindos o Brasil, já informaram que vão suspender temporariamente os pedidos até segunda ordem.
O governo argumenta que a proposta vai aliviar os consulados e prefeituras italianas de processar milhares de pedidos que chegam todos os anos. Atualmente, ao menos 60 mil solicitações estão em análise pela burocracia italiana.
Governo critica comercialização do passaporte e salto de pedidos
O ministro Antonio Tajani afirmou que o número de italianos nascidos ou residentes no exterior aumentaram 40% na última década, de 4,6 milhões para 6,4 milhões. Na América do Sul, o número de descendentes com nacionalidade reconhecida passou de 800 mil para mais de dois milhões nos últimos 20 anos.
Na Argentina, os pedidos de cidadania italiana concedidos passaram de 20.000, em 2023, para 30.000 em 2024. No Brasil, as solicitações aprovadas saltaram de 14.000 em 2022 para 20.000 no ano passado. No país, há diversos relatos de cidadãos que aguardam anos na fila do atendimento para conseguirem solicitar o benefício. Na Venezuela foram quase 8.000 pedidos aprovados em 2023.
A Itália tem uma população de cerca de 59 milhões de pessoas, que vem diminuindo na última década. O Ministério das Relações Exteriores estimou que, sob as regras antigas, de 60 a 80 milhões de pessoas no mundo poderiam ser elegíveis para a cidadania italiana.
Tajani defendeu ainda que a norma combate empresas que lucram ao ajudar pessoas a rastrear seus ancestrais e buscar certidões de nascimento necessárias para os pedidos – sobrecarregando os cartórios municipais com demandas por documentação.
"Estamos agindo de forma muito rigorosa contra aqueles que querem ganhar dinheiro com a oportunidade de se tornarem cidadãos italianos", disse Tajani.
"Infelizmente, nos últimos anos, houve abusos que foram além do interesse real em nosso país", continuou o ministro.
Novas regras de imigração
As críticas sobre o atual modelo de cidadania por ancestralidade partem principalmente de movimentos conservadores, que afirmam que o sistema é injusto, pois concede o benefício a pessoas sem vínculo significativo com a Itália. Por outro lado, filhos de imigrantes nascidos e criados na no país, precisam esperar até os 18 anos para poder solicitar um passaporte.
O novo decreto segue políticas anunciadas pela premiê italiana, Giorgia Meloni, que lidera um partido de ultradireita. Também nesta sexta-feira, seu gabinete afirmou que usará duas instalações administradas pela Itália localizadas perto da costa da Albânia como centros de deportação.
As unidades foram abertas em outubro passado como centros de processamento para possíveis solicitantes de asilo que tenham sido interceptados no mar, um projeto experimental que está sendo observado de perto pela União Europeia.
Mas os ministros de Meloni concordaram que os centros agora servirão principalmente como instalações de repatriação para manter os migrantes que devem ser enviados de volta aos seus países de origem.
A mudança faz com que migrantes que já chegaram às costas italianas possam ser enviados para um país não pertencente à UE para aguardar suas repatriações.
Nacionalidade italiana mais difícil: país limita naturalização por direito de sangue a duas gerações
Agora será preciso ter pai ou avô nascido na Itália para solicitar a nacionalidade. Antes era suficiente um bisavô ou um trisavô. Cidadania italiana: o que muda com as novas regras anunciadas pelo governo
O governo italiano restringiu na sexta-feira (28) as condições de naturalização por direito de sangue, limitando agora essa possibilidade a duas gerações: agora será preciso ter pai ou avô nascido na Itália para solicitar a nacionalidade. Antes era suficiente um bisavô ou um trisavô.
As condições deverão ser ainda mais rigorosas, pois depois "será imposto aos cidadãos nascidos e residentes no exterior" e naturalizados italianos "manter vínculos reais com o país, exercendo os direitos e deveres de cidadania pelo menos uma vez a cada 25 anos", segundo a reforma do "Ius sanguinis" aprovada no conselho de ministros.
Esses direitos e deveres não foram especificados.
"O princípio do direito de sangue não será abolido e muitos descendentes de emigrantes poderão obter a nacionalidade italiana", assegurou o chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, após o conselho de ministros.
"Mas serão estabelecidos limites precisos, especialmente para evitar abusos ou a 'comercialização' dos passaportes italianos. A nacionalidade deve ser uma coisa séria", acrescentou.
O ministério cita como exemplo a Argentina, que tem a maior comunidade de imigrantes italianos fora da Itália, onde 20 mil descendentes obtiveram a nacionalidade em 2023 em virtude do direito de sangue, e 30 mil em 2024.
No Brasil, 14 mil pessoas obtiveram a cidadania italiana em 2022 e 20 mil em 2024, segundo a pasta.
De acordo com um cálculo do Ministério italiano de Relações Exteriores, com a lei que estava em vigor até agora, entre 60 e 80 milhões de pessoas no mundo poderiam reivindicar a nacionalidade italiana.
Passaporte italiano
Francesca Tirico na Unsplash
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Submarino com turistas russos naufraga no Egito; seis morrem
Vítimas eram cidadãos estrangeiros, disse governador local. Embarcação naufragou no mar Vermelho, perto da cidade de Hurghada. Outros 39 passageiros estavam a bordo e foram resgatados com vida. Submarino naufraga no Egito e deixa turistas mortos
Um submarino que transportava turistas no Egito naufragou nesta quinta-feira (27) durante um passeio pelo mar Vermelho, segundo autoridades locais.
Seis pessoas que estavam dentro da embarcação morreram, segundo autoridades da região onde houve o naufrágio, perto da cidade de Hurghada. Todos eram cidadãos russos, de acordo a Embaixada da Rússia no Egito.
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Todos os outros 39 passageiros, também russos, foram resgatados com vida, mas nove ficaram feridos e foram hospitalizados, segundo autoridades locais. As buscas foram encerradas na manhã desta quarta.
O acidente ocorreu a cerca de 1 km da costa de Hurghada, durante um passeio para ver os corais da região.
No total, a embarcação, transportava mais de 40 pessoas, entre elas 15 crianças. O resgate estava em andamento até a última atualização desta reportagem.
"No dia 27 de março por volta das 10:00, a uma distância de 1 km da costa, ocorreu um acidente do batiscafo [um tipo de submarino de exploração] ambulante 'Sindbad', pertencente ao hotel de mesmo nome. O batiscafo realizou uma excursão subaquática regular com inspeção do recife de coral. Além dos membros da tripulação, havia 45 turistas a bordo, incluindo menores. Todos eles são cidadãos russos", disse a embaixada russa em comunicado.
Não havia informações sobre causas ou suspeitas do acidente até a última atualização desta reportagem. A região tem histórico de acidentes, e o mar Vermelho é atualmente palco de conflitos entre os Houthis e os EUA e Israel (leia mais abaixo).
Veja como era submarino turístico que afundou no Egito e deixou passageiros mortos
SUBMARINOS 'RECREATIVO', ÁREA EM CONFLITO: Saiba como são os passeios no submarino que naufragou e deixou mortos no Egito
Histórico de acidentes e região em conflito
Turistas observam fundo do mar dentro de submarino no mar Vermelho, no Egito, em imagem de arquivo.
Divulgação/ Sinbad Submarine
O submarino estava navegando em uma das praias na área do calçadão turístico da cidade. Até a última atualização desta reportagem, não havia informações sobre causas do naufrágio.
A região tem um histórico de acidentes com embarcações turísticas. Em novembro de 2024, um iate afundou também na costa de Hurghada, deixando quatro pessoas mortas.
E, nos últimos meses, muitas empresas locais diminuíram ou pararam totalmente seus serviços por conta de do conflitos na região do mar Vermelho, onde o grupo extremista Houthis, do Iêmen, tem atacado embarcações comerciais do Ocidente.
Pessoal caminham diante de hospital para onde corpos de turistas mortos em naufrágio de submarino no mar Vermelho foram levados, na cidade de Hurghada, em 27 de março de 2025.
Reuters
A embarcação pertencia à empresa Sinbad Submarine, que faz passeios de barco e submarino pelo mar Vermelho. A região, de acordo com a rede britânica BBC, tem histórico de acidentes com embarcações turísticas.
Um dos únicos submarinos recreativos
Imagem de arquivo mostram submarino da empresa Sinbad Submarine, que naufragou no Egito em 27 de março de 2025.
Divulgação/ Sinbad Submarine
A empresa responsável pela embarcação, a Sindbad Submarines, diz que detém dois dos únicos "14 submarinos recreativos reais" do mundo.
A companhia permite que os turistas viajem a até 25 metros de profundidade no mar para explorar os "500 metros de recife de corais e seus habitantes marinhos".
O site da Sindbad Submarines continua: "O submarino oferece 44 assentos para passageiros, dois assentos para pilotos e uma janela de visualização redonda para cada tripulante."
Mergulhadores nadam no mar Vermelho, no Egito, sobre submarino da empresa Sindbad Submarines, que naufragou com turistas a bordo em 27 de março de 2025.
Reprodução/ g1
Submarino naugfraga com turistas no Egito e deixa mortos
Editoria de Arte/g1
Feriado da Páscoa e de Tiradentes: veja destinos brasileiros para economizar e fugir da muvuca
Em 2025, a homenagem ao líder da Inconfidência Mineira cai na segunda-feira seguinte à Sexta-feira Santa, criando um 'feriadão' de 4 dias no final de abril. Especialistas recomendam cinco destinos estratégicos para curtir a data. Destinos para fugir da muvuca e gastar menos no feriado da Páscoa e de Tiradentes.
Reprodução
Falta menos de um mês para um dos feriados mais esperados do ano. Na verdade, é a junção de duas folgas nacionais: Paixão de Cristo (ou Sexta-Feira Santa) e Tiradentes. Em 2025, elas caem, respectivamente, na sexta-feira (18) e na segunda-feira (21) de abril, formando um "feriadão" de 4 dias.
Mesmo com a data se aproximando, ainda dá tempo de se planejar e viajar. Mas como em feriados prolongados a procura é alta, os preços costumam subir e os destinos ficam mais cheios.
Uma dica para viajar sem gastar tanto é fugir dos lugares mais procurados em cada época. Pensando em ajudar nessa missão, o g1 consultou especialistas e separou cinco sugestões dentro do Brasil para fugir das muvucas e aproveitar o clima ameno e a natureza. Confira.
Veja para onde viajar nos outros feriados de 2025
Urubici, Santa Catarina
Cachoeira do Avencal, em Urubici
Prefeitura de Urubici/Divulgação
Urubici, na Serra Catarinense, é uma boa opção para aproveitar a Páscoa, gastando menos e com mais tranquilidade do que em destinos mais conhecidos de serras, como Gramado (RS) e Campos de Jordão (SP).
Em abril, as temperaturas ainda não estão tão baixas quanto no inverno, que é a alta temporada na região. Por isso, a procura é menor e os preços costumam ser mais acessíveis, segundo Nelson Benavides, gerente do Booking no Brasil.
A cidade foi reconhecida como um dos 10 destinos mais acolhedores do mundo em 2025, por uma pesquisa da empresa.
“Com um clima mais frio, Urubici é ideal para quem busca aventura e contato com a natureza, oferecendo diferentes atividades de ecoturismo, cachoeiras, trilhas e formações rochosas”, descreve Benavides.
Capitólio, Minas Gerais
Lago de Furnas em Capitólio
Anna Lúcia Silva/g1
Conhecido por seus cânions e lagos de água cristalina, Capitólio pode ser uma boa opção para aproveitar o feriadão de abril.
Além de estar fora da alta temporada do verão, nesta época o volume de água está alto, facilitando os passeios de lancha — um dos principais atrativos do destino, destaca Daniela Araujo, diretora de produtos da Decolar.
Foz do Iguaçu, Paraná
Cataratas do Iguaçu.
RPC Foz do Iguaçu/Reprodução
O feriadão de abril é uma boa oportunidade para visitar Foz do Iguaçu.
Nessa época, as chuvas costumam ser menos frequentes que no verão, mas não o suficiente para reduzir o volume de água das cataratas, que permanecem cheias e imponentes, segundo especialistas da Smile Viagens.
Além disso, para os turistas em busca de experiências culturais, a cidade recebe, na Páscoa, celebrações religiosas, como missas e eventos voltados à tradição cristã.
Alto Paraíso de Goiás, Chapada dos Veadeiros (GO)
Cachoeira na Chapada dos Veadeiros.
Unsplash/ J. Balla Photography
Com cachoeiras exuberantes e trilhas em meio às montanhas do Cerrado, Alto Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros, é um dos destinos favoritos dos amantes do ecoturismo.
No feriadão de abril, a visita é ainda mais recomendada. A Chapada fica mais tranquila do que em períodos de férias escolares, como julho e janeiro, tornando os preços mais atrativos, segundo o especialista do Booking.
Além disso, abril marca o fim do período de chuvas, garantindo trilhas secas, vegetação exuberante e cachoeiras ainda cheias.
Salvador, Bahia
Farol da Barra, Salvador.
Pexels/Gustavo Denuncio
Apesar de ser uma grande cidade, a capital baiana é uma ótima pedida para fugir das multidões e dos preços altos no feriado da Páscoa e de Tiradentes, segundo Iuri Santos, consultor de viagens da BeFly Travel Pinheiros.
Ele explica que, após o Carnaval e o verão, o movimento em Salvador diminui consideravelmente, reduzindo os preços e facilitando a visitação aos pontos turísticos.
Chapada dos Veadeiros, Capitólio e Salvador
Unsplash, g1 e Pexels
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Heathrow, o maior aeroporto da Europa, cancelou todos os voos após incêndio em uma estação de energia no início desta sexta-feira (21).
Ben e Gabriela (à esquerda) e Lorena (à direita) foram alguns dos turistas afetados por paralisação no aeroporto de Heathrow, em Londres
Arquivo pessoal
O aeroporto internacional de Heathrow, o principal de Londres (Inglaterra), o maior da Europa e um dos mais movimentados do mundo, cancelou todos os voos após passar por um incêndio em uma estação de energia nesta sexta-feira (21). A operação deve retornar no sábado (22).
De acordo com a administração do aeroporto, 1.357 voos estavam programados — 679 de chegada e 678 de saída — e 291 mil passageiros circulariam pelo Heathrow apenas nesta sexta.
Entre eles, estão as brasileiras Lorena de Souza, de 25 anos, e Gabriela Correa, de 29. Veja os relatos delas abaixo:
Diferença de R$ 20 mil entre passagens
Gabriela Correa e o namorado inglês, Ben.
Arquivo pessoal
Gabriela mora há três anos em Birmingham, cidade que fica a 2 horas de Londres, na Inglaterra. Ela é engenheira e estava planejando as suas férias há pelo menos 6 meses com o namorado inglês, Ben.
"A ideia era ser uma viagem barata", conta. "Usamos milhas e compramos duas passagens de ida e volta do aeroporto de Heathrow, em Londres, para Miami (EUA) por 300 libras [cerca de R$ 2.000, em 21 de março]".
O plano era passar dois dias em Miami e depois embarcar em um cruzeiro pelas Bahamas por seis dias. O passeio de navio custou 800 libras (cerca de R$ 6 mil) por pessoa.
O que ela não esperava é que a sua viagem caísse bem no dia em que os voos do maior aeroporto da Europa fossem paralisados, o que ela só soube pelo rádio quando já estava no carro, na metade do trajeto para o aeroporto.
"Ficamos assustados, mas, no aplicativo da companhia, o voo estava confirmado para o horário normal (às 9h50). Então, seguimos".
Voo cancelado após paralisação de Heathrow: quais os direitos dos passageiros?
Incêndio que gerou apagão no aeroporto de Heathrow, em Londres, atinge estação de energia
Os planos só mudaram quando eles chegaram mais perto do aeroporto e viram as placas indicando que ele estava fechado. Então, decidiram voltar para casa.
"Tentamos obter mais informações com a British, mas eles não tinham orientações. Foi bastante frustrante", desabafa.
Gabriela conta que o voo seguiu confirmado no aplicativo até 15 minutos antes do embarque — quando também não foi cancelado, mas foi adiado para as 12h.
No início da tarde, ela conseguiu contato com a companhia aérea inglesa, que a informou que, até quinta-feira (27), não seria possível realocá-los em um novo voo para Miami.
Mas, ao comunicar que precisaria viajar antes devido ao cruzeiro, que sairá de Miami no domingo (23), a British a orientou a comprar um voo reembolsável com outra companhia, enquanto seguiriam tentando remanejar as suas passagens.
Foi então, no desespero, que Gabriela e Ben compraram passagens reembolsáveis só de ida da Air France saindo do aeroporto de Birmingham neste sábado (22). As duas passagens custaram 3.200 libras (cerca de R$ 24 mil), R$ 20 mil a mais do que o gasto anteriormente na ida e volta do casal.
Na tarde desta sexta, Gabriela foi informada pela British que ela e o namorado seriam realocados em um voo saindo de Heathrow no sábado (22). Mas, como a situação segue incerta, ela decidiu manter sua passagem da Air France até obter mais informações.
"O ideal seria ir pela British por Heathrow amanhã [sábado] e pegarmos o reembolso da passagem da Air France. Mas, por ora, estamos esperando a situação ficar mais tranquila", conta.
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Volta pra casa adiada
Lorena de Souza estava passando as férias em Paris, quando teve o voo adiado.
Arquivo pessoal.
Lorena também mora na Inglaterra e estava de férias em Paris, na França, com a amiga Evini, quando soube que o voo que pegariam de volta para Londres, na tarde desta sexta, tinha sido cancelado.
"Recebemos um e-mail dizendo que o voo foi remarcado para o dia seguinte e para outro aeroporto", conta a turista, que viajaria de volta em um avião da companhia espanhola Vueling.
Apesar de conseguir a passagem para o dia seguinte, ela vai precisar arcar com as despesas por ficar um dia a mais longe de casa.
Como não conseguiu prorrogar a reserva no hotel em que estava hospedadas, Lorena precisou encontrar outro, que custou 90 euros (cerca de R$ 560) para cada uma.
Ela também teve prejuízo com a passagem de ônibus que já tinha comprado para o retorno de Londres para Bournemouth, cidade em que mora na Inglaterra. Isso sem contar os gastos com alimentação no dia extra na França.
Agora, além de aguardar o novo voo, ela busca acionar a companhia aérea para conseguir um reembolso pelas despesas adicionais.
"Mandei e-mail pra companhia, mas ainda não tive resposta", conta Lorena. "Não acredito que vou ser reembolsada por isso".
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Voo cancelado após paralisação de Heathrow: quais os direitos dos passageiros?
Todas as viagens de chegada ou partida do aeroporto foram canceladas ou tiveram a sua rota desviada após incêndio em uma estação de energia. A legislação brasileira e a do Reino Unido determinam que as companhias aéreas reembolsem o consumidor ou reacomodem ele em outra aeronave. Aviso em estação de trem de Londres sobre o fechamento do aeroporto de Heathrow
REUTERS/Isabel Infantes
Passageiros ao redor do globo que tinham viagem marcada para esta sexta-feira (21) estão enfrentando o caos após o fechamento do aeroporto internacional de Heathrow, o principal de Londres, o maior da Europa e um dos mais movimentados do mundo.
Todos os voos com chegada ou partida do aeroporto foram cancelados ou tiveram a sua rota desviada após incêndio em uma estação de energia. A administração do aeroporto disse que paralisação de voos ainda pode durar alguns dias.
Voos brasileiros são afetados por incêndio na região de aeroporto em Londres
Veja abaixo o que fazer se a sua viagem foi afetada pelo fechamento do aeroporto.
Origem do voo no Brasil
Voo atrasado ou cancelado? Veja os direitos do passageiro
Os passageiros que foram afetados pela paralisação devem entrar em contato com as empresas responsáveis pelos voos, recomenda a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Ainda assim, a legislação brasileira regulamenta o que companhias aéreas que tenham aeroportos brasileiros como origem do voo devem amparar o consumidor em caso de cancelamentos ou atrasos. Confira abaixo.
✈️ A companhia aérea deve comunicar o cancelamento, atraso ou interrupção do serviço imediatamente ao cliente. Além disso, elas precisam atualizar a pessoa da situação a cada 30 minutos as novas previsões do voo.
✈️O fornecedor deve oferecer assistência material gratuitamente, de acordo com o tempo de espera no aeroporto, que é contado a partir do momento em que houve o atraso, o cancelamento ou a interrupção.
✈️Caso o novo voo cause uma espera superior a 4 horas, a empresa deve oferecer as seguintes escolhas ao passageiro:
reacomodação em outro voo gratuitamente. Ele pode ser da mesma companhia ou de outra empresa, com data e horário mais próximos ao da viagem original. Caso o passageiro queira escolher outra data e horário, ele ficará limitado apenas a aeronaves da mesma companhia aérea em que comprou o primeiro voo e a respeitar o prazo um prazo de validade da passagem;
reembolso integral do valor da passagem;
viajar usando outra modalidade de transporte, por exemplo, em distâncias menores, o rodoviário.
As regras da Anac valem apenas para os voos que partem do Brasil, por isso, se o viajante está viajando com origem de outro país, deve se informar sobre a legislação local.
Origem do voo em Heathrow ou viagem com companhia aérea local
A Civil Aviation Authority (CAA), órgão semelhante à Anac no Reino Unido, orientou aos passageiros a não irem para Heathrow hoje e os aconselhou a buscarem as companhias aéreas para obter informações sobre seu voo.
“Reconhecemos as dificuldades que as interrupções nas viagens causam e esperamos que as companhias aéreas tomem todas as medidas necessárias para dar suporte e auxiliar seus passageiros durante este período de interrupção", disse Selina Chadha, Diretora do Grupo para Consumidores do CAA.
Qualquer passageiro que esteja saindo de Heathrow ou viajando por meio de uma empresa do Reino Unido ou da União Europeia será beneficiado pelas seguintes regras:
✈️A companhia aérea é obrigada a oferecer o reembolso da passagem ou encontrar um voo alternativo, chamado de “re-routing”. O novo voo deve ser o mais próximo possível da viagem inicial ou em uma data posterior, se o passageiro assim decidir, mas ficando sujeito à disponibilidade neste caso.
✈️Caso a reacomodação em um novo voo não seja imediata, a companhia aérea é obrigada por lei a fornecer refeições, bebidas e acomodações em hotel, proporcionais ao tempo de atraso.
✈️A CAA explica que o fechamento do aeroporto se caracteriza como "circunstâncias extraordinárias", por isso, dificilmente o passageiro terá direito a uma compensação monetária pelo atraso, além do reembolso da passagem.
Voos com rotas desviadas
Para os passageiros que tiveram a sua rota desviada devido ao incêndio em Heathrow e se enquadram na legislação do Reino Unido, a companhia aérea deve fornecer meios de transporte para que o consumidor chegue ao seu destino final.
Assim como nos casos de cancelamento, a empresa precisa garantir hospedagem e alimentação durante a espera.
A CAA recomenda que os passageiros guardem os recibos de despesas geradas pela mudança do voo, para reembolso posterior pelas companhias aéreas.
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Benoit Tessier/Reuters
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), que representa companhias aéreas em todo o mundo, criticou o aeroporto internacional de Heathrow por não ter um plano B para a distribuição de energia. Um incêndio numa estação de energia nesta sexta-feira (21) paralisou as operações do aeroporto —sem previsão de retomada.
Heathrow é o principal aeroporto de Londres, o maior da Europa e um dos mais movimentados do mundo.
"Este é mais um caso de Heathrow decepcionando tanto os viajantes quanto as companhias aéreas. E isso levanta algumas questões sérias. Primeiro, como é que a infraestrutura crítica —de importância nacional e global— é totalmente dependente de uma única fonte de energia sem uma alternativa. Se esse for o caso —como parece— então é uma falha clara de planejamento do aeroporto", disse o presidente da Iata, Willie Walsh.
A Iata informou que o fechamento de Heathrow causará transtornos a um grande número de viajantes e pediu paciência, "enquanto as companhias aéreas se concentram em levá-los ao seu destino o mais rápido e eficientemente possível".
Todos os voos foram cancelados, e o fechamento gerou caos na aviação mundial. Isso porque o Heathrow é um dos principais "hubs" do mundo, como são chamados aeroportos com um alto número de conexões. A gestora do aeroporto agora diz que a paralisação das atividades pode durar mais alguns dias.
Leia a seguir:
Alguns fatos sobre o aeroporto internacional de Heathrow;
Pontos importantes sobre o aeroporto;
Os impactos do fechamento;
O que se sabe sobre o incêndio desta sexta-feira.
Veja, abaixo, alguns fatos sobre o aeroporto:
O Heathrow atende a mais de 230 destinos em 90 países.
90 companhias aéreas têm sua base principal em Heathrow sua base, como a British Airways, Virgin Atlantic e Lufthansa.
De acordo com o resumo de tráfego do aeroporto, 5,7 milhões de passageiros viajaram por Heathrow em fevereiro de 2025, o maior número já registrado para um mês de fevereiro por lá.
O número de passageiros anual foi 84,1 milhões entre março de 2024 a fevereiro de 2025.
O Heathrow tem duas pistas principais de pouso e decolagem que estão entre as mais extensas do mundo: a do norte tem 3.902 metros de comprimento. A do sul, 3.658 metros.
O aeroporto prepara uma proposta para uma 3ª pista neste verão, semanas após o governo britânico ter autorizado o projeto.
O Heathrow opera atualmente com 99% da capacidade e corre o risco de ser ultrapassado por rivais europeus. Suas duas pistas se comparam a quatro no Aeroporto Charles de Gaulle de Paris e Frankfurt, e seis no Schiphol de Amsterdã.
O aeroporto é de propriedade e operado pela Heathrow Airport Holdings, cujos proprietários incluem Ardian, Qatar Investment Fund e Saudi Arabia's Public Investment Fund.
Há cerca de 475.000 movimentos totais de aeronaves por Heathrow anualmente.
O destino mais popular fora de Heathrow é Nova York.
Mais de 90.000 pessoas trabalham no aeroporto, o maior empregador de um único local do Reino Unido.
Volte ao índice.
Conheça, também, alguns pontos da história do aeroporto:
O aeroporto recebeu o nome da vila ou aldeia de Heathrow, que costumava ser aproximadamente onde o Terminal 3 agora fica.
Começou como uma vila de tendas em 1946, servindo 18 destinos com um punhado de companhias aéreas fazendo 9.000 voos por ano.
A primeira partida foi no dia de Ano Novo de 1946 para Buenos Aires via Lisboa, a primeira parada para reabastecimento em um voo de longa distância para abrir a primeira ligação aérea da Grã-Bretanha com a América do Sul.
O primeiro terminal de Heathrow para voos de curta distância foi inaugurado em 1955. Originalmente conhecido como Edifício Europa, agora é conhecido como Terminal 2.
O Terminal 1 foi inaugurado formalmente em 1969 pela Rainha Elizabeth e foi fechado em junho de 2015. O Terminal 3 foi inaugurado em 1961 e o Terminal 4 em 1986.
O Terminal 5 foi inaugurado em 2008. O inquérito público sobre sua construção foi o mais longo na história do planejamento britânico, durando quase quatro anos.
O Aeroporto de Londres Heathrow foi o quarto aeroporto mais movimentado em 2024.
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Fechamento
Todos os voos de chegada e saída foram cancelados, e a previsão inicial é que as atividades sejam retomadas às 23h59 desta sexta-feira (21) pelo horário local (20h59 pelo horário de Brasília). No entanto, a administração do Heathrow já fala na possibilidade de que a interrupção dure mais alguns dias.
A administração do Heatrhow pediu para que as pessoas que têm voos agendados para esta sexta no aeroporto não se dirijam ao local e, em vez disso, entrem em contato com a companhia aérea.
O fechamento também fez com que outros voos pelo mundo também fossem cancelados, e rotas, alteradas. Ao longo da madrugada, voos dos Estados Unidos em direção à Europa tiveram de dar meia-volta no meio do trajeto e retornar ao ponto de partida.
Aeroporto de Heathrow, em Londres, é fechado após incêndio em estação de energia
Reuters
O incêndio, que começou nesta madrugada (ainda noite de quinta-feira pelo horário de Brasília), deixou o Heathrow sem energia e afetou todas as operações do aeroporto.
"Para garantir a segurança de nossos passageiros e colegas, Heathrow estará fechado até as 23h59 do dia 21 de março", disse um comunicado do aeroporto.
A British Airways, companhia britânica que é a principal operadora no Heatrhow, recomendou que seus clientes não se desloquem para o aeroporto até novo aviso. Já a Virgin Atlantic cancelou todos os seus voos que chegariam e decolariam de Heathrow até a próxima segunda (24).
A EasyJet, companhia britânica de baixo custo, disse nesta manhã que colocou sua frota de aviões de grande porte em rotas estratégicas nesta sexta e ao longo do fim de semana para realocar passageiros de voos cancelados no aeroporto de Londres.
De acordo com o site de rastreamento de voos FlightRadar24, dezenas de voos já foram desviados para outros aeroportos. A companhia aérea Qantas Airways deslocou seus voos com destino a Londres para Paris, na França. Já a United Airlines enviou aviões que iriam a Londres para Shannon, na Irlanda.
A Eurocontrol, agência que gerencia as operações de controle de tráfego aéreo em toda a Europa, disse em seu site de operações que nenhuma chegada estava sendo permitida em Heathrow devido à falta de energia, e havia planos de desvio em vigor para os voos.
O Heathrow é um dos aeroportos de duas pistas mais movimentados do mundo, com cerca de 1.300 decolagens e pousos combinados por dia. "O Heatrhow é um dos principais hubs do mundo", disse o porta-voz do site FlightRadar 24, Ian Petchenik. "Isso vai impactar as operações das companhias aéreas ao redor do mundo".
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Incêndio
Incêndio que gerou apagão no aeroporto de Heathrow, em Londres, atinge estação de energia
O fogo que danificou as operações do Heathrow começou no início da madrugada em uma estação de energia nos arredores do aeroporto. Cerca de 70 bombeiros tiveram de ir ao local para conter as chamas.
Até a última atualização desta reportagem, as autoridades ainda não haviam descoberto as causas do incêndio. A polícia disse que não há indícios de crime por enquanto, mas, mesmo assim, o comando antiterrorista de Londres assumiu as investigações.
A Polícia Metropolitana de Londres disse ter acionado a brigada antiterrorista por conta das circunstâncias do incêndio e do impacto gerado pelo fogo. Uma dessas circunstâncias foi o horário do incêndio, que ocorreu no meio da madrugada. Outra é o fato de o Corpo de Bombeiros não ter encontrado nenhuma hipótese aparente para que as chamas tenham sido detonadas.
A polícia londrina afirmou também que câmeras da região estão sendo revisadas.
Em registros feitos por moradores, é possível ver fumaça e muito fogo. Residências e empresas também ficaram sem energia.
'Os bombeiros levaram 29 pessoas para um lugar seguro em propriedades vizinhas e, como precaução, um cordão de segurança de 200 metros foi estabelecido, com cerca de 150 pessoas evacuadas', disse o corpo de bombeiros.
Equipes de bombeiros estavam respondendo ao acidente, mas não havia clareza sobre quando a energia poderia ser restaurada de forma confiável, disse um porta-voz de Heathrow à Reuters por e-mail, acrescentando que esperavam uma interrupção significativa nos próximos dias.
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Imagens do fogo em estação de energia que fechou aeroporto de Londres
Reuters
Assessores do Itamaraty se posicionam contra isenção de visto para cidadãos dos EUA, Canadá e Austrália
Técnicos do Ministério das Relações Exteriores defendem o princípio da reciprocidade, ou seja, cobrar visto de quem cobra do Brasil. Posicionamento foi encaminhado a gabinetes de senadores. Senado pode votar proposta que dispensa visto nesta quarta-feira (19). Assessores do Ministério das Relações Exteriores encaminharam uma nota para gabinetes de senadores nesta terça-feira (18) em que se manifestam contra o projeto de decreto legislativo que busca dispensar cidadãos dos Estados Unidos, Canadá e Austrália de vistos para entrar no Brasil.
A proposta está na pauta do plenário do Senado de quarta-feira (19) e, se aprovada, segue para tramitação na Câmara dos Deputados.
(ATUALIZAÇÃO: inicialmente, nesta reportagem, o g1 informou que o Itamaraty havia encaminhado uma carta aos senadores contra o projeto em análise no Legislativo. No entanto, o posicionamento foi enviado via aplicativo de mensagens por assessores parlamentares do Ministério das Relações Exteriores a integrantes dos gabinetes dos senadores. A reportagem foi atualizada às 12h11 desta quarta-feira)
O autor é o senador Carlos Portinho (PL-RJ). E Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi escolhido por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para relatar o texto.
A regra prevista para começar a valer em 10 de abril prevê que cidadãos desses países serão obrigados a emitir um visto eletrônico, a um custo de US$ 80,90. O Ministério aponta que desde que a medida está em vigor "quase 98 mil pedidos" de vistos foram realizados, a grande maioria para os Estados Unidos.
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Para os assessores parlamentares do Itamaraty, a medida é vista como um ato de reciprocidade já que esses países continuaram a cobrar visto dos brasileiros que buscam visitá-los.
"A retomada da exigência de vistos de visita para cidadãos dos países indicados restabeleceu os princípios da reciprocidade e da igualdade de tratamento, alicerces da política migratória brasileira", afirmam os técnicos em nota encaminhada por aplicativo de mensagens a gabinetes de senadores.
O g1 pediu um posicionamento para o Ministério do Turismo sobre o assunto, mas até o momento não obteve resposta.
Apoio à proposta
Um grupo de entidades do setor, denominada G20 do Turismo, divulgou uma nota apoiando o projeto que busca revogar o decreto do presidente Lula.
Contrariando os dados do Itamaraty, o grupo cita dados da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) que apontam que o fluxo de turistas desses países aumentou desde que os vistos deixaram de ser cobrados.
"Em 2022, o país recebeu 441 mil turistas dessas nacionalidades. Com a isenção de vistos, esse número saltou para 668 mil em 2023 e atingiu 728 mil em 2024, representando um aumento de aproximadamente 8%", justificou o grupo.
Além disso, a associação aponta que a volta da exigência pode representar um "risco" de retração do setor no país.
"A retomada da isenção de vistos se alinha a uma política de fomento ao turismo, capaz de impulsionar o crescimento econômico e a atração de visitantes internacionais", afirmou em nota.
Por fim, o grupo rebate o critério de "reciprocidade" utilizado pelo Itamaraty justificando que o turismo tem um peso grande na economia brasileira e que isso está acima de uma decisão exclusivamente política.
"Ao contrário dos EUA e Canadá, que não dependem do fluxo de turistas brasileiros, o Brasil pode perder bilhões em arrecadação ao dificultar a entrada de visitantes estrangeiros", disse a associação.
Decreto de Lula
O decreto retomando a necessidade de visto foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em maio de 2023 com o intuito de revogar um decreto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que liberava a exigência para esses povos.
À época, o governo Bolsonaro acreditou que a medida seria uma forma de estreitar laços e incentivar o aumento do turismo. Entretanto, os técnicos do Itamaraty apontam que os dados relacionados a migração de estrangeiros se manteve estável durante o período.
"Número de visitantes não cresceu como se esperava: De acordo com dados obtidos da Polícia Federal, em 2019, ano em que foi adotada a isenção unilateral de vistos, o percentual de nacionais da Austrália, do Canadá, dos Estados Unidos e do Japão sobre o total de visitantes estrangeiros ao Brasil era de 8,8%. Em 2024, esse percentual manteve-se no mesmo patamar: 8,4%", justificaram.
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Divulgação
Semelhante a situação de acesso de brasileiros à União Europeia, a dispensa do visto para Estados Unidos, Canadá e Austrália previa um limite de 90 dias de estadia do estrangeiro no Brasil, podendo ser prorrogado por mais 90.
Outra ponderação dos assessores do Ministério das Relações Exteriores é sobre o impacto financeiro que a revogação da medida poderia causar, uma vez que àqueles que já deram entrada no visto para vir ao Brasil podem recorrer à Justiça em busca de ressarcimento.
"Adiamento ou revogação poderão gerar processos judiciais contra o Estado brasileiro para reembolso dos valores pagos pelos mais de 62 mil vistos já emitidos, além de possível pedido de indenização, nos EUA, da empresa contratada para a emissão de e-visas", finalizaram.
Problemas em viagens de avião: entenda quais são as obrigações das companhias aéreas
Nos últimos dois anos, o número de processos contra empresas aéreas no Brasil aumentou 149%. Ingrid Guimarães relata experiência traumática em voo
Reprodução/TV Globo
O Fantástico deste domingo (16) mostrou como o relato da atriz Ingrid Guimarães rescendeu o alerta sobre problemas com voos. A reportagem destacou quais são as obrigações das companhias áreas.
Em caso de atrasos, a partir de uma hora, o passageiro tem que receber comunicação gratuita, como internet e telefone.
A partir de duas horas, alimentação.
Após quatro horas de atraso, acomodação e transporte, incluindo hospedagem, se necessário.
➡️ Além disso, quando o voo for cancelado, a companhia tem que oferecer: reembolso da passagem, reacomodação em outro voo, outro meio de transporte ou compensação financeira.
Crescimento de processos contra companhias
Nos últimos dois anos, o número de processos contra empresas aéreas no Brasil aumentou 149%. As queixas mais comuns envolvem cancelamentos, atrasos de voos, extravio de bagagem e overbooking — quando as companhias vendem mais passagens do que a capacidade do avião. Somente em janeiro deste ano, foram registrados 30.146 processos.
A Associação Brasileira das Companhias Aéreas diz que acompanha com preocupação o excesso de judicialização no transporte aéreo. E que o setor busca constantemente a evolução de processos e serviços para oferecer aos passageiros o melhor atendimento.
O secretário nacional de Defesa do Consumidor, Wadih Damous, orienta os passageiros a se informarem sobre seus direitos e denunciarem abusos aos Procons.
"Os passageiros têm que estar bem informados. Entrar no site da Anac, qualquer dúvida ligar para a empresa. E, se se sentir lesado, procurar um órgão de defesa do consumidor da sua cidade ou do seu estado, os Procons", destaca o secretário nacional de Defesa do Consumidor, Wadih Damous.
Veja a reportagem completa no vídeo abaixo:
Desabafo de Ingrid Guimarães sobre voo levanta debate sobre direitos do consumidor
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Monte Fuji: cidade dobra taxa de acesso de turistas a ícone do Japão
Visita ao vulcão ativo custará 4.000 ienes (US$ 27, ou R$ 155) durante o verão japonês (inverno no hemisfério sul). Monte Fuji, em foto de 2021
AP Photo/Kiichiro Sato
Os turistas que desejarem escalar o Monte Fuji, no Japão, terão que pagar uma taxa de entrada de 4.000 ienes (US$ 27, ou R$ 155), anunciaram as autoridades locais nesta segunda-feira (17).
O valor, cobrado durante o verão japonês (inverno no hemisfério sul), representa o dobro do que era cobrado no ano passado.
Em 2024, a prefeitura de Yamanashi, lar do Monte Fuji, introduziu uma taxa de 2.000 ienes (US$ 13,50 ou R$ 77) e um limite diário de 4.000 pessoas de julho a setembro para acessar a trilha "Yoshida", a rota mais popular para o vulcão ativo.
Agora, a prefeitura vizinha de Shizuoka também decidiu cobrar por outras três trilhas, que até agora eram gratuitas. Tanto o caminho por Yamanashi quanto as rotas por Shizuoka custarão 4.000 ienes para os turistas.
Em 2024, 204.316 pessoas acessaram o Monte Fuji, abaixo das 221.322 de 2023, segundo o Ministério do Meio Ambiente.
"Nenhuma outra montanha no Japão atrai tantas pessoas em pouco mais de dois meses. Algumas restrições são necessárias para garantir a segurança [dos visitantes]", disse à AFP Natsuko Sodeyama, uma autoridade da região de Shizuoka.
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O Monte Fuji fica coberto de neve durante a maior parte do ano; dessa forma, o turismo se concentra durante o verão. Os turistas sobem para assistir ao nascer do sol do cume.
A montanha, que se distingue por sua simetria, foi imortalizada em inúmeras obras de arte, incluindo a gravura "A Grande Onda de Kanagawa", do pintor Hokusai.
Em 2024, o Japão registrou um número recorde de turistas estrangeiros, com 36,8 milhões de visitantes, levantando preocupações sobre as consequências do alto fluxo de turistas em alguns destinos, como Kyoto.
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Os brasileiros que ganham de R$ 4 mil a R$ 46 mil para trabalhar em cruzeiros 'sem folga e férias': 'Comprei apartamento e conheço 72 países'
Acomodação e alimentação gratuita dentro do navio são alguns dos atrativos desse tipo de trabalho, além de salários. Entretanto, brasileiros que trabalham na área citam também pontos desafiadores, como rotina atípica e cansativa. Nesse ano, Neil completa 10 anos trabalhando em cruzeiros: 'Visitei locais que jamais visitaria se não fosse pelo meu trabalho'
Arquivo pessoal via BBC
Os navios gigantes que saem diariamente do Porto de Santos fizeram parte da infância de Neil Costa, de 32 anos. Natural da Baixada Santista, ele cresceu vendo as embarcações sumirem no meio do oceano, sem imaginar que um dia poderia trabalhar em uma delas.
Tudo mudou após Neil voltar de um estágio de um ano em uma rede de hotéis nos Estados Unidos.
A experiência fez com que ele, turismólogo de formação, ficasse ainda mais apaixonado pela possibilidade de conhecer novas culturas.
Mas viajar pelo mundo exigia dinheiro, e foi então que surgiu a possibilidade de trabalhar a bordo.
"Um dia, minha mãe estava lendo jornal e viu um anúncio sobre vagas de trabalho em uma empresa que fazia cruzeiros. Ela deixou em cima da minha cama e eu pensei: por que não tentar?", conta.
Em janeiro de 2015, Neil fechou seu primeiro contrato de oito meses para trabalhar na equipe de animação de um cruzeiro da empresa Royal Caribbean, com mais de 6 mil passageiros.
Desde então, já se foram mais de dez contratos em oito tipos diferentes de navios.
"A primeira vez que embarquei, eu não sabia o que esperar, não fazia ideia de que o navio era praticamente uma cidade. Fiquei impressionado com a operação", lembra Neil, que completa dez anos trabalhando em cruzeiros em 2025.
'Conheço 72 países e comprei meu apartamento'
A vida a bordo foi a maneira que Neil encontrou para conhecer vários países sem gastar muito.
"Fiz temporadas no Caribe, na Europa, Brasil, Austrália, países nórdicos. Visitei locais que jamais visitaria se não fosse pelo meu trabalho", conta.
Com o tempo, ele percebeu que o trabalho em alto-mar também poderia lhe proporcionar uma carreira de sucesso.
Em 2021, após cinco anos trabalhando na equipe de animação, Neil foi promovido a gerente de atividades. Dois anos depois, recebeu uma nova promoção e se tornou diretor assistente de cruzeiros.
Ele é responsável por coordenar o entretenimento de um dos maiores navios do mundo.
"É uma operação gigantesca, entre planejar, executar e ainda subir no palco como comunicador. Hoje eu cuido desde a organização de bingos até espetáculos da Broadway", afirma Neil, que tem como objetivo se tornar diretor de cruzeiro.
"Quero fazer carreira e continuar crescendo profissionalmente. Trabalhar a bordo me deu a oportunidade de pagar por vários sonhos que eu tinha. Me permitiu conhecer 72 países e conquistar meu apartamento", destaca.
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Salários podem chegar a R$ 46 mil
Funções na cozinha e no restaurante são as que oferecem mais vagas em cruzeiros
Getty Images via BBC
A parte financeira é um dos principais atrativos destacados por quem trabalha em cruzeiros — o que envolve funções diversas, desde a faxina a apresentações de música.
Segundo Marcelo Del Bel, recrutador-chefe da Infinity Brazil, uma das principais agências de recrutamento para cruzeiros na América do Sul, os salários são pagos em dólar e variam de US$ 700 a US$ 8 mil (R$ 4 mil a R$ 46 mil na cotação atual), dependendo da vaga e da empresa.
A média salarial gira em torno de US$ 1,2 mil (cerca de R$ 6,9 mil) para trabalhar na cozinha e restaurante, as funções com mais vagas.
Os custos de vida dentro do navio também são baixos, uma vez que acomodação e alimentação são fornecidas gratuitamente pelas empresas, além de outros benefícios como academia e lazer.
"A pessoa vai gastar basicamente com bebida no bar, internet, se quiser, ou com produtos para consumo próprio, como shampoo e sabonete. Mas o preço para os tripulantes é infinitamente menor do que o cobrado dos passageiros do navio", afirma Del Bel.
Entretanto, ele destaca que pessoas que buscam esse trabalho tendo como grande motivação conhecer outros países podem acabar se frustrando.
"Não é sempre que a pessoa vai poder descer no porto. Há regras de segurança que estipulam que 30% da tripulação precisa ficar no navio quando ele atraca", explica Del Bel.
O recrutador destaca também a importância do planejamento financeiro, já que funcionários de cruzeiros costumam trabalhar por contratos de seis a oito meses.
Quando um contrato acaba, é comum ficar cerca de dois meses esperando o início do próximo — e, nesse intervalo, não há salário.
'Quero juntar R$ 1 milhão e viver de renda'
'No cruzeiro, as pessoas pedem música, jogam rosas no palco, tratam a gente como celebridade', diz o músico Luca Alves, que se sente mais valorizado tocando em navios
Arquivo pessoal via BBC
Foram as vantagens financeiras que fizeram com que o músico Luca Alves, de 28 anos, decidisse mudar os planos profissionais para trabalhar a bordo, em 2021.
Na época, ele se preparava para fazer um mestrado no exterior, quando um amigo falou sobre uma vaga para tocar como guitarrista na banda de um cruzeiro.
Inicialmente, Luca recusou, mas, após pesar os prós e contras, resolveu arriscar.
"Não ia precisar pagar aluguel, eu teria um público sempre presente me assistindo tocar, além de ganhar em dólar", diz Luca.
Em menos de um mês, o músico fez os cursos exigidos pela empresa, tirou o visto e embarcou para o primeiro contrato, ganhando um salário mensal de cerca de US$ 2,5 mil (R$ 14,3 mil).
"Foi a primeira vez que saí da casa dos meus pais. Saí de lá para viver no meio do oceano", conta Luca, que no fim de abril embarca para o sexto contrato a bordo e hoje já não pensa mais em ter uma carreira acadêmica.
"Pretendo ficar pelo menos mais uns dez anos trabalhando a bordo, juntar dinheiro e conhecer o mundo. Quero juntar R$ 1 milhão, ter o máximo investido, e viver de renda", afirma.
Atualmente, Luca é diretor musical de um trio de jazz e ganha aproximadamente o dobro do que recebia no primeiro contrato.
Apesar de o salário ainda ser o principal motivo para trabalhar em cruzeiros, ele diz que se sente mais valorizado dentro dos navios.
"A gente vê muitas pessoas emocionadas, cantando as músicas que a gente toca, dançando. É muito diferente do trabalho em terra, onde o público nem sempre está interessado", conta Luca.
"No cruzeiro, as pessoas pedem música, jogam rosas no palco, tratam a gente como celebridade."
Ele também relata ter uma rotina diferente da maioria dos tripulantes, que trabalham sete dias seguidos, sem folga.
"Antes de embarcar, a gente ensaia por uma semana em um estúdio em Nova York. Quando chega no navio, o trabalho é sempre à noite, fazendo, em média, cinco shows [por dia, de 45 min cada] em uma escala 6 x 1", destaca.
'Não tem folga, feriado ou férias'
Jornadas de Yasmin Stampe são imprevisíveis e podem chegar a 14h
Arquivo pessoal via BBC
O trabalho marítimo, como o realizado em cruzeiros, é regulamentado por tratados internacionais.
De acordo com a Convenção sobre Trabalho Marítimo (MLC 2006), um tripulante pode trabalhar, no máximo, 14 horas por dia e deve ter 77 horas de descanso na semana.
De acordo com Del Bel, é preciso estar ciente de que as jornadas de trabalho a bordo são intensas e que a rotina é diferente de um trabalho de carteira assinada.
"A pessoa não vai ter folga, nem feriado, nem 30 dias de férias. Na maioria das funções, ela vai trabalhar em média 10 horas por dia, 7 dias na semana", explica.
No caso de Yasmin Stampe, de 26 anos, que há três anos trabalha como guia de excursões em cruzeiros, as jornadas diárias chegam a 14 horas e muitas vezes são imprevisíveis.
"Diferente de quem trabalha na cozinha, não tenho uma rotina fixa. Não sei que horas vou trabalhar semana que vem e nem quais passeios vou fazer", afirma Yasmin.
"Meu dia depende das excursões que os passageiros escolhem, e eu me organizo a partir disso."
Isso também significa que em alguns dias ela trabalha mais, em outros menos.
Além disso, Yasmin não tem folgas durante os meses de contrato: são pelo menos sete meses ininterruptos a bordo, podendo chegar a nove quando a temporada é fora do Brasil.
Mesmo com o ritmo intenso, a guia de excursões vê vantagens: "A maior delas é poder viajar pelo mundo sendo paga para isso".
"Claro que não é como se eu estivesse de férias. Mas, mesmo com horários restritos, dá para sair do navio e conhecer vários países", continua Yasmin, que quer juntar dinheiro para morar fora do Brasil.
"Nunca foi um sonho trabalhar a bordo, mas foi uma forma que encontrei de me preparar financeiramente para morar fora. Em um trabalho tradicional, como eu tinha, eu não conseguia juntar dinheiro. Gastava muito com plano de saúde, alimentação e moradia."
Sem privacidade e vida longe da família
Apesar de trazer inúmeros benefícios, a vida a bordo requer renúncias. Yasmin destaca a privacidade, algo que ela afirma ter perdido morando em um navio.
"Sempre tem gente em todos os lugares, o tempo todo. E você divide tudo, inclusive a cabine em que dorme, na maioria dos casos. As pessoas não costumam respeitar o seu espaço", diz ela.
Para Neil, trabalhar em cruzeiros significou perder momentos importantes com a família e amigos.
"O Natal de 2024 foi o primeiro que passei no Brasil em dez anos de trabalho a bordo", diz ele.
Já Luca conta que, por ficar meses no navio, acabou se afastando de muitas pessoas e projetos que fazia no Brasil.
"Perdi muito contato com os alunos que tinha e com as bandas em que tocava, porque saí para trabalhar a bordo e alguém assumiu meu lugar. Isso é normal, mas sinto falta dessa conexão", destaca.
Como uma forma de se conectar com as pessoas, ele passou a produzir conteúdos para as redes sociais.
Hoje, ele tem um canal no Youtube com mais de 230 mil inscritos, além de perfis no TikTok e no Instagram, onde fala sobre como é trabalhar em cruzeiros e viver em um navio. Alguns de seus vídeos chegam a mais de 16 milhões de visualizações.
Neil tem o objetivo de se tornar diretor de cruzeiro, mas reconhece que carreira exige renúncias pessoais
Arquivo pessoal via BBC
Mercado de cruzeiros está em expansão
No mundo, o setor de cruzeiros mostra uma tendência de crescimento contínuo.
Segundo dados da Cruise Lines International Association (Clia), um total de 20,4 milhões de pessoas viajaram em cruzeiros em 2022.
Esse número foi superado em 2023, quando 31,7 milhões de viajantes foram registrados. Para 2024, a previsão era de 34,7 milhões.
Além do número de passageiros, a quantidade de cruzeiros também vai aumentar. A previsão da Clia é que 56 novas embarcações sejam lançadas até 2028, quando o número de viajantes deve atingir 40 milhões.
O Brasil é considerado um mercado em expansão neste setor. Segundo estudo da Clia em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), na temporada brasileira de 2023/2024, nove navios percorreram 15 destinos no Brasil.
Foram transportados um total de 844.462 viajantes, maior número da série histórica iniciada em 2004/2005.
Na temporada 2023/2024, a indústria de cruzeiros injetou um recorde de R$ 5,2 bilhões na economia brasileira e gerou 80.311 empregos. Isso representa um resultado 0,94% superior ao apurado na temporada anterior. Do total de postos de trabalho, 1.572 foram de tripulantes brasileiros.
Apesar dos números positivos, o Brasil ainda está distante de outros mercados, como o Caribe e o Mediterrâneo, já consolidados no setor de cruzeiros.
Só em 2023, O Caribe recebeu 12,9 milhões de viajantes, enquanto o Mediterrâneo teve 5,5 milhões.
O que é preciso para trabalhar a bordo?
Para trabalhar a bordo, normalmente é preciso passar por um processo seletivo que inclui análise de currículos e entrevista, feita em inglês.
"É o idioma que o tripulante vai falar no navio, então, precisa ter inglês avançado ou fluente", afirma Del Bel.
Além do domínio da língua, outro requisito é ter pelo menos 18 anos — algumas companhias exigem mínimo de 21 anos.
Cumprindo os requisitos da vaga, o candidato deve se cadastrar no site das agências de recrutamento ou das próprias empresas de cruzeiros.
O processo seletivo pode durar de um a seis meses. Esse período inclui a análise do currículo e, dependendo da vaga, cerca de uma ou duas entrevistas.
Se o candidato for aprovado e aceitar a vaga, começa o chamado procedimento de embarque, o que inclui tirar passaporte, visto, fazer exames médicos e curso de segurança.
"Algumas empresas arcam com gastos, outras não. E o deslocamento até o porto de embarque é pago pela companhia", explica o recrutador da Infinity Brazil.
Tripulantes precisam obter um tipo específico de visto para trabalhar a bordo, dependendo do porto de embarque e da rota do navio.
Del Bel explica que a maioria das empresas pede o visto C1/D dos Estados Unidos, porque os tripulantes fazem escala em portos americanos frequentemente.
O recrutador destaca que o bom momento deste mercado tem impulsionado a demanda por trabalhadores.
"É um setor em franco crescimento, que tem lançamentos de navios todos os anos. As companhias estão sempre precisando de gente, principalmente em vagas como restaurante, limpeza e atendimento ao público."
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Veja qual cidade brasileira entrou na lista dos '10 destinos em alta' para os próximos meses
Levantamento do Airbnb destaca os locais com maior crescimento de buscas para viagens entre março e junho — primavera no hemisfério norte e outono no Brasil. Veja qual cidade brasileira entrou na lista dos '10 destinos em alta'
Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, é a única cidade brasileira na lista dos 10 destinos em alta para o período entre o final de março e junho, que corresponde à primavera no hemisfério norte e ao outono no Brasil.
A seleção foi feita pela plataforma de hospedagens Airbnb com base nos destinos que registraram o maior crescimento de buscas em comparação com o mesmo período de 2024.
Ubatuba (Brasil), Corfu (Grécia) e Milão (Itália)
Prefeitura de Ubatuba, Unsplash e Reuters.
Confira os 10 destinos selecionados (a lista não segue um ranking):
Ubatuba, Brasil
Praia do Puruba, em Ubatuba, SP
Divulgação/Prefeitura de Ubatuba
Com mais de cem praias, Ubatuba é um dos principais destinos do litoral paulista.
A região atrai tanto quem quer sossego quanto aventureiros em busca de trilhas, esportes aquáticos e agito. Quem visita o local pode desbravar a Mata Atlântica, conhecer cachoeiras e curtir a noite em restaurantes e bares no centro da cidade.
🐬No local, também é possível observar animais aquáticos, como tartarugas e golfinhos.
Gulf Shores, EUA
Gulf Shores, EUA
Unsplash/Tristan Fox
Localizada no Golfo do México, a cidade de Gulf Shores é famosa por suas praias e seus restaurantes especializados em frutos-do-mar. O destino também é procurado por visitantes para a prática de esportes aquáticos e pesca, segundo o Airbnb.
Corfu, Grécia
Corfu, Grécia
Unsplash/ Corfu Diary
Corfu é uma ilha grega cheia de montanhas e praias de areia branca e água cristalina. Em abril, a região vai sediar diversos festivais de cultura, com destaque para o Festival de Jardins de Corfu, que terá exibições florais e oficinas de jardinagem, segundo o Airbnb.
Punta Cana, República Dominicana
Punta Cana, República Dominicana
Unsplash/ Rodrigo Castro
A cidade de Punta Cana, no Caribe, é ideal para os viajantes em busca de praias paradisíacas e ecoturismo. Mergulho, surfe e trilhas são algumas das principais atividades oferecidas no local.
Amsterdã, Holanda
Vista do horizonte do centro da cidade de Amsterdã, Holanda.
AP Photo/Peter Dejong
Amsterdã é um dos destinos mais procurados por turistas no mundo — e não é por acaso. A capital holandesa é conhecida pelo charme dos seus canais, pela vida noturna agitada e pelos museus icônicos, como o dedicado ao pintor holandês Van Gogh.
Basileia, Suíça
Basileia, Suíça
Unsplash/ Claudio Schwarz
Considerada um dos principais polos culturais da Suíça, a Basileia se destaca por sua arquitetura e tradição, em especial, no seu centro histórico.
Em maio, a região é um destino especialmente interessante para os amantes de música, porque vai sediar uma competição internacional de música no início do mês, segundo o Airbnb.
Taito, Japão
Taito, Japão
Unsplash/ Sun Hung
Taito, na região metropolitana de Tóquio, é descrita pelo Airbnb como a fusão perfeita entre tradição e modernidade. A cidade abriga templos antigos, arranha-céus e parques, além de Asakusa, um dos bairros históricos mais famosos do Japão.
Colônia, Alemanha
Colônia, Alemanha
Unsplash/Eric Weber
Banhada pelo rio Reno, Colônia é uma cidade imperdível para quem quer conhecer melhor a história da Alemanha. A cidade abriga a Catedral de Colônia, uma das igrejas góticas mais altas da Alemanha, além de museus e monumentos que contam a história da região.
Milão, Itália
Milão, Itália: cantor de ópera italiano Andrea Bocelli se prepara para o evento ''Music for hope'', uma performance transmitida ao vivo com o objetivo de simbolizar amor, esperança e cura em meio à pandemia de coronavírus no domingo de Páscoa, perto da Catedral Duomo, em Milão
Luca Rossetti / Cortesia Sugar Srl / Decca Records / Divulgação via REUTERS
Para os viajantes apaixonados por moda e design, abril vai ser o momento ideal para visitar Milão. Na segunda semana do mês, a cidade vai sediar a Milan Design Week, evento que reúne personalidades importantes da área e revela tendências no setor, segundo o Airbnb.
Stillwater, EUA
Stillwater, EUA
Pexels/ Taylor Hunt
Stillwater é uma cidade universitária localizada no estado de Oklahoma, nos EUA. Por lá, especialmente no final de março, terão eventos de primavera organizados pelas universidades, com diversas atividades culturais.
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Taxa do turista: destinos da Europa e Ásia ampliam cobrança para conter excesso de viajantes
De Veneza a Barcelona, destinos superlotados passaram a cobrar taxas dos turistas. Mas essas medidas realmente ajudam a reduzir o turismo excessivo? E para onde vai esse dinheiro? Estátua do Grande Buda Dordenma, atração turística no Butão
Raimond Klavins/Unsplash
Os altos impostos turísticos não impediram Susanne Meier, de 39 anos, de visitar duas vezes o Butão. O país na região do Himalaia possui o maior imposto turístico do mundo, conhecido como "Taxa de Desenvolvimento Sustentável".
Cada turista paga 200 dólares (R$ 1.148) por dia de visita – um preço salgado para a maioria dos viajantes. O imposto turístico se soma aos custos adicionais de viagem necessários, como motorista e guia, serviços geralmente organizados por empresas de turismo, em troca de uma taxa extra.
"O povo lá quer turismo lento, não turismo barato", diz Meier, que trabalha para a empresa de viagens Bhutan Travel, sediada em Moosburg, na Baviera. "Quando os turistas veem o efeito positivo que o imposto tem, eles ficam felizes em pagá-lo."
O país relata ter arrecadado 26 milhões de dólares com a taxa em 2023. Segundo o Departamento de Turismo nacional, essa receita vai diretamente para ajudar os cerca de 800 mil habitantes do país, investida em saúde, educação, melhoria de infraestrutura, ao mesmo tempo em que se fortalecem as iniciativas se proteção do meio ambiente e se apoiam as empresas locais.
Imposto não afasta turistas
Claro que um imposto de turismo tão alto também atua como um elemento dissuasivo: assim, apenas 103 mil turistas teriam visitado o Butão em 2023, a maioria proveniente da Índia.
Com 962 mil habitantes, a população de Maiorca, na Espanha, é semelhante à do Butão. E, tendo sido inundados com turistas nos últimos anos, seus moradores organizaram vários protestos.
Tendo recebido cerca de 13 milhões de turistas estiveram em 2024, não é de se surpreender que muitos moradores da ilha tenham pressionado pela imposição de limites no turismo de massa.
Em 2016 Maiorca adotou um imposto de hospedagem. Dependendo da categoria do hotel, os turistas pagam até 4 euros (R$ 25) por dia. O governo das Ilhas Baleares estuda aumentar esse imposto para 6 euros (R$ 37), e eliminá-lo durante o inverno.
O dinheiro é usado para financiar projetos de sustentabilidade. No entanto, a taxa pouco valeu para dissuadir os viajantes, e a ilha tem batido um recorde de turismo após o outro.
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Taxas de hospedagem
"O efeito desses impostos na demanda turística é muito pequeno", confirma Jaume Rossello, professor de Economia Aplicada na Universidade Balear na capital de Maiorca, Palma.
Em Barcelona, por exemplo, os viajantes pagam atualmente até 7,50 euros (R$ 46) por dia, dependendo da categoria do hotel. Em Berlim, ao mesmo tempo, é cobrado um imposto de 7,5% do preço de uma estadia noturna, enquanto em Paris os visitantes podem ter que pagar quase 16 euros (R$ 99) por noite para a categoria mais cara de hotéis.
Protesto contra turistas em Barcelona, em julho de 2024
Josep Lago/AFP
Para Rossello, ainda não está claro a partir de qual preço os turistas poderiam começar a pensar em mudar seu destino.
O professor Harald Zeiss, do Instituto de Turismo Sustentável de Wernigerode, Alemanha, observa que muitos destinos usam a receita de impostos turísticos para compensar impactos ambientais, financiar projetos de sustentabilidade ou manter a infraestrutura turística: "Ao menos é assim é descrito quando esses impostos são planejados e introduzidos."
No entanto, a forma como o dinheiro arrecadado é utilizado varia muito – do desenvolvimento da mobilidade sustentável ao simples aumento do orçamento de uma cidade. "Por isso é fundamental destinar os fundos de forma transparente", ressalta Zeiss. "No entanto, se os cofres estão vazios, o uso pretendido geralmente é definido de forma mais generalizada."
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Onde aplicar o dinheiro arrecadado
Em muitos locais, a receita dos impostos turísticos compõe na verdade uma parcela significativa da receita tributária de uma cidade. Em Barcelona, segundo a prefeitura, são arrecadados cerca de 100 milhões de euros (R$ 624 milhões), sendo esta a terceira maior fonte de renda municipal.
A capital catalã, porém, tem sido palco de protestos antiturismo, motivados pelas altas dos aluguéis devido às locações de imóveis de férias de curto prazo através de empresas como a Airbnb.
Moradores de Barcelona molham turistas em protesto contra turismo excessivo
As autoridades barcelonesas dizem se concentrar deliberadamente no financiamento de projetos que beneficiam o público em geral e não apenas o setor de turismo. As arrecadações são direcionadas ao Plano Climático Escolar de Barcelona, que instala sistemas de controle climático nas escolas da cidade.
A receita do imposto de hospedagem de Berlim, conhecido como City Tax, ainda não tem um destino definido. Somando quase 90 milhões de euros (R$ 561 milhões) em 2024, ela flui atualmente para o orçamento geral da cidade.
Este também é o caso de Amsterdã, onde um imposto turístico está em vigor desde 1973. Atualmente, ele equivale a 12,5% do preço de um pernoite e deve gerar uma receita de 260 milhões de euros (R$ 1,6 bilhão) em 2025, de acordo com um porta-voz do Conselho Municipal.
Autoridades da cidade afirmam que a taxa é uma fonte importante de receitas e uma ferramenta para controlar o crescimento do turismo. No entanto, o efeito dissuasor do imposto é provavelmente pequeno.
Turistas chegam à principal estação de trem em Veneza, na Itália, em abril de 2024
AP Photo/Luca Bruno
Veneza amplia prazo de pagamento da taxa
Depois de muita confusão, Veneza, na Itália, iniciou em 2024 seu tão propalado imposto turístico.
Veneza começa cobrar taxa de “turistas por um dia”
Os viajantes tinham que pagar uma taxa de entrada de 5 euros (R$ 31) durante 29 dias na alta temporada. Políticos da oposição reclamavam que esse valor não bastava para desencorajar os turistas de visitarem a cidade, sempre superlotada.
Em reação, Veneza aumentou para 54 o número de dias de cobrança da taxa. Quem não deposita a taxa quatro dias antes da visita passa a ter que pagar 10 euros (R$ 62). Porém ainda não se sabe se pagar alguns euros a mais vai dissuadir alguém de visitar a cidade que está afundando lentamente.
O pesquisador Jaume Rosselló tem suas dúvidas: "Para a maioria das pessoas, sair de férias não é um luxo, mas uma necessidade básica."
Ele aponta o exemplo de Maiorca, onde a maioria dos turistas paga o imposto de acomodação sem reclamar. "Impostos como esses geralmente são muito bem recebidos. Especialmente se contribuem para melhorar a sustentabilidade de uma destinação turística."
No entanto, muitos turistas ainda têm limites. Quando o Butão aumentou o imposto turístico para 200 dólares, depois de várias décadas cobrando 65 dólares, menos turistas passaram a escolher o país como destino de suas férias. Susanne Meier enxergou uma diferença clara. "Notamos isso no número de reservas. Ninguém queria pagar tanto assim."
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Mulher que tirou as fotos também foi detida. Exibir as partes baixas do corpo em espaços públicos é proibido na China. Muralha da China
Bruce Röttgers/Unsplash
Dois jovens turistas japoneses ficaram detidos por duas semanas na China e foram posteriormente deportados depois de um deles mostrar as nádegas na Grande Muralha, informou a imprensa japonesa.
O incidente, que ocorreu em um trecho da emblemática muralha próxima a Pequim, foi protagonizado por um homem, que expôs as nádegas, e a mulher que tirou as fotos, disseram a emissora japonesa NTV e outras mídias na quinta-feira (13). Os dois tinham pouco mais de 20 anos.
O Ministério das Relações Exteriores do Japão afirmou nesta sexta-feira (14) que a embaixada do país na China "confirmou no dia 3 de janeiro que dois cidadãos japoneses foram detidos pelas autoridades locais na Grande Muralha".
"Eles foram liberados depois e voltaram ao Japão em janeiro", acrescentou a pasta em comunicado.
A imprensa japonesa informou que os turistas foram detidos por guardas de segurança ainda na muralha, e permaneceram sob custódia por duas semanas. Exibir as partes baixas do corpo em espaços públicos é proibido na China.
De acordo com a NTV, os turistas explicaram à embaixada japonesa que tudo se tratou de uma brincadeira.
Uma turista chinesa disse à NTV que a dupla mereceu ser detida pela falta de respeito. "Se não coibirmos esse tipo de comportamento, a China perderá sua dignidade", disse a mulher durante visita à Grande Muralha.
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Encantadores de serpentes, trânsito caótico e casamento típico indiano: as cenas da vida na Índia em VÍDEOS e FOTOS
O Profissão Repórter desta terça-feira (11) foi até a Índia para acompanhar o maior festival religioso do mundo. Ao logo do caminho, os repórteres testemunham cenas da vida na Índia. Encantadores de serpentes, caos no trânsito e casamento típico indiano: reportagem mostra as cenas da vida na Índia
O Profissão Repórter desta terça-feira (11) foi até a Índia para acompanhar o maior festival religioso do mundo. Para chegar a Prayagraj, foram mais de 72 horas de viagem percorrendo os cerca de 600 quilômetros que separam a cidade-sede do Khumb Mela e a capital Nova Déli. Ao logo do caminho, os repórteres testemunham cenas da vida na Índia: encantadores de serpentes, acidentes de trânsito e até um casamento típico indiano. Veja no vídeo acima.
Acidente grave na estrada
Profissão Repórter flagra grave acidente em estrada na Índia
Reprodução/TV Globo
Durante a viagem, a reportagem presenciou um grave acidente envolvendo um ônibus. A colisão destruiu toda a parte dianteira do veículo e deixou vários feridos. Uma mulher, com um corte na cabeça, foi socorrida por populares enquanto aguardava atendimento médico. Uma ambulância chegou ao local para prestar socorro às vítimas.
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Encontro com encantadores de serpentes
Durante uma parada para abastecer, a equipe encontrou dois encantadores de serpentes.
Reportagem encontra dois encantadores de serpentes
Reprodução/TV Globo
Casamento típico indiano
Profissão Repórter mostra casamento típico indiano
Reprodução/TV Globo
Ao anoitecer, o trânsito parou novamente, dessa vez para dar passagem a uma celebração de casamento. Carros decorados com luzes coloridas e música alta tomavam as ruas. Durante o cortejo, a família da noiva distribuía dinheiro aos convidados, seguindo uma tradição local.
Enquanto a festa acontecia na rua, a noiva aguardava o futuro marido no local da cerimônia. Os dois ainda não se conheciam pessoalmente. Segundo um familiar, a data do casamento foi definida por um líder religioso com base em cálculos astrológicos.
A noiva passou 15 dias se preparando para o grande dia, cercada pela família, enquanto o noivo era recebido com festa do lado de fora.
Profissão Repórter mostra casamento típico indiano
Reprodução/TV Globo
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Edição de 11/03/2025
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Sadhus: quem são os homens considerados santos na Índia que se cobrem com cinzas de cremação
Eles vivem de doações em troca de aconselhamento espiritual. Enquanto alguns sadus recebeu o Profissão Repórter nas tendas, outros se incomodaram com a presença da equipe. Sadhus: quem são os homens considerados santos na Índia que se cobrem com cinzas de cremação
O Profissão Repórter desta terça-feira (11) acompanhou de perto o maior festival religioso do mundo. Para os peregrinos, o mergulho no Rio Ganges é um ritual de purificação dos pecados e libertação do ciclo de reencarnações.
O Kumbh Mela deste ano também levou muita gente para Varanasi, a cidade mais sagrada do hinduísmo, que concentra centenas de sadhus. Esses homens, que cobrem o corpo com cinzas de cremação, dedicam a vida à busca espiritual e ao desapego. Eles são considerados santos, símbolos de sabedoria e vivem de doações em troca de aconselhamento espiritual.
Sadhus: quem são os homens considerados santos na Índia que se cobrem com cinzas de cremação
Reprodução/TV Globo
Enquanto alguns sadhus receberam o Profissão Repórter nas tendas, outros se incomodaram com a presença da equipe. Em um momento, um sadhu bateu com um bastão de pano na repórter Danielle Zampollo.
"Eu perguntei para o sadhu se eu poderia ir até ele com a câmera, entrevistá-lo, filmá-lo e ele me bateu, ele levantou um bastão e me bateu", relata a repórter.
Sadhu agride repórter com bastão de pano
Reprodução/TV Globo
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Cremações às margens do Ganges
Conheça cidade indiana mundialmente conhecida por cremações às margens do rio Ganges
Os hindus acreditam que Varanasi foi fundada há 5 mil anos e que morrer ali garante a salvação da alma.
A cidade é mundialmente conhecida por suas cremações às margens do Ganges. Todos os dias, cerca de 120 corpos são incinerados em fogueiras rituais, em um processo que faz parte da tradição religiosa.
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Edição de 11/03/2025
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Caso Ingrid Guimarães: entenda o que é downgrade e como o passageiro deve proceder
Atriz protestou após ser obrigada a deixar assento e mudar para uma classe inferior à que reservou. Passageiros podem buscar compensações nesse tipo de situação. Downgrade no avião: veja como o passageiro deve proceder
A atriz Ingrid Guimarães afirmou no último fim de semana que foi obrigada pela tripulação de um voo da American Airlines a ceder seu lugar na classe Premium Economy e ir para a classe econômica. O caso ocorreu em um voo de Nova York para o Rio de Janeiro no último dia 7 de março.
Segundo o relato de Ingrid, um comissário a informou que ela teria que deixar seu lugar por conta de uma cadeira quebrada na classe executiva. O assento da atriz foi, então, ocupado pelo passageiro que ficou sem lugar na classe executiva.
Ingrid classificou a situação como “abusiva” e disse que a aérea ofereceu um desconto de US$ 300 na próxima passagem. Procurada pelo g1, a American Airlines informou que a companhia estava em contato com a atriz para “entender mais sobre a experiência e resolver a questão”.
A prática de colocar o passageiro em uma classe inferior à que ele reservou é conhecida como “downgrade”. O g1 detalha essa situação e explica o que o passageiro deve fazer. Veja abaixo:
Cabine de avião
Waldemar/Unslash
O que é o downgrade e por que ele acontece?
O downgrade é permitido?
O que o passageiro deve fazer em uma situação de downgrade?
Quais são as leis que podem ser aplicadas?
1. O que é o downgrade e por que ele acontece?
O downgrade ocorre quando a companhia aérea coloca o passageiro em uma classe inferior àquela originalmente reservada por questões operacionais, falta de assentos ou outras razões, explica Rodrigo Alvim, advogado especializado em direito dos passageiros aéreos.
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2. O downgrade é permitido?
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informa que a troca de assentos, como ocorre no downgrade, deve ser feita apenas em casos específicos, que envolvam as saídas de emergência ou questões de segurança operacional.
Por exemplo: os assentos que ficam ao lado das portas de emergência precisam ser ocupados por alguém que seja capaz de operá-las. A distribuição de peso no avião é outro motivo que pode fazer com que a companhia solicite a troca de assento.
Não há, no entanto, uma regulamentação específica que envolva troca de assento do passageiro, ou o downgrade. Segundo a Anac, a possibilidade de alteração de lugares deve ser organizada pela empresa aérea.
Segundo Nicole Villa, especialista em Direito Aeronáutico, a solicitação de downgrade é permitida. "A empresa solicita a mudança de assento muitas vezes por segurança. Podemos pensar, como comparação, com o overbooking, prática que é permitida", diz ela.
Gabriel de Britto Silva, advogado especializado em direito do consumidor, ressalta, no entanto, que a companhia não pode fazer esse tipo de mudança de forma unilateral. Além disso, uma situação como uma cadeira quebrada no voo não deve gerar algum tipo de prejuízo a quem comprou a passagem.
“Se o consumidor for realocado para outro assento por uma questão de manutenção da aeronave, como uma cadeira quebrada, o ar-condicionado pingando sobre o assento ou um cinto de segurança inoperante, ele deverá ser reparado”, diz Britto Silva.
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3. O que o passageiro deve fazer em uma situação de downgrade?
O primeiro caminho sugerido é o diálogo entre as partes. O passageiro pode pedir ressarcimento ou algum tipo de compensação, caso a empresa não ofereça uma contrapartida.
Para Rodrigo Alvim, os principais direitos incluem o reembolso da diferença de preço entre os assentos que o passageiro pagou e o que ele terá que ocupar. “Essa compensação é importante, pois o passageiro pagou por um serviço superior que não foi entregue.”
Já Gabriel de Britto Silva afirma que o passageiro pode cobrar a restituição do valor dobrado da diferença entre os assentos. Além disso, ambos citam que o consumidor, dependendo do caso, tem direito a compensação por danos morais.
Nicole Villa ressalta que as situações de downgrade precisam ser observadas caso a caso para checar se houve, de fato, uma justificativa da empresa para fazer o pedido ao passageiro.
Villa também lembra que, caso o passageiro não tenha a compensação que pretendia, ele pode buscar outras vias, como o SAC, a ouvidoria da empresa e o canal consumidor.gov, antes de entrar com uma ação judicial. "E se ele não se sentir satisfeito e ainda assim quiser uma compensação, a via judicial pode ser o caminho.”
Caso o consumidor decida acionar a empresa, a recomendação é que ele reúna provas do que ocorreu para embasar sua argumentação (veja mais abaixo).
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4. Quais são as leis que podem ser aplicadas?
Algumas regulamentações ou legislações podem ajudar o passageiro a entender seus direitos no transporte aéreo, inclusive em casos de troca de assento ou de downgrade.
Nicole Villa citou que a situação de downgrade pode ser observada como um caso de overbooking – quando uma empresa vende mais passagens do que a capacidade do avião, prática permitida pela legislação brasileira, e alguns clientes ficam sem assento.
O overbooking é descrito na Resolução número 400 da Anac, de 2016, e permite à empresa reacomodar passageiros em outro voo “mediante a aceitação de compensação negociada” entre as partes.
Outra regulamentação citada pela advogada é o artigo 251 A do Código Brasileiro de Aeronáutica, que afirma que a indenização por "dano extrapatrimonial em decorrência de falha na execução do contrato de transporte fica condicionada à demonstração da efetiva ocorrência do prejuízo”.
Ou seja: caso busque uma indenização, o passageiro precisará reunir evidências do que ocorreu.
“É um artigo bem importante e uma questão de conscientização para a gente como passageiro, pois estabelece a necessidade de provar a ocorrência de dano moral. É importante entender o que a lei fala e ter as provas do que se pretende alegar”, diz Nicole Villa.
Já Gabriel Britto de Silva mencionou o artigo 42 do Código Brasileiro do Consumidor ao justificar que o passageiro pode ter direito à restituição do valor dobrado da diferença entre os assentos.
Sobre uma eventual alegação de danos morais, o especialista afirma que é possível usar artigos tanto da Constituição quanto do Código Civil para fundamentar a denúncia.
Vale ressaltar que, no caso específico de Ingrid Guimarães, o voo em questão é internacional, e a situação ocorreu em solo americano, o que limitaria a aplicação do Código Brasileiro do Consumidor.
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Suspensão de voos da Voepass: o que acontece com quem já comprou passagem?
Consumidor pode optar por reembolso integral, reacomodação em outro voo ou buscar compensação através do Procon ou juizado especial. Aeronave da Voepass.
Ana Clara Marinho/TV Globo
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu, a partir desta terça-feira (11), todos os voos da companhia aérea Voepass. A decisão foi tomada devido a problemas de segurança nas operações da empresa, segundo a agência.
Desde o acidente com um avião da Voepass em Vinhedo (SP) no ano passado, que deixou 62 mortos, a Anac implementou uma fiscalização das instalações da empresa. Segundo a agência, a Voepass não conseguiu "solucionar irregularidades identificadas".
A suspensão é em caráter cautelar (provisório) e vai vigorar até que a companhia "comprove a correção de não conformidades"
Em nota, a Voepass afirmou que "iniciou as tratativas internas para demonstrar sua capacidade de garantir os níveis de segurança exigidos pela agência reguladora" e que todos os passageiros afetados serão devidamente atendidos (leia a nota ao final da reportagem).
Voepass operava em 16 destinos antes de ter voos suspensos
O que acontece com quem tem voo marcado
Segundo a Anac, a decisão desta terça-feira impede a Voepass de operar voos, vender novas passagens e determina o cancelamento dos voos já programados.
A Anac explica que a empresa responsável pela venda da passagem deve entrar em contato com o consumidor para prestar esclarecimentos e oferecer alternativas previstas na regulação da Anac.
As passagens para voos da Voepass são vendidas de três formas: diretamente pela própria Voepass, pela Latam (que tem um acordo comercial com a Voepass) e por agências de viagens. Em todos os casos, a empresa responsável pela venda deve informar o consumidor.
Por exemplo, se a passagem foi comprada por meio de uma agência de viagens, é essa agência que deve prestar suporte ao cliente.
Procurada pelo g1, a Latam disse que tomou conhecimento da suspensão da operação da Voepass e que os clientes afetados podem solicitar alteração do voo, sem multa, ou reembolso integral da passagem. (Leia a nota ao final da reportagem).
➡️ De acordo com a Anac, o passageiro tem direito a...
reembolso integral do valor pago pela passagem;
reacomodação em outro voo da mesma companhia aérea, se houver.
A reacomodação não deve ter nenhum custo para o consumidor e também deve ter data e horário mais próximos do voo cancelado, explica Gabriel de Britto Silva, advogado especializado em direito do consumidor.
"O consumidor, no entanto, pode optar por outro voo, em data e horário de sua conveniência, em outra companhia aérea, desde que a origem e o destino permaneçam os mesmos", completa o especialista.
Os passageiros que optarem por reacomodação em outro voo, seja da Latam ou de outra companhia aérea, têm direito à assistência material, dependendo do tempo de espera no aeroporto:
a partir de 1 hora: comunicação (internet, telefone etc.);
a partir de 2 horas: alimentação (voucher, refeição, lanche etc.);
a partir de 4 horas: hospedagem (somente em caso de pernoite no aeroporto) e transporte de ida e volta. Se o passageiro estiver no local de seu domicílio, a empresa poderá oferecer apenas o transporte para sua residência e de sua casa para o aeroporto.
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Se o consumidor sentir que o dano do atraso ou do cancelamento foi grave, seja porque perdeu um evento importante — como uma entrevista de emprego ou casamento — ou por outro motivo e deseja receber alguma indenização além do reembolso, deve entrar com o requerimento por meio do órgão de defesa do consumidor, o Procon.
Gabriel de Britto também acrescenta que, caso os direitos não sejam respeitados, o consumidor pode entrar com uma ação judicial no juizado especial cível mais próximo da sua residência, e pedir o cumprimento dos direitos.
"No sistema dos juizados não é necessário pagar custas judiciais, e logo que o processo é distribuído virtualmente já há designação da data da audiência de conciliação, instrução e julgamento", completa o especialista.
É imprescindível que o consumidor mantenha toda a documentação relacionada ao caso, incluindo comprovantes de pagamento, e-mails, mensagens e registros de comunicação com a empresa, orienta Carolina Vesentini, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
"A organização e a guarda desses documentos são essenciais para embasar qualquer reclamação ou ação futura", diz Carolina.
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O que diz a Voepass
Abaixo, leia a íntegra da nota da Voepass:
"A VOEPASS Linhas Aéreas informa que recebeu a notificação da ANAC de suspensão de sua operação e iniciou as tratativas internas para demonstrar, conforme solicitado, sua capacidade de garantir os níveis de segurança exigidos pela agência reguladora.
A companhia reitera que sua frota em operação é aeronavegável e apta a realizar voos seguindo as rigorosas exigências de padrões de segurança.
Essa decisão tem um impacto imensurável para milhares de brasileiros que utilizam a aviação regional todos os dias e contam com seu serviço, por isso, colocará todos seus esforços para retomar a operação o mais breve possível.
Todos os passageiros que forem impactados neste momento serão atendidos nos termos do previsto pela ANAC, na Resolução 400 - que dispõe sobre as Condições Gerais de Transporte aplicáveis aos atrasos e cancelamentos de voos."
O que diz a Latam
"A LATAM Airlines Brasil tomou conhecimento da suspensão cautelar da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para as operações aéreas da Voepass a partir de 11 de março de 2025. Os clientes com passagens do codeshare da LATAM com a Voepass que tenham tido voos cancelados por essa medida poderão adotar as seguintes mudanças de suas reservas diretamente na seção Minhas Viagens de latam.com:
Alteração do voo sem multa e diferença tarifária, sujeito a disponibilidade da mesma cabine e dentro da validade da passagem aérea. Para as rotas em que houver operação com voos LATAM, os passageiros serão acomodados nestes voos. Nos demais casos, poderão ser acomodados em voos de outras companhias aéreas.
Reembolso integral da passagem aérea sem multa.
A LATAM permanece atenta a qualquer nova comunicação da Anac sobre as operações da Voepass."
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As equipes vão tentar blindar os passageiros da presença do corpo usando corredores vazios, cobertores e iluminação fraca. O que acontece quando um passageiro morre no voo: 'Tive que voar ao lado de um corpo'
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Se um passageiro morre a bordo de um voo, os membros da tripulação, como Jay Robert, precisam pensar rápido.
"Nós passamos do serviço de bordo ao papel de salva-vidas e até agentes funerários, lidando com cadáveres, e depois fazendo controle de multidão", diz o comissário, de 40 anos. "Temos que calcular: 'Tudo bem, ainda precisamos servir café da manhã ou jantar para 300 pessoas, e temos que lidar com isso'."
Jay, gerente de cabine de uma grande companhia aérea europeia e ex-membro da tripulação da Emirates, tem mais de uma década de experiência trabalhando em aeronaves. Assim como todos os tripulantes de cabine, ele foi treinado para lidar com mortes de passageiros, mas ele próprio só vivenciou uma.
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Ele diz que as mortes em aviões são "muito incomuns", e que é mais provável que as pessoas morram em voos mais longos devido ao impacto físico de ficar imóvel por um longo período. Alguns tripulantes não vivenciam nenhuma fatalidade a bordo de uma aeronave durante toda a sua carreira, segundo ele.
Um estudo publicado na revista científica New England Journal of Medicine, em 2013, concluiu que morrer em um voo era "raro". O estudo analisou as chamadas de emergência de cinco companhias aéreas para um centro de comunicação médico, entre janeiro de 2008 e outubro de 2010, e constatou que 0,3% dos pacientes que tiveram uma emergência médica durante o voo morreram.
No mês passado, um casal australiano relatou sua experiência "traumática" de viajar ao lado de um corpo em um voo de Melbourne, na Austrália, para Doha, no Catar, depois que uma passageira morreu a bordo da aeronave.
Mitchell Ring e Jennifer Colin contaram que a tripulação da cabine colocou o corpo da passageira, envolto em cobertores, ao lado de Ring durante as quatro horas restantes do voo, sem oferecer para mudá-lo de lugar. A Qatar Airways afirmou que seguiu as diretrizes apropriadas, e pediu desculpas por "qualquer inconveniente ou sofrimento que este incidente possa ter causado".
A BBC News conversou com tripulantes de cabine e outros especialistas em aviação sobre como as mortes em pleno voo geralmente são tratadas, quais são as regras para acomodar corpos em aviões, e como é trabalhar em um voo em que alguém morreu.
Para começar, a tripulação do voo não pode declarar o óbito — isso precisa ser feito por uma equipe médica. Às vezes, isso acontece no avião se houver alguém qualificado a bordo, mas, com mais frequência, é feito no pouso. A maioria das companhias aéreas segue as diretrizes da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) sobre o que fazer se um passageiro for considerado morto, embora as políticas variem ligeiramente de acordo com cada empresa aérea.
Jay foi treinado para lidar com mortes de passageiros, mas ele próprio só vivenciou uma
JAY ROBERTS
'É bem provável que o corpo seja colocado em um assento vazio'
Em uma situação de emergência médica, a tripulação da cabine administraria os primeiros socorros, e pediria ajuda a qualquer passageiro que fosse profissional de saúde, enquanto o capitão usaria um sistema de telecomunicação para receber instruções de médicos de emergência em solo, diz o ex-piloto comercial Marco Chan, professor da Nova Universidade de Buckinghamshire, no Reino Unido. Se fosse necessário, o capitão desviaria o voo o mais rapidamente possível.
Mas nem sempre é possível salvar um passageiro.
Se um passageiro for considerado morto, os olhos da pessoa devem ser fechados, e ela deve ser colocada em um saco mortuário, se houver um disponível, ou então coberta com um cobertor até o pescoço, de acordo com as diretrizes da Iata.
Os aviões possuem um espaço bastante limitado, e é um desafio encontrar um local adequado para colocar o corpo sem incomodar os demais passageiros e comprometer a segurança do avião. De acordo com a Iata, o corpo deve ser acomodado em um assento longe dos outros passageiros, ou em uma outra área do avião, se possível. No entanto, se o voo estiver lotado, o corpo geralmente será devolvido ao seu próprio assento.
Em um avião de fuselagem estreita — normalmente usado para voos de curta distância, os chamados voos domésticos —, não há espaço suficiente a bordo "para realmente blindar os passageiros do que aconteceu", afirma Ivan Stevenson, professor de gestão de aviação da Universidade de Coventry, no Reino Unido.
O espaço nestas aeronaves é "muito, muito limitado", ele acrescenta. "Se alguém morrer a bordo de um avião como esse, é bem provável que precise ser colocado em um assento."
Stevenson reconhece que é algo "muito infeliz, muito desagradável", mas que a tripulação deve colocar a segurança do avião em primeiro lugar.
A tripulação "vai tentar dar um pouco de dignidade ao cadáver", colocando-o em um corredor vazio e usando cortinas, cobertores e luzes fracas, explica Jay, mas talvez não tenha muita escolha.
O corpo não pode ser colocado na área de serviço da aeronave, caso bloqueie uma saída de emergência. Tampouco pode ser deixado nos corredores, por precaução, caso haja necessidade de uma evacuação de emergência, afirma Jay, nem colocado na área de descanso da tripulação em um voo de longa distância.
As saídas de emergência, incluindo na área de serviço da aeronave, devem estar sempre acessíveis
Getty Images
Também é difícil manobrar fisicamente um corpo em um espaço tão limitado, diz Jay. Foi o que aconteceu no caso da Qatar Airways, quando Ring disse que os comissários não conseguiam passar com o corpo da passageira pelo corredor.
Um avião poderia desviar a rota para salvar a vida de um passageiro no caso de uma emergência médica, mas normalmente não faria isso se ele já tivesse sido considerado morto, afirmam especialistas em aviação e tripulantes de cabine.
"Não faz sentido desviar", diz Chan.
O capitão informaria o centro de operações da companhia aérea e o controle de tráfego aéreo sobre a morte do passageiro o mais rápido possível, e o avião seria recebido pelas autoridades locais, afirma Stevenson. As autoridades locais ou um representante da companhia aérea entrariam em contato com a família do passageiro se ele estivesse viajando sozinho.
'Chorei na banheira'
Ally Murphy, apresentadora do podcast Red Eye, em que ela entrevista comissários de bordo, vivenciou a morte de apenas um passageiro em seus 14 anos trabalhando como tripulante de cabine.
Um passageiro que estava viajando sozinho de Acra, em Gana, com destino a Londres, no Reino Unido, desmaiou em seu assento. Após ser alertada pelo passageiro no assento ao lado, a tripulação percebeu que ele não estava respirando normalmente, e não tinha pulso.
A tripulação levou o passageiro para a área de serviço da aeronave para realizar a reanimação cardiopulmonar (RCP). "Você fica meio que preso em uma lata, que não foi projetada para você ficar perambulando", lembra Ally. Mas havia mais espaço do que o normal na área de serviço, porque os carrinhos estavam fora para realizar o serviço de bordo."
Ally e outro membro da tripulação realizaram a reanimação cardiopulmonar por 40 minutos, sem sucesso. O capitão decidiu então desviar o avião para Lyon, na França, e embora Ally e seu colega soubessem que deveriam ter voltado a seus assentos para o pouso, eles continuaram fazendo RCP o tempo todo, diz ela.
"Não queríamos deixá-lo."
Após o pouso, os paramédicos levaram o passageiro. Ele foi declarado morto, em decorrência de um aneurisma na aorta abdominal, lembra Ally.
"Eu o segurei em meus braços nos últimos momentos da sua vida", diz ela. "Ele provavelmente teria escolhido outra pessoa para isso, mas era eu que estava ali."
Ally diz que testemunhar a morte de um passageiro em um avião foi 'traumatizante'
SUSAN DUPPÉ
Depois que o avião decolou novamente após o desvio, os passageiros estavam "bastante quietos e abatidos", diz ela. Mas ao chegarem ao aeroporto de destino, um passageiro do voo começou a gritar com ela porque havia perdido a conexão.
"Essa foi a única vez em que eu disse a um passageiro para onde ele deveria ir", ela relembra.
Testemunhar a morte de um passageiro foi uma experiência traumática para Ally.
"Fui para casa, sentei na banheira e chorei. Senti o gosto do hálito do passageiro por cerca de uma semana depois", diz ela. "Foi um pouco traumatizante por um tempo. Não conseguia assistir a nada com reanimação cardiopulmonar por um bom tempo."
A tripulação de cabine recebe suporte após a morte de um passageiro, incluindo terapia e a opção de sair da escala de trabalho por alguns dias para que possam processar o que aconteceu, diz Jay.
Ally e seus colegas tiveram uma reunião com a companhia aérea após a morte do passageiro, na qual receberam "garantias de que fizemos tudo o que podíamos". Depois disso, ela conseguiu casar seus turnos de trabalho com os de uma amiga por um mês, porque estava "um pouco traumatizada".
Como a tripulação de cabine não está acostumada a fatalidades com passageiros, pode ser uma experiência especialmente angustiante quando um passageiro morre a bordo da aeronave, diz Jay.
"Não somos médicos, não somos enfermeiros", ele acrescenta. "Embora sejamos treinados para lidar com isso, não enfrentamos essa situação todos os dias, então não estamos imunes a isso."
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Destinos brasileiros para curtir os próximos feriados de 2025 sem muvuca
Especialistas recomendam lugares fora da rota de cada época e que podem sair mais em conta em relação aos momentos de alta temporada. Destinos para fugir da muvuca nos próximos feriados de 2025
Reprodução
O carnaval acabou, mas, calma: 2025 ainda reserva, pelo menos, seis oportunidades para viajar.
Serão cinco feriados nacionais em dias úteis, sendo que dois deles, em abril, viram um feriadão que vai de sexta até segunda: Paixão de Cristo e Tiradentes.
Outros três têm possibilidade de emenda porque caem em uma quinta-feira — Dia do Trabalho, Consciência Negra e Natal — assim como Corpos Christi, que não é um feriado nacional, mas um ponto facultativo.
Agora, viajar nos feriadões quase sempre significa gastar mais. Uma forma de economizar é fugir dos destinos mais procurados em cada época.
Para ajudar nessa missão, o g1 consultou especialistas e separou sugestões de lugares fora da rota tradicional de cada feriadão, para aproveitar o melhor da data gastando menos. Confira abaixo.
Paixão de Cristo + Tiradentes: 18 a 21 de abril (sexta a segunda)
Neste ano, o feriado da Paixão de Cristo (também conhecido como Sexta-Feira Santa) vai emendar com o de Tiradentes, que cai na segunda-feira, criando um “feriadão” de quatro dias no final de abril.
Veja abaixo opções para aproveitar o clima ameno e a natureza, fugindo dos destinos mais badalados.
Urubici, Santa Catarina
Cachoeira do Avencal, em Urubici
Prefeitura de Urubici/Divulgação
Urubici, na Serra Catarinense, pode ser uma boa pedida para aproveitar a Páscoa, gastando menos e com mais tranquilidade do que em destinos mais conhecidos de serras, como Gramado (RS) e Campos de Jordão (SP).
Em abril, as temperaturas ainda não estão tão baixas quanto no inverno, que é a alta temporada na região. Por isso, a procura é menor e os preços costumam ser mais atrativos, segundo Nelson Benavides, gerente da Booking no Brasil.
A cidade foi reconhecida como um dos 10 destinos mais acolhedores do mundo em 2025, por uma pesquisa da empresa.
“Com um clima mais frio, Urubici é ideal para quem busca aventura e contato com a natureza, oferecendo diferentes atividades de ecoturismo, cachoeiras, trilhas e formações rochosas”, descreve Benavides.
Capitólio, Minas Gerais
Lago de Furnas em Capitólio
Anna Lúcia Silva/g1
Conhecido por seus cânions e lagos de água cristalina, Capitólio pode ser uma boa opção para curtir o feriadão de abril.
Além de ser fora da alta temporada do verão, nesta data o volume de água está alto, facilitando os passeios de lancha — um dos principais atrativos do local, destaca Daniela Araujo, diretora de produtos da Decolar.
As 10 praias brasileiras mais fotografadas, segundo o Google Maps
Dia do Trabalho: 1° de maio (quinta-feira)
Dez dias depois do feriadão de abril, já vem uma nova folga: o Dia do Trabalho. Destinos de natureza também são uma opção, para aproveitar o clima, que costuma ficar mais ameno na época.
São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul
São Francisco de Paula (RS)
Pexels/Leandro Bezerra
Apelidada de Terra dos Cânions, São Francisco de Paula é cercado por paisagens naturais, como o Parque Nacional da Serra Geral. O começo de maio é baixa temporada na região, o que faz com que os preços fiquem mais atrativos, segundo Benavides.
Córrego do Bom Jesus, Minas Gerais
Pico da Raposa - Córrego do Bom Jesus (MG)
Arquivo pessoal
A pequena e charmosa cidade do Córrego do Bom Jesus oferece uma experiência parecida com a de destinos serranos mais conhecidos, como Monte Verde (MG), mas com tarifas mais convidativas, explica o especialista do Booking.
Corpus Christi: 19 de junho (quinta-feira)
Com o inverno chegando, a data é a primeira oportunidade para realmente aproveitar o frio, o que faz muitos viajantes buscarem destinos aconchegantes, como Campos de Jordão (SP). Mas locais com outras propostas podem valer mais a pena; veja abaixo.
Alter do Chão, no Pará
Alter do chão, Pará
Agência Santarém
Corpus Christi pode ser um bom momento para conhecer Alter do Chão, vila balneária conhecida como Caribe Amazônico por suas florestas e praias de rio, segundo Nelson Benavides, da Booking.
Além de ser fora do período de férias escolares (janeiro e julho), o mais procurado por turistas, a data coincide com o fim da época de chuvas e o surgimento das praias de rio na região.
"Por ser localizado às margens do rio Tapajós, o cenário de Alter do Chão se transforma ao longo do ano conforme o ciclo das águas. Durante a temporada de menos chuvas, que começa em junho e vai até o final do ano, o nível do rio baixa e surgem as praias de rio", descreve.
Foz do Iguaçu, Paraná
Cataratas do Iguaçu
Francielle Lopes/RPC Foz do Iguaçu
Para quem quer ir contra o "fluxo" no período, Foz do Iguaçu pode ser uma boa, diz a diretora de produtos da Decolar. Com clima ameno e menos turistas — e filas nas cachoeiras —, esse pode ser um momento estratégico para conhecer o local.
Consciência Negra: 20 de novembro (quinta-feira)
Novembro já "chama" uma praia, não é? Mas a Consciência Negra, reconhecida como feriado nacional em 2024, pode ser uma oportunidade de conhecer destinos que celebram a cultura afro-brasileira e sua influência no país. Veja exemplos abaixo.
Cachoeira, Bahia
Cachoeira: cidade no reconvaco baiano foi palco do primeiro confronto na busca pela independência da Bahia
Reprodução/TV Globo
Essa pequena cidade do Recôncavo Baiano, com cerca de 30 mil habitantes, é uma ótima opção para conhecer mais sobre a cultura e história afro-brasileira, gastando menos que nos grandes centros urbanos, como Salvador.
Quem visita Cachoeira tem a oportunidade de conhecer terreiros de candomblé, casarões coloniais e mercados e feiras típicas, destaca Benavides.
Serra do Cipó, Minas Gerais
Cachoeira do Tombador no Parque Nacional da Serra do Cipó
André Deberdt/Parque Nacional da Serra do Cipó
A Serra do Cipó é outro destino menos disputado para aproveitar a data, segundo o especialista do Booking. Além de trilhas e cachoeiras, o local tem uma forte presença quilombola, com comunidades que preservam tradições afro-brasileiras.
Natal: 25 de dezembro (quinta-feira)
Como as pessoas priorizam estar com as suas famílias no Natal, o fluxo de viagens varia bastante pelo Brasil, segundo o especialista do Booking.
Mesmo assim, Benavides destaca que lugares que investem na temática natalina, por exemplo, costumam ser mais procurados e, consequentemente, mais caros no período.
Os especialistas consultados deram duas sugestões de destinos; confira abaixo.
Domingos Martins, Espírito Santo
Brilho de Natal de Domingos Martins de 2018
Divulgação/Prefeitura de Domingos Martins
Para quem não abre mão da temática natalina, mas quer uma experiência menos conhecida e com bom custo-benefício, a charmosa Domingos Martins pode ser uma opção na época do Natal, segundo a diretora de produtos da Decolar.
Localizada na região serrana do Espírito Santo, a cidade realiza anualmente o "Brilho de Natal", programação que conta com decorações e eventos variados e costuma ir de dezembro até o início de janeiro.
"O clima ameno, arquitetura de influência alemã e luzes, a cidade em um cenário mágico na época", destaca a especialista.
Chapada Diamantina, Bahia
Poço Rio Preto, no Vale do Capão, na Chapada Diamantina
Arquivo pessoal
Se o plano é fugir da temática natalina e explorar a natureza, a Chapada Diamantina, no interior da Bahia, pode ser uma boa escolha.
Em dezembro, a temperatura é alta, ideal para tomar banhos de cachoeira, e os preços são mais acessíveis do que em janeiro e fevereiro, alta temporada na região, segundo a especialista da Decolar.
Urubici (SC), Capitólio (MG) e Alter do Chão (PA)
Prefeitura de Urubici, g1 e Agência Santarém.
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O que viram os primeiros turistas a entrar na Coreia do Norte após anos de fronteiras fechadas
Um grupo de viajantes visitou a cidade de Rason, perto da fronteira com a China e a Rússia, pela primeira vez desde que o regime de Kim Jong-un cancelou a entrada no país devido à covid-19. Os guias locais seguem um cronograma rigoroso e pré-aprovado, que incluiu uma visita a uma farmácia nova e totalmente abastecida.
Joe Smith/BBC
Não insulte os líderes. Não insulte a ideologia. E não julgue.
Essas são as regras que os guias leem para os turistas ocidentais enquanto eles se preparam para cruzar a fronteira para a Coreia do Norte, sem dúvida o país mais fechado e repressivo do mundo.
Depois, há a informação prática: não há sinal de telefone, nem internet, nem caixas eletrônicos.
"Os norte-coreanos não são robôs. Eles têm opiniões, objetivos e senso de humor. E em nossos briefings, incentivamos as pessoas a ouvi-los e entendê-los", diz Rowan Beard, diretor da Young Pioneer Tours, uma das duas empresas ocidentais que retomaram as excursões ao país na semana passada após um hiato de cinco anos.
A abertura teve vida curta, pois na quinta-feira (6/3) foi descoberto que o governo norte-coreano havia novamente suspendido a entrada de visitantes, sem motivo claro.
Rowan e um punhado de outros guias turísticos foram autorizados a retomar as operações
Rowan Beard / Young Pioneer Tours/BBC
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A primeira viagem em anos
A Coreia do Norte fechou suas fronteiras no início da pandemia, impedindo a entrada de diplomatas, trabalhadores humanitários e viajantes, e tornando quase impossível descobrir o que estava acontecendo por lá.
Desde então, o país se isolou ainda mais da maior parte do mundo, contando com o apoio da Rússia e da China. Muitos duvidavam que os ocidentais algum dia seriam autorizados a voltar.
Mas, depois de anos de solicitações e várias tentativas frustradas, Rowan e outros guias turísticos receberam luz verde para reiniciar as operações.
Em cinco horas, ele reuniu um grupo de viajantes ansiosos que não queriam perder a oportunidade. A maioria era de vloggers ou viciados em viagens, alguns queriam riscar o último país da lista, e não faltaram entusiastas da Coreia do Norte.
Os turistas, do Reino Unido, França, Alemanha e Austrália, cruzaram a fronteira da China para a remota área de Rason para uma viagem de quatro noites.
Turistas do Reino Unido, França, Alemanha e Austrália cruzaram a fronteira em uma viagem de quatro noites
Joe Smith/BBC
Entre eles estava o youtuber britânico Mike O'Kennedy, de 28 anos. Embora já conhecesse a reputação do país, ele ficou chocado com o nível extremo de controle.
Como em todas as viagens à Coreia do Norte, os turistas foram acompanhados por guias locais, que seguiram um cronograma rigoroso e pré-aprovado.
A viagem incluiu visitas cuidadosamente coreografadas a uma cervejaria, uma escola e uma farmácia nova e totalmente equipada.
Uma cidade diferente
Ben Weston, um dos guias, comparou a visita à Coreia do Norte a "uma viagem escolar". "Você não pode sair do hotel sem os guias", disse ele.
"Algumas vezes eu até tive que dizer para eles usarem o banheiro. Nunca precisei fazer isso em lugar nenhum do mundo."
Apesar da companhia constante, Mike conseguiu ver vislumbres da vida real: "Todo mundo estava trabalhando, não parecia que ninguém estava apenas relaxando. Foi um pouco desolador de ver."
A caminho da escola, um grupo de crianças de oito anos fez uma dança ao som de animações de mísseis balísticos atingindo alvos.
Um vídeo da apresentação mostra meninas e meninos de gravatas vermelhas cantando enquanto explosões acontecem em uma tela atrás deles.
Mike viu um grupo de crianças de oito anos dançando ao som de animações de mísseis balísticos
Mike O'Kennedy/BBC
Os turistas foram mantidos longe da capital, Pyongyang. Greg Vaczi, da Koryo Tours, a outra empresa de turismo autorizada a retornar, admite que os marcos mais emblemáticos de Pyongyang não estavam no itinerário.
Ele suspeita que as autoridades escolheram Rason como destino porque a área é relativamente isolada e fácil de controlar.
Criada como uma zona econômica especial para testar novas políticas financeiras, ela funciona como um pequeno enclave capitalista dentro de um estado socialista.
Empresários chineses administram empresas conjuntas com norte-coreanos e podem entrar e sair com relativa liberdade.
Joe Smith, um viajante norte-coreano experiente e ex-editor da plataforma NK News, focada na Coreia do Norte, esteve lá pela terceira vez: "Sinto que, quanto mais vezes você visita, menos você sabe. Cada vez que você vai, você dá uma espiadinha nos bastidores, o que te deixa com mais perguntas", diz ele.
O momento de destaque para Joe foi uma visita surpresa e fora do horário normal a um mercado de artigos de luxo, onde as pessoas vendiam jeans e perfumes, além de bolsas Louis Vuitton falsas e máquinas de lavar japonesas, provavelmente importadas da China.
Neste local, os turistas não eram autorizados a tirar fotos, numa aparente tentativa de esconder essa bolha de consumismo do resto do país.
"Este era o único lugar onde as pessoas não nos esperavam", diz Joe. "Parecia confuso e real – um lugar onde os norte-coreanos comuns vão. Eu adorei."
Medo da covid continua
Mas, de acordo com guias turísticos experientes, os movimentos do grupo eram mais restritos do que em viagens anteriores, com menos oportunidades de passear pelas ruas, ir a uma barbearia ou supermercado ou conversar com os moradores locais.
A covid foi frequentemente citada como um motivo, disse Greg da Koryo Tours: "Eles parecem ainda estar preocupados. Nossa bagagem foi desinfetada na fronteira, nossas temperaturas foram medidas e cerca de 50% das pessoas ainda usam máscaras."
Greg não consegue determinar se o medo é genuíno ou uma desculpa para controlar as pessoas. Acredita-se que a covid tenha atingido duramente a Coreia do Norte, embora o impacto real seja difícil de quantificar.
Guias locais repetiram a versão do governo de que o vírus entrou no país em um balão enviado da Coreia do Sul e foi rapidamente erradicado em 90 dias.
Mas Rowan, que já esteve na Coreia do Norte mais de 100 vezes, sentiu que Rason foi afetado pelas duras regulamentações da covid. Muitas empresas chinesas fecharam, ela disse, e seus trabalhadores foram embora.
Até Joe, o viajante com experiência anterior na Coreia do Norte, comentou sobre o quão dilapidados os edifícios estavam.
"Os lugares estavam mal iluminados e não havia aquecimento, exceto nos nossos quartos de hotel", disse ele, referindo-se a uma visita a uma galeria de arte fria, escura e deserta: "Parecia que eles tinham aberto as portas só para nós."
Fotos do regime podem fazer a Coreia do Norte parecer limpa e brilhante, explicou Joe, mas pessoalmente você percebe que "as estradas são horríveis, as calçadas são instáveis e os edifícios são construídos de forma estranha".
Seu quarto de hotel era antigo e sujo, ele descreveu, lembrando "uma sala de estar de vó". A janela estava quebrada.
"Eles tiveram cinco anos para consertar as coisas. Os norte-coreanos são muito cuidadosos com o que mostram aos turistas. Se isso é o melhor que eles podem mostrar, temo pensar no que mais existe por aí."
A maior parte do país permanece escondida de olhares externos e acredita-se que mais de quatro em cada dez pessoas estejam desnutridas e precisem de ajuda.
Um país fechado
Joe disse que seu quarto de hotel parecia uma 'sala de estar de vó'
Joe Smith/BBC
Uma das poucas oportunidades que os turistas têm de interagir com os moradores locais na Coreia do Norte é por meio de seus guias, que às vezes falam inglês.
Nessas últimas viagens, eles estavam surpreendentemente bem informados, apesar da intensa máquina de propaganda do regime e do apagão de notícias.
Provavelmente é porque eles conversam com empresários chineses que vão e vêm, disse Greg.
Eles sabiam sobre as tarifas de Trump e a guerra na Ucrânia, e até mesmo que tropas norte-coreanas estavam envolvidas. Mas quando Joe mostrou uma foto da Síria, seu guia não sabia que o presidente Assad havia sido deposto.
"Expliquei-lhe cuidadosamente que, às vezes, quando as pessoas não gostam do seu líder, elas se rebelam e o forçam a sair, e ele não acreditou em mim no início."
Essas conversas devem ser tratadas com delicadeza. Leis rigorosas impedem os norte-coreanos de falar livremente. Se muito for perguntado ou revelado, os turistas podem colocar em risco seu guia ou a si mesmos.
Mike admite que houve momentos em que isso o deixou nervoso. Em uma viagem à Casa da Amizade Rússia-Coreia do Norte, ele foi convidado a escrever no livro de visitas.
"Fiquei em branco e escrevi algo como 'Desejo paz mundial'. Depois, meu guia me disse que não era apropriado escrever algo assim. Isso me deixou paranoico", disse ele. "No geral, os guias fizeram um ótimo trabalho em nos fazer sentir seguros. Houve alguns momentos em que pensei: 'Isso é estranho'."
Para Greg, da Koryo Tours, essas interações trazem um propósito mais profundo ao turismo na Coreia do Norte: "Os norte-coreanos têm a chance de interagir com estrangeiros. Isso lhes permite ter novas ideias, o que, num país tão fechado, é muito importante."
Mas o turismo na Coreia do Norte é controverso, especialmente porque os viajantes foram autorizados a retornar antes dos trabalhadores humanitários e da maioria dos diplomatas ocidentais.
Críticos, incluindo Joanna Hosaniak, da Aliança dos Cidadãos pelos Direitos Humanos na Coreia do Norte, argumentam que essas viagens beneficiam principalmente o regime.
"Isso não é como o turismo em outros países pobres, onde a população local se beneficia da renda extra. A grande maioria não sabe que esses turistas existem. O dinheiro deles vai para o Estado e, em última análise, para seus militares", disse ela.
Uma conversa ficou na cabeça de Mike: durante sua ida à escola, ele ficou chocado quando uma garota, depois de conhecê-lo, disse que esperava visitar o Reino Unido um dia.
"Não tive coragem de dizer a ela que suas chances eram muito, muito pequenas", ele admitiu.
Esta reportagem foi escrita e revisada por jornalistas utilizando o auxílio de IA na tradução, como parte de um projeto piloto.
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Emissão do documento será eletrônica e sem entrevista. Visto voltará a ser obrigatório partir de 10 de abril para turistas dos Estados Unidos, Canadá e Austrália. Turistas de alguns país voltarão a ter exigência de visto para entrar no Brasil.
Getty Images via BBC
Turistas dos Estados Unidos, Canadá e Austrália voltarão a ter a exigência de visto para entrar no Brasil a partir de 10 de abril. O processo para a emissão do visto será totalmente eletrônico e, caso aprovado, será enviado por e-mail ao turista.
Segundo o Ministério do Turismo, a expectativa é que a documentação possa ser obtida no prazo de 24 horas, de forma on-line e sem a necessidade de deslocamento aos consulados.
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Para a emissão do visto, será preciso pagar uma taxa de US$ 80,90 (cerca de R$ 468). O visto para os turistas desses países será necessário quem chega ao Brasil por via aérea, marítima ou terrestre.
Desde junho de 2019 cidadãos dos três países estão isentos dessa autorização por um decreto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ao assumir a presidência, em 2023, o presidente Lula foi no sentido contrário e derrubou a decisão, com base no princípio da reciprocidade. Os Estados Unidos, Canadá e Austrália exigem visto para a entrada de brasileiros.
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A decisão deveria entrar em vigor em outubro de 2023, mas após pressões e problemas no atendimento aos turistas desses países, o prazo foi adiado para abril deste ano.
Segundo o Ministério do Turismo, o fim da isenção é “uma decisão da diplomacia do Brasil, em respeito ao princípio da reciprocidade”. A pasta afirma ainda que trabalha com o Ministério das Relações Exteriores para facilitar a emissão dos documentos.
O sistema para solicitação dos vistos eletrônicos está disponível desde 2023 e prevê apenas quatro etapas:
O primeiro passo é fazer um cadastro no site da VFS Global e preencher o formulário. Após preenchido, é necessário enviar uma cópia do passaporte e uma foto.
Para menores de idade ainda será necessário anexar uma cópia da certidão de nascimento e uma autorização para emissão de visto para menor de idade, assinada pelos pais e autenticada em cartório.
A próxima etapa é realizar o pagamento da taxa de US$ 80,90 (cerca de R$ 468).
Após o pagamento da taxa, o solicitante receberá um e-mail confirmando o status da inscrição, indicando se a inscrição foi aprovada, rejeitada ou se a documentação adicional será necessária. Com a solicitação aprovada, o solicitante receberá um arquivo em PDF com o eVisa por email.
Depois disso é só baixar, imprimir e apresentar o visto eletrônico no momento do embarque e desembarque no Brasil.
O visto eletrônico estará disponível apenas para cidadãos dos Estados Unidos, Canadá e Austrália. Turistas de outros países que precisam de visto para entrar no Brasil devem consultar os consulados para a emissão de visto.
Em 2024, mais de 720 mil turistas dos Estados Unidos desembarcaram no Brasil. O país ocupou a segunda posição no número de turistas que chegaram em destinos brasileiros, atrás apenas da Argentina.
Quem precisa de visto
O Brasil exige visto para pessoas de mais de 60 nacionalidades fazerem uma visita simples ao país.
Entre eles estão: Angola, Arábia Saudita, China, Cuba, Egito, Irã e Iraque.
Há outras nacionalidades que podem entrar no Brasil sem visto, mas para ficar no máximo 30, 60 ou 90 dias — a depender do país de origem.
A exigência de vistos, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores ocorre na maior parte dos casos com base no princípio da reciprocidade, comumente aplicado na diplomacia.
Isso significa que, se um país pede visto de entrada para brasileiros, o Brasil também pedirá para os habitantes desse país.
Das praias às montanhas em minutos: ES é um dos cinco estados mais acolhedores do país; veja roteiros
Pesquisa de uma plataforma de viagens avalia hospitalidade e serviço excepcionais de maneira consistente. Locais que se destacaram foram Domingos Martins, Pedra Azul, Santa Teresa, Guarapari e Vila Velha. ES é um dos estados mais acolhedores para viajar em 2025 segundo plataforma de viagens
O Espírito Santo foi eleito um dos cinco estados mais acolhedores do Brasil para viajar em 2025, segundo uma premiação anual da plataforma de viagens Booking. O 13º Traveller Review Award avaliou os locais parceiros de viagem que oferecem "hospitalidade e serviço excepcionais de maneira consistente".
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O estado ocupou a quarta posição do ranking (confira a lista completa no fim da reportagem). Entre os locais capixabas destacados como mais acolhedores pelo levantamento estão: Domingos Martins, Pedra Azul, Santa Teresa, Guarapari e Vila Velha.
Espírito Santo está entre os 5 estados mais acolhedores do país para conhecer em 2025
Reprodução
No detalhamento da escolha do Espírito Santo para o ranking, a pesquisa apontou que o estado combina praias, montanhas e cultura, oferecendo um litoral paradisíaco e uma região serrana montanhosa, com gastronomia típica e roteiros de agroturismo.
Além disso, ressaltou que as terras capixabas são "uma ótima escolha para quem busca equilíbrio entre natureza, lazer e tradições" e que o estado preserva "sua rica história e vibrante vida cultural".
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A pesquisa foi divulgada no dia 11 de fevereiro. O levantamento é realizado anualmente e é baseado em mais de 360 milhões de avaliações de clientes verificados.
A lista é definida pela proporção de acomodações parceiras que receberam o Traveller Review Award em uma cidade específica.
Diferencial
O empresário e presidente do Conselho Estadual de Turismo (Contures) Valdeir Nunes pontuou que cada vez mais os hotéis do estado têm buscado atrair turistas ao transmitir belezas regionais.
"O capixaba reconhece as belezas locais, mas é importantíssimo que o Brasil conheça isso, é isso que a hotelaria precisa. Ao mostrar as qualidades do estado, isso vira um grande subsídio para que os nossos hotéis sejam procurados. Porque o turismo é feito pelos hotéis, é onde o turista chega. Ele não chega primeiramente na estrutura de lazer, em uma praia, ele chega primeiramente no hotel. E é através dos hotéis que eles vão conhecer essas belezas naturais", comentou.
Além disso, vale destacar as potencialidades culturais e naturais do Espírito Santo. Os empresários têm investido mais em infraestrutura para receber os turistas locais e de fora. Com isso, a cadeia do turismo se desenvolve.
Cada dia, são mais bares, restaurantes, hotéis e pousadas em todas as regiões capixabas, explorando esses potenciais, inclusive de modo sustentável.
Conheça mais dos destinos eleitos como mais acolhedores:
Domingos Martins
Domingos Martins, Espírito Santo, decorada para a Páscoa
Reprodução
Cidade conhecida por suas paisagens montanhosas, clima agradável e forte influência das culturas alemã e italiana, Domingos Martins está a apenas 45 km da capital Vitória. Em menos de uma hora, é possível sair das praias da Grande Vitória e chegar no município.
A cidade que fica na Região Serrana do estado e possui 35.416 habitantes, segundo o último censo do IBGE. O local aposta na gastronomia e em decorações típicas nas datas festivas, como Páscoa e Natal, para atrair turistas para a conhecida Rua de Lazer, com concentração de bares e restaurantes.
Pedra Azul
Lavandário em Pedra Azul, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Distrito de Domingos Martins que tem esse nome por sua formação rochosa que muda de cor até 36 vezes ao longo do dia, segundo o guarda florestal do Parque Estadual de Pedra Azul, José Bellon.
"Muda pra amarelo, verde, alaranjado. Dependendo da incidência de luz solar sobre os líquens que existem na pedra, ela muda de cor. Esse é um dos motivos do nome Pedra Azul", explicou o guarda.
No parque, o visitante pode fazer diversas trilhas que levam até mesmo a piscinas naturais. Além disso, o distrito possui várias rotas turísticas, como a Rota do Lagarto e a Rota do Carmo.
As duas são focadas no agroturismo, com "colhe e pague" de morangos, hotéis e pousadas de luxo, cafés e lavandários. Muitas cervejarias artesanais também se destacam na região.
Santa Teresa
Rua de Lazer, Santa Teresa, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Também na Região Serrana do estado, a cidade que fica a 87 km da capital é conhecida por ser a primeira cidade fundada por imigrantes italianos no país. É mais um destino onde o turista e visitante pode fazer um bate e volta no mesmo dia.
A influência italiana pode ser percebida em toda cidade, seja na arquitetura das casas e prédios, principalmente na Rua de Lazer, onde várias cafeterias e restaurantes tipicamente italianos compõem o cenário.
Ainda no centro da cidade, está o Museu Mello Leitão e o Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA). Lá é possível conhecer a história e a pesquisa de um dos mais ilustres capixabas, o pesquisador e professor Augusto Ruschi. O espaço guarda um dos principais acervos de espécies da Mata Atlântica no Brasil. A cidade é famosa por ser a terra dos colibris.
Uma outra opção é o Circuito Caravaggio, um circuito turístico com 45 estabelecimentos comerciais, entre eles pousadas, cafeterias e vinícolas. No fim, há uma rampa de voo livre com vista panorâmica para os vales.
Guarapari
Praia do Morro em Guarapari, Espírito Santo
Secundo Rezende/Drone
A cidade de Guarapari, na Região Metropolitana de Vitória, é um dos destinos mais procurados para quem quer aproveitar o verão devido às famosas praias que possui.
O município, cujo nome tem origem indígena, atrai mais de 1,5 milhão de turistas na alta temporada e possui mais de 50 praias, uma delas conhecida como areia preta tem potencial terapêutico comprovado por estudos. Mas há outras praias mais "escondidas" que também merecem ser exploradas.
Além disso, o mar de Guarapari abriga navios naufragados repletos de biodiversidade marinha e a cidade foi eleita capital nacional da biodiversidade. Veja aqui outras curiosidades sobre a cidade, que também é conhecida como a "praia dos mineiros".
Vila Velha
Convento da Penha em Vila Velha, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
O município é o ponto inicial da colonização do Espírito Santo, e abriga um dos pontos turísticos mais conhecidos do Espírito Santo: o Convento da Penha.
Construído a 154 metros de altitude, o convento ostenta no seu entorno fragmentos da mata atlântica – foi fundado por frei Pedro Palácios, que chegou ao Espírito Santo em 1558, com a imagem da Nossa Senhora das Alegrias.
A cidade também possui outras atrações, como o Farol Santa Luzia, e a Igreja Nossa Senhora do Rosário, localizada no Sítio Histórico da Prainha. A igreja é a mais antiga do estado e divide o título de mais antiga em funcionamento no Brasil.
Além disso, a cidade possui diversas praias como Praia da Sereia, Praia Secreta e Praia da Costa, e as Ilhas Itatiaia, além de opções para trilheiros, como o Morro do Moreno
🏆 Estados mais acolhedores
O Brasil é o oitavo país com o maior número de premiados, com 67.857 parceiros de viagem reconhecidos no Traveller Review Awards 2025, atrás da Itália (207.652), França (155.141), Espanha (147.603), Alemanha (101.951), Reino Unido (88.114), Estados Unidos (70.133) e Polônia (69.693).
Entre os estados mais acolhedores, estão:
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Alagoas
Espírito Santo
Bahia
VÍDEOS: tudo sobre o Espírito Santo
Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo
Governo deve voltar a cobrar vistos para turistas norte-americanos a partir de 10 de abril
Não há sinalização dentro do governo de que, desta vez, o prazo será novamente adiado. Isenção para esses países foi aplicada no governo Jair Bolsonaro, mas Lula revogou baseado no princípio da reciprocidade. A partir de 10 de abril de 2025, o governo brasileiro deve voltar a exigir visto de entrada para turistas dos Estados Unidos, Canadá e Austrália.
Isso porque, em 9 de abril de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou um decreto prorrogando por mais um ano a isenção de vistos para cidadãos desses três países. O prazo acaba, portanto, no mês que vem.
Desta vez, não há previsão dentro do governo para uma nova prorrogação.
O setor do turismo é contra a medida. O argumento é que a medida diminuirá o volume de turistas vindo desses locais.
O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) derrubou, unilateralmente, a exigência de vistos para viajantes dos Estados Unidos, do Canadá, da Austrália
Mas o governo Lula foi no sentido contrário, com base no princípio da reciprocidade, já que Estados Unidos, Canadá e Austrália exigem visto de brasileiros.
A decisão do governo Lula de exigir vistos para Estados Unidos, Canadá e Austrália deveria ter entrado em vigor em 1º de outubro de 2023.
Mas após pressão e problemas no atendimento aos turistas desses países, o prazo foi adiado sucessivas vezes.
O Ministério do Turismo explicou que trabalha em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, a quem cabe aplicar ou não o princípio da reciprocidade.
O Ministério do Turismo disse ainda que 9 governo desenvolveu sistema que permitem a retirada do visto por um estrangeiro em menos de 24 horas, para facilitar o processo de quem queira vir para o Brasil e não prejudicar a procura de turistas pelo país.
Brasil deve voltar a exigir visto de turistas dos EUA
Getty Images via BBC
Histórico do caso
🔹 Março de 2019 – O governo Jair Bolsonaro suspende, de forma unilateral, a exigência de visto para turistas dos EUA, Canadá, Austrália e Japão.
🔹 Maio de 2023 – O governo Lula anuncia a retomada da cobrança para os três primeiros países, mas mantém a isenção para o Japão, que liberou a entrada de brasileiros sem visto para viagens de até 90 dias.
🔹 Outubro de 2023 – Data prevista para a volta da exigência, adiada para janeiro de 2024.
🔹 Janeiro de 2024 – Novo adiamento empurra a data para abril de 2024.
🔹 Abril de 2024 – Com nova prorrogação publicada em decreto, a cobrança passa a valer a partir de 10 de abril de 2025.
Trump assina ordem que torna inglês idioma oficial dos EUA
Decreto também proíbe comunicação e atendimento em outro idioma em qualquer órgão federal. Estados Unidos nunca teve idioma oficial por conta de seu modelo de integração de imigrantes. Mulher olha para bandeira dos Estados Unidos pendura em prédio da Bolsa de Valores de Nova York, em 26 de fevereiro de 2025.
Seth Wenig/ AP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou neste sábado (1º) uma ordem executiva estabelecendo que o inglês seja o idioma oficial do país e proibindo qualquer comunicação oficial em outro idioma.
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Apesar de o inglês ser a língua mais falada nos Estados Unidos, o país não tem um idioma oficial estabelecido por sua Constituição por conta de sua tradição em receber imigrantes e o modelo de integração deles. Os EUA historicamente adotam um modelo multicultural de integração, que se baseia na mistura de culturas e idiomas distintos.
"Os documentos históricos de governo da nossa Nação, incluindo a Declaração de Independência e a Constituição, foram todos escritos em inglês. Portanto, já passou da hora de o inglês ser declarado como a língua oficial dos Estados Unidos. Uma língua nacionalmente designada é o cerne de uma sociedade unificada e coesa", informa a ordem executiva.
Cerca de 22% dos americanos falam em casa uma língua diferente do inglês, segundo o Censo americano.
Vários estados — que nos EUA têm autonomia para legislar sobre questões de idioma — já adotavam o inglês como língua oficial, mas esta será a primeira vez na história do país que a língua também será oficial de forma nacional.
De acordo com o rascunho do decreto ao que a agência de notícias Associated Press teve acesso, a ordem executiva que Trump pretende assinar vai mais além e também proíbe que qualquer tipo de comunicação e atendimento em órgãos federais seja feito em outro idioma que não o inglês.
Atualmente, qualquer órgão público dos EUA é obrigado a oferecer atendimento em outros idiomas a pessoas que não falam inglês, uma medida que foi estabelecida também através de uma ordem executiva do ex-presidente do país Bill Clinton.
O texto novo decreto de Trump, segundo o Wall Street Journal, afirma que a intenção ao tornar o inglês o idioma oficial é "promover a unidade e eficiência no governo e fornecer um caminho para o engajamento cívico".
Os Estados Unidos têm diversas comunidades numerosas de imigrantes que se comunicam em idiomas como espanho, chinês e árabe, de acordo com o próprio governo norte-americano. Atualmente, os latino-americanos nos Estados Unidos constituem 19% da população total dos EUA e são o segundo maior grupo étnico, ainda de acordo com dados do governo.
O presidente dos EUA ainda não havia se pronunciado sobre a nova ordem executiva até a última atualização desta reportagem.
Premiê britânico é interrompido por Trump em pergunta sobre o Canadá
Trump assinará ordem que torna inglês idioma oficial dos EUA; saiba por que país não tem língua formal
Decreto também proíbe comunicação e atendimento em outro idioma em qualquer órgão federal. Estados Unidos nunca teve idioma oficial por conta de seu modelo de integração de imigrantes. Mulher olha para bandeira dos Estados Unidos pendura em prédio da Bolsa de Valores de Nova York, em 26 de fevereiro de 2025.
Seth Wenig/ AP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai assinar nesta sexta-feira (28) uma ordem executiva estabelecendo que o inglês seja o idioma oficial do país e proibindo qualquer comunicação oficial em outro idioma.
Apesar de o inglês ser a língua mais falada nos Estados Unidos, o país não tem um idioma oficial estabelecido por sua Constituição por conta de sua tradição em receber imigrantes e o modelo de integração deles. Os EUA historicamente adotam um modelo multicultural de integração, que se baseia na mistura de culturas e idiomas distintos.
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Vários estados — que nos EUA têm autonomia para legislar sobre questões de idioma — já adotavam o inglês como língua oficial, mas esta será a primeira vez na história do país que a língua também será oficial de forma nacional.
De acordo com o rascunho do decreto ao que a agência de notícias Associated Press teve acesso, a ordem executiva que Trump pretende assinar vai mais além e também proíbe que qualquer tipo de comunicação e atendimento em órgãos federais seja feito em outro idioma que não o inglês.
Atualmente, qualquer órgão público dos EUA é obrigado a oferecer atendimento em outros idiomas a pessoas que não falam inglês, uma medida que foi estabelecida também através de uma ordem executiva do ex-presidente do país Bill Clinton.
O texto novo decreto de Trump, segundo o Wall Street Journal, afirma que a intenção ao tornar o inglês o idioma oficial é "promover a unidade e eficiência no governo e fornecer um caminho para o engajamento cívico".
Os Estados Unidos têm diversas comunidades numerosas de imigrantes que se comunicam em idiomas como espanho, chinês e árabe, de acordo com o próprio governo norte-americano. Atualmente, os latino-americanos nos Estados Unidos constituem 19% da população total dos EUA e são o segundo maior grupo étnico, ainda de acordo com dados do governo.
O presidente dos EUA ainda não havia se pronunciado sobre a nova ordem executiva até a última atualização desta reportagem.
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'Gold card' de Trump: o que são e como funcionam vistos parecidos ao redor do mundo
Presidente americano anunciou que país deve começar a 'vender' vistos de permanência por US$ 5 milhões. Trump assina decretos na Casa Branca
Kevin Lamarque/Reuters
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou planos para modificar um dos tipos de visto que permitem residência permanente no país, chamando o modelo modificado de "gold card".
O "gold card" custaria US$ 5 milhões (R$ 28,9 milhões) e seria também um caminho para obter cidadania no país para estrangeiros ricos.
"Eles serão ricos e bem-sucedidos, e gastarão muito dinheiro, pagarão muitos impostos e empregarão muitas pessoas", disse Trump na terça (25/2).
Howard Lutnick, o Secretário de Comércio dos EUA, disse que o "gold card" proposto substituiria o atual esquema de visto de investidor EB-5, que já oferece vistos a investidores estrangeiros.
Qual a proposta de Trump?
Trump não mencionou nenhum outro critério, como a criação de empregos pelo novo residente, para sua proposta de visto.
Disse apenas que "serão pessoas com dinheiro".
'Gold Card': o que se sabe sobre o visto que os Estados Unidos querem vender para imigrantes ricos
O número de vistos EB-5 atualmente é limitado. Trump sugeriu que o governo federal poderia vender 10 milhões de "gold cards" para reduzir o déficit nas contas públicas.
"É um caminho para a cidadania para as pessoas, essencialmente pessoas ricas ou pessoas de grande talento, onde as pessoas ricas pagam para que essas pessoas talentosas entrem", disse.
Quando questionado por jornalistas se russos ricos poderiam se qualificar, Trump respondeu que sim.
"Conheço alguns oligarcas russos que são pessoas muito legais", afirmou.
No entanto, Lutnick afirmou que todos os candidatos passariam por uma verificação completa para garantir que fossem "cidadãos globais maravilhosos".
Também não está claro quanto tempo os portadores desse visto terão que esperar pela cidadania.
Os portadores do green card — como é conhecido o visto para residência permanente no país hoje —, incluindo os beneficiários atuais do EB-5, normalmente têm que viver como residentes permanentes legais nos EUA por cinco anos antes de se tornarem elegíveis para a cidadania.
O Congresso é quem tem o poder de determinar os critérios para a cidadania nos EUA, mas Trump afirmou que "gold cards" não exigiriam aprovação do Congresso.
Os detalhes do novo plano seriam divulgados em duas semanas, disse ele.
Por que substituir o visto EB-5?
Howard Lutnick, o secretário de Comércio de Trump, disse que o EB-5 é "cheio de bobagens e fraudes".
O Congresso dos EUA estabeleceu o esquema EB-5 em 1990 para atrair investimentos estrangeiros.
Ele permite que indivíduos se qualifiquem investindo aproximadamente US$ 1 milhão (R$ 5,7 milhões) no país - mas o investimento não é um pagamento ao governo, e sim uma exigência de investimento em um negócio que crie pelo menos 10 empregos nos EUA.
Visto americano: prazo para renovação de documento sem entrevista fica menor
Sob este programa, os investidores recebem imediatamente green cards - um caminho para a eventual cidadania - em troca de seu investimento.
A maioria dos requerentes de green card enfrenta tempos de espera que variam de vários meses a vários anos para obter a residência permanente.
O programa EB-5 é limitado a 10 mil vistos por ano, com 3 mil reservados para investidores em áreas de alto desemprego, segundo o departamento de Estado dos EUA.
Seu objetivo é "estimular a economia dos EUA por meio da criação de empregos e investimento de capital por investidores estrangeiros".
No período de 12 meses encerrado em 30 de setembro de 2022, cerca de 8 mil pessoas obtiveram vistos de investidor, de acordo com o mais recente dado no departamento de Estado,
Em 2021, o serviço de pesquisa do Congresso fez um relatório dizendo que os vistos EB-5 "apresentam riscos adicionais de fraude" em comparação com outros vistos de imigrantes.
"Tais riscos estão associados à dificuldade de verificar se os fundos dos investidores são obtidos legalmente e ao potencial do visto para grandes ganhos monetários, o que pode motivar os indivíduos a tirar vantagem dos investidores e tornar o visto suscetível à aparência de favoritismo", afirmou o relatório.
Como vistos parecidos funcionam em outros lugares do mundo?
Outros países também têm possibilidade de visto para estrangeiros ricos
Getty Images via BBC
Vistos semelhantes — que oferecem a estrangeiros ricos o direito de viver e trabalhar em outro país em troca de um grande investimento — são comuns em diversos outros países.
Segundo a consultoria britânica Henley & Partners, que oferece serviços para esse tipo de visto, mais de 100 países oferecem vistos do tipo, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, Grécia, Malta, Austrália, Canadá e Itália.
No entanto, esses programas têm sofrido crescentes críticas.
"Esse tipo de visto pode ajudar a estimular o crescimento econômico por meio de investimento estrangeiro direto, mas também é atraente para criminosos e autoridades corruptas que buscam fugir da Justiça e lavar dinheiro", diz um relatório publicado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2023.
A Transparência Internacional, uma ONG global que trabalha contra a corrupção em mais de 100 países, alerta que na União Europeia (UE) esse tipo de autorização serve a "interesses escusos".
Também há críticas levantadas por vários órgãos da UE.
O Comitê de Liberdades Civis, Justiça e Assuntos Internos da UE votou em 2002 pela proibição de vistos para investidores e pediu a países para os quais o bloco não exige visto que encerrassem esse tipo de programa.
Essas preocupações levaram vários países europeus, incluindo o Reino Unido, a Espanha, os Países Baixos e a Grécia a cancelar o programa de vistos para investidores.
A Espanha, que havia criado o visto em 2013, descontinuou o programa neste ano - o prazo para as últimas inscrições é 3 de abril de 2025.
O visto concede residência a investidores em troca da compra de imóveis no valor de 500 mil euros.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse no ano passado que a intenção de seu governo de acabar com o esquema tinha como objetivo "garantir que a moradia seja um direito e não apenas objeto de especulação".
Um estudo da Universidade Harvard, nos EUA, também questionou a lógica econômica desse tipo de visto, concluindo que eles representavam apenas uma proporção "minúscula" de investimento estrangeiro, com impacto econômico "insignificante".
Uma investigação da rede de jornalistas investigativos Organized Crime and Corruption Reporting Project publicado em outubro de 2023 também revelou que um ex-coronel líbio acusado de crimes de guerra e um empresário turco condenado à prisão na Turquia conseguiram comprar um passaporte dominicano por meio do visto para investidores.
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'Montanha do Filhote': morro em formato de cachorro viraliza e encanta turistas na China
Imagem postada em rede social chinesa transformou montanha na cidade de Yichang em uma nova atração turística. "Foi mágico e fofo", disse autor da foto. "Montanha do cachorrinho" chama a atenção de turistas em Yichang, na China
Guo Qingshan via AP
Quando o designer Guo Qingshan, de Xangai, postou uma foto de suas férias e a legendou como "Puppy Mountain" ("Morro do Filhote"), em fevereiro, a imagem se tornou uma sensação na China e criou um novo ponto turístico.
Guo havia feito um passeio em sua cidade natal, Yichang, na província de Hubei. Ao rever as fotos, percebeu algo que não tinha notado: um morro em forma de cabeça de cachorro repousava no chão ao lado do rio Yangtze, com o focinho empoleirado na beira da água.
"Foi tão mágico e fofo. Fiquei tão animado e feliz quando descobri”, disse Guo.
“A postura do filhote é como se estivesse bebendo água ou olhando para um peixe. Também parece que está protegendo silenciosamente o rio Yangtze", disse ele.
A postagem de Guo no aplicativo de mídia social chinês Xiaohongshu, ou "RedNote", recebeu 120 mil curtidas em 10 dias. Na plataforma de mídia Weibo, a hashtag #xiaogoushan — "Montanha do Filhote", em chinês — atraiu milhões de visualizações.
Os donos de cachorros começaram a postar fotos de seus animais para ver qual deles era o mais parecido com a montanha. Muitas pessoas viajaram diretamente para o local em Yichang para ver o morro, e algumas até trouxeram seus cães para tirar fotos.
Turista tira foto com seu cãozinho em frente à 'Montanha do Cachorro', na China
Tan Yuanyi via AP
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“Montanha do Filhote, aqui estou!”, escreveu um usuário do RedNote junto com fotos do morro. "Basta acariciar a cabeça do filhote e tudo ficará bem."
Yang Yang, que mora a uma hora e meia do local, dirigiu até lá com seus amigos e seu poodle cinza de 2 anos, chamado Yang Keyi.
"Fiquei muito feliz em ver a montanha", disse ela. "Sempre viajo com meu cachorro, se possível, então a Montanha do Filhote e meu próprio cachorrinho realmente combinam."
A montanha fica no Condado de Zigui, em Yichang, onde pode ser vista de um mirante. O rio Yangtze, o maior rio da China e terceiro maior do mundo, flui pela área montanhosa.
'Montanha do Cachorro' fica em Yichang, na província de Hubei, no centro da China
Shi Tong via AP
Depois que a imagem se tornou viral, muitas pessoas compartilharam fotos que haviam tirado do mesmo mirante, e algumas disseram que não tinham percebido que parecia um cachorro. Alguns discutiram como a aparência do animal mudou ao longo dos anos.
Shi Tong, morador de Yichang , percebeu que já tinha visto a montanha antes, e postou uma foto que tirou do local em 2021.
"Depois que vi a foto da Montanha do Filhote, fui procurar onde ela fica. E então percebi que já tinha estado nesse lugar antes. Na época, eu também pensei que parecia um cachorro.”
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'Tive que viajar de avião ao lado do corpo de uma mulher que morreu no voo'
A tripulação colocou o corpo de uma passageira que morreu durante o voo em um assento vazio ao lado do passageiro. Passageiro viajou ao lado de mulher morta durante 4 horas
Getty Images via BBC
Um casal australiano falou sobre o momento traumático em que o corpo de uma passageira morta foi colocado ao lado deles em um voo da Qatar Airways.
Mitchell Ring e Jennifer Colin, que estavam viajando de férias para Veneza, disseram ao Channel 9, canal australiano de televisão, que uma mulher havia morrido no corredor da aeronave, ao lado deles, durante o voo de Melbourne, na Austrália, para Doha, no Catar.
O casal afirma que a tripulação colocou o corpo dela, coberto com cobertores, ao lado de Ring durante as quatro horas restantes do voo, sem oferecer para mudá-lo de lugar, apesar de haver assentos vazios.
👉 Mal-estar ou morte durante o voo: Veja o que a companhia deve fazer
A Qatar Airways pediu desculpas por "qualquer inconveniente ou sofrimento que este incidente possa ter causado", acrescentando que estava em vias de entrar em contato com os passageiros.
https://g1.globo.com/turismo-e-viagem/noticia/2024/06/22/passar-mal-dentro-do-aviao-saiba-o-que-a-companhia-aerea-deve-fazer.ghtml
O casal disse que não havia sido contatado nem recebido suporte da Qatar Airways ou da Qantas, a companhia aérea pela qual reservaram o voo.
Segundo eles, deveria haver um protocolo para garantir o devido cuidado com os passageiros a bordo em tais situações.
'Dever de cuidado'
Ring contou ao programa Current Affair, do Channel Nine, que a equipe reagiu "rapidamente" quando a mulher desmaiou, mas que "infelizmente ela não pôde ser salva, o que foi muito doloroso de assistir".
Ele afirmou que a tripulação tentou transferir o corpo da passageira para a classe executiva, "mas era uma mulher bem grande, e eles não conseguiram passar com ela pelo corredor".
Ring disse que a tripulação viu, então, que havia assentos disponíveis ao seu lado.
"Eles perguntaram: 'Você pode passar para lá, por favor?', e eu respondi: 'Sim, sem problema'."
"Em seguida, eles colocaram a mulher na cadeira em que eu estava."
Colin conseguiu se mudar para um assento vazio próximo, mas Ring afirmou que a tripulação não deu a ele a opção de fazer isso — embora houvesse assentos vagos.
Quando o avião pousou, quatro horas depois, ele disse que os passageiros foram solicitados a permanecer em seus lugares, enquanto a equipe médica e a polícia subiam a bordo.
Ele contou que os paramédicos começaram a tirar os cobertores da mulher, e ele viu seu rosto.
O casal disse que era preciso haver um "dever de cuidado" em relação aos clientes e funcionários.
"Deveriam ter entrado em contato para se certificar: vocês precisam de algum apoio, de alguma terapia?"
Colin classificou a experiência como "traumática".
"Entendemos perfeitamente que não podemos responsabilizar a companhia aérea pela morte da pobre mulher, mas é preciso haver um protocolo para cuidar dos clientes a bordo", ela disse.
Em comunicado, a Qatar Airways afirmou: "Antes de mais nada, nossos pensamentos estão com a família da passageira que infelizmente faleceu a bordo do nosso voo".
"Pedimos desculpas por qualquer inconveniente ou sofrimento que este incidente possa ter causado, e estamos em vias de entrar em contato com os passageiros de acordo com nossas políticas e procedimentos."
Um porta-voz da Qantas declarou: "O processo para lidar com incidentes a bordo de uma aeronave como esta é gerenciado pela companhia aérea operadora, que, neste caso, é a Qatar Airways."
'Gold Card': Trump quer vender visto com direito à cidadania americana por US$ 5 milhões para imigrantes ricos
Presidente dos EUA disse que programa visa criar empregos. Governo espera vender até 1 milhão de vistos nos próximos anos. Trump assina ordens executivas no Salão Oval da Casa Branca, em 25 de fevereiro de 2025
REUTERS/Evelyn Hockstein
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (25) um plano para vender um visto que dará direito à cidadania americana a imigrantes ricos. Chamado de "Gold Card" (Visto Dourado), o documento custaria US$ 5 milhões (R$ 28,7 milhões).
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Segundo Trump, o objetivo é atrair estrangeiros dispostos a investir e gerar empregos nos Estados Unidos. O presidente afirmou que o programa pode entrar em vigor dentro de duas semanas.
"Temos o Green Card. Esse vai ser o Gold Card. Vamos estabelecer um preço de cerca de US$ 5 milhões, e esse visto concederá os mesmos privilégios do Green Card. Também será um caminho para a cidadania", explicou.
Trump disse que espera vender até um milhão de vistos. Segundo ele, empresas americanas também poderão usar o programa para contratar trabalhadores qualificados.
O secretário do Comércio, Howard Lutnick, afirmou que o Gold Card deve substituir o atual programa para investidores, conhecido como EB-5. Atualmente, estrangeiros que investem em empreendimentos nos EUA ou criam pelo menos 10 empregos para trabalhadores americanos podem solicitar residência permanente.
Lutnick destacou que todos os interessados no Gold Card passarão por uma análise. Ele também afirmou que o programa ajudará a reduzir o déficit orçamentário dos Estados Unidos.
Programas semelhantes já foram adotados por outros países. Países europeus criaram programas conhecidos como "Visto Gold" para fornecer residência a investidores. Para ser beneficiado, era necessário a compra de imóveis caros ou a manutenção de ativos financeiros no país.
Em 2022, a Comissão Europeia pediu para que os países encerrassem programas do tipo por motivos de segurança. Desde então, países como Reino Unido e Portugal deixaram de oferecer os vistos ou restringiram o benefício.
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A polêmica campanha de turismo da Nova Zelândia que parece 'expulsar' os próprios cidadãos
O que era para ser um slogan atraente foi considerado insensível em meio às altas taxas de emigração e desemprego no país. O governo da Nova Zelândia defendeu a nova campanha destinada a atrair turistas australianos
Reprodução
Dependendo de como você interpreta, a mais recente campanha de turismo da Nova Zelândia pode ser um apelo bem-intencionado para que as pessoas visitem o país — ou uma ameaça para expulsar os kiwis, como são conhecidos os neozelandeses.
"Everyone Must Go!", diz o slogan, que pode ser traduzido como "Todos devem ir", impresso em cartazes que mostram pessoas em paisagens majestosas da Nova Zelândia, parte de uma campanha de NZ$ 500 mil (cerca de R$ 1,6 milhão) revelada no último domingo (16/2).
Mas o que era para ser uma chamada atraente, voltada para os turistas australianos, foi acusada de ser insensível, à medida que a Nova Zelândia enfrenta taxas recordes de emigração e desemprego.
O governo saiu em defesa da campanha, com o primeiro-ministro do país, Christopher Luxon, dizendo que "[aprecia] que haja debate sobre se todos gostam do slogan ou não".
Cushla Tangaere-Manuel, porta-voz da área de turismo do Partido Trabalhista, da oposição, disse à emissora local Radio New Zealand (RNZ) que o novo slogan "faz a Nova Zelândia parecer que está no saldão de queima de estoque de uma liquidação".
"A ironia desta mensagem é que é assim que os neozelandeses no país estão se sentindo agora", diz ela, citando os "vários cortes" que os cidadãos sofreram.
Alguns consideram a nova campanha de turismo da Nova Zelândia insensível às questões que os cidadãos enfrentam
Getty Images via BBC
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Os cortes de empregos no setor público no ano passado, como parte do esforço de austeridade do governo, afetaram milhares de pessoas.
Enquanto isso, as pessoas estão saindo do país em números recordes. Os dados oficiais mostram que houve quase 130 mil partidas no ano passado — embora isso tenha sido compensado pela chegada de quase 160 mil imigrantes.
"Os neozelandeses estão mostrando sua insatisfação, indo embora em números recordes", escreveu a deputada trabalhista Barbara Edmonds no X (antigo Twitter) na segunda-feira (17/2). "Será que o verdadeiro plano de turismo deles é 'Todos devem ir' — para os kiwis?"
Outros associaram o slogan à demanda por banheiros.
"Acho que 'Todos devem ir' pode se referir à necessidade de banheiros em alguns dos nossos pontos turísticos mais movimentados. As filas são ridículas", disse a deputada Celia Wade-Brown, do Partido Verde, à RNZ.
"Eles não vão andar de caiaque, não vão mergulhar, mas, meu Deus, eles fazem fila nos banheiros."
A ministra do Turismo, Louise Upston, afirmou em comunicado no domingo que "o slogan da campanha 'Todos devem ir' permite que a Austrália saiba que a Nova Zelândia é um destino 'obrigatório', e que estamos prontos e esperando para recebê-los agora".
Os números do turismo na Nova Zelândia ainda não retornaram aos níveis pré-pandemia de covid-19, e as autoridades estão canalizando esforços para atrair visitantes da Austrália, país vizinho, sua maior fonte de turistas.
No ano passado, a Nova Zelândia recebeu mais de 1,2 milhão de visitantes da Austrália. Mas, de acordo com Upston, isso representa apenas 88% do número registrado em 2019.
Luxon disse que esperava que a recente campanha aumentasse o número de visitantes australianos em 5%.
"Seria totalmente e completamente trágico se esses australianos não viessem aqui", ele afirmou.
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O que é a pedra de 12 ângulos, joia da arquitetura inca vandalizada de forma irrecuperável
Inserida em um dos muros de Cusco, ela tem um valor histórico e simbólico para os peruanos. A pedra dos 12 ângulos é um exemplo da habilidade e precisão dos engenheiros incas
EPA via BBC
É uma das pedras mais famosas do Peru. E todos que passam pela cidade de Cusco são convidados a visitá-la.
À primeira vista, não passa de uma grande pedra inserida junto a outras no muro de uma das construções históricas do centro de Cusco.
A pedra dos doze ângulos, como é popularmente conhecida, é um dos destinos habituais de moradores locais e turistas que visitam a antiga capital do Império Inca.
Um ataque de vandalismo, ocorrido na terça-feira (18/2), ganhou destaque no noticiário internacional depois que autoridades relataram que o local havia sofrido danos "irreversíveis".
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A pedra dos 12 ângulos é um dos pontos turísticos imperdíveis para os visitantes da cidade de Cusco
Getty Images via BBC
O que é a pedra dos 12 ângulos?
A pedra dos doze ângulos é um bloco de diorito verde incrustado no muro do Palácio do Arcebispo de Cusco, no centro histórico da capital cusquenha. Ela está listada como patrimônio cultural do Peru.
O Palácio do Arcebispo foi construído durante a colonização espanhola sobre as ruínas do antigo palácio do rei inca Inca Roca, cujos muros incluíam a pedra dos 12 ângulos.
Com doze ângulos delicadamente esculpidos e um peso de seis toneladas, ela se encaixa perfeitamente com o restante das pedras do muro, razão pela qual é considerada um exemplo da habilidade e precisão dos engenheiros incas, além de um indício da grandeza de Inca Roca, o rei que governou Cusco entre aproximadamente os anos de 1350 e 1380.
Acredita-se que originalmente possa ter tido um significado simbólico ou religioso.
Segundo o Ministério da Cultura do Peru, "é um bem cultural e histórico de enorme valor para nossa nação".
Câmeras de segurança registraram o ataque à pedra dos 12 ângulos
Polícia Nacional do Peru
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O que aconteceu com a pedra dos 12 ângulos?
Nas primeiras horas da manhã de terça-feira, um homem ficou em frente à pedra, e bateu nela várias vezes com um objeto contundente.
As câmeras de segurança capturaram o momento em que ele começou a desferir golpes na pedra.
A Secretaria de Cultura de Cusco informou que o agressor estava "em um aparente estado de embriaguez e fora de si".
O ataque provocou a queda de vários fragmentos, dano que Jorge Moya, chefe da Secretaria de Cultura de Cusco, classificou como "irreversível".
A polícia prendeu o suposto autor do ato de vandalismo contra a pedra dos 12 ângulos
Getty Images via BBC
Horas após o incidente, a Polícia Nacional do Peru anunciou a prisão do suposto autor do ato de vandalismo, e explicou que ele havia cometido o ataque com um martelo.
O homem detido foi identificado como Gabriel Mariano Roysi Malani, de 30 anos, e não está claro o que o levou a danificar a pedra.
Moya afirmou que seu departamento vai solicitar a "punição máxima" para o detido, que pode passar anos na prisão por um crime contra o patrimônio cultural.
Melhores destinos para viajar sozinho em 2025, segundo turistas; veja único sul-americano
Viajantes indicam os 10 lugares mais românticos do mundo; Brasil tem cidade na lista
Ilhabela (SP) é o único município brasileiro em levantamento do Airbnb. Ranking foi baseado nas menções feitas pelos hóspedes da plataforma nos últimos dez anos. Viajantes indicam os 10 lugares mais românticos do mundo
Um levantamento feito pelo Airbnb apontou os dez locais mais românticos do mundo, segundo os próprios hóspedes da plataforma. Ilhabela (SP) é o único município brasileiro na lista.
O ranking inclui outras cidades com praia, como Puerto Vallarta e Ensenada, no México, e Shoalhaven, na Austrália. Localidades históricas como Cotwolds, na Inglaterra, Riomaggiore, na Itália, e as Terras Altas da Escócia (The Highlands) também figuram entre as favoritas.
O país com mais locais no ranking é os Estados Unidos, com Sedona, no deserto do Arizona, Gatlinburg, em uma região montanhosa no Tennessee, e a metrópole Austin, no Texas.
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Praia das Pedras Miúdas, em Ilhabela
Lailson Santos/ Sectur Ilhabela
De acordo com o Airbnb, esses dez locais foram os que mais receberam a menção de “romântico” na avaliação de hóspedes do mundo todo, nos últimos dez anos.
Veja a lista completa abaixo:
Ilhabela, São Paulo, Brasil
Ilhabela é um município-arquipélago no litoral norte de São Paulo, com mais de 40 praias e cachoeiras cercadas pela Mata Atlântica preservada. Atividades como trekking e esportes náuticos como vela, kite surf e canoagem estão na lista dos viajantes.
As praias na parte oriental da ilha, que podem ser acessadas apenas por trilhas ou barco, figuram entre os destinos mais cobiçados dos turistas. Para chegar a Ilhabela, que fica a 210 km de São Paulo, o viajante faz a travessia por meio de balsa, com saída pelo município de São Sebastião.
Ilhabela (vista área para o mar e para a praia)
Divulgação/Prefeitura de Ilhabela
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Cotswolds, Gloucestershire, Inglaterra
Cotswolds, no Reino Unido
Magda Vrabetz/Unsplash
Riomaggiore, Ligúria, Itália
Riomaggiore, na Itália
Raul Taciu/Unsplash
Sedona, Arizona, Estados Unidos
Sedona, no deserto do Arizona, nos Estados Unidos
Alex Bailey/Unsplash
Terras Altas (The Highlands), Escócia
Glen Garry Viewpoint nas Terras Altas (Highlands), na Escócia
Tim Rüßmann/Unsplash
Puerto Vallarta, Jalisco, México
Puerto Vallarta, no México
Taylor Beach/Unsplash
Gatlinburg, Tennessee, Estados Unidos
Gatlinburg, no Tennessee, Estados Unidos
Amy Baugess/Unsplash
Shoalhaven, Nova Gales do Sul, Austrália
Hyams Beach, em Shoalhaven, Austrália
albinfo/Wikimedia Commons
Austin, Texas, Estados Unidos
Centro de Austin, no Texas, Estados Unidos
Ryan Friesen/Wikimedia Commons
Ensenada, Baixa Califórnia, México
Ensenada, no México
Roman Lopez/Unsplash
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Países europeus e asiáticos se destacaram nas primeiras posições. Lista leva em conta quantos destinos é possível visitar com o documento sem a necessidade de visto.
Veja o ranking dos passaportes mais poderosos do mundo
O passaporte brasileiro se manteve entre os 20 mais poderosos de 2025, apesar de perder força em relação ao último ano, segundo o ranking da consultoria norte-americana Henley & Partners atualizado no início de fevereiro.
A força dos 199 passaportes que compõem a lista é medida com base no número de destinos aos quais eles permitem o acesso sem a necessidade de visto. No total, 227 destinos foram analisados.
Tanto em 2025 quanto no ano anterior, o passaporte brasileiro ocupou a 17ª posição. A diferença é que, antes, ele dava acesso a 171 locais e, agora, dá a 169.
Questionada pelo g1, a consultoria explicou que a mudança se deve a uma alteração no sistema de acesso à Burkina Faso e à Mauritânia, que passaram a exigir um visto eletrônico, deixando de fazer parte dos destinos que não precisam de visto.
Segundo a empresa, a mudança não afetou somente o Brasil, mas diversos outros países.
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Além do Brasil, os passaportes da Argentina, de Hong Kong e de Israel também ocupam a 17ª posição, permitindo acesso livre ao mesmo número de destinos (169).
Os países asiáticos e europeus se destacaram nas primeiras posições. Em primeiro lugar, veio o documento da Singapura, com acesso a 193 destinos sem visto. Na segunda posição, estão os passaportes da Coreia do Sul e do Japão, com possibilidade de entrada livre em 190 destinos.
O passaporte mais fraco do mundo, pelo sétimo ano consecutivo, é o afegão, que dá acesso a apenas 25 destinos sem visto.
O ranking é feito com base em dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), e o monitoramento é realizado pela consultoria desde 2006.
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Os 20 passaportes mais poderosos do mundo:
Singapura (193 destinos)
Japão e Coreia do Sul (190 destinos)
Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália e Espanha (189 destinos)
Áustria, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Portugal, Suécia (188 destinos)
Grécia, Nova Zelândia e Suíça (187 destinos)
Austrália, Reino Unido (186 destinos)
Canadá, Chechênia, Hungria, Malta e Polônia (185 destinos)
Estônia e Emirados Árabes Unidos (184 destinos)
Croácia, Letônia, Eslováquia, Eslovênia e EUA (183 destinos)
Islândia e Lituânia (182 destinos)
Liechtenstein e Malásia (181 destinos)
Chipre e Romênia (178 destinos)
Bulgária e Mônaco (177 destinos)
Chile (175 destinos)
Andorra (171 destinos)
San Marino (170 destinos)
Argentina, Brasil, Hong Kong e Israel (169 destinos)
Brunei (164 destinos)
Barbados (163 destinos)
Bahamas (159 destinos)
Os 10 últimos colocados:
89. República Democrática do Congo e Líbano (44 destinos)
90. Sudão do Sul (43 destinos)
91. Irã, Sri Lanka e Sudão (42 destinos)
92. Eritreia e Coreia do Norte (40 destinos)
93. Bangladesh, Palestina e Líbia (39 destinos)
94. Nepal (38 destinos)
95. Somália (33 destinos)
96. Paquistão e Iêmen (32 destinos)
97. Iraque (30 destinos)
98. Síria (27 destinos)
99. Afeganistão (25 destinos)
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Brasil tem duas praias eleitas entre as 25 melhores do mundo para viajar em 2025, segundo Tripadvisor
Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro (RJ), ficou na 13ª posição, enquanto Muro Alto, em Porto de Galinhas (PE), aparece na 25ª colocação. Praia de Elafonissi, em Creta, na Grécia, foi eleita a melhor do mundo. Praia de Ipanema, no Rio, e Praia de Muro Alto, em Porto de Galinhas (PE) estão entre as 25 melhores do mundo em 2025
José Raphael Berrêdo/g1 e Vinicius Lubambo
A praia de Ipanema (RJ), no Rio de Janeiro (RJ), e a de Muro Alto, em Porto de Galinhas (PE), entraram para o ranking das 25 melhores praias para conhecer em 2025, da Tripadvisor.
Essa lista, chamada "Traveler's Choice" (escolha dos viajantes), é feita com base na qualidade e quantidade de avaliações de viajantes publicadas no site da Tripadvisor, durante um período de 12 meses.
A praia de Elafonissi, em Creta, na Grécia, foi eleita a melhor do mundo. Em segundo lugar ficou Banana Beach, em Phuket, na Tailândia.
A praia de Ipanema já tinha aparecido na lista de 2024, na 17ª posição, mas subiu para a 13ª colocação em 2025. Já a praia de Muro Alto manteve a 25ª posição em relação ao ranking de 2024.
Confira o Top 5 das melhores praias de 2025:
1. Praia de Elafonissi - Creta, Grécia
Praia Elafonissi, na Grécia
Ben Michel/Unsplash
2. Banana Beach - Phuket, Tailândia
Banana Beach, na Tailândia.
Akash Rai/Unsplash
3. Eagle Beach - Palm, Aruba
Eagle Beach, em Aruba
Edprada/Wikimedia Commons
4. Siesta Beach - Flórida, EUA
Siesta Key Beach, na Flórida (EUA), em foto de dezembro de 2018
Bebatut/Flickr/Creative Commons
5. Praia da Falésia - Ólhos de Agua, Portugal
Em 2024, a praia da Falésia foi eleita a melhor do mundo.
Praia da Falésia
José A./Wikimedia Commons
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Homem é detido e multado em R$ 10 mil após de pichar monumentos naturais em Fernando de Noronha
Nos últimos dias foram identificadas pichações em rochas vulcânicas, placas de sinalização turística e áreas públicas. Ato de vandalismo causou revolta entre moradores da ilha. Monumentos naturais são pichados em Fernando de Noronha
Um homem, que não teve o nome divulgado, foi detido pela polícia e multado em R$ 10 mil por pichar monumentos naturais em Fernando de Noronha, no domingo (16). A multa foi aplicada pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio).
Além de pichar rochas vulcânicas, na Praia do Bode (ver veja vídeo abaixo), o homem também pichou placas de sinalização turística da ilha e vias públicas.
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A direção do ICMBio informou, por meio de nota, que o suspeito foi autuado por vandalismo na Praia do Bode, localizada na Área de Proteção Ambiental (APA).
“O infrator foi multado com base na lei 9.605/98 de crimes ambientais, por causar danos diretos a uma Unidade de Conservação Federal”, informou o instituto.
Nos últimos dias foram identificadas as pichações que causaram revolta entre os moradores de Noronha.
“Em 44 anos de ilha achei que nunca iria ver um problema que até então era de ambientes urbanos. Tivemos patrimônios naturais pichados, isso não é arte e precisamos lutar contra isso”, falou o arquiteto João Rocha.
Pichações foram feitas na Praia do Bode
Ana Clara Marinho/TV Globo
Investigação
O condutor de visitantes Iuri da Silva passou o domingo (16) com um amigo e com o sargento da Polícia Militar Salomão Sabino (que estava de folga) investigando o suspeito do ato de vandalismo.
Pela assinatura nas pichações identificaram o homem por meio de redes sociais, foram até o local de trabalho do suspeito, que confessou as pichações e foi levado para a delegacia.
“O homem confessou ser autor das pichações. Ele foi enquadrado na lei de crimes ambientais, artigo 65, por pichar patrimônio natural. Agora vamos concluir o Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) e encaminhar para a justiça”, informou o delegado Marcus Camurça.
A Assembleia Popular Nonhense divulgou uma menção honrosa ao sargento da PM Salomão Sabino pelo trabalho de identificação e condução do suspeito de vandalismo à delegacia. O miliar foi procurado pelo g1 para falar sobre o caso, mas preferiu não dar entrevista.
O ICMBio informou que o homem que praticou o ato de vandalismo era um trabalhador da limpeza urbana da ilha.
“Segundo a Administração de Fernando de Noronha, o homem estava na ilha há 20 dias e trabalhava na Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos (UTRS). Em decorrência do ocorrido, ele foi demitido e retirado da ilha nesta segunda-feira (17). Os pontos vandalizados estão sendo restaurados pela equipe de limpeza pública”, informou a nota do ICMBio.
Placas turísticas foram pichadas
Ana Clara Marinho/TV Globo
Equipe da limpeza urbana deu início da remoção das pichações
Ana Clara Marinho/TV Globo
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Tirar férias para nadar? A mais nova tendência entre os amantes de 'slow travel'
Desde a pandemia de covid-19, o hábito de nadar na natureza ganhou mais força do que nunca. Já pensou em tirar férias para passar o dia nadando?
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As cúpulas azul-claras da igreja de Nossa Senhora das Rochas podiam ser avistadas enquanto nadávamos pela Baía de Kotor, em Montenegro, a partir da pitoresca vila de pescadores de Dražin Vrt. Também havia cardumes de peixes do Mar Adriático, como sardinhas e cavalinhas, além de anêmonas-do-mar e ouriços. A água era cristalina, puxando para o azul caribenho. E, quando minha cabeça não estava dentro d'água, a paisagem era de montanhas panorâmicas.
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Essa experiência maravilhosa foi o primeiro dia das férias para nadar nos fiordes de Montenegro e arredores. Não foram férias em que ficamos pegando Sol na praia e demos mergulhos esporádicos no mar — mas, sim, férias em que viajamos nadando em grupo enquanto um barco transportava nosso equipamento de um lugar para outro. Viajar de férias para nadar é a mais nova tendência em slow travel, se deslocar pela água de ilha em ilha e de enseada em enseada, parando para almoçar em uma cidade histórica ou em um pequeno vilarejo de pescadores, antes de voltar ao mar para percorrer ainda mais a costa.
Por um tempo, parecia que não importava o quanto nadássemos, a igreja situada no meio da baía em um promontório rochoso, não estava ficando mais perto. O nado em si foi gratificante, em águas claras e mornas cercadas por montanhas escarpadas, mas o objetivo era a ilhota onde, reza a lenda, os marinheiros locais encontraram um ícone da Virgem Maria e do Menino Jesus em uma rocha. Eles juraram que, após cada viagem segura, acrescentariam outra rocha até que a massa de terra gradualmente emergisse do mar, coroada por uma igreja dedicada à Virgem Maria.
De repente, ela ficou mais perto e, em poucos minutos, estávamos saindo da água, atraindo olhares estranhos de uma festa de casamento que acontecia do lado de fora. A tripulação do nosso barco de segurança nos passou toalhas e roupas, permitindo que nos cobríssemos para que pudéssemos entrar e admirar o interior ornamentado da igreja. A maioria das pessoas chega de barco a esse popular destino turístico, mas nadar até lá me deu uma sensação de alívio que aqueles pescadores deviam sentir quando voltavam para casa em segurança.
A igreja de Nossa Senhora das Rochas está situada em uma pequena ilhota artificial nas águas calmas da Baía de Kotor, em Montenegro
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"Nadar oferece a você uma visão única do mundo, porque você o vê a partir do nível do solo ou do mar", diz Ella Foote, editora da revista Outdoor Swimmer e autora do livro How to Wild Swim ("Como nadar na natureza", em tradução livre).
"Mas também porque grande parte do mundo se desenvolveu em torno de um corpo de água. A maioria das grandes cidades cresceu em torno de rios ou ao longo da costa, especialmente quando a água era o principal meio de transporte. No mundo moderno, perdemos o que era uma conexão importantíssima com a água, e é fascinante redescobri-la e chegar a um novo lugar a partir da água que o cerca ou corre por ele."
Nosso grupo era formado por 15 nadadores do mundo todo, com idades entre 20 e 60 e poucos anos. Em comum, havia o amor pela natação, embora nossas habilidades fossem diferentes. Havia desde nadadores de piscina razoavelmente competentes até veteranos de águas abertas e triatletas experientes.
Fomos divididos em três grupos de velocidades semelhantes (que podiam ser identificados por toucas de natação de cores diferentes). Cada grupo era acompanhado por um pequeno barco inflável, enquanto um barco maior transportava a gente e o nosso equipamento, de um ponto de nado para o outro, além de servir de base para o almoço, troca de roupa e para quem quisesse fazer uma pausa. Em média, nadávamos cerca de 5 quilômetros por dia; uma distância desafiadora que exige resistência e força, mas saber que eu poderia optar por parar e sentar no barco a qualquer momento, de alguma forma, tornava esse desafio mais fácil.
A natação como lazer é popular há muito tempo no Reino Unido, desde o príncipe Henry Frederick Stuart, irmão mais velho de Charles 1°, que morreu depois de contrair tifo nadando no Rio Tâmisa, até os vitorianos que fizeram os resorts de banho de mar virar moda. Mas talvez o grande "pioneiro" da natação tenha sido o poeta romântico Lord Byron.
Em 1820, Byron, com 22 anos, atravessou a nado o Helesponto, um tumultuado estreito de 6,5 quilômetros na Turquia, hoje chamado de Dardanelos. A travessia a nado de Troia, na Grécia, até Galípoli, na Turquia, liga a Europa à Ásia — e era famosa na mitologia grega pelos nados noturnos de Leandro para encontrar sua amada.
"Eu havia lido os relatos de Byron sobre suas viagens e sobre a travessia do Helesponto, e decidi que era isso que eu queria fazer no meu aniversário de 30 anos", conta Simon Murie, fundador da primeira empresa dedicada a viagens de férias para nadar do mundo, a SwimTrek.
No mundo todo, a natação na natureza ganhou força durante a pandemia de covid-19, quando a maioria dos esportes em ambientes fechados foi proibida
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"Descobri que a parte mais difícil não era a natação em si, mas obter as autorizações necessárias, traçar a rota e encontrar um barco para me acompanhar. Percebi que eu não poderia ser o único nadador a querer nadar de um lugar para outro, mas suspeitei que muitos ficavam desanimados com a organização e, por isso, decidi criar uma empresa que fizesse tudo isso, deixando os nadadores treinarem e só comparecerem."
E assim, há 21 anos, a SwimTrek, baseada em Brighton, na costa sul do Reino Unido, foi lançada, despertando diferentes reações.
"Nossa primeira viagem foi nadar de ilha em ilha das Cíclades gregas. Eu havia feito todos os preparativos e reservado as acomodações, mas na nossa primeira noite, a proprietária do hotel havia dado todos os nossos quartos. Ela não conseguia entender o conceito de que estaríamos realmente nadando lá!"
O erro foi corrigido e, desde então, a SwimTrek expandiu suas operações. A empresa, que levou 100 nadadores para quatro locais naquele primeiro ano, levou mais de 3 mil para 40 destinos diferentes ao redor do mundo em 2024. Posteriormente, outras empresas entraram no mercado. Algumas oferecem uma variedade semelhante de viagens e destinos, enquanto outras, como a The Big Blue Swim, são especializadas em um punhado de ilhas gregas.
Minha viagem a Montenegro foi com a Strel Swimming, que opera principalmente no Mediterrâneo e em seus arredores. Fundada em 2010 por Martin e Borut Strel, pai e filho, a empresa foi criada com base na experiência adquirida com as épicas maratonas aquáticas de Martin.
"Martin foi a primeira pessoa a nadar toda a extensão do Rio Amazonas, e eu trabalhei com ele como guia e líder de expedição nesta e em suas travessias pelos rios Yangtze, Mississippi, Danúbio e Paraná", conta Borut.
"Com todo o nosso conhecimento e experiência, fazia sentido abrir nosso próprio negócio. Começamos na Croácia e na Eslovênia em 2010, acrescentando novas viagens e destinos ano após ano. A natação é uma atividade de baixo impacto no meio ambiente e, como usamos hotéis, restaurantes, barcos e guias locais, nossos grupos contribuem para a economia local."
Outrora local de um campo de concentração da Segunda Guerra Mundial, a Ilha Mamula agora abriga um hotel ultraluxuoso
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No terceiro dia da nossa viagem, nadamos ao redor da Ilha Mamula, que abriga uma impressionante fortaleza austro-húngara construída para proteger a entrada da Baía de Kotor. Na Segunda Guerra Mundial, ela foi usada como um campo de concentração.
"Provavelmente sempre me lembrarei da ilha, das ondas e das correntes que mudavam à medida que nadávamos ao redor dela, e duvido que isso aconteceria se eu a tivesse visto apenas do barco", disse Nancy Meade, uma advogada de Anchorage, no Alasca.
Esta foi a segunda vez que ela decidiu explorar a Europa a partir da água.
"O que há de especial em tirar férias para nadar é que a viagem combina estar ativo e ao ar livre o dia todo com uma ótima oportunidade de explorar de uma forma única. A maioria dos turistas pode caminhar à beira-mar e talvez até fazer um passeio de barco ou cruzeiro, mas passar o dia na água e ver as várias cidades pequenas a partir da água é muito especial. Estar ao nível dos olhos da costa e das rochas faz com que você se sinta parte do lugar, muito mais do que se passasse uma semana em um barco olhando ao redor."
A ascensão das viagens de férias para nadar anda de mãos dadas com o aumento da natação ao ar livre e em águas abertas em geral. No Reino Unido, isso aconteceu após os Jogos Olímpicos de Londres de 2012, que apresentaram o primeiro evento de natação em águas abertas. No mundo todo, o hábito de nadar na natureza ganhou força durante a pandemia de covid-19, quando a maioria dos esportes em ambientes fechados foi proibida.
Naturalmente, como em qualquer viagem com atividade esportiva, há riscos — e proteções contra eles. Guias treinados verificam os locais antes dos nados, e as rotas são alteradas se o clima ou as condições da água não estiverem adequados. Instruções de segurança são dadas no início de cada nado, e os guias ajudam e incentivam os nadadores menos confiantes a aproveitarem ao máximo a viagem.
"Cada viagem tem algo especial", diz Marlys Cappaert, que trabalha como guia da SwimTrek há 10 anos.
"Gosto muito dos momentos em que alguém supera um medo ou tenta nadar de uma forma que achava que não conseguiria. A alegria quando eles conseguem é vertiginosa. E também pode se tornar bastante emocionante. No meu primeiro ano, ao fim de uma semana, uma senhora me procurou chorando. Ela me contou que, seis meses antes, havia recebido um diagnóstico médico desafiador, e não tinha certeza se estaria bem o suficiente para fazer a viagem, muito menos para completar os nados. Mas ela conseguiu. Naquele momento, o grupo inteiro estava chorando."
'Nadar oferece a você uma visão única do mundo', diz escritora
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Em nosso último dia, seguimos pela costa da península de Luštica, e nadamos em um antigo túnel submarino onde a Marinha da antiga Iugoslávia escondia suas embarcações submarinas, prontas para emergir em caso de ataque.
Estava assustadoramente frio e escuro lá dentro, e ficamos felizes ao emergir à luz do dia e seguir para a costa, para as águas cristalinas da Caverna Azul. Dentro da gruta, a luz do Sol refletia no fundo do mar de areia branca e deixava a água com um tom azul-turquesa cintilante.
Alguns barcos a motor com turistas tirando fotos pairavam perto da entrada da caverna, enquanto nadávamos em seu interior, saboreando a experiência única que nosso modo de viagem nos proporcionava.
O pequeno país do Caribe que sobrevive da 'venda' de seu passaporte
Estrangeiros podem obter a cidadania da Dominica em troca de investimentos no país. Estrangeiros podem obter a cidadania da Dominica em troca de investimentos no país
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Há sete anos, o furacão Maria atingiu a costa da Dominica, causando chuvas torrenciais e destruindo quase todas as casas desta pequena ilha caribenha em poucas horas.
O país, mais conhecido pelas montanhas verdes do que pelas praias, ficou praticamente sem eletricidade; o abastecimento de água foi interrompido durante meses; e as comunicações demoraram mais de um ano até serem totalmente restabelecidas.
Naquele momento, o governo se viu diante da necessidade de encontrar rapidamente uma fonte de receita que permitisse reconstruir parte da ilha num curto espaço de tempo.
Para isso, recorreu a um recurso antigo: a venda de cidadania.
"Convidamos indivíduos e famílias do mundo todo a investir no nosso país e, em troca, prometemos proporcionar a eles a cidadania da Dominica, um status que oferece uma infinidade de oportunidades que transcendem fronteiras", propôs o primeiro-ministro da Dominica, Roosevelt Skerrit, no site oficial do governo.
Mapa mostra Dominica no Mar do Caribe
BBC
O chamado Programa de Cidadania por Investimento permite que estrangeiros tenham acesso a uma nova cidadania em troca de uma quantia significativa de dinheiro.
"Este mecanismo é atraente para os pequenos Estados insulares porque é uma forma de obter divisas em países que, em geral, precisam importar quase tudo o que consomem", afirma Kristin Surak, autora do livro The Golden Passport: Global Mobility for Millionaires ("O Passaporte Dourado: Mobilidade Global para Milionários", em tradução livre), à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC.
O programa de venda de cidadania gerou mais de US$ 1,2 bilhão em receita para a ilha de 2017 a 2020, o que representa uma parte significativa dos recursos do Estado, de acordo com informações sobre a Dominica divulgadas no relatório do Projeto de Denúncia sobre Crime Organizado e Corrupção (OCCRP, na sigla em inglês), uma organização internacional de jornalismo investigativo sem fins lucrativos.
As informações oficiais apresentam um valor menor.
Mas o saldo da venda de cidadania não é apenas positivo — há também críticas severas das autoridades de outros países sobre questões de segurança internacional.
A Dominica argumenta, por sua vez, que o programa é seguro, e que aumentou os controles e os critérios de elegibilidade.
Três décadas de história
A venda da cidadania não é novidade na Dominica. Tampouco, no mundo.
Há pelo menos 20 países com disposições legais que permitem a venda de cidadania, mas apenas metade deles possuem programas realmente ativos — e cinco deles estão no Caribe, segundo a especialista.
A Dominica é um deles. Seu Programa de Cidadania por Investimento está em vigor desde 1993, o que faz dele um dos programas de cidadania econômica mais antigos do mundo.
"No início, houve muitos problemas. O programa previa desenvolver um hotel que nunca foi concluído. Os investidores pagavam, mas nunca se viam as mudanças no país, o que desencadeou vários processos judiciais", explica Surak, professora da Universidade London School of Economics (LSE), no Reino Unido.
Mas foi somente após a passagem do furacão Maria, quando o país se comprometeu a se tornar "a primeira nação resiliente ao clima" do mundo, que a venda de cidadania se tornou a principal fonte de receita do país.
O programa disparou nos últimos anos, com receitas que chegaram a 30% de todo seu Produto Interno Bruto (PIB), exigindo um investimento inicial de pelo menos US$ 200 mil (R$ 1,2 milhão) para cada solicitante, de acordo com informações oficiais.
No entanto, especialistas no assunto afirmam que o valor aumentou nos últimos anos, chegando a representar mais que o dobro.
"Pouco a pouco, a Dominica começou a depender cada vez mais deste programa. A questão é se todo o dinheiro das vendas de cidadania é realmente destinado ao desenvolvimento do país", diz a pesquisadora.
A passagem do furacão Maria, em 2017, destruiu parte da ilha, e levou o governo a buscar formas de financiamento
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A Dominica, assim como grande parte das ilhas pequenas, se tornou um ator importante no cenário internacional na promoção das políticas climáticas mais ambiciosas, como o Acordo de Paris, porque sabe que é mais vulnerável.
De acordo com declarações oficiais, o país arrecadou mais de US$ 1 bilhão desde 2009 por meio de seu esquema de cidadania por investimento.
Atualmente, há duas maneiras de "investidores respeitáveis" obterem legalmente a cidadania.
Primeiramente, fazendo uma contribuição direta de US$ 100 mil para o Estado por meio do Fundo de Diversificação Econômica. Em segundo lugar, investindo um mínimo de US$ 200 mil em projetos imobiliários aprovados pelo governo.
Uma vez que os investidores obtêm a nacionalidade dominicana, eles podem trabalhar e até mesmo desenvolver um negócio no país caribenho, de acordo com o governo. Mas também podem acessar o sistema financeiro internacional.
"Muitas pessoas que optam pela cidadania por investimento estão buscando melhores opções de viagem, porque são provenientes de países como o Paquistão, onde só é possível entrar em cerca de 40 países sem visto", explica Surak, que reconhece os aspectos positivos e negativos do programa na Dominica.
Diferentemente da rota tradicional para obter a cidadania em países do mundo todo, que exige vários anos de residência, a cidadania da Dominica pode ser obtida sem sequer colocar os pés na ilha, de acordo com o relatório de 2023 do OCCRP.
Críticas ao programa
À primeira vista, a medida oferece amplos benefícios para a pequena ilha caribenha. Mas, nos últimos tempos, começaram a surgir críticas em relação à facilidade de acesso tão rápido a uma cidadania.
A comissão da União Europeia levantou preocupações de segurança sobre o comércio e propôs suspender seu regime de isenção de vistos para países que vendem cidadania, conforme destacou um relatório de 2023.
Os jornalistas do OCCRP responsáveis pela investigação detectaram, por meio do registro de 7,7 mil nomes de pessoas que adquiriram "cidadania por investimento", que muitos dos novos "dominicanos" acabaram sendo posteriormente investigados, acusados ou condenados por crimes em outros países.
Dominica é uma ilha do Caribe conhecida por suas montanhas verdes
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A Dominica respondeu dizendo que a cidadania está proibida para solicitantes que tenham antecedentes criminais, estejam sob investigação criminal, e a quem tenha sido negada a cidadania em outro país ou um visto para os Estados Unidos.
Também afirmam que estão excluídos do processo aqueles que apresentaram informações falsas e que se envolveram em atividades que poderiam "prejudicar a reputação da Dominica".
Já as solicitações de cidadãos de Belarus, Irã, norte do Iraque, Coreia do Norte, Rússia, Iêmen e Sudão estão sujeitas a uma "avaliação adicional, limitações ou proibições explícitas".
No entanto, o que os críticos argumentam é que há problemas com a lei que podem surgir após a aquisição da cidadania, conforme verificado no relatório do OCCRP.
A cidadania é negada àqueles que se envolveram em atividades que possam 'prejudicar a reputação da Dominica'
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A resposta do governo a este argumento foi clara: "Se alguém se tornou cidadão hoje, e amanhã de manhã a pessoa faz alguma coisa e enfrenta problemas com a lei, não se pode culpar o programa por isso", como respondeu o primeiro-ministro, Roosevelt Skerrit, à imprensa local.
Embora a Dominica tenha tomado medidas para fortalecer a integridade do programa, como a expansão dos poderes de revogação e dos critérios de elegibilidade, a ilha agora depende muito mais da venda da cidadania do que em meados da década de 1990.
"Em resumo, estamos falando de desigualdade. Quero dizer, das desigualdades entre o local onde você nasce, sobre o qual você não tem escolha, e da desigualdade de riqueza de quem pode comprá-la ou não", resume Surak.
"Também mostra a desigualdade entre estes países pequenos e os mais ricos. Em última análise, o que você faz quando precisa importar tudo, e não tem muitos recursos naturais?"
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Conheça região de cânions, cachoeiras e piscinas naturais de águas cristalinas que 'se transforma' a cada ano em Goiás
Ponto de turismo de aventura muda a cada ano e tem uma beleza variável conforme a posição do sol. Destino inclui trilha íngreme e atrai visitantes mais aventureiros. Conheça a Bocaina do Farias, na Chapada dos Veadeiros, em Goiás
Um destino turístico que muda a cada ano e que oferece uma experiência diferente a cada mês, conforme a posição do sol. Essa é a Bocaina do Farias, uma área de cânions com piscinas naturais e águas cristalinas que fica em São João d’Aliança, no nordeste de Goiás. Veja a seguir os desafios e as belezas desse atrativo que fica na região da Chapada dos Veadeiros.
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Considerado como um lugar desafiador pelos turistas, visitar a Bocaina do Farias significa percorrer 2,5 quilômetros de uma trilha íngreme. De acordo com a guia de turismo Poliana Bertelli, o local fica 300 metros abaixo do nível de altitude do local onde os carros dos visitantes são deixados.
“É um desafio e tanto. Mas tem cordas pelo percurso que ajudam na descida e na subida”, afirmou Poliana.
Dentro do cânion, a guia explicou que é preciso caminhar cerca de 200 metros até chegar a uma área com água. No entanto, a formação das piscinas naturais e a quantidade de travessias que serão realizadas a nado dependem das mudanças provocadas pela época de chuvas anterior.
“A cada chuva, ocorre uma transformação no cânion. Ano passado, tinha duas passagens a nado. Esse ano, pode ser que tenha descido mais areia e não vai precisar nadar. Então, depende muito de como vai estar quando a época de chuva acabar”, contou.
Após a trilha, há uma pequena cachoeira onde os visitantes podem se refrescar. Ao entrar no desfiladeiro, os turistas passam por cânions com alturas que variam de 50 a 60 metros.
Bocaina do Farias, em Goiás
Poliana Bertelli/Arquivo pessoal
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No final, os visitantes encontram uma piscina natural de água fria e cristalina com cerca de oito metros de profundidade, onde está a Bocaina propriamente dita. No espaço, entram raios de sol que refletem nas paredes de quartzo siltito - um tipo de rocha de graulação bem fina - , e iluminam o lugar de um jeito diferente conforme a posição da luz.
“De abril a agosto, é mais escuro. De agosto até outubro, entre sol das 11h30 às 14h os raios de sol entram”, informou Poliana.
Bocaina do Farias, em Goiás
Poliana Bertelli/Arquivo pessoal
Essa luz especial foi um dos motivos que fizeram o empresário Iannis Zazelis sair de Brasília para visitar a Bocaina do Farias. Viajado e fã de turismo de aventura, ele considerou que o lugar tem algo único, que vale a pena ser descoberto.
“O deslocamento do sol sempre dá uma entrada de luz bonita para foto. Existem outros cânions no Brasil que também tem uma beleza como essa, mas qualquer pessoa, que já visitou qualquer outro lugar, vai chegar lá e se impactar”, contou o empresário, que esteve no atrativo no mês de setembro.
Iannis já visitou mais de 45 países e 650 cidades, mas contou que uma publicação que fez com fotos da Bocaina do Farias foi uma das que mais repercutiu nas redes sociais.
“Muita gente perguntou sobre o lugar. Recomendo demais, tanto para quem estiver de passagem, quanto para quem quiser ir só para visitar”, afirmou.
O lugar
O termo Bocaina é de origem tupi-guarani e significa "serra estreita, desfiladeiro". O "Farias", vem do nome do rio que passa pelo atrativo, informou a guia Poliana Bertelli.
O atrativo fica a 56 quilômetros de São João d’Aliança, sendo 30 deles de asfalto. A Bocaina do Farias pode ser visitada entre os meses de abril e outubro. O fechamento é realizado na época de chuva para evitar acidentes.
É obrigatório o uso de capacete, que é fornecido pela administração do atrativo, informou Poliana Bertelli. A água não é tão fria a ponto de ser necessário o uso de roupa de Neoprene, declarou ainda a guia.
O valor da entrada no atrativo para 2025 ainda não foi definido. Mas, Iannis Zazelis contou que gastou cerca de R$ 200 com o deslocamento, a visita e o guia.
As visitas duram cerca de seis horas e podem ser realizadas em grupos de até oito pessoas.
Bocaina do Farias, em Goiás
Poliana Bertelli/Arquivo pessoal
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Visto americano: prazo para renovação de documento sem entrevista fica menor
Mudança vale para autorizações de viagens temporárias, como turismo. Embaixada anunciou também nova taxa para visto de intercâmbio. Bandeira dos EUA
Reuters/Vincent Alban
Os Estados Unidos diminuíram de 48 para 12 meses o prazo para solicitar a renovação do visto de não-imigrante, como de turista e para intercâmbio, sem a necessidade de realizar a entrevista em um consulado.
O prazo começa a contar a partir do dia em que a validade do documento acaba, sendo que a duração pode variar conforme o tipo de visto, segundo a embaixada.
Quem estiver com o visto vencido há mais de um ano terá que passar por uma entrevista para renová-lo, assim como quem está tirando o documento pela primeira vez. Essa determinação já está na página da Embaixada dos EUA no Brasil.
A mudança tem sido divulgada nos últimos dias por profissionais que fazem assessoria de viagem. Questionada pelo g1, a embaixada não informou quando o prazo mudou.
Veja a seguir os requisitos para renovação do visto de não-imigrante:
Para se qualificar para uma renovação de visto (com ou sem entrevista) é preciso:
ser cidadão brasileiro ou residente permanente no Brasil;
não ter perdido, cancelado ou revogado o visto anterior;
não ter tido o visto recusado na última solicitação;
nunca ter sido preso ou condenado por um crime; deportado ou impedido de entrar nos Estados Unidos.
Para, além de solicitar a renovação do visto, poder ser dispensado da entrevista, é necessário:
ter um visto americano válido ou expirado há menos de 12 meses;
ter menos de 14 e mais de 79 anos.
⚠️Mas, atenção: mesmo que o viajante atenda a esses critérios, a autoridade consular pode exigir a entrevista, caso considere necessário.
✈️Visto de intercâmbio ficou mais caro e teve a validade ampliada
Quem tiver o visto J1 e J2 (usados por alunos, professores, pesquisadores e seus dependentes) aprovado, terá que pagar uma nova taxa de US$ 102 (cerca de R$ 580, em 12 de fevereiro) à autoridade consular, segundo informado pela embaixada dos EUA no final de dezembro.
No mesmo comunicado, o órgão também disse que a validade desses vistos foi ampliada de 12 para 24 meses.
A validade final dos vistos J1 e J2, ou seja, o período durante o qual o viajante pode solicitar a renovação, continua sendo definida com base na data final do curso conforme indicado no formulário de inscrição (chamado de DS-160).
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Cinto de segurança nos pés no avião: uso sugerido em vídeos no TikTok põe passageiros em risco e é proibido
Prática não está de acordo com as regras de segurança dos voos, podendo colocar em risco o próprio passageiro, além das outras pessoas no avião, especialmente em caso de forte turbulência.
Usuários do TikTok afivelam cinto de segurança nos pés; prática é proibida e afeta segurança
Reprodução/TikTok
Um “método alternativo” para utilização do cinto de segurança durante os voos está sendo sugerido por alguns usuários do TikTok e viralizando na rede. Nos vídeos, a indicação é que os passageiros afivelem o cinto não em volta da cintura, e sim nos pés, que ficam apoiados no assento.
Essa prática, no entanto, não está de acordo com as regras de segurança dos voos, podendo colocar o próprio passageiro, além das outras pessoas no avião, em risco.
Segurança em risco
Na visão dos usuários do TikTok que sugerem ou elogiam o uso do cinto de segurança nos pés, essa seria uma maneira de ficar mais confortável durante a viagem.
“Esse truque sobre o assento do avião é a definição de virada no jogo. Me pegue sentada assim em todos os voos”, escreveu uma usuária que postou o vídeo com o cinto nos pés. Sua publicação tem mais de 20 mil visualizações e mais de 200 curtidas no TikTok.
Apesar do argumento, o procedimento fere os protocolos de segurança nos aviões. Para além disso, o cinto de segurança simplesmente não está cumprindo sua função de proteger a pessoa.
“A gente vê, nesses vídeos, que a pessoa está solta em seu assento”, diz Clauver Castilho, secretário-geral do Sindicato Nacional dos Aeronautas e comissário de bordo há 15 anos.
“Se o avião enfrentar uma turbulência, ou uma decolagem abortada, essa pessoa pode se deslocar e se machucar, além de eventualmente machucar os outros passageiros”, alerta.
A tripulação do voo informa os passageiros sobre os protocolos de segurança no início da viagem e é treinada de acordo com as regulações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que incluem o uso correto do cinto de segurança.
“O cinto fica sempre afivelado na cintura, e não nos pés, para que o corpo não fique solto”, resume Castilho.
Questionada pelo g1, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) reforçou o aviso, ressaltando a importância do uso correto do cinto e alertando para eventuais riscos “causados pelas formas alternativas de utilização”.
“O passageiro deve sempre prestar atenção nas instruções dos comissários de voo, que são treinados para garantir que todos os procedimentos de segurança sejam seguidos corretamente, incluindo o uso do cinto em volta da cintura de forma obrigatória”, diz a associação das companhias aéreas.
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Passageiro pode até ser retirado
Além dos riscos envolvidos, o passageiro que afivela o cinto nos pés também acaba infringindo uma regra de segurança. Por esse motivo, ele deve seguir a orientação da tripulação caso receba o aviso sobre o uso incorreto.
Se o passageiro insistir na prática, ele fica sujeito até mesmo a ser retirado da aeronave, por questões de segurança.
“Neste caso, a tripulação terá que agir, informando o comandante do voo, que entrará em contato com as autoridades para verificar o procedimento adequado. O princípio é a segurança a bordo de todas as pessoas. Então, um passageiro que não quiser colocar o cinto de segurança corretamente pode ser retirado”, explica.
Uso do cinto de segurança durante todo o voo
Em uma viagem de avião, o uso do cinto de segurança é obrigatório durante a decolagem e a aterrissagem, ou quando o sinal luminoso está aceso. Mesmo assim, algumas companhias recomendam que ele continue afivelado durante todo o voo.
A Latam, por exemplo, afirma que esse hábito é recomendado para proteger os passageiros, por exemplo, em turbulências que não tenham sido detectadas pelo radar. Conforme explica a companhia, o fenômeno também pode ocorrer com céu limpo e ser causado por correntes térmicas.
"As aeronaves são construídas para suportar muita pressão do ar e isso não representa perigo para a aeronave. No entanto, a turbulência é uma grande preocupação de segurança. Dessa forma, o uso do cinto de segurança durante o voo é extremamente recomendado para a proteção de nossos passageiros, evitando assim quedas ou acidentes", diz a Latam.
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Cruzeiro de nudismo pelo Caribe tem estadia até R$ 190 mil, mordomo 24h e defende: nudez não é swing
Com capacidade para até 2.300 'peladões' a bordo, o Big Nude Boat zarpou de Miami no último dia 4. Eventos tem regras próprias e a desobediência pode acabar em expulsão. Bare Necessites Tour organiza cruzeiros de nudismo no Caribe.
Divulgação/Bare Necessities
Todo mundo está pelado a bordo, mas não é bagunça. "Se você se interessa por swing, aqui não é o seu lugar", diz uma das regras do cruzeiro de nudismo que zarpou em direção ao Caribe uma semana atrás.
O Big Nude Boat (Grande Barco Nu, na tradução livre), que saiu de Miami, nos EUA, tem capacidade para até 2.300 peladões e um "código de conduta" que, se for desobedecido, pode dar até em expulsão.
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Para embarcar no cruzeiro, é necessário ter pelo menos 21 anos e pagar um valor mínimo de US$ 2 mil (cerca de R$ 12 mil, na cotação de 10 de fevereiro) por pessoa, que dá direito a um quarto duplo compartilhado.
Existem também opções mais luxuosas, que ficam na parte superior do navio e incluem decks particulares, além de um mordomo 24h.
Nesse caso, o custo por pessoa pode chegar a até US$ 33 mil (cerca de R$ 190 mil) para uma vila com três quartos que acomoda 8 passageiros.
'Sem roupas, sem estresse'
Com o lema "sem roupas, sem estresse", a empresa que organiza o cruzeiro defende que nudismo não tem relação com sexo, mas com um estado de espírito livre e seguro.
"A nudez social não é uma atividade sexual e nos esforçamos para desfazer o equívoco de que é tudo menos natural e bonito", defende a empresa. "Se você está buscando um cruzeiro de estilo de vida swinger, não somos o produto certo para você".
A viagem começa na Great Stirrup Cay, uma ilha particular da Norwegian Cruise Line, proprietária do navio. Em seguida, o cruzeiro segue para San Juan, em Porto Rico, e depois atraca em ilhas no leste do Caribe, como São Martinho, Dominica e Santa Lúcia.
A volta a Miami deve acontecer no dia 14, em tempo para o Valentine's Day (Dia dos Namorados nos EUA).
Bare Necessites Tour
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Nudismo não é bagunça
A Bare Necessities Tour & Travel exige que os passageiros respeitem uma série de regras. Veja algumas:
não é permitido acariciar ou tocar inapropriadamente partes íntimas, do próprio corpo ou do de outra pessoa, ou fazer sexo em público;
é permitido ficar nu somente dentro do navio, nos passeios é preciso estar vestido;
se o navio estiver atracado em algum porto, é preciso usar roupas mesmo dentro da embarcação, incluindo a varanda das cabines. Os passageiros sempre são avisados quando puderem voltar a ficar nus;
sempre que um viajante estiver nu deverá se sentar em cima de uma toalha;
o uso de lingeries e o de acessórios de fetiche são proibidos;
ambientes destinados a refeições no navio exigem o uso de roupas que cubram os seios e as genitálias, com exceção do bufê self-service no deck da piscina (com capacidade para 232 pessoas);
fotos são permitidas desde que haja consentimento, mas em algumas áreas os cliques são vetados.
O próximo Big Nude Boat já tem data agendada: 9 a 20 de fevereiro de 2026.
Para participar do cruzeiro nudista, é preciso seguir algumas regras.
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Empresa oferece cruzeiro nudista com viagens partindo dos EUA
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Com o lema "sem roupas, sem estresse" empresa organiza o cruzeiro de nudismo no Caribe.
Divulgação/Bare Necessities
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5 experiências noturnas extraordinárias pelo mundo
De festivais 'ardentes' à mais deslumbrante 'dança' da natureza, as experiências de viagem que privilegiam o céu noturno estão ganhando popularidade. A aurora boreal é apenas uma das experiências noturnas extraordinárias que estão ganhando popularidade
Russell Edwards/ Getty Images via BBC
O interesse pelo céu noturno está crescendo. A plataforma Booking.com indicou recentemente o noctourism (turismo noturno) como uma das principais tendências de viagem para 2025 — sua pesquisa com mais de 27 mil viajantes mostrou que cerca de dois terços consideraram ir para "destinos com o céu mais escuro" para experimentar, por exemplo, o chamado starbathing (deitar e contemplar as estrelas) e testemunhar eventos cósmicos únicos.
"O legal das aventuras noturnas é que você vê tantos lados diferentes de um destino, simplesmente ficando acordado até tarde ou acordando cedo", diz Stephanie Vermillon, autora do livro 100 Nights Of A Lifetime: The World's Ultimate Adventures After Dark ("100 noites de uma vida: as melhores aventuras do mundo depois do anoitecer", em tradução livre).
"Nossos sentidos estão aguçados, e há coisas que você vê à noite que não vê em nenhum outro momento, então tudo parece emocionante e novo."
Foi uma viagem ao Marrocos em 2010 que despertou o interesse de Vermillon por todas as coisas noturnas. "Eu cresci em Dayton, em Ohio, onde a poluição luminosa é terrível", diz ela à BBC.
"Então fui para o deserto do Saara e acampei sob as estrelas — vi a Via Láctea e duas dúzias de estrelas cadentes naquela noite. Voltei para casa, fiz um curso de astronomia e, mais tarde, comecei a caçar aurora boreal, o que me deixou curiosa sobre o que mais acontece no mundo depois do anoitecer."
Vermillon acredita que eventos importantes, como o eclipse solar total de abril de 2024 ou o pico de atividade da aurora entre 2024 e 2025, levaram a um "aumento" no número de pessoas que querem experimentar o céu noturno. Atualmente, há também mais de 200 reservas de céu escuro ao redor do mundo.
"A melhor coisa sobre o céu noturno é a perspectiva que ele oferece — de humildade e fundamento", diz ela. "Você pode sentir pura admiração."
O céu estrelado e a aurora boreal podem ser as principais atrações, mas há muito mais para fazer depois do anoitecer nas cidades ou na natureza. "Você vê uma cidade de forma muito diferente à noite", afirma Vermillon.
"É como uma cidade que solta o cabelo — é mais relaxada. Também fiz safáris noturnos, em que o objetivo é mais ouvir do que apenas ver, e presenciei a água brilhando com bioluminescência, que parece mágica. Tudo à noite tem um brilho extra".
A seguir, estão cinco das experiências favoritas de Vermillon após o anoitecer, desde festivais culturais "ardentes" até o maior espetáculo da natureza no céu.
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1. Relaxe em águas termais caçando aurora na Islândia
As piscinas naturalmente aquecidas da Islândia são pontos de observação perfeitos para a aurora boreal
Sarote Pruksachat/ Getty Images
Viajantes com sorte que estiverem no lugar certo e na hora certa vão poder testemunhar uma dos fenômenos mais inesquecíveis do planeta: a aurora boreal.
Criada por partículas carregadas do Sol que colidem com a atmosfera da Terra, a atividade principal acontece acima dos polos magnéticos do planeta — e a Islândia está bem no centro desta ação.
Durante a temporada da aurora boreal (de setembro a abril), exibições coloridas se espalham pelos céus por mais de 100 noites, desde que não haja cobertura de nuvens.
"Nunca senti tanto arrepio por conta da natureza como quando estou observando a aurora boreal", diz Vermillon. "Você está vendo a natureza dançar. É a coisa mais mágica."
Fortes tempestades podem ser vistas a olho nu, embora muitos fotógrafos também criem imagens maravilhosas por meio de fotos com longa exposição.
Para testemunhar ou capturar a aurora, geralmente é preciso se agasalhar, e esperar por horas em uma encosta ou geleira, longe de vilarejos ou cidades.
Mas há uma alternativa mais acolhedora: relaxar nas piscinas naturalmente aquecidas da Islândia. A terra do fogo e do gelo se estende pela Dorsal Mesoatlântica, e a energia geotérmica vinda do subsolo, gera mais de 700 fontes e piscinas termais.
"Você pode ver a aurora boreal no calor e no conforto", aconselha Vermillon.
"A água geralmente está acima de 38°C, então você pode ver sua respiração, e que seu cabelo está congelando, mas a água te aquece por dentro. Saí da água em traje de banho para checar minha câmera, e não senti frio algum."
Vermillon recomenda especialmente o Ion Adventure Hotel, em Selfoss, para piscinas ao ar livre com vista para campos de lava e montanhas cobertas de neve — com destaque para o Northern Lights Bar, que serve um coquetel chamado Sweet Black Death; e a pousada Heydalur, em uma fazenda de cavalos nos escarpados Westfjords, onde pôneis brancos desgrenhados passam pelas piscinas quentes abertas a noite toda.
2. Participe do festival Up Helly Aa na Escócia
O festival anual Up Helly Aa é um tributo à herança nórdica das Ilhas Shetlands
Jacob Xu/Getty Images
Localizadas no Mar do Norte, as Ilhas Shetland fazem parte da Escócia. Mas as ilhas também estão geográfica e culturalmente próximas da Escandinávia.
O festival anual Up Helly Aa, que acontece na última terça-feira de janeiro na capital das Ilhas Shetland, Lerwick, é um espetáculo "ardente" que celebra a herança viking da ilha.
Os vikings se estabeleceram aqui durante os séculos 8 e 9, e viveram como agricultores por cerca de 600 anos antes de as ilhas ficarem sob domínio escocês no século 15.
Após meses de preparação, o principal evento da celebração, em pleno inverno, é uma procissão iluminada por tochas, na qual cerca de mil "guizers" (homens locais) vestindo roupas vikings e outros trajes chamativos marcham pelas ruas, levando consigo uma réplica de um navio viking que, mais tarde, será incendiado em um grande espetáculo.
Depois disso, os moradores locais enchem os centros comunitários e os pubs para dançar, ouvir música e beber até as primeiras horas da manhã.
"Muitos festivais culturais são antigos, mas este começou há cerca de 200 anos, portanto é relativamente novo", explica Vermillon.
"Eles criaram isso como uma ode à sua herança viking. É legal ver esse orgulho da origem deles. O Up Helly Aa também é especial pelo visual: noite, escuridão e fogo."
Eventos menores do Up Helly Aa também acontecem em todas as ilhas de janeiro a março.
A localização das Ilhas Shetland ao norte — mais perto do Círculo Polar Ártico do que de Londres — significa que há uma boa chance de ver a aurora, conhecida localmente como "mirrie dancers" (mirr significa "brilhar"), nos meses de inverno.
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3. Observe as estrelas no Deserto do Atacama, no Chile
O céu noturno limpo e escuro do Atacama significa que há muitas experiências de observação de estrelas à disposição
Eric Hanson/ Getty Images via BBC
A remota região do Atacama, no norte do Chile, é o deserto não polar mais seco da Terra. Com altitudes elevadas e uma média de 300 noites com céu limpo e sem nuvens por ano, é um local conhecido por astrônomos profissionais.
O Alma (sigla em inglês para Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), um dos sistemas de telescópios mais potentes da Terra, foi construído aqui para estudar os grandes mistérios do Universo.
"O Atacama tem os céus noturnos mais limpo que já vi, e céu limpo pelo maior número de noites seguidas como nunca vi", diz Vermillon.
Tudo isso significa que "há uma comunidade de empreendedores que criaram experiências incríveis em torno da observação de estrelas", conta Vermillon, incluindo tours de astrofotografia e sessões de arqueoastronomia com histórias indígenas sobre o cosmos, assim como observatórios particulares onde especialistas ensinam os turistas sobre as constelações do Hemisfério Sul e muito mais.
Recomenda-se visitar o local um pouco antes, durante ou depois de uma Lua Nova, quando o céu está mais escuro, e as paisagens estelares, mais dramáticas.
"Você vê um manto de estrelas, mais estrelas do que jamais viu em toda a sua vida. Foi o céu mais escuro e pontilhado que já vi", relata Vermillon.
"Mas a paisagem ao seu redor também faz você se sentir como se estivesse entre as estrelas — você olha ao redor e se sente como se estivesse em Marte ou na Lua. A Nasa usa partes do Atacama para testar suas missões em busca de vida em Marte, porque o Atacama tem paisagens bastante 'marcianas'. O Atacama é realmente excepcional."
4. Faça um safári noturno na Zâmbia
"Ler o jornal pela manhã" — é assim que os guias de vida selvagem da África se referem ao fato de ver rastros de animais e outros sinais de atividade que mostram o que aconteceu durante a noite, inclusive brigas ou caçadas. Mas fazer um safári noturno significa que os amantes da vida selvagem podem ver, ou ouvir, as "notícias" por si mesmos.
A noite é o momento em que muitas criaturas estão mais ativas, especialmente predadores como leões e leopardos, que geralmente descansam durante o calor do dia — e Vermillon recomenda ir à Zâmbia para vivenciar isso.
"A Zâmbia tem muitas oportunidades para safáris noturnos", diz ela, escolhendo os parques nacionais South Luangwa, Lower Zambezi e Kafue (o maior e mais antigo parque nacional da Zâmbia) para ver grandes felinos, elefantes e outras criaturas notáveis.
"É comum ver leopardos descansando nas árvores durante o dia, mas ver um leopardo rondando à noite, quando há pouca gente ou veículos, é muito diferente", explica Vermillon.
"Gosto de observar as hienas à noite porque você realmente vê seu caráter 'assustador'. Me lembro de ver uma hiena rodeando um leão, tentando roubar sua presa — foi incrível."
Muitos outros animais se movimentam após o anoitecer.
"Adoro os galagos (um tipo de primata)", diz Vermillon.
"Eles têm características tão dramáticas — orelhas grandes e olhos enormes como os de um desenho animado —, e são uma presença muito comum em safáris noturnos porque são mais ativos à noite para evitar predadores. Também adoro passeios noturnos para ver corujas."
"Nos safáris diurnos, se trata muito de ver, mas à noite a pressão é menor, e o importante é ouvir também, o que é uma parte menos apreciada da experiência do safári. Adoro aquele período por volta das 2h, em que você acorda no acampamento com as risadas das hienas ou os rugidos dos leões. Você pensa: "Uau, onde estou?", ela acrescenta.
"Quando você está em um safári noturno, é como se estivesse no meio disso. Você está observando e ouvindo enquanto o reino animal faz o que quer."
5. Visite os mercados noturnos em Taiwan
Os mercados noturnos de Taiwan são famosos por vender uma grande variedade de comida a preços acessíveis
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Os aromas dos mercados de comida de Taiwan podem chegar até você antes das imagens e dos sons, enquanto dezenas de barracas preparam iguarias, espalhando a fumaça e o vapor de grelhas, panelas e frigideiras no ar noturno. Há mais de 100 mercados noturnos em todo o país, vendendo xiaochi, a palavra chinesa para "petiscos", para moradores locais e visitantes.
Muitos dos mercados ficam abertos do fim da tarde até as primeiras horas da manhã ou até o Sol nascer, mas ficam particularmente movimentados quando os templos locais terminam seus cultos.
"A maioria dos templos de Taiwan é taoísta e budista", explica Vermillon.
"Os mercados noturnos geralmente têm um templo histórico no mercado ou bem próximo a ele, e os vendedores surgiram em torno dessas áreas de encontro para vender mercadorias e comida. Com o tempo, eles cresceram e se tornaram o que são hoje. As pessoas vão até lá depois do culto para se reunir e comer juntas."
"Nos EUA, os mercados podem parecer turísticos, estranhos ou artificiais, mas sinto que esses mercados foram construídos para servir a um propósito: a comunidade. Os mercados foram construídos de forma autêntica para que as pessoas se reúnam após os templos, mas também é uma experiência legal para os turistas."
Há mais de 30 mercados noturnos na capital, Taipei, incluindo o de Shilin, o maior e mais popular; e o de Raohe, um dos mais antigos de Taipei, que data de 1987.
"Quase todo mercado tem um prato diferente pelo qual é conhecido", afirma Vermillon.
"A omelete de ostra é uma referência no mercado noturno de Shilin. E o mercado noturno de Raohe é conhecido pelo bun (tipo de pãozinho) de Fuzhou: um bun de porco crocante coberto com molho de pimenta do reino e cebola."
Os viajantes mais destemidos também podem querer ficar de olho, ou faro, no "tofu fedido" frito, um prato de tofu fermentado com aroma forte que é "muito comum nos mercados noturnos".
Os mercados movimentados, que também vendem roupas, arte, artesanato e outros souvenirs, podem ficar lotados. Esteja preparado para enfrentar fila nas melhores barracas de pratos especiais.
Leia a íntegra desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel.
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Barraco no avião: veja as possíveis consequências para passageiros que brigam em voos
Agressor pode ser obrigado a desembarcar do voo e ser banido da companhia aérea por um ano, segundo a legislação brasileira. Briga entre passageiros causa tumulto e voo da Gol atrasa uma hora em Salvador A Justiça de São Paulo condenou a Gol a indenizar mãe e filha que sofreram agressões dentro de um avião da companhia aérea em 2023. A decisão, divulgada nesta sexta-feira (7), condena a empresa a pagar R$ 10 mil para cada mulher por danos morais. A confusão começou depois que uma das vítimas viu que a sua poltrona na janela estava sendo ocupada por uma mulher com uma criança com deficiência no colo. Ela pediu para a dupla desocupar o assento, mas passou a ser agredida pela família da criança. Veja no vídeo acima. Esse foi mais um caso recente de conflitos que ocorreram durante voos no país. Em dezembro de 2024, o vídeo de uma mulher sendo filmada em um avião da Gol por não ceder seu lugar a uma criança que estava chorando viralizou nas redes sociais. Outro caso aconteceu em julho de 2022, quando um voo da companhia Delta Air Lines que ia de São Paulo para Nova York teve que fazer um pouso não programado após um passageiro agredir uma comissária e outra pessoa a bordo. Mas quais as possíveis consequências dos barracos dentro de voos? O agressor pode ser obrigado a desembarcar e até ser banido da companhia aérea por um ano. Entenda a seguir. O que diz a legislação brasileira Desde 2022, está em vigor a Lei 14.368, conhecida como a Lei do Voo Simples, que altera o Código Brasileiro de Aeronáutica e busca regulamentar as punições para passageiros indisciplinados. Veja penalidades previstas: o passageiro pode ser proibido de comprar passagens na companhia aérea por 12 meses, caso tenha cometido um ato considerado gravíssimo; quando a ocorrência acontecer antes do embarque, o passageiro pode ser impedido de entrar no avião; o piloto pode decidir desembarcar o passageiro - mesmo que isso signifique pousar o avião em um aeroporto mais próximo - e acionar a Polícia Federal; a companhia aérea e os demais passageiros também podem solicitar indenização em caso de prejuízos gerados por atraso de voo, desvio de rota e pouso não planejado, por exemplo; na esfera criminal, os passageiros que causaram o tumulto podem ser enquadrados no artigo 261, de atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo, mas isso só acontece em casos de terrorismo, como a tomada do avião, explica Nicole Villa, advogada especialista em aviação na Di Ciero Advogados. As decisões de procedimentos durante o voo são tomadas pelo piloto, considerado o responsável pela segurança do voo e autoridade máxima pelo Código Brasileiro de Aeronáutica. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) categoriza a gravidade do comportamento de passageiros indisciplinados da seguinte maneira: Categoria 1: o comportamento afeta a segurança, higiene ou a boa ordem nos processos de check-in e embarque ou gera transtornos menores a bordo do avião, mas que podem ser controlados por um funcionário. Não há intervenção da polícia; Categoria 2: afeta a segurança, higiene ou a boa ordem nos processos de check-in e embarque. Segundo a Abear, a atitude é considerada “desafiante”. Requer apoio do supervisor de aeroporto ou de segurança para conter o passageiro. No avião, ele não acata as instruções. Categoria 3: afeta consideravelmente a segurança, higiene ou a ordem de outros passageiros. O comportamento é agressivo, incluindo agressão física ou ameaças. Veja também: Veja ranking dos passaportes mais poderosos do mundo em 2025 'Tive que viajar de avião ao lado do corpo de uma mulher que morreu no voo', relata casal australiano Veja o ranking dos passaportes mais poderosos do mundo
Companhia aérea asiática ganha o prêmio de melhor do mundo em 2025; veja ranking
A Korean Air foi eleita a Companhia Aérea do Ano de 2025, superando a vencedora do ano passado, a Qatar Airways. Conforto do passageiro foi citado como uma das principais razões para o prêmio. Companhia aérea asiática é eleita a melhor do mundo em 2025
Reprodução/Airline Ratings
A Korean Air foi eleita a Companhia Aérea do Ano de 2025, superando a vencedora do ano passado, a Qatar Airways. O prêmio é do AirlineRatings.com, site de segurança da aviação e classificação de produtos que análise companhias aéreas do mundo.
Um dos principais motivos para empresa de bandeira sul-coreana levar o prêmio para casa foi o "foco excepcional no conforto do passageiro, particularmente na Classe Econômica".
Ao contrário de muitos concorrentes, a Korean Air resistiu à redução do espaço dos assentos, garantindo uma experiência de viagem mais confortável, segundo a premiação.
Outro ponto importante é que a companhia aérea distribuí alguns "mimos" para os passageiros, como chinelos e porções generosas de refeição em voos de longa distância.
A recente fusão da companhia aérea com a Asiana Airlines — a maior consolidação da história da aviação asiática — também é um dos principais fatores que contribuíram para o primeiro lugar no topo.
"Os investimentos significativos em aeronaves modernas e com baixo consumo de combustível demonstraram seu comprometimento com a inovação e a prontidão para o futuro, solidificando sua vitória", afirma o site.
Além de reconhecer as melhores companhias aéreas de serviço completo e de baixo custo, este ano o site adicionou uma nova categoria: Melhores Companhias Aéreas Híbridas.
Segundo a CEO da AirlineRatings, Sharon Petersen, o objetivo é "celebra as companhias aéreas híbridas e seu impacto positivo significativo na indústria de viagens".
Veja as 25 principais companhias aéreas de serviço completo em 2025:
Korean Air
Qatar
Air New Zealand
Cathay Pacific
Singapore Airlines
Emirates
Japan Airlines
Qantas
Etihad
Turkish Airlines
EVA Air
Fiji Airways
Virgin Atlantic
ANA
Aero Mexico
Air Caraibes
Thai Airways
STARLUX Airlines
Vietnam Airlines
Sri Lankan Airlines
Air France
KLM (companhia aérea está testando um modelo híbrido em algumas rotas)
Air Calin
Air Mauritius
Garuda Indonesia
Veja as 20 principais companhias aéreas híbridas para 2025:
Jetblue
Westjet
Virgin Australia
Delta Airlines
United
American Airlines
Lufthansa
Air Canada
LOT Polish Airlines (está sob mudança e em breve poderá ser serviço completo)
TAP Portugal
Alaska Airlines
SWISS
Avianca
Iberia
British Airways
Finnair
Austrian Airlines
Hawaiian
ITA
SAS
Veja as 20 melhores companhias aéreas de baixo custo para 2025:
AirAsia
Jetstar
AirBaltic
HK Express
Easyjet
FlyDubai
Ryanair
Scoot
Breeze
Southwest
SKY Airline
FlyNas
TUI
Norwegian
Indi GO
Air Arabia
Volaris
Jet2
Wizz
Vueling
(Correção: o g1 errou ao publicar a lista das melhores companhias aéreas de baixo custo citando, no lugar delas, as melhores companhias aéreas híbridas, e vice-versa. A informação foi corrigida às 18h do dia 10 de fevereiro.)
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De carro do Acre para o Peru: g1 prepara guia para planejar uma viagem segura
O g1 pegou a estrada e percorreu os mais de 1 mil quilômetros de Rio Branco até Cusco, antiga capital do império Inca, e preparou um guia com os pontos mais importantes. Cruzando a Cordilheira dos Andes de carro é possível parar no acostamento e contemplar
Geisy Negreiros/Rede Amazônica Acre
Natureza exuberante com cachoeiras, rios, lagos, morros, montanhas rochosas, lhamas e toda a imponência da Cordilheira dos Andes. Não à toa, o Peru é um dos destinos mais buscados pelos acreanos para passar férias ou a virada de ano.
Somado a toda beleza e riqueza cultural, o Peru fica aqui do lado, fazendo fronteira com o Brasil na cidade acreana de Assis Brasil.
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Dados repassados ao g1 indicam que o posto de controle da Polícia Federal (PF) na fronteira de Assis Brasil registrou, entre 2024 e o início de 2025, mais de 117,1 mil atendimentos relativos à entrada e saída de turistas.
Desses, 60.615 correspondem à entrada no Brasil e 56.438 à saída. Entre os viajantes, destacam-se 45.184 brasileiros, 34.283 peruanos, 25.761 bolivianos e 5.958 venezuelanos, além de outras nacionalidades.
Para quem pensa em fazer essa viagem pela estrada do Pacífico, ou rodovia Interoceânica, como é conhecida, é importante se planejar para não passar perrengue.
🚗 O g1 pegou a estrada e percorreu os mais de 1 mil quilômetros de Rio Branco até Cusco, antiga capital do império Inca, e preparou um guia com os pontos mais importantes.
Cordilheira dos Andes é uma das paisagens que podem ser vistas em viagem do Acre ao Peru
👮🏽♂️ Imigração e documentação do carro
Antes de mais nada, é preciso passar pelo controle de fronteira dos dois países: informar a saída do Brasil no posto da Polícia Federal em Assis Brasil e a entrada no Peru, no posto de imigração de Iñapari. (Fique atento: a falta de registro migratório no Peru pode resultar em multa altíssima).
Para quem vai de carro, o governo peruano exige a contratação do Seguro Obrigatório contra Acidentes de Trânsito (Soat). Ele pode ser contratado em um ponto de venda ao lado da Superintendência Nacional de Administração Tributária (Sunat), que fica na mesma rua do posto de imigração, na fronteira, e o custo depende do modelo do carro.
📃 Outros documentos necessários
Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV) impresso.
CNH dentro da validade.
Se o proprietário do carro não estiver presente, é preciso uma procuração autenticada em cartório, autorizando outra pessoa a conduzir o veículo.
Para todos:
RG com validade de até dez anos ou passaporte dentro do prazo de validade.
O novo RG (que agora leva o número do CPF) é aceito para entrar no Peru, mas é possível que na imigração solicitem o documento antigo para provar a entrada anterior no país. (Fique esperto!).
Vacinas: não é exigido comprovante de nenhuma vacina para entrar no Peru.
Com sorte, é possível pegar neve na estrada
Geisy Negreiros/ Rede Amazônica
Seguro Viagem
Não é obrigatório, mas pode ser importante para garantir assistência médica em outro país. A maioria cobre despesas médicas, hospitalares, odontológicas, morte acidental, cancelamento de viagem e outros imprevistos. Eles custam em torno de R$ 150 por pessoa.
💰 Casas de câmbio
Na fronteira em Iñapari também é possível fazer a conversão do real para o novo sol peruano ou para o dólar. Há várias casas de câmbio ao longo da rua. O uso do dinheiro físico pode ser necessário em várias situações.
Iñapari, vila peruana e capital da província de Tahuamanu na região de Madre de Dios
Geisy Negreiros/ Rede Amazônica
🌡️ ❄️🚘Do Acre para Cusco
É importante sair cedo de Rio Branco até a cidade de Assis Brasil, pela BR-317. Esse trajeto tem duração de cerca de quatro horas (a estrada do lado brasileiro tem trechos com buracos e mal conservados). De Assis Brasil até Puerto Maldonado, capital do departamento Madre de Dios, são mais quatro horas de viagem. Do lado peruano, a estrada tem ótimas condições e boa sinalização.
Como a viagem até a cidade de Cusco é longa e cansativa, o ideal é fazer o trajeto em dois dias, pernoitando em Porto Maldonado. A viagem de Porto Maldonado até Cusco (469 km) tem duração média de dez horas.
Pico Abra Pirhuayani a 4725 metros de altitude
Geisy Negreiros/ Rede Amazônica
O tempo vai mudando drasticamente na estrada, saindo do forte calor de quase 40ºC para temperaturas de até 4ºC, dependendo da época do ano. Por isso, é importante levar roupas leves, casacos e meias para trocar no carro.
Um dos momentos mais emocionantes da viagem pela estrada é chegar ao Pico Abra Pirhuayani, que fica a 4725 metros de altitude, e é o ponto máximo da Cordilheira dos Andes. Com sorte, é possível pegar neve na pista em janeiro. Os meses mais frios do ano no Peru são julho e agosto.
Deslizamentos são comuns ao longo da estrada
Geisy Negreiros/ Rede Amazônica
🗻Mal de altitude e perigos na estrada
Após a cidade peruana de Mazuco, a paisagem começa a se transformar e a estrada vai ficando íngreme, sinuosa e estreita, com muitas curvas fechadas. Por isso, é fundamental que o carro esteja com a revisão em dia, pneus em boas condições e o condutor descansado.
Na subida, é comum que os viajantes sintam o “mal de altitude”, com náuseas, tontura, dor de cabeça e até falta de ar. Para aliviar os sintomas, é possível encontrar medicamentos para o desconforto em farmácias peruanas e oxigênio, em caso de necessidade. Os mais experientes indicam também beber o chá de coca ou mascar a folha, facilmente encontrada em mercados locais peruanos.
Neblina cobre a estada em direção a Cusco
Geisy Negreiros/Rede Amazônica
Na estrada é preciso ficar atento ainda aos riscos de deslizamento de pedras, o que pode obrigar uma parada inesperada para a limpeza da estrada. Além disso, há a possibilidade de animais, como cães, bois e ovelhas, atravessarem a via.
Próximo à Cordilheira dos Andes, uma densa neblina pode cobrir a estrada, comprometendo a visibilidade e exigindo ainda mais cautela.
Boneco de neve na estrada do Peru
Geisy Negreiros/ Rede Amazônica
🛣️ Pedágios
Há três pedágios ao longo da rodovia. O primeiro entre Iñapari e Porto Maldonado, outro após Porto Maldonado - que cobram em média 8,80 soles cada - e o terceiro após Mazuco, sem cobrança.
📢 Dirigir em Cusco? Melhor não!
Dirigir pelas ruas de Cusco pode ser uma verdadeira aventura. O trânsito é perigoso e caótico, as ruas são estreitas e os condutores peruanos buzinam sem parar. Além disso, quase não há locais para estacionar nas ruas.
Para não passar por esse transtorno, o recomendável é reservar uma hospedagem perto da Plaza de Armas e caminhar pelas belas 'calles' de Cusco ou pegar um carro por aplicativo ou mesmo um táxi. Os valores para pequenas distâncias custam em torno de 7 a 12 soles.
Em Cusco, também não é fácil encontrar hospedagens com estacionamento privativo, mas há garagens onde é possível deixar o carro pagando por hora ou diária.
✈️De Cusco a Lima
É possível seguir de carro de Cusco para a Lima, capital do Peru. Mas também dá para deixar o carro em um estacionamento privativo em Cusco e seguir até Lima de avião. A viagem dura pouco mais de 1h.
Para deixar o carro no aeroporto Internacional de Cusco, a diária custa 25 soles (última atualização feita em 16 de janeiro).
🚌 De ônibus para Cusco/Lima
A empresa Trans Acreana opera a maior rota de ônibus do mundo. A linha percorre 6.200 km saindo do Rio de Janeiro e cruza os estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre, chega a Cusco e segue até Lima.
De Rio Branco o ônibus sai em direção a Cusco aos domingos, a partir das 8h e a passagem custa R$ 600. A empresa também faz o trajeto até Lima pelo mesmo valor.
VÍDEOS: g1
As 10 praias brasileiras mais fotografadas, segundo o Google Maps
Ranking foi elaborado com base no número de fotos incluídas por usuários em praias registradas no site, entre 2010 e 2025. Praia das Laranjeiras, Praia Guarda do Embaú e Praia Martim de Sá.
Reprodução: Wikipédia, RBS TV e Prefeitura de Caraguatatuba.
O Google Maps divulgou a lista das 10 praias mais fotografadas do Brasil.
🔎 O Google Maps é um mapa digital onde as pessoas podem adicionar localizações, fazer comentários e incluir fotos.
O ranking foi feito com base no número de fotos enviadas por usuários em cada praia, entre 2010 e janeiro de 2025, aproximadamente.
Confira a lista abaixo.
1. Praia das Laranjeiras, Balneário Camboriú (SC)
Praia das Laranjeiras, em Balneário Camboriú
Rafa Tecchio/Wikipédia
A Praia das Laranjeiras, em Balneário Camboriú, é uma das mais procuradas e badaladas do litoral norte catarinense. É uma das paradas para aqueles que fazem o passeio de teleférico do Parque Unipraias, que conecta pontos de Balneário. No Google Maps, ela tem mais de 40 mil avaliações, com nota média de 4,7 (de 0 a 5).
2. Praia Guarda do Embaú, Palhoça (SC)
Guarda do Embaú
Gabriela Machado/RBS TV
A praia da Guarda do Embaú fica em Palhoça, a 46 km de Florianópolis. Está localizada ao lado do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, a maior unidade de conservação do estado de Santa Catarina.
Ela também foi considerada "Reserva Mundial de Surfe", ao receber o certificado concedido pelo programa da ONG Save The Waves Coalition. O local também costuma receber visitas de baleias-francas.
3. Praia Martim de Sá, Caraguatatuba (SP)
Praia Martim de Sá, em Caraguatatuba (SP)
Divulgação/Prefeitura de Caraguatatuba
Localizada na cidade de Caraguatatuba, vizinha de Ubatuba, a praia de Martim de Sá é uma das mais conhecidas do Litoral Norte de São Paulo.
O local conta com estrutura de quiosques e atividades como caiaque, banana-boat e stand-up paddle.
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4. Praia do Forte, Cabo Frio (RJ)
Turistas aproveitando o sol na praia do Forte, em Cabo Frio
Mariana Couto/g1
Esta também é uma praia bastante procurada desta cidade da Região dos Lagos. Recentemente, a prefeitura de Cabo Frio estabeleceu regras para reordenar o comércio no local, limitando o número de cadeiras e guarda-sóis de cada barraca.
5. Orla Brigitte Bardot, Armação dos Búzios (RJ)
Estátua de Brigitte Bardot na orla que leva o nome da atriz em Búzios
Sergio Quissak/Prefeitura de Búzios
Este é o ponto turístico mais conhecido da cidade do litoral fluminense. A estátua em homenagem à atriz Brigitte Bardot existe para relembrar como a visita da artista francesa, na década de 60, e impulsiona o turismo local até hoje. Na época, Búzios era uma aldeia de pescadores.
6. Praia Ponta das Canas, Florianópolis (SC)
Praia de Ponta das Canas, em Florianópolis
Silvio Yoshio Sato/VC no G1
Localizada ao norte da Ilha de Santa Catarina, a Praia Ponta das Canas é conhecida por sua atmosfera tranquila e familiar. Suas águas calmas e areia branca e fofa são características marcantes da região.
Conheça as praias de Florianópolis
7. Praia de Coroa Vermelha, Santa Cruz Cabrália (BA)
A Praia de Coroa Vermelha fica em Santa Cruz Cabrália
Divulgação
A Praia de Coroa Vermelha está localizada na cidade de Santa Cruz Cabrália, um dos principais destinos turísticos do sul da Bahia. Além de suas belezas naturais, a praia também oferece atrativos históricos, sendo conhecida como o local onde foi celebrada a primeira missa no Brasil.
8. Praia Barra da Lagoa, Florianópolis (SC)
Barra da Lagoa, Florianópolis
Prefeitura de Florianópolis/ Divulgação
A Barra da Lagoa é um tradicional local com pescadores e moradores. O destaque fica para o canal da Barra, onde também é possível mergulhar. Na praia, o mar não é muito agitado.
O local também tem restaurantes tradicionais de Florianópolis. E, no bairro, tem também o Projeto Tamar, fundação que atua na conservação da vida marinha. No local, é possível ver diversas espécies de tartarugas e aprender sobre o meio ambiente.
9. Pontal do Maragogi, Maragogi (AL)
Piscinas naturais no mar de Maragogi, em Alagoas
Reprodução/TV Gazeta
O Pontal do Maragogi fica na cidade do mesmo nome, que, devido à sua areia branca e águas cristalinas, também é conhecida como Caribe Brasileiro. Por lá, durante a maré baixa, é possível fazer passeios de barco até as piscinas naturais, que surgem em meio aos corais.
Em janeiro, a Justiça Federal de Alagoas determinou a suspensão de visitas e passeios à Lagoa Azul, em Maragogi, após Ministério Público Federal (MPF) apontando ação do risco à biodiversidade, especialmente aos recifes de corais.
10. Praia do Atalaia, Salinópolis (PA)
Praia do Atalaia, em Salinópolis (PA)
Divulgação/Prefeitura de Salinópolis
O local também é "berço" de tartarugas-marinhas. Por isso, a entrada de carros pode ser proibida temporariamente. Uma parte da praia está na Zona de Amortecimento do Monumento Natural Atalaia, uma das 27 Unidades de Conservação do Pará.
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Azul anuncia voos entre Brasil e Argentina durante temporada de inverno
Companhia terá operações ligando Campinas, Belo Horizonte e Porto Alegre com Bariloche, além de voos entre Viracopos e Mendoza durante os meses de junho e agosto. Foto de arquivo de aeronave da Azul
Divulgação/Azul
A Azul anunciou nesta sexta-feira (7) duas novas rotas internacionais, ligando Brasil e Argentina durante a temporada de inverno. Entre junho e agosto de 2025, a companhia terá voos de Campinas (SP), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS) para Bariloche, além de operações entre o Aeroporto Internacional de Viracopos e Mendoza.
A companhia já havia operado voos entre Campinas e Bariloche na última temporada de inverno, e ampliou a rota com mais duas cidades brasileiras. Já a ligação com Mendoza é inédita.
O anúncio ocorre após a empresa informar, em janeiro, que concluiu um acordo com credores para eliminação de R$ 11 bilhões em dívidas e aporte de R$ 3 bilhões. A Azul, que está em processo de fusão com a Gol, comunicou no início de 2025 a suspensão de voos para 12 cidades brasileiras a partir de março.
Aeronave e datas
Os novos voos internacionais serão operados por aeronaves Airbus A320, com capacidade para 168 passageiros.
Entre 17 de junho e 24 de agosto, estão previstos 90 voos entre Campinas e Bariloche (ida e volta), 34 entre Belo Horizonte e 20 entre Porto Alegre. Já a rota Viracopos-Mendoza terá 60 voos.
Veja a programação
Campinas - Bariloche: entre 23 de junho e 24 de agosto (segunda, terça, quinta, sexta e sábado)
Belo Horizonte - Bariloche: entre 25 de junho a 20 de agosto (quarta e domingo)
Porto Alegre - Bariloche: entre 17 de junho a 24 de agosto (quinta-feira)
Campinas - Mendoza: entre 17 de junho e 24 de agosto (terça, sexta e domingo)
“Ano passado nossa operação em Bariloche foi um sucesso e tivemos ocupação acima de 90%. Neste ano, voltamos com mais voos, incluindo agora outras rotas como Belo Horizonte e Porto Alegre. Além disso, iremos operar pela primeira vez para Mendoza, outro destino bastante procurado por brasileiros neste período e que acreditamos que será uma ótima oportunidade”, afirmou Vitor Silva, gerente geral de Malha, Planejamento Estratégico e Alianças da Azul.
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Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.
O país africano com praias espetaculares que quer atrair turistas após ser devastado pela guerra
Além do seu famoso litoral no oeste do país, esta nação que tem o tamanho da Escócia – ou a metade do Estado do Amapá – se orgulha da sua surpreendente diversidade de cenários. No sudeste do país, a floresta tropical de Gola e o Santuário da Vida Selvagem da Ilha Tiwai abrigam chimpanzés, raros macacos-de-diana, antílopes bongos e mais de 320 espécies de aves. Uma nova geração de serra-leonenses está ávida para mostrar aos visitantes que a guerra civil acabou
Getty Images
Sentado à sombra de uma palmeira na praia de Tokeh (um dos muitos cartões-postais de Serra Leoa, com suas areias brancas), Peter Momoh Bassie me conta sua história.
"Não tenho vergonha de dizer que fiz parte dos rebeldes porque fui capturado à força", explica ele, olhando para a água verde-esmeralda. "Nunca matei ninguém."
Histórias como a de Bassie são frequentes em Serra Leoa, uma pequena nação do oeste africano entre a Guiné e a Libéria, com mais de 300 km de litoral.
A guerra civil do país durou 11 anos e terminou em 2002. Ela matou mais de 50 mil pessoas e deslocou outros 2,6 milhões.
Bassie foi capturado pelos rebeldes quando tinha apenas 11 anos de idade e mantido em cativeiro por seis anos. Ele conseguiu escapar três vezes – e foi recapturado em todas elas.
Atualmente, Bassie trabalha como guia turístico para a Tourism is Life, uma das muitas companhias de viagem do país. São empresas criadas para mostrar ao mundo que Serra Leoa, agora, é uma nação segura e apresentar aos visitantes suas florestas tropicais, praias e ricas experiências culturais.
A guerra pode ter acabado mais de duas décadas atrás, mas seu legado – aliado a um surto do vírus Ebola, em 2014 – fez com que Serra Leoa permanecesse um destino turístico esquecido, que atrai apenas uma pequena parcela dos visitantes que se aventuram pelos países vizinhos, como Gana e o Senegal.
Mesmo com suas praias de fama mundial, Serra Leoa atrai relativamente poucos turistas
Yulia Denisyuk
No auge do turismo antes da guerra, nos anos 1980, os visitantes se encantavam com as praias de Serra Leoa, como Bureh, outro paraíso de areias brancas ao sul da sua eletrizante capital, Freetown.
Mas, além do seu famoso litoral no oeste do país, esta nação que tem o tamanho da Escócia – ou a metade do Estado do Amapá – se orgulha da sua surpreendente diversidade de cenários.
No sudeste do país, a floresta tropical de Gola e o Santuário da Vida Selvagem da Ilha Tiwai abrigam chimpanzés, raros macacos-de-diana, antílopes bongos e mais de 320 espécies de aves.
Já o Parque Nacional Outamba-Kilimi, no norte, é uma savana arbórea e santuário de hipopótamos, elefantes e macacos-colobos. E os planaltos do leste levam até o monte Bintumani, um dos picos mais altos do oeste africano.
Chamado de "indústria esquecida" por alguns moradores locais, o turismo está novamente se tornando prioridade para Serra Leoa.
Está em andamento um projeto de desenvolvimento do Banco Mundial, que irá durar vários anos. O objetivo é treinar profissionais do turismo, construir infraestrutura e desenvolver locais de ecoturismo em regiões como o sudeste do país, onde vive o evasivo e ameaçado hipopótamo-pigmeu.
Agora, uma nova geração de serra-leonenses deseja levar aos visitantes estrangeiros uma ideia diferente do que é o seu país.
Bafa é um resort ecológico localizado nas ilhas Banana
Yulia Denisyuk
Novo começo
"Quando era criança, eu pulava na praia de Tokeh e na ilha Maroun, bebia água de coco, pegava lagostas e cozinhava para o almoço", conta Wissam Stanger Sfeile, treinador de mergulho livre que concorreu por Serra Leoa em campeonatos mundiais da modalidade.
Em 2016, ele se tornou um dos fundadores do resort ecológico Bafa, no extremo norte das ilhas Banana, um arquipélago formado por três ilhas exuberantes ao sul de Freetown.
Em Bafa, redes balançam com a brisa e tendas de acampamento glamourosas se espalham por toda a costa, com lagostas frescas chiando sobre a grelha.
Ao lado da sua esposa Emily, Sfeile quis recriar sua experiência quando criança. O resort ecológico aluga terras da comunidade pesqueira próxima de Dublin. Sfeile compra os peixes e outros produtos de Dublin e emprega jovens da própria comunidade.
"Eu quis que outras pessoas vivenciassem a nossa natureza, em um espaço onde os hóspedes pudessem apreciar a beleza das árvores, flores e praias", ele conta.
Além dos seus atrativos naturais, as ilhas do país foram o palco de um dos eventos mais trágicos da história humana. No auge do comércio transatlântico de pessoas escravizadas, nos séculos 17 e 18, elas foram um dos principais pontos de partida do oeste africano em direção ao Novo Mundo.
Segundo a iniciativa digital Slave Voyages, cerca de 400 mil pessoas foram embarcadas pelos portos comerciais britânicos em Serra Leoa, entre 1501 e 1866.
A ilha Bunce foi o local mais ativo da região. Ela fica a meio caminho entre o Senegal e a Libéria, na região conhecida na época como Costa do Arroz.
Dali, comerciantes britânicos vendiam as pessoas escravizadas com conhecimento específico – a técnica de cultivo do arroz – para donos de plantações nas regiões americanas da Carolina do Sul e da Geórgia.
Estima-se que 30 mil pessoas tenham atravessado a "porta de não retorno" naquela ilha calma com um forte agora em ruínas, exiladas pelos escravizadores coloniais, para o cultivo de arroz nas colônias das Índias Ocidentais e da América do Norte.
As ilhas Banana serviram, no passado, de subestação para Bunce. Este histórico é visível até hoje.
A comunidade de Dublin traça suas origens aos descendentes de africanos emancipados, que começaram a voltar para Serra Leoa após a abolição da escravatura pelo Reino Unido, em 1807.
Canhões enferrujados e um túmulo em massa perto do resort de Bafa preservam a memória daqueles que tentaram resistir ao seu destino.
Freetown fica de frente ao mar, na península de Serra Leoa
Yulia Denisyuk
Capital criativa
A capital e maior cidade do país, Freetown, também tem suas origens na resistência das pessoas.
Localizada aos pés das verdejantes montanhas da Península, a superlotada cidade portuária foi fundada no final do século 18 por ex-escravizados da Inglaterra, América do Norte, das Antilhas e de outras partes do mundo.
Seus descendentes ficaram conhecidos como os Krios, um grupo étnico cujo idioma (o krio) ainda é a língua de contato em Serra Leoa hoje em dia.
Em um terraço aconchegante com luzes penduradas por cordas ao sul de Freetown, a chef Susan Senesie, criada em Londres, serve as refeições que ela comia quando criança, como sopa de pimenta-bode superpicante ou torta de tamarindo.
Seu restaurante Treat Food fica em Funkia, onde há um grande mercado de peixe. Ela cria versões dos pratos locais para a alta-cozinha.
"Quando eu visitava [minha família em] Serra Leoa nas férias, era difícil jantar fora porque não havia um restaurante local autêntico por aqui", ela conta. "Era desalentador."
No início, as pessoas questionavam sua decisão de colocar folhas de mandioca nos canapés, já que elas são tradicionalmente servidas com uma montanha de arroz. Mas o conceito decolou.
Hoje, Senesie oferece aulas de cozinha. Seu restaurante treina e contrata pessoas com deficiências causadas pela guerra.
A artista Hawa Bangura é outra cidadã repatriada que voltou com a esperança de ajudar na recuperação do país. Seus quadros mostram histórias de mulheres africanas e abordam temas como identidade, patrimônio e recuperação cultural.
"O ritmo mais lento de Serra Leoa me deu tempo para conhecer as ideias e narrativas da história africana, que nunca foram ensinadas nas escolas que frequentei no Ocidente", explica ela.
Peter Momoh Bassie é um dos muitos serra-leonenses que acreditam no turismo para o desenvolvimento do país
Yulia Denisyuk
Bangura trabalhou como advogada em Nova York, nos Estados Unidos, até voltar para Serra Leoa em 2007. Em Freetown, ela fundou o coletivo de artistas The Barray, que promove a arte visual contemporânea do país.
"A guerra civil devastou o setor criativo", conta Bangura. "Mas somos pessoas resilientes. Nossa comunidade criativa, incluindo arte, música, moda, cinema e teatro, está começando a esquentar."
O entusiasmo era evidente no salão habitual de Mary-Ann Kaikai no oeste de Freetown, onde 12 mulheres se reuniram em uma noite, sob as mangueiras do local. Kaikai é a força criativa responsável pela marca de moda serra-leonense Madam Wokie, presente em Nova York, Joanesburgo (África do Sul) e em outras cidades internacionais.
Ela compartilha o mesmo sentimento de Bangura. Para ela, apesar de todo o sofrimento vivido pelo povo de Serra Leoa (como perder membros na guerra ou contrair Ebola), as pessoas não são amargas.
"Temos este espírito combativo, que nos faz dizer Tel God Tenki ['digo obrigado a Deus', em idioma krio] e seguir adiante", declarou ela.
Kaikai desenha roupas e acessórios vibrantes para sua comunidade e para o exterior. Atores como Eva Mendes e Idris Elba – cidadão honorário de Serra Leoa – são alguns dos clientes da marca.
Em parceria com o Banco Mundial e o Ministério do Turismo do país, Kaikai recentemente treinou mulheres locais para se tornarem artesãs e empreendedoras do turismo no futuro. Ela oferece conhecimentos como a técnica tradicional de tingimento de tecidos gara tie-dye, baseada em plantas.
A designer é otimista sobre o futuro. Para ela, "apesar de tudo, sempre há esta sensação de esperança".
Legado de resistência
As impressionantes montanhas Wara Wara dominam o cenário na cidade de Kabala, no remoto distrito de Koinadugu. Enquanto caminhamos até o topo de um morro próximo, passamos por crianças locais vendendo castanhas-de-caju na estrada.
Peter Momoh Bassie conta que a histórica resistência à escravidão floresceu naquele local, graças às muitas cavernas e formações rochosas que serviam de esconderijo para as pessoas.
Existem poucos registros escritos, mas um deles indica a fortaleza rochosa natural de Old Yagala, a pouca distância da cidade. Conta-se que, ali, centenas de pessoas uniram forças para resistir à escravidão.
Depois da proibição do comércio de pessoas escravizadas, o Império Britânico transformou Serra Leoa em uma colônia da coroa. E, pouco tempo depois, um morador local chamado Bai Bureh liderou outra rebelião contra as forças britânicas.
Contar histórias como estas é a base do trabalho de Bimbola Carrol. Depois de observar a cobertura basicamente negativa do seu país, ele fundou a VSL Travel, 20 anos atrás.
"Percebi que, se quiséssemos nos levantar novamente, precisávamos mostrar às pessoas outro lado de Serra Leoa", ele conta.
Hoje, Carrol promove viagens para a pequena aldeia de Rogbonko, na Província do Norte. Nela, os visitantes podem se hospedar em cabanas com teto de palha junto à comunidade local.
Carrol também oferece visitas à Península Ocidental, perto de Freetown, para observar o picatartes-da-guiné, uma das aves mais raras e peculiares da África.
"Todos os que visitam Serra Leoa se apaixonam pelo nosso país", conta Carrol.
"Estamos ficando para trás em relação a outros países, mas o mundo está começando a perceber. Para mim, isso é motivo de otimismo sobre o futuro." E, de fato, existem sinais de mudanças.
Em 2023, foi inaugurado um novo aeroporto alimentado a energia solar, perto de Freetown. Um novo programa de vistos na chegada, criado em 2019, facilitou o planejamento das viagens pelos turistas. E a nova companhia aérea do país, Air Sierra Leone, anunciou planos de lançamento de voos diretos entre Freetown e o aeroporto de Gatwick, em Londres, em futuro próximo.
De volta a Freetown, Bassie sonha em abrir sua própria escola de turismo algum dia. Sua esperança é trazer mais visitantes para Serra Leoa nos próximos anos.
"O turismo reúne a todos", conclui ele.
*Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel.
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Professores terão direito a 15% de desconto em hotéis pelo Brasil, anuncia governo
Benefício oferecido a professores da educação básica de todo o país é fruto de uma parceria do Ministério da Educação e do Ministério do Turismo em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis. Quarto decorado
ibis Styles/Divulgação
Professores da educação básica de todo o país terão direito a um desconto de 15% em reservas em hotéis da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH). O anúncio foi feito nesta segunda-feira (3).
A iniciativa do Ministério da Educação e do Ministério do Turismo em parceria com a ABIH foi formalizada em uma cerimônia na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Os descontos estarão disponíveis entre 1º de março de 2025 e 31 de março de 2026. As reservas deverão ser feitas até 31 de dezembro de 2025.
O desconto será válido para reservas em qualquer período do ano, desde que feitas diretamente um dos cerca de 41 mil hotéis associados.
Em períodos de alta temporada, os descontos serão realizados em cima dos valores cobrados naquela ocasião. Os estabelecimentos estão sujeitos à disponibilidade de hospedagem.
A iniciativa faz parte de um eixo de valorização dos docentes do programa Mais Professores para o Brasil, conforme anunciado pelo MEC em janeiro.
Além do benefício em parceria com a IBIH, o MEC também vai viabilizar:
benefícios específicos por meio de parceria do MEC com bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa);
distribuição de 100 mil notebooks por ano para professores premiados.
Uso do celular causa impacto na educação de crianças e adolescentes nas escolas
VÍDEOS
Tremores de terra em Santorini, na Grécia, levam moradores e turistas a deixar a ilha
Mais de 200 tremores foram registrados na ilha desde este domingo (2). Algumas pessoas passaram a noite ao relento, em veículos ou em recintos seguros fornecidos pelas autoridades municipais. Pessoas esperam para embarcar em balsa
REUTERS/Nikos Christofakis
Mais de 200 tremores de terra já foram registrados na ilha de Santorini, na Grécia, desde este domingo (2) e levaram muitos moradores e turistas a resolver deixar o local.
O mais forte dos tremores atingiu a magnitude 4,9 nesta segunda-feira (3), com epicentro entre Santorini e a ilha de Anafi, de acordo com o Instituto Geodinâmico do Observatório Nacional de Atenas.
Minutos após o terremoto, os moradores da ilha receberam uma mensagem de alerta do Ministério da Proteção Civil grego, alertando sobre o "risco de deslizamentos de terra" em alguns povoados.
Todas as escolas estão fechadas nesta segunda-feira e voos dicionais foram programados para ajudar as pessoas a deixar a ilha.
Entre os que resolveram permanecer na ilha, muitos decidiram ficar fora de casa. Com medo, passaram a noite ao relento, em veículos ou em recintos seguros fornecidos pelas autoridades municipais.
"Tudo tremia. Tremia a cada três ou quatro horas ontem. Nunca tinha passado por isso antes", disse Kostas Sakavaras, um guia turístico que vive na ilha há 17 anos, à agência de notícias AFP.
Tendas montadas pelas autoridades em Santorini
REUTERS/Nikos Christofakis
Segundo especialistas, a atividade sísmica também afetou outras ilhas próximas, como Anafi, Ios e Amorgos.
As autoridades ressaltam que a atividade sísmica observada nos últimos dias não é resultado de atividade vulcânica, mas sim de movimentos tectônicos, e deve permanecer ainda por um tempo.
"Estimamos que continuará por alguns dias e pode haver uma longa sequência sísmica", disse Efthymios Lekkas, professor de geologia tectônica e gestão de desastres, à televisão grega.
Em Bruxelas, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, pediu "aos habitantes da ilha que mantenham a calma". Neste domingo, ele decidiu deixar Santorini com sua família "por razões de segurança".
Santorini é uma das ilhas mais visitadas da Grécia. Tem uma população de apenas 15.500 habitantes, mas recebeu 3,4 milhões de turistas em 2023.
A Grécia fica sobre diversas falhas geológicas e é frequentemente abalada por terremotos.
Fila para comprar passagens de balsa para deixar Santorini
REUTERS/Nikos Christofakis
Melhores destinos culturais para 2025, segundo viajantes; veja o único brasileiro da lista
Ranking com 25 locais foi revelado pelo Tripadvisor com base em avaliações dos viajantes ao longo de um ano. Você sabe quais são os melhores destinos culturais pra se turistar?
O Rio de Janeiro é o único brasileiro no ranking dos melhores destinos culturais do mundo para 2025, divulgado pela plataforma de viagens Tripadvisor.
A cidade maravilhosa ficou na 22ª posição entre os 25 locais listados com base em avaliações deixadas por viajantes no site ao longo de um ano (de 1º de outubro de 2023 a 30 de setembro de 2024).
A primeira posição ficou com a ilha paradisíaca de Bali, na Indonésia, seguida por Hanói, a capital do Vietnã, e Londres, a cosmopolita capital inglesa, que ocupou o terceiro lugar.
Confira os 10 melhores destinos culturais de 2025 (veja a lista completa ao final da reportagem).
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1. Bali, Indonésia
Bali
Unsplash/Sebastian Pena Lambarri
Bali, na Indonésia, é um destino dos sonhos para muitos viajantes. Além de praias paradisíacas e visuais de tirar o fôlego, quem visita o local entra em contato com as suas ricas tradições culturais através de seus templos, esculturas e celebrações ligados à religião hinduísta.
2. Hanói, Vietnã
Hanói, Vietnã
Visualhunt/Rod Waddington
Hanói, a capital do Vietnã, é perfeita para quem quer mergulhar na cultura e história do país. Seu centro histórico encantador, seus templos e parques, além da deliciosa comida local, fazem da cidade um destino único.
3. Londres, Reino Unido
Ponte de Londres, na Inglaterra
Unsplash/Charles Postiaux
Londres é um dos principais centros culturais do mundo, onde a história se mistura à agitação. Com museus renomados, restaurantes premiados e palácios centenários, a cidade garante uma experiência vibrante para todos os gostos.
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4. Marrakech, Marrocos
Marrakesh, Marrocos
Pexels/Zak Chapman
Marrakech, conhecida como a cidade vermelha pelas suas construções, é uma das maiores do Marrocos e oferece uma rica diversidade de experiências culturais aos viajantes. Lá, é possível visitar muralhas, palácios, mesquitas e feiras, famosas pelo artesanato e pelos tecidos locais.
5. Roma, Itália
Vista interna do Coliseu, em Roma. Foto de novembro de 2019
Rafael Miotto/g1
Antiga sede do Império Romano, Roma é um destino obrigatório para os apaixonados por história e cultura. Conhecida como a "cidade eterna", Roma guarda em cada esquina vestígios de uma das civilizações que mais influenciou o mundo moderno.
6. Cusco, Peru
Cusco, Peru
Visualhunt/KimonBerlin
Cusco, antiga capital do Império Inca, é um verdadeiro centro de cultura e tradição. Na cidade, é possível explorar igrejas e palácios barrocos, construídos sobre ruínas pré-colombianas, além de aproveitar a vibrante cena gastronômica e artística local.
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7. Katmandu, Nepal
Katmandu, Nepal
Pexels/Sagar Mali
Capital do Nepal, Katmandu é uma cidade histórica rodeada pela imponente cordilheira do Himalaia. Ela oferece aos viajantes uma variedade de atrações, como palácios, santuários centenários e muito mais.
8. Nova Délhi, Índia
Forte Vermelho em Nova Délhi
A.Savin/Wikimedia Commons
Nova Délhi, a capital da Índia, é um lugar onde tradição e modernidade se encontram. A cidade mescla templos, palácios e ruínas de civilizações antigas com grandes polos urbanos.
9. Creta, Grécia
Creta, Grécia
Visualhunt/El Mostrito
Creta, famosa na mitologia grega como o local de nascimento de Zeus, o Rei do Olimpo, é uma ilha rica em história e cultura. Além de praias de tirar o fôlego, Creta concentra ruínas, fortalezas e mosteiros, que contam a sua história.
10. Siem Reap, Camboja
Siem Reap, Camboja
Foto de K C Siu
Siem Reap, localizada no norte do Camboja, é a capital da província de mesmo nome. Conhecida como o 'Grande Portão para Angkor', ela é a principal porta de entrada para o parque arqueológico, que fica a apenas 7 km da cidade.
Angkor, considerado um dos mais importantes sítios do Sudeste Asiático pela Unesco, foi o centro do Império Khmer, que se estendeu por grande parte da região entre os séculos IX e XIV.
Confira a única brasileira da lista:
22. Rio de Janeiro, Brasil
Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro
Reprodução/ TV Globo
Não é por acaso que o Rio de Janeiro representa o Brasil na lista dos melhores destinos culturais do mundo.
Além de suas praias e natureza exuberante, a Cidade Maravilhosa é berço de estilos musicais, como a bossa nova e o samba, além de ser um importante polo audiovisual do país.
O Rio também abriga uma das festas populares mais emblemáticas do Brasil: o Carnaval.
Lista completa dos melhores destinos culturais de 2025:
Bali, Indonésia
Hanói, Vietnã
Londres, Reino Unido
Marrakech, Marrocos
Roma, Itália
Cusco, Peru
Katmandu, Nepal
Nova Déli, Índia
Creta, Grécia
Siem Reap, Camboja
Barcelona, Espanha
Paris, França
Bangkok, Tailândia
Lisboa, Portugal
Cairo, Egito
Nova York, EUA
Istambul, Turquia
Praga, República Checa
República Dominicana
Cracóvia, Polônia
Amsterdã, Holanda
Rio de Janeiro, Brasil
Porto Rico
Jamaica
Cuba
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O que é o turismo do sono, nova tendência de viagens de luxo
As noites longas e frias da Suécia podem desencorajar você de ir para lá no inverno, a menos que você esteja em busca daquele luxo ilusório do século 21: uma boa noite de sono. A proximidade da natureza é uma das bases do turismo do sono na Suécia.
Getty Images/Via BBC
A balsa atravessa as águas geladas do mar Báltico, em direção ao arquipélago no leste da Suécia. Lugares como Skarpö, Hjälmö e Gällnö têm seus nomes pintados em cabanas vermelhas, em frente às suas plataformas de desembarque.
O sufixo "ö" significa "ilha", em sueco – uma representação pictórica de uma massa de terra rodeada pelo mar, com duas pessoas minúsculas esperando para atracar.
Sou a única pessoa a desembarcar em Svartsö, uma das poucas ilhas do arquipélago onde existem acomodações que permanecem abertas no inverno.
Sigo ao longo de uma trilha nevada até o Skärgårdshotell. Ao chegar, sou levada para uma cabine às margens da floresta, em frente às águas escuras do lago Svartsöfladen. Parece que cheguei ao local mais distante possível de tudo.
Meu quarto é de uma simplicidade sueca minimalista. Ele tem uma cama, uma cadeira e uma mesa de cabeceira.
Não há televisão, nem outras distrações que me afastem da tranquilidade intocada do ambiente à minha volta. Na verdade, estou aqui, basicamente, para dormir.
Em uma era em que a conectividade é implacável, o sono se tornou o maior dos luxos. Por isso, surgiu uma nova tendência de viagem: o turismo do sono.
Viajantes privados de sono escolhem seus hotéis com base no menu de travesseiros ou visitam retiros afastados para dormir, com atividades especificamente criadas para induzir ao sono.
Mas a Suécia aborda o turismo do sono de forma diferente, mais natural. Ela faz uso das suas paisagens e da forma de vida mais tradicional do país.
Frequentemente lembrada pelas suas cidades agitadas e conectadas, como Gotemburgo e a capital Estocolmo, a Suécia adota no inverno seu lado sonolento e convida os visitantes a fazerem o mesmo.
"A natureza farta e acessível e as grandes áreas selvagens repletas de paz, combinadas com as noites escuras, baixas temperaturas e a importância cultural do relaxamento, fazem da Suécia um local ideal para o turismo do sono", explica o pesquisador do sono Christian Benedict, da Universidade de Uppsala, na Suécia.
"Estudos demonstraram que a tecnologia e a sua influência sobre as nossas vidas causam efeitos significativos sobre o nosso sono e passar mais tempo junto à natureza está relacionado à melhoria da nossa saúde mental e menos noites sem dormir."
Quando decidi fazer minha própria experiência, escolhi o arquipélago de Estocolmo – um paraíso para os amantes da natureza com mais de 30 mil ilhas, muitas delas desabitadas. Svartsö é uma das ilhas maiores, mas ela possui apenas cerca de 65 moradores permanentes.
Localizada a duas horas de balsa da capital, Svartsö é um refúgio popular no verão. A ilha atrai visitantes de fins de semana e feriados com suas casas de veraneio, diversos restaurantes e muita natureza para andar, nadar, pedalar e andar de caiaque.
Nos meses de inverno, o Skärgårdshotell é a única acomodação que permanece aberta. Suas aconchegantes cabines na floresta, no silêncio da sua área própria de bosque longe do edifício principal, oferecem o tipo de paz e tranquilidade que procuro, sem me deixar totalmente sozinha no ambiente selvagem.
Moro na cidade e minha mente não descansa. Acordo várias vezes por noite e me levanto cedo, já sentindo a necessidade de enfrentar a longa lista de coisas a fazer que me mantiveram acordada.
Aqui, no inverno da ilha, tenho pouco a fazer, a não ser caminhar, ler e observar o ritmo do dia, o que é impossível quando estou rodeada pelas luzes brilhantes da cidade.
Svartsö, em sueco, significa "ilha preta". O nome se refere ao seu leito rochoso de granito escuro, mas, no inverno, poderia se referir simplesmente ao céu escuro da ilha, totalmente livre do brilho da cidade.
A escuridão é considerada, há muito tempo, uma metáfora para o medo e a depressão. Mas ela é bem-vinda na região nórdica.
Mais ao norte, no Círculo Polar Ártico, a noite polar cobre a terra de escuridão por meses. Em vez de ficarem em casa, os habitantes locais penduram lanternas no corpo e saem para explorar as trilhas cobertas pela neve.
As longas horas de escuridão e baixas temperaturas fazem do inverno sueco um ambiente perfeito para o turismo do sono
Getty Images
E eu faço o mesmo. Saio para visitar os campos de criação de ovelhas, porcos e cabras ao entardecer.
Sigo pelos limites da floresta e me aventuro até a orla, observando o sol se pondo na água e ouvindo o barulho do pica-pau na árvore, até que ele para, quase como se um interruptor o tivesse desligado.
A floresta à minha volta fica em silêncio, enquanto o planeta Terra se acomoda para uma boa noite de sono, sob um grosso cobertor de neve.
Encontro a sauna do hotel discretamente instalada entre as árvores e termino o dia no clássico estilo escandinavo. Meu suor retira do corpo todas as preocupações que poderiam me deixar acordada e dou um mergulho no mar revigorante.
Após um jantar simples com stångkorv (linguiça sueca e couve-kale), eu me sento em frente à fogueira e começo a conversar com um grupo que veio remando de caiaque, desde Estocolmo.
"Tradicionalmente, nos meses mais escuros, o fogo era importante para oferecer luz e calor, mas também fazia parte do ritual noturno", conta Marie, uma das visitantes.
"Depois do jantar, as pessoas se aconchegavam em volta da fogueira, para que o cintilar das chamas levasse embora toda a tensão do dia de trabalho."
Para mim, funcionou. Na verdade, achei aquilo tão hipnótico que, às oito da noite, já estava pronta para me retirar para minha cabine.
Ali, eu submergi em um edredom e um aconchegante cobertor de lã – e dormi, pela primeira vez na vida, por 10 horas seguidas. Acordei renovada, observando pela janela um pedaço da Lua acima das árvores.
Passar tempo junto à natureza melhora a saúde mental e a qualidade do sono
Getty Images/Via BBC
Problema antigo
É fácil imaginar que a falta de sono seja um problema do século 21. Mas a lenda sueca de Mara mostra que esta questão é tão antiga quanto a própria floresta.
Mara é um estranho ser mítico que, segundo a lenda, tortura as pessoas durante o sono, causando medo, forte ansiedade e opressão no peito. Seu nome deu origem à palavra inglesa para "pesadelo" – nightmare.
Nos tempos atuais, as distrações tecnológicas substituíram as criaturas míticas e cada vez mais pessoas enfrentam dificuldade para pegar no sono.
O sono passou a ser um luxo quase inatingível no século 21 e as pessoas estão priorizando o repouso durante suas viagens
Getty Images
"A sociedade sueca é uma das mais digitalizadas da Europa e foi uma das primeiras a adotar a digitalização", explica a chefe comercial do grupo sueco Scandic Hotels, Thérèse Cedercreutz. "Nosso interesse pelo sono, especialmente pela falta dele, pode se dever a isso e ao aumento da consciência sobre o seu impacto sobre a nossa saúde, que passamos a combater com uma série de medidas."
"Temos salas de blackout, playlists com músicas que induzem o sono e áreas de bem-estar, onde são proibidos os telefones celulares. Se nossos clientes não dormirem, nossos negócios e a saúde deles ficarão prejudicados."
Em todo o mundo, outros hotéis urbanos e remotos estão levando esta iniciativa adiante.
O Hotel Cadogan, em Londres, tem seu próprio serviço de Concierge do Sono. Ele foi desenvolvido em associação com a hipnoterapeuta e especialista em sono Malminder Gill, que mantém um programa de meditação guiada do sono.
O Hotel Mandarin Oriental de Genebra, na Suíça, oferece um pacote de três dias, em conjunto com uma clínica do sono particular. Ele inclui o estudo dos padrões de sono dos hóspedes e a criação de programas de sono individuais.
Na Tailândia, em meio à floresta tropical da Costa Real, o naturopata residente do resort Chiva-Som Hua Hin irá orientar você sobre tudo o que pode afetar o ritmo circadiano, desde a alimentação até os hormônios. E o Resort do Bem-Estar Carillon, de Miami, nos Estados Unidos, usa tecnologias eletromagnéticas e infravermelho para induzir seus hóspedes ao sono.
"Nossos clientes nos procuram dizendo que se sentem totalmente esgotados e isso, muitas vezes, parece se dever à falta de sono", conta Stella Photi, fundadora da empresa de férias Wellbeing Escapes.
"Tentamos incorporar elementos das culturas locais aos nossos programas de sono", ela conta.
"Em países budistas, como a Tailândia ou o Sri Lanka, oferecemos meditação e mindfulness [atenção plena]. Na Índia, tratamentos ayurvédicos usam ervas cultivadas localmente. E, na Itália, caminhadas guiadas por vinhedos fazem parte de um programa de atividades promotoras do sono."
A sauna oferece uma experiência clássica e essencial no inverno sueco
Getty Images
Mas, na Suécia, a experiência vivida na natureza forma a base do turismo do sono.
"O lema da natureza é 'simplifique'", explica Jennie Walker, fundadora da empresa de guias da natureza Walkers Naturturer, no arquipélago da Costa Oeste da Suécia.
"No inverno, sobre os afloramentos estéreis característicos do arquipélago de Gotemburgo, existe pouca vegetação e as bétulas e pinheiros se voltam contra os fortes ventos do oeste", explica ela. "Uma caminhada sobre os campos rochosos em um dia de inverno, talvez encontrando uma foca tomando banho de sol sobre um rochedo, é a preparação perfeita para uma boa noite de sono."
Os retiros de sono tradicionais costumam se concentrar no relaxamento antes da hora de dormir. Mas, na Suécia, o foco começa ao amanhecer. É possível realizar ao longo do dia atividades que induzam ao sono, como caminhadas, passeios de caiaque e banhos de floresta.
Por isso, depois da minha extensa noite de sono, primeiro tomei meu café da manhã com muesli, iogurte, geleia de mirtilo e rolinhos de canela para me reabastecer. Depois, saí para caminhar no trecho de Svartsö da Trilha do Arquipélago de Estocolmo – um caminho único com 270 km de extensão, que atravessa 20 ilhas, desde Arholma, no norte, até Landsort, no sul.
Em Svartsö, a trilha de 18 km me leva em torno da ilha. Passo por um grande lago de água doce e atravesso uma floresta de pinheiros coberta por um tapete de neve. Nela, observo o curioso esquilo-vermelho, acompanho os rastros de cervos e paro em frente a uma árvore derrubada por um castor.
O dia inteiro é um longo banho de floresta. E, quando retorno para minha cabine, não preciso me preocupar com quase nada, além de jantar, sentar perto da fogueira e dormir bem – sov gott, como eles dizem na terra do sono.
E assim fiz. Parece que, para mim, o exercício suave no calmo ambiente com poucas distrações, levando minha experiência na natureza para a cama, fornece o perfeito reajuste do ritmo circadiano.
"Os retiros do sono não se restringem a ajudar as pessoas a dormir durante os feriados", explica Photi.
"O objetivo é oferecer uma abordagem pessoal, holística e relaxante, que irá preparar você para novos hábitos de sono e vigília, gerando mudanças duradouras."
Hoje, vou dormir pensando nesta ideia.
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ETA: Reino Unido alerta brasileiros sobre golpe envolvendo nova autorização de viagem e dá dicas para identificar fraude
Documento só pode ser obtido pelos canais oficiais do Reino Unido, segundo embaixada; ETA é obrigatória para brasileiros que visitam o país desde 8 de janeiro. Bandeira do Reino Unido
Pexels/Erik Mclean
A embaixada do Reino Unido no Brasil emitiu um alerta direcionado aos viajantes brasileiros sobre golpes envolvendo a solicitação da autorização de viagem eletrônica (ETA, na sigla em inglês), nesta quinta-feira (30).
Segundo o órgão, a autorização, obrigatória para os brasileiros que visitam o país desde 8 de janeiro, só pode ser solicitada pelos canais oficiais do governo britânico: pelo aplicativo “UK ETA” para iPhone ou Android e pelo site oficial (veja o passo a passo ao final da reportagem).
"Estamos cientes de que golpistas podem alegar oferecer esse serviço, mas alertamos que essas solicitações não são reconhecidas pelo governo britânico e são fraudulentas", disse a embaixada.
🚨Uma forma para identificar se o site realmente é do governo do Reino Unido, é verificar o seu domínio. Sempre que for um link do Reino Unido, ele deve terminar em “.uk", nunca e ”.com”, segundo o órgão.
Além disso, o valor cobrado pela autorização de viagem é de 10 libras (aproximadamente R$ 73, na cotação do dia 30 de janeiro) e qualquer valor diferente deste deve ser considero suspeito, segundo a embaixada.
Apesar do valor atual para tirar a ETA ser de 10 libras, o governo britânico anunciou, na última semana, que está pensando em aumentar para 16 libras (cerca de R$ 116 em 30 de janeiro). Mas a decisão ainda depende de aprovação no congresso inglês.
Para que serve a ETA?
A ETA permitirá que os viajantes permaneçam no Reino Unido por até seis meses para os seguintes propósitos, segundo o governo do país:
passeio, visita a familiares ou amigos, negócios ou curso acadêmico de curta duração;
trabalho no setor criativo por até três meses sob a concessão de visto de trabalhador criativo;
visita ao país para um trabalho remunerado permitido (pré-agendado e pré-aprovado);
para fazer escala, somente se você precisar passar pelo controle de fronteira do Reino Unido (inicialmente, a autorização era necessário para todas as conexões no país, mas o governo voltou atrás e isentou os passageiros em trânsito que não precisem passar por controle de fronteira).
Mas, fique esperto: para ficar mais de 6 meses no Reino Unido, é necessário solicitar um visto.
A ETA tem duração de até 2 anos, desde que ele e o passaporte ao qual ele está vinculado estejam válidos. Se você obtiver um novo passaporte, vai ter que solicitar uma nova ETA.
Vale destacar: a ETA não garante a entrada no Reino Unido. Além dessa autorização, ainda será necessário passar pela imigração britânica.
Como obter a ETA?
A solicitação deve ser feita individualmente, mas pode ser realizada por terceiros, como no caso de crianças.
O processo de solicitação dura cerca de 10 minutos e você vai precisar enviar uma foto do passaporte e do rosto do solicitante. Também será necessário responder algumas perguntas, mas não é preciso inserir detalhes da viagem.
Por fim, será preciso pagar a taxa, o que pode ser feito por cartão de crédito, de débito, Apple Pay ou Google Pay.
Se a autorização for aprovada, você receberá um e-mail confirmando que você tem uma ETA e ela será vinculada ao passaporte com o qual você se inscreveu em cerca de três dias úteis.
Se você precisar viajar com urgência, é possível ir para o Reino Unido enquanto se aguarda uma decisão em relação à ETA. Mas essa solicitação deve ser feita antes da viagem.
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Brasileiros vão precisar pagar por nova autorização de viagem para entrar no Reino Unido
Veja os 10 destinos de viagem que serão tendência em 2025; só tem um brasileiro na lista
Uma vez concedido, a ETA é vinculada digitalmente ao passaporte, não sendo necessária uma cópia impressa.
Após suspensão de voos, Azul diz que acordo com credores e aporte de R$ 3 bi garantem companhia 'mais forte que nunca'
Empresa destaca desvalorização do real, aumento de custos e problemas judiciais como desafios enfrentados em 2024. Foto de arquivo de aeronave da Azul
Arquivo/Agência Pará
O acordo da Azul com arrendadores, fabricantes de aeronaves e detentores de títulos de dívida que resultará na eliminação de R$ 11 bilhões em dívidas e obrigações da empresa, além de um aporte de R$ 3,1 bilhões em capital vai, segundo o CEO, John Rodgerson, garantir que a companhia "esteja mais forte que nunca".
Segundo a Azul, a reestruturação teve início em 2024 a medida que a companhia enfrentava muitos desafios, como a desvalorização do real frente ao dólar, altos custos com combustível de aviação, problemas judiciais no setor, crise global de fornecimento e enchentes no Rio Grande do Sul.
Ao g1, Rodgerson pontuou tais fatores como desafiadores para companhia, que tem buscado alocar seus recursos em rotas economicamente mais favoráveis - recentemente, anunciou a suspensão de voos para 12 cidades brasileiras.
“Este é mais um momento muito importante na história da Azul, pois encerra um processo de negociação que torna a nossa empresa mais sólida e robusta. Além da extinção de R$ 11 bilhões das obrigações financeiras, recebemos hoje um aporte de novo capital de mais de R$ 3,1 bilhões, que irão reforçar o balanço da companhia e garantir que estejamos mais fortes que nunca", disse o executivo.
A negociação envolveu a troca de dívidas por ações da Azul, totalizando R$ 3,3 bilhões em 94 milhões de ações preferenciais. Além disso, a empresa converteu mais de R$ 4,6 bilhões em dívidas que venceriam em 2029 e 2030.
"Mesmo diante desse cenário extremamente desafiador, a Azul conseguiu negociar de forma amigável com seus investidores e parceiros comerciais e financeiros, conquistando mais uma vez a confiança do mercado em geral", destaca a nota.
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Azul e dona da Gol assinam acordo para unir negócios no Brasil
Rotas suspensas: CEO da Azul cita corte de custos, dólar alto e falta mundial de peças
A negociação anunciada pela Azul também inclui acordos estratégicos com arrendadores, fabricantes e outros fornecedores, garantindo um fortalecimento do fluxo de caixa de mais de R$ 1,8 bilhão até o final de 2027.
A finalização dos acordos, além de proporcionar uma melhoria no fluxo de caixa nos próximos três anos, trará uma desalavancagem de aproximadamente 1,4x de maneira pró-forma sobre os números do 3º trimestre de 2024, destacou a empresa.
“Estamos muito otimistas em relação ao futuro da Azul. Temos prevista a chegada de 15 novos Embraer E2 ao longo do ano, que serão extremamente valiosos para garantir a conectividade dos nossos clientes e ampliar o acesso ao modal aéreo em todo o país. Agradecemos a confiança de nossos parceiros e investidores, que nos permitiu concluir com sucesso essa negociação de maneira amigável e que seguirão nos apoiando no fortalecimento constante da Azul”, concluiu o executivo.
O que está por trás da suspensão de rotas?
Corte de custos, opção por rotas mais lucrativas, falta mundial de peças e motores, alta do dólar. São vários os fatores que ajudam explicar a suspensão de voos da Azul para 12 cidades brasileiras a partir de março.
"Não vou continuar voando onde estou perdendo dinheiro. Então, como qualquer empresário, você aloca seus recursos da melhor forma possível", enfatiza Rodgerson.
Recursos esses que sofrem a pressão da desvalorização do real frente ao dólar - as compras de aeronaves, por exemplo, são feitas na moeda norte-americana, e a dívida cresceu a medida que a moeda brasileira desvalorizava.
Quando a Azul foi criada, em 2008, o dólar chegou a ser negociado a R$ 1,58, lembra o executivo, enquanto superou a casa dos R$ 6 na virada do último ano.
"A desvalorização cambial foi de 30% no ano passado. Quando você olha isso, vê que é melhor alocar nossos recursos em outros lugares, onde é melhor para ganhar dinheiro. Eu tenho responsabilidade com meus acionistas (...) então se uma cidade não está dando certo, seja por demanda, alto custo, vamos para outro local."
O CEO pontua que embora tenha anunciado a suspensão de 12 rotas, a Azul permanece expandindo o mercado. "Antes da pandemia, a Azul operava em 110 cidades do Brasil. Hoje estamos em 160, e vamos para 150 com esses fechamentos, mas estamos servindo muito mais cidades que servíamos antes", diz.
Cancelamentos
Ao longo de 2024, e especialmente no final do ano, a Azul conviveu com cancelamentos de voos. O CEO da companhia afirma que, em sua maioria, são causados por fatores externos, como mau tempo ou problemas em aeroportos, e também pela necessidade de manutenção nas aeronaves, programadas ou não.
"A Azul nos últimos anos tem sido uma empresa aérea mais pontual do mundo. Mas sim, ano passado tivemos vários cancelamentos. Teve por conta de Porto Alegre (fechamento do aeroporto após as enchentes no Rio Grande do Sul), as queimadas em São Paulo. O Santos Dumont (no Rio), fechou na semana passada", explicou.
"Claro que tivemos episódios, de precisar de manutenção e cancelar. Por segurança. Nosso primeiro valor, a gente não vai decolar em uma aeronave que não está 100% segura", defendeu.
Embora não diretamente relacionado a série de problemas que justificam os ajustes para suspensão de algumas rotas, a falta de peças e motores, em um problema na cadeia mundial que está longe de ser normalizado - o CEO prevê até 5 anos para regularização -, também implicam em cancelamentos, pela necessidade de manter aeronaves em solo.
Companhia aérea azul voos Araxá e Patos de Minas
Azul/Divulgação
Fusão com a Gol
Mesmo sem atrelar as mudanças com a fusão com a Gol, Rodgerson vê no acordo uma saída de fortalecimento e crescimento para superar "entraves" do mercado brasileiro.
"Nós estamos olhando uma fusão de crescimento. Crescer o mercado brasileiro, isso que nós queremos fazer. Nós temos inflação aqui no Brasil, e sem crescimento, a inflação te mata. Sem reduzir custos, a inflação te mata", afirma.
John Rodgerson vê na junção as duas companhias a criação de um player relevante no mercado para conseguir melhores negociações contra gigantes do mercado, e também para ampliar o leque de atuação no país.
"Nossos clientes vão poder fluir. Eu (Azul) tenho pouca porcentagem em Congonhas e Guarulhos, em Brasília e no Rio, mas agora vamos ter a possibilidade de conectar o Brasil inteiro com uma passagem", projeta.
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Processos judiciais
Outro fator que incomoda o executivo tem relação com o volume de processos judiciais contra o setor aéreo no Brasil.
O norte-americano cita que eles "explodiram" e só em 2024 somam R$ 1,3 bilhão para todo o setor, e também "atrapalha o desenvolvimento e oferta de passagens mais baratas."
"O Brasil tem 3% dos voos mundial, mas 98% dos processos judiciais do mundo. Várias vezes um aeroporto pequeno está fechado porque uma capivara está na pista e eu estou processado por isso", reclama.
Segundo Rodgerson, essa é uma conta que volta ao consumidor brasileiro e também é levado em conta no gerenciamento de operações da Azul.
"Algumas pessoas aproveitam brechas da lei para processar por casos que não são responsabilidade. O brasileiro quer preços mais justos, temos que lutar juntos (...) É um perde-perde, porque é preciso colocar tarifas mais altas, o consumidor paga. Tem um estado, que não vou citar o nome, que um em cada 22 passageiros nos processa. Em São Paulo, é um em cada mil. Quando você está olhando, você vai alocar seus recursos, eu quero mais em São Paulo", compara.
Rodgerson reforça que a Azul tem ampliado a atuação em diversas regiões, inclusive em Campinas (SP), onde mantém seu hub de operações no Aeroporto de Viracopos.
"Em Recife, nós mais que dobramos desde 2019. Estamos 50% maior em Belém do Pará. Curitiba, Porto Alegre, estamos crescendo nesses locais, como em Campinas e Minas Gerais.
Entenda como fusão entre Gol e Azul pode afetar o preço das passagens aéreas
Rotas suspensas
A Azul Linhas Aéreas informou que vai suspender as operações em 12 cidades brasileiras a partir de março.
Em nota enviada ao g1, a companhia destacou que "as mudanças fazem parte do planejamento operacional, e os clientes impactados estão sendo comunicados previamente e receberão a assistência necessária, conforme prevê a resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)".
A suspensão começa a valer no dia 10 de março nos seguintes municípios (ordem alfabética):
Barreirinhas (MA)
Cabo Frio (RJ)
Campos (RJ)
Correia Pinto (SC)
Cratéus (CE)
Iguatú (CE)
Mossoró (RN)
Parnaíba (PI)
Rio Verde (GO)
São Benedito (CE)
São Raimundo Nonato (PI)
Sobral (CE)
Outras mudanças
Em nota, a Azul Linhas Aéreas citou os impactos pela crise global na cadeia de suprimentos e a alta no dólar, somada às questões de disponibilidade de frota e de ajustes de oferta e demanda entre as justificativas para a suspensão.
Pelos mesmos motivos, anunciou que, a partir de 3 de março, os voos para Fernando de Noronha (PE) serão operados somente a partir de Recife (PE). Já no dia 10, os voos saindo de Juazeiro do Norte (CE) terão como destino o Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), principal hub da Azul.
Da mesma forma, as operações no aeroporto de Caruaru (PE) serão readequadas, devido à baixa ocupação. Os voos passarão a ser operados por aeronaves Cessna Grand Caravan, com capacidade para nove clientes.
A companhia ressaltou que “como empresa competitiva, reavalia constantemente as operações em suas bases, como parte de um processo normal de ajuste de capacidade à demanda”. Disse ainda que “está sempre avaliando as possibilidades e necessidades de mercado e, consequentemente, mudanças fazem parte do planejamento operacional”.
O Aeroporto Internacional de Viracopos informou que não será impactado, pois a suspensão das operações não inclui rotas a partir de Viracopos e nem voos com destino a Campinas.
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Macron anuncia reforma do Louvre e sala exclusiva para a Mona Lisa com ingresso à parte
Presidente francês defendeu que os turistas de fora da União Europeia paguem mais para visitar o museu a partir de 2026, para ajudar a custear a reforma. O presidente francês Emmanuel Macron faz um discurso para anunciar uma reforma de vários anos e investimentos de longo prazo para modernizar o museu do Louvre
Bertrand Guay, Pool via AP
O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou, nesta terça-feira (28), que o famoso quadro da Mona Lisa contará com uma nova sala no Louvre, no marco de uma série de mudanças para um "Novo Renascimento" do museu mais visitado do mundo.
Por sua história e seus recursos, "o Louvre ocupa um lugar especial (...) para se transformar em um museu único no mundo, já sendo o mais belo e o maior, chamado a esta nova época" de "novo renascimento", disse Macron, com a obra-prima de Leonardo da Vinci ao fundo.
A preocupação sobre o museu às margens do rio Sena, em Paris, surgiu em 13 de janeiro, quando sua presidente-diretora, Laurence des Cars, enviou uma nota à ministra da Cultura, Rachida Dati, para alertar sobre seu estado.
Entre os problemas mencionados estão a "multiplicação de defeitos em espaços às vezes muito degradados", "equipamentos técnicos obsoletos" e "oscilações de temperatura preocupantes" que afetam a conservação das obras.
O plano "Novo Renascimento para o Louvre" prevê a criação de uma nova entrada até 2031, sobretudo quando a pirâmide, inaugurada em 1988, que funciona como uma entrada majestosa para o museu, é considerada na nota como "estruturalmente obsoleta".
O arquiteto Ieoh Ming Pei a concebeu para acolher quatro milhões de visitantes ao ano, mas em 2024, passaram por ali nove milhões (80% estrangeiros). O objetivo é atrair 12 milhões quando as obras forem concluídas.
O novo acesso, cujo design será escolhido em "um concurso internacional de arquitetura", seria criado na classicista Colunata de Perrault, situada na fachada leste e no lado oposto das pirâmides, informou Macron.
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Mona Lisa com sala exclusiva
Entre as grandes mudanças anunciadas está a criação de um novo "espaço particular" para a Mona Lisa, "acessível de forma autônoma", independentemente do resto do museu, "com seu próprio ingresso de acesso".
Mais de 20.000 pessoas a visitam diariamente, muitas com o celular na mão para registrar o momento, produzindo imagens de multidões em frente a esta obra do começo do século XVI, também conhecida como Gioconda.
Como vai ser custeado
A principal dúvida está em como financiar estes anúncios, enquanto a França busca reduzir os altos níveis de dívida e déficit públicos, depois de Macron perder as rédeas do governo, que carece de maioria no Parlamento.
Segundo o círculo próximo do presidente, o custo do projeto chega entre € 700 milhões e € 800 milhões (entre R$ 4,3 bilhões e R$ 4,9 bilhões) durante um período de dez anos e contaria com uma contribuição "muito minoritária" do Estado.
"Todas as obras da nova entrada serão financiadas com recursos próprios do museu, a venda de ingressos, o mecenato e a licença do Louvre Abu Dhabi, sem taxar o contribuinte", assegurou o presidente francês.
Em relação aos bilhetes, o presidente defendeu que os turistas de fora da União Europeia paguem mais para visitar o museu a partir de 2026, uma diferença que já é aplicada em parte.
Atualmente, o bilhete custa € 22 (R$ 135,5), mas o acesso é gratuito a todos os menores de 18 anos e para os menores de 26 residentes no Espaço Econômico Europeu.
A França já recorreu a doadores privados e empresas para reconstruir a catedral de Notre-Dame, após um incêndio devastador em 2019, arrecadando cerca de 850 milhões de euros (5,2 bilhões de reais). A igreja reabriu suas portas em dezembro.
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O que está por trás da suspensão de rotas e cancelamentos de voos pela Azul: CEO cita corte de custos, falta mundial de peças e dólar alto
Em entrevista ao g1, John Rodgerson detalha dificuldades como o volume de processos judiciais, e vê na fusão com a Gol uma possibilidade de crescimento no mercado brasileiro. Rotas suspensas: CEO da Azul cita corte de custos, dólar alto e falta mundial de peças
Corte de custos, opção por rotas mais lucrativas, falta mundial de peças e motores, alta do dólar. São vários os fatores que ajudam explicar a suspensão de voos da Azul Linhas Aéreas para 12 cidades brasileiras a partir de março.
E apesar de ocorrer após o acordo para fusão com a Gol, as mudanças não têm relação com o negócio. É o que garante John Rodgerson, CEO da Azul, em entrevista ao g1.
"Não vou continuar voando onde estou perdendo dinheiro. Então, como qualquer empresário, você aloca seus recursos da melhor forma possível", enfatiza.
Recursos esses que sofrem a pressão da desvalorização do real frente ao dólar - as compras de aeronaves, por exemplo, são feitas na moeda norte-americana, e a dívida cresce a medida que a moeda brasileira desvaloriza.
Quando a Azul foi criada, em 2008, o dólar chegou a ser negociado a R$ 1,58, lembra o executivo, enquanto superou a casa dos R$ 6 na virada do último ano.
Quando se trata de compra de aeronaves, elas são realizadas com antecedência, e muitos dos contratos "dobraram" de valor com esse salto da moeda norte-americana nos últimos anos.
"A desvalorização cambial foi de 30% no ano passado. Quando você olha isso, vê que é melhor alocar nossos recursos em outros lugares, onde é melhor para ganhar dinheiro. Eu tenho responsabilidade com meus acionistas (...) então se uma cidade não está dando certo, seja por demanda, alto custo, vamos para outro local."
O CEO pontua que embora tenha anunciado a suspensão de 12 rotas, a Azul permanece expandindo o mercado. "Antes da pandemia, a Azul operava em 110 cidades do Brasil. Hoje estamos em 160, e vamos para 150 com esses fechamentos, mas estamos servindo muito mais cidades que servíamos antes", diz.
Cancelamentos
Ao longo de 2024, e especialmente no final do ano, a Azul conviveu com cancelamentos de voos. O CEO da companhia afirma que, em sua maioria, são causados por fatores externos, como mau tempo ou problemas em aeroportos, e também pela necessidade de manutenção nas aeronaves, programadas ou não.
"A Azul nos últimos anos tem sido uma empresa aérea mais pontual do mundo. Mas sim, ano passado tivemos vários cancelamentos. Teve por conta de Porto Alegre (fechamento do aeroporto após as enchentes no Rio Grande do Sul), as queimadas em São Paulo. O Santos Dumont (no Rio), fechou na semana passada", explicou.
"Claro que tivemos episódios, de precisar de manutenção e cancelar. Por segurança. Nosso primeiro valor, a gente não vai decolar em uma aeronave que não está 100% segura", defendeu.
Embora não diretamente relacionado a série de problemas que justificam os ajustes para suspensão de algumas rotas, a falta de peças e motores, em um problema na cadeia mundial que está longe de ser normalizado - o CEO prevê até 5 anos para regularização -, também implicam em cancelamentos, pela necessidade de manter aeronaves em solo.
Companhia aérea azul voos Araxá e Patos de Minas
Azul/Divulgação
Fusão com a Gol
E mesmo sem atrelar as mudanças com a fusão com a Gol, Rodgerson vê no acordo uma saída de fortalecimento e crescimento para superar "entraves" do mercado brasileiro.
"Nós estamos olhando uma fusão de crescimento. Crescer o mercado brasileiro, isso que nós queremos fazer. Nós temos inflação aqui no Brasil, e sem crescimento, a inflação te mata. Sem reduzir custos, a inflação te mata", afirma.
John Rodgerson vê na junção as duas companhias a criação de um player relevante no mercado para conseguir melhores negociações contra gigantes do mercado, e também para ampliar o leque de atuação no país.
"Nossos clientes vão poder fluir. Eu (Azul) tenho pouca porcentagem em Congonhas e Guarulhos, em Brasília e no Rio, mas agora vamos ter a possibilidade de conectar o Brasil inteiro com uma passagem", projeta.
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Entenda como fusão entre Gol e Azul pode afetar o preço das passagens aéreas
Processos judiciais
Outro fator que incomoda o executivo tem relação com o volume de processos judiciais contra o setor aéreo no Brasil.
O norte-americano cita que eles "explodiram" e só em 2024 somam R$ 1,3 bilhão para todo o setor, e também "atrapalha o desenvolvimento e oferta de passagens mais baratas."
"O Brasil tem 3% dos voos mundial, mas 98% dos processos judiciais do mundo. Várias vezes um aeroporto pequeno está fechado porque uma capivara está na pista e eu estou processado por isso", reclama.
Segundo Rodgerson, essa é uma conta que volta ao consumidor brasileiro e também é levado em conta no gerenciamento de operações da Azul.
"Algumas pessoas aproveitam brechas da lei para processar por casos que não são responsabilidade. O brasileiro quer preços mais justos, temos que lutar juntos (...) É um perde-perde, porque é preciso colocar tarifas mais altas, o consumidor paga. Tem um estado, que não vou citar o nome, que um em cada 22 passageiros nos processa. Em São Paulo, é um em cada mil. Quando você está olhando, você vai alocar seus recursos, eu quero mais em São Paulo", compara.
Rodgerson reforça que a Azul tem ampliado a atuação em diversas regiões, inclusive em Campinas (SP), onde mantém seu hub de operações no Aeroporto de Viracopos.
"Em Recife, nós mais que dobramos desde 2019. Estamos 50% maior em Belém do Pará. Curitiba, Porto Alegre, estamos crescendo nesses locais, como em Campinas e Minas Gerais.
Entenda como fusão entre Gol e Azul pode afetar o preço das passagens aéreas
Rotas suspensas
A Azul Linhas Aéreas informou que vai suspender as operações em 12 cidades brasileiras a partir de março deste ano (veja a lista abaixo). De acordo com a companhia, a medida foi adotada por uma série de fatores, que incluem o aumento nos custos operacionais da aviação e o ajuste de oferta e demanda.
Em nota enviada ao g1, a companhia destacou que "as mudanças fazem parte do planejamento operacional, e os clientes impactados estão sendo comunicados previamente e receberão a assistência necessária, conforme prevê a resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)".
A suspensão começa a valer no dia 10 de março nos seguintes municípios (ordem alfabética):
Barreirinhas (MA)
Cabo Frio (RJ)
Campos (RJ)
Correia Pinto (SC)
Cratéus (CE)
Iguatú (CE)
Mossoró (RN)
Parnaíba (PI)
Rio Verde (GO)
São Benedito (CE)
São Raimundo Nonato (PI)
Sobral (CE)
Outras mudanças
Em nota, a Azul Linhas Aéreas citou os impactos pela crise global na cadeia de suprimentos e a alta no dólar, somada às questões de disponibilidade de frota e de ajustes de oferta e demanda entre as justificativas para a suspensão.
Pelos mesmos motivos, anunciou que, a partir de 3 de março, os voos para Fernando de Noronha (PE) serão operados somente a partir de Recife (PE). Já no dia 10, os voos saindo de Juazeiro do Norte (CE) terão como destino o Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), principal hub da Azul.
Da mesma forma, as operações no aeroporto de Caruaru (PE) serão readequadas, devido à baixa ocupação. Os voos passarão a ser operados por aeronaves Cessna Grand Caravan, com capacidade para nove clientes.
A companhia ressaltou que “como empresa competitiva, reavalia constantemente as operações em suas bases, como parte de um processo normal de ajuste de capacidade à demanda”. Disse ainda que “está sempre avaliando as possibilidades e necessidades de mercado e, consequentemente, mudanças fazem parte do planejamento operacional”.
O Aeroporto Internacional de Viracopos informou que não será impactado, pois a suspensão das operações não inclui rotas a partir de Viracopos e nem voos com destino a Campinas.
VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região
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EUA suspendem emissão de passaportes com gênero 'X', usado por pessoas não binárias
Decreto foi assinado por Trump no primeiro dia de mandato. Governo ainda vai anunciar diretrizes para os passaportes que foram emitidos anteriormente à medida. Trump assinou ordens executivas logo após tomar posse.
Reuters via BBC
Os Estados Unidos suspenderam a emissão de passaportes com o gênero "X" para pessoas que se identificam como não binárias, após um decreto do presidente Donald Trump logo no primeiro dia de mandato, informou o Departamento de Estado americano.
"O Departamento de Estado não está mais emitindo passaportes americanos marcados com X", disse um porta-voz do órgão à AFP.
"As diretrizes relativas aos passaportes com a menção de sexo X emitidos anteriormente serão anunciadas" e publicadas no site do Departamento de Estado, acrescentou.
Após sua posse na última segunda-feira, Trump assinou um decreto no qual sua administração reconhece a existência de apenas dois gêneros definidos ao nascer.
"A partir de hoje, a política governamental dos Estados Unidos é que existem apenas dois gêneros: masculino e feminino", afirmou Trump em seu discurso no Capitólio, após tomar posse como 47º presidente do país.
O decreto, que visa "restaurar a verdade biológica", também estipula que "os fundos federais não devem ser usados para promover a ideologia de gênero".
Entre as medidas está a de eliminar o gênero "X" para pessoas que se reconhecem como não binárias "nos documentos oficiais do governo, incluindo passaportes e vistos, que refletirão fielmente o sexo" de nascimento, precisou um responsável do novo governo.
A possibilidade de emitir documentos com o gênero X foi autorizada durante a administração do democrata Joe Biden.
O primeiro passaporte americano com o gênero "X" foi entregue em outubro de 2021 pelo Departamento de Estado, que então especificou que "X" estava reservado para "pessoas não binárias, intersexo" e, de forma mais ampla, para aquelas que não se reconhecem dentro dos critérios propostos até então.
Durante sua campanha, Trump criticou as políticas de diversidade, equidade e inclusão do governo Biden e do setor empresarial, e prometeu acabar com o que chamou de "delírio transgênero" nos Estados Unidos.
Além disso, anunciou que ordenaria que todas as agências federais suspendessem auxílios para tratamentos hormonais para transição de gênero e sugeriu proibir que mulheres transgênero participem de competições esportivas femininas. Essa proibição já está em vigor em escolas de metade dos estados do país.
Saiba mais:
Trump remove termos como gay, lésbica, transgênero, bissexual e LGBTQ dos sites da Casa Branca e de agências federais
Casa Branca encerra programas de diversidade e coloca funcionários em licença remunerada
Trump manda veículos militares e helicópteros para patrulhar fronteiras
3 pontos do discurso de Trump em Davos
Como a Argentina passou de 'país barato' a um dos mais caros da América Latina
Estimativas indicam que o peso argentino se valorizou em 40% no último ano, mas sem que poder aquisitivo da população acompanhasse a evolução. O fortalecimento da moeda local influenciou o turismo internacional na Argentina.
GETTY IMAGES
"A Argentina está cara em dólares", contou Manuel, empresário gastronômico de 37 anos, durante minha última visita à capital do país, Buenos Aires, no mês de dezembro. "Você que veio dos Estados Unidos vai perceber rapidamente."
Já no meu primeiro dia na cidade, confirmo a observação de Manuel no preço do café.
Em Palermo, bairro turístico da capital, uma xícara de café custa 3,3 mil pesos – US$ 3,20 pelo câmbio oficial (cerca de R$ 19), cotado a poucos centavos a menos que o paralelo, que os argentinos chamam de "dólar blue".
Costumo pagar um dólar a menos pelo café na mesma rede de cafeterias em Miami, nos Estados Unidos.
Mas não são só os lugares frequentados pelos estrangeiros que estão caros em dólares. A mesma situação se repete em locais menos turísticos e com produtos mais procurados pelos argentinos. Vemos o mesmo no pão fatiado, que custa US$ 4 (R$ 23,70), ou na manteiga a US$ 3 (R$ 17,80).
E também nos produtos importados. Um copo térmico Stanley, por exemplo, custa em Buenos Aires US$ 140 (R$ 830). Nos Estados Unidos, o mesmo copo não passa de US$ 30 (R$ 178).
Segundo o índice de preços Big Mac do McDonald's, criado pela revista The Economist em 1986, o preço do hambúrguer na Argentina é o mais alto da América Latina (US$ 7,37, cerca de R$ 43,70) e o segundo maior do mundo, atrás da Suíça.
Um ano atrás, o Big Mac custava na Argentina a metade do preço atual, em dólares.
Estimativas do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) indicam que o peso argentino aumentou de valor em 40%, em termos reais, entre dezembro de 2023 e outubro do ano passado.
Mas este avanço não se traduziu em aumento do poder aquisitivo da população. Afinal, os salários permaneceram congelados e as chamadas correções do governo Javier Milei geraram forte recessão, que provocou queda do consumo.
"Não estamos nem melhor, nem pior. Temos problemas diferentes do ano passado", conta o dono de uma padaria com mais de 30 anos no setor, questionado sobre o efeito da valorização da moeda local sobre suas vendas. Ele votou em Milei e continua apoiando o presidente.
O impacto da queda da inflação argentina (a maior conquista de Milei no seu primeiro ano na presidência), aliada à valorização da moeda local, surpreende qualquer pessoa que não tenha visitado o país no último ano.
Mas por que a Argentina passou a ser "cara em dólares", depois de ter sido um dos países mais baratos da América Latina? E quais os impactos na sua economia?
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O 'superpeso'
"Para viver na Argentina, preciso hoje de mais dólares do que um ano atrás", conta o programador brasileiro Thiago. Ele cobra por seus serviços na moeda americana e, há dois anos, decidiu morar na Argentina, com o câmbio favorável na época.
Desde que o peso se fortaleceu no país e o real caiu no Brasil, liderando a queda das moedas latino-americanas, Thiago pensa em voltar para São Paulo. "Lá, vivo melhor com menos dólares", ele conta.
Thiago não é o único. Em agosto de 2024, a BBC News Brasil noticiou que uma onda de brasileiros estava deixando a Argentina porque era "inviável" para eles permanecer no país.
O presidente Milei desvalorizou a moeda argentina em 54% logo após a sua posse. Um ano depois, ela se transformou no que os meios de comunicação do país chamam de "superpeso". Como isso aconteceu?
O motivo é a estratégia adotada por Milei para baixar a inflação, sua principal meta ao assumir a presidência. Afinal, em 2023, a inflação argentina atingiu 211%, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos do país (Indec).
Milei empregou um instrumento que os economistas chamam de "âncora inflacionária". O preço do dólar oficial foi "ancorado", aumentando sua cotação – ou seja, desvalorizando o peso – pelo nível fixo de 2% ao mês, muito abaixo do índice mensal de inflação.
Esta medida, aliada à "âncora fiscal", que reduziu fortemente os gastos públicos, e à "âncora monetária", com a suspensão da emissão de dinheiro para financiar o Tesouro, foi fundamental para que a Argentina fechasse 2024 com inflação anual de 118% – uma redução de 44,5% em um ano.
O lado negativo é que, enquanto o peso se fortalecia ao ser desvalorizado abaixo da inflação, o dólar oficial ficou atrasado em relação ao custo de vida, perdendo grande parte da sua capacidade de compra.
Como resultado, surgiu um novo fenômeno para os argentinos: a inflação em dólares. Estimativas de diversos economistas locais indicam que ela superou 70% no ano passado.
Ou seja, um produto que custava US$ 100 um ano atrás, hoje, custa US$ 170.
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'Dólar blue'
Não foi apenas o dólar oficial, controlado pelo governo, que perdeu seu poder de compra. O dólar paralelo, livre ou de mercado também está em níveis similares aos da época da posse de Milei, mesmo com a inflação de mais de 100% no período.
O economista Lorenzo Sigaut Gravina, da consultoria argentina Equilibra, atribui principalmente o fato a uma iniciativa bem-sucedida do governo, que fez com que os argentinos introduzissem no sistema financeiro do país os dólares em espécie guardados em casa ou depositados no exterior e não declarados.
Na primeira etapa, a Argentina conseguiu o ingresso de US$ 19,023 bilhões (cerca de R$ 112,7 bilhões), segundo a Agência de Arrecadação e Controle Alfandegário (ARCA, na sigla em espanhol).
Este sucesso conteve o dólar paralelo, que se manteve a uma taxa levemente superior ao câmbio oficial – diferentemente dos anos anteriores, quando a margem era muito ampla.
Efeitos na Argentina
O "peso forte" traz pontos positivos e negativos para o país. Por um lado, o governo destaca que os salários aumentaram em dólar.
Um relatório da plataforma de empregos online Bumeran indica que o salário médio pretendido na Argentina é de US$ 1.234 (cerca de R$ 7,3 mil), acima da média regional. Um ano atrás, era um dos mais baixos da América Latina.
Mas a valorização da moeda local também gerou redução do número de turistas estrangeiros que visitam o país e aumento dos argentinos que aproveitam o "dólar achatado" para viajar para o exterior.
Dados do Indec demonstram que o número de turistas internacionais no país registrou uma redução de 19,2% em novembro passado, em relação ao mesmo mês de 2023.
A consequência mais preocupante do peso valorizado para muitos moradores locais se concentra em setores como a indústria. Agora, produzir ficou mais caro, tanto para o mercado local quanto para o exterior, o que reduz a competitividade da indústria e do setor agrícola argentino.
Some-se a isso a abertura das importações realizada pelo governo para incentivar a concorrência e reduzir os preços locais. E, como resultado, "será cada vez mais barato recorrer a produtos importados e cada vez será mais cara a produção nacional", segundo Sigaut Gravina.
Por isso, o setor industrial alertou que esta situação poderia gerar queda da produção, com consequente redução dos postos de trabalho.
Os críticos mais fortes ao governo chegam a alertar sobre um possível "industricídio", como ocorreu no país na década de 1990. Na época, o peso argentino estava vinculado ao dólar e muitas empresas acabaram fechando.
'Não haverá desvalorização'
Um dos economistas que alertaram sobre os efeitos negativos do "superpeso" foi Domingo Cavallo, ex-ministro da Economia entre 1991 e 1996, durante o mandato do presidente Carlos Menem (1930-2021). Cavallo foi apelidado na Argentina de "pai da convertibilidade".
O ex-ministro declarou em dezembro que a atual "valorização real exagerada do peso" é "similar" à que ocorreu no final de 1990 – "uma deflação muito onerosa porque transformou a recessão iniciada no fim de 1998 em uma verdadeira depressão econômica".
Na Argentina, a impressão de que o peso está artificialmente alto em comparação com seu valor real no mercado internacional vem aumentando entre a opinião pública e incomoda o presidente. Milei garante que seus críticos estão errados.
"Do meu ponto de vista, o câmbio não está atrasado", garantiu ele, em entrevista à Rádio El Observador de Buenos Aires, no início de janeiro. "É irritante e afrontosa a estupidez declarada [por Cavallo]."
Para o presidente argentino, a pouca margem entre a cotação do dólar oficial e paralelo, aliada ao valor acumulado pelo Banco Central em reservas com a cotação atual (cerca de US$ 25 bilhões, ou R$ 148 bilhões), comprova que não existe atraso. "E ainda há o equilíbrio fiscal", destacou ele.
A economia do país, na leitura de Milei, não deve ganhar competitividade enfraquecendo o peso, mas desregulamentando a economia, reduzindo os impostos e melhorando o acesso ao crédito.
Para Sigaut Gravina, as palavras de Milei procuram conter a pressão para que o governo volte a desvalorizar a moeda argentina.
"Se todos nós tivermos a impressão de que existe um atraso cambial significativo, todos irão pensar que o peso, desta forma, não se sustenta", explica ele.
Mas o economista ressalta que "o principal ativo do governo atualmente é a queda da inflação – e desvalorizar implica, como efeito imediato, aumento inflacionário".
O Banco Central argentino anunciou que, a partir de fevereiro, irá reduzir a desvalorização mensal do câmbio oficial de 2% para 1% ao mês, fortalecendo ainda mais o peso.
Espera-se que esta estratégia ajude a continuar baixando a inflação, que atingiu 2,7% ao mês em dezembro passado. Mas muitos se perguntam qual será o prejuízo se o país continuar sendo "caro em dólares".
De qualquer forma, o que realmente poderia definir a cotação do dólar é o que irá ocorrer quando Milei suspender o controle de capitais, que hoje restringe o acesso à moeda americana, e deixar flutuar o peso – uma medida que o presidente prometeu tomar em 2025.
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Azul anuncia suspensão de voos em 12 cidades brasileiras e cita custos operacionais; veja a lista
Mudanças começam a valer no mês de março. Companhia cita aumento nos custos operacionais entre as justificativas. Companhia aérea azul voos Araxá e Patos de Minas
Azul/Divulgação
A Azul Linhas Aéreas informou que vai suspender as operações em 12 cidades brasileiras a partir de março deste ano (veja a lista abaixo). De acordo com a companhia, a medida foi adotada por uma série de fatores, que incluem o aumento nos custos operacionais da aviação e o ajuste de oferta e demanda.
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Em nota enviada ao g1 nesta sexta-feira (24), a companhia destacou que "as mudanças fazem parte do planejamento operacional, e os clientes impactados estão sendo comunicados previamente e receberão a assistência necessária, conforme prevê a resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)".
A suspensão começa a valer no dia 10 de março nos seguintes municípios (ordem alfabética):
Barreirinhas (MA)
Cabo Frio (RJ)
Campos (RJ)
Correia Pinto (SC)
Cratéus (CE)
Iguatú (CE)
Mossoró (RN)
Parnaíba (PI)
Rio Verde (GO)
São Benedito (CE)
São Raimundo Nonato (PI)
Sobral (CE)
Outras mudanças
Em nota, a Azul Linhas Aéreas citou os impactos pela crise global na cadeia de suprimentos e a alta no dólar, somada às questões de disponibilidade de frota e de ajustes de oferta e demanda entre as justificativas para a suspensão.
Pelos mesmos motivos, anunciou que, a partir de 3 de março, os voos para Fernando de Noronha (PE) serão operados somente a partir de Recife (PE). Já no dia 10, os voos saindo de Juazeiro do Norte (CE) terão como destino o Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), principal hub da Azul.
Da mesma forma, as operações no aeroporto de Caruaru (PE) serão readequadas, devido à baixa ocupação. Os voos passarão a ser operados por aeronaves Cessna Grand Caravan, com capacidade para nove clientes.
A companhia ressaltou que “como empresa competitiva, reavalia constantemente as operações em suas bases, como parte de um processo normal de ajuste de capacidade à demanda”. Disse ainda que “está sempre avaliando as possibilidades e necessidades de mercado e, consequentemente, mudanças fazem parte do planejamento operacional”.
O Aeroporto Internacional de Viracopos informou que não será impactado, pois a suspensão das operações não inclui rotas a partir de Viracopos e nem voos com destino a Campinas.
Fusão entre Azul e Gol
Entenda como fusão entre Gol e Azul pode afetar o preço das passagens aéreas
As mudanças foram anunciadas uma semana depois da divulgação de uma possível fusão entre a Azul e a Gol. O grupo Abra, controlador das companhias aéreas Gol e Avianca, assinou um memorando de entendimento com a Azul com o objetivo de unir negócios no Brasil.
Em comunicado a investidores, a Gol informou que o acordo representa a fase inicial de um processo de negociação que visa "explorar a viabilidade de uma possível transação". Caso a combinação se confirme, as duas devem manter suas marcas e certificados operacionais de forma independente.
"O acordo não tem impacto na estratégia, na condução dos negócios ou nas operações rotineiras da Gol", diz o documento.
VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região
Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.
Melhores destinos para viajar sozinho em 2025, segundo turistas; veja único sul-americano
Cidades asiáticas foram destaque no ranking com 25 destinos, feito com base em avaliações de usuários da plataforma de turismo Tripadvisor. Melhores destinos para viajar sozinho em 2025, segundo turistas; veja único sul-americano
Cusco, no Peru, é o único representante sul-americano no ranking dos melhores destinos para viajar sozinho de 2025, divulgado pela plataforma de viagem Tripadvisor.
A lista de 25 destinos foi feita com base em avaliações deixadas por viajantes no site ao longo de um ano (de 1º de outubro de 2023 a 30 de setembro de 2024).
Cidades asiáticas, como Seul, na Coreia do Sul, e o Katmandu, no Nepal, foram destaque, com o primeiro e segundo lugar, respectivamente. O destino peruano veio logo em seguida, na terceira posição.
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Não há destinos brasileiros na lista.
Confira os 10 melhores destinos para viajar sozinho de 2025 (veja a lista completa ao final da reportagem).
1. Seul, Coreia do Sul
Seul, Coreia do Sul
Pexels/Pixabay
Considerada o centro cultural e comercial da Coreia do Sul, Seul promete não deixar nenhum visitante entediado. As opções de passeios são diversas e vão desde a observação de vistas panorâmicas em arranha-céus até a degustação de chás em casas tradicionais e a visitação de templos.
A capital sul-coreana também é conhecida por sua segurança e amplo sistema de transportes, itens muito valorizados por quem viaja sozinho.
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2. Katmandu, Nepal
Katmandu, Nepal
Pexels/ Volker Meyer
Visitar Katmandu, a capital do Nepal, é ideal para quem busca um destino que mistura agito com tradição. Por lá, prédios e trânsito coexistem com templos, palácios e santuários centenários.
Rodeada pela cordilheira do Himalaia, Katmandu também é o ponto de partida para muitos aventureiros em direção ao maior pico do mundo, o Monte Everest.
3. Cusco, Peru
Cusco, Peru
Pexels/Kelly
Antiga capital do Império Inca, Cusco respira cultura e tradição.
Por lá, é possível conhecer igrejas e palácios barrocos construídos sobre as ruínas da cidade pré-colombiana, além de curtir a rica vida gastronômica e artística da cidade.
4. Bangkok, Tailândia
Templo em Bangkok, na Tailândia.
Pexels/Kirandeep Singh Walia
Capital da Tailândia, Bangkok é uma cidade vibrante e colorida conhecida pelos seus templos budistas, comida de rua e vida noturna sem hora para acabar.
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5. Osaka, Japão
Osaka, Japão
Unsplash/ Juliana Barquero
Terceira maior cidade do Japão, Osaka é o destino ideal para quem quer conhecer a história japonesa sem abrir mão de um agito urbano.
Osaka é famosa por sua gastronomia, em especial pelas suas comidas de rua, por sua vida noturna agitada e pelos seus castelos e templos.
6. Dubai
Hotel Burj Al Arab, em Dubai.
Pexel/ Mylo Kaye
Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, oferece aos visitantes uma mistura de modernidade, luxo e tradição. Passeios em dunas no deserto, refeições em restaurantes balados e vistas em arranha-céus, são algumas das experiências oferecidas por essa cidade-estado.
7. Kyoto, Japão
Templo em Kyoto, no Japão.
Pexels/Pixabay
Kyoto é o destino ideal para os apaixonados por cultura e história.
Antiga capital do Japão, a cidade é sede de milhares de templos, santuários e museus. Quem visita Kyoto também pode passear pelas ruas estreitas cheias de casas de madeira e conhecer a cultura das gueixas.
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8. Chiang Mai, Tailândia
Templo em Chiang Mai, na Tailândia.
Pexels/icon0
Chiang Mai é uma das maiores cidades da Tailândia. Os viajantes que escolhem o local como destino encontram diferentes opções de passeios, desdes templos centenários bem preservados até plantações de chá, jardins tranquilos e santuários de elefantes.
9. Reykjavik, Islândia
Aurora boreal em Rejkiawik, na Islândia.
Pexels/Piotr Kowalonek
Capital e maior cidade da Islândia, Reykjavik é famosa por suas fontes termais e spas luxuosos. A cidade também é famosa por sua cena musical vibrante, em especial nos estilos indie e eletrônico.
Com sorte, em Reykjavik, também é possível presenciar a aurora boreal, fenômeno natural típico de regiões polares, onde o céu se enche de luzes.
10. Melbourne, Austrália
Melbourne
Unsplash/ Denise Jans
Segunda maior cidade da Austrália e capital do estado de Victoria, Melbourne agrada viajantes com diferentes gostos. Além dos museus, cafés, arenas esportivas e arte de rua, a cidade australiana também encanta por suas praias e belezas naturais.
Lista completa dos melhores destinos de para viajantes solo de 2025:
Seul, Coreia do Sul
Katmandu, Nepal
Cusco, Peru
Bangkok, Tailândia
Osaka, Japão
Dubai, U.A.E.
Kyoto, Japão
Chiang Mai, Tailândia
Reykjavik, Islândia
Melbourne, Austrália
Toronto, Canadá
Dublin, Irlanda
Edimburgo, Escócia
Singapura
São Francisco, EUA
Zagrebe, Croácia
Nova York, EUA
Barcelona, Espanha
Queenstown, Nova Zelândia
Berlim, Alemanha
Vancouver, Canadá
Praga, República Checa
Copenhague, Dinamarca
Viena, Áustria
Nápoles, Itália
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