terça-feira, 20 de setembro de 2011

Mudanças climáticas influenciam perfil de ilhas e continentes – Instituto Carbono Brasil

Clipping CMMC – 19.09.2011


Se você acredita que a formação e transformação de continentes e ilhas é um processo que acontece em milhões de anos, é bom pensar de novo. Segundo a nova edição do Times Atlas, tradicional coletânea de mapas que é publicada desde 1895, traços topográficos de diversas partes do mundo foram modificados, e diversas novas ilhas surgiram nas últimas décadas. E a principal razão de alterações tão rápidas não poderia ser outra: as mudanças climáticas geradas pelo homem.

De acordo com o atlas, ocorreram cerca de sete mil transformações geográficas desde o lançamento da 12ª edição – a última – do livro, em 2003. Entre as mudanças, estão o avanço do nível do mar em algumas regiões, o desvio do curso de rios, o aumento ou a diminuição de lagos, rios e mares, o crescimento de desertos, o encolhimento de florestas, o derretimento de calotas polares e até o aparecimento de novas ilhas.

Um exemplo é o surgimento da ilha Uunartoq Qeqertaq (Ilha do Aquecimento, em inuit), a 547 quilômetros no Círculo Polar Ártico, que se tornou aparente por causa do derretimento do gelo na região. Para se ter uma ideia, o Ártico perdeu cerca de 15%, ou 300 mil km2, de sua cobertura de gelo permanente, o que permitiu que ocorressem fenômenos como o aparecimento da Uunartoq Qeqertaq, que existe desde 2005.

Outra ocorrência deste tipo foi o aumento do Mar Aral na Ásia Central, que desde 1967 havia encolhido a apenas 25% do seu tamanho original, e agora está maior do que há cinco anos devido a um desvio de água feito para o Aral pelo Cazaquistão. Outra ainda é a do Lago Chad na África, que está 95% menor do que era em 1963, ou ainda de rios como o Grande, o Amarelo, o Colorado, o Tigre e Ongyin Gol, que foram desviados e seu leito reduziu-se.

“A cada novo mapa podemos ver e traçar as mudanças ambientais à medida que elas ocorrem”, explicou Jethro Lennox, diretor do atlas. “Podemos literalmente ver desastres ambientais se desdobrando diante de nossos olhos”, concordou Mick Ashworth, redator-chefe do livro.

E se engana quem pensa que estas questões só afetam os aspectos topográficos de nosso planeta. Esses processos acabam por ter efeitos não só no meio ambiente, mas também na vida do ser humano, refletindo-se em questões políticas, administrativas e econômicas. Além, disso, alguns lugares, como as Ilhas Salomão no Oceano Pacífico, correm até mesmo o risco de desaparecer.

“O traçado dos lugares está mudando, como Bangladesh. Os níveis dos mares estão subindo cerca de três milímetros por ano, o que tem efeitos estranhos no litoral”, declarou Ashworth. “Estamos cada vez mais preocupados que em um futuro próximo características geográficas desapareçam para sempre. A Groelândia pode atingir um ponto crítico em cerca de 30 anos”, alertou Lennox.

Além dos dados geográficos, o atlas também contém informações sociais e demográficas. O livro cita, por exemplo, que 90% do aumento da população mundial, que pode chegar a sete bilhões no dia 31 de outubro de 2011, ocorreu em países menos desenvolvidos, principalmente no sul e no leste da Ásia. ***

Aquecimento do Atlântico impacta 72% das espécies de peixes da Europa – Eco Desenvolvimento
As consequências das mudanças climáticas para a pesca comercial e a segurança alimentar estão no centro das discussões

Benéfico para algumas espécies e prejudicial para outras, o aumento da temperatura no Oceano Atlântico foi alvo de pesquisas de estudiosos britânicos. As consequências das mudanças climáticas para a pesca comercial e a segurança alimentar estão no centro das discussões após a divulgação do trabalho, publicado nesta sexta-feira (16), no site da revista "Current Biology”.

Foi notado que espécies características do sul da região, adaptadas a temperaturas mais quentes, se adaptam melhor às mudanças em relação aos que vivem em águas mais frias, como o bacalhau, que teve uma queda de 50% da população nas últimas três décadas.

O fitoplâncton, camada de algas que compõe a alimentação de muitas espécies, o crescimento e a sobrevivência das larvas, além do tempo de maturação das ovas dos peixes sofrem diretamente a influência das mudanças climáticas na temperatura das águas. Ao menos 72% das espécies regionais sofreram alterações significativas, tanto para mais, quanto para menos. O estudo apontou que a cada quatro espécies, três apresentaram aumento populacional, enquanto as restantes estão migrando para áreas mais frias ou desaparecendo da costa.

O nordeste do Atlântico europeu é conhecido como o centro das mudanças climáticas em virtude das elevações da temperatura na região, que pode atingir uma marca quatro vezes mais alta que a média mundial.

Na revisão de 11 estudos publicados por cientistas europeus, os pesquisadores apontaram que essas alterações são apenas a “ponta do iceberg” a partir de uma revisão de onze estudos publicados em relação à modificação no ambiente marinho. ***


Cresce o número de americanos que creem no aquecimento global, revela pesquisa – Reuters

Aumentou de 75% para 83% o número de norte-americanos que acreditam no aquecimento global
Aumentou de 75% para 83%, em relação ao último ano, o número de norte-americanos que acreditam no aquecimento global, segundo uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada na quinta-feira, 15 de setembro. O levantamento foi feito nos Estados Unidos entre os dias 8 e 12 de setembro.

De acordo com a pesquisa, tal crescimento pode ter sido influenciado pelos debates dos pré-candidatos republicanos à Casa Branca que, à exceção de Jon Huntsman, geralmente rejeitam a tese amplamente respaldada por cientistas de que emissões humanas de gases do efeito estufa têm causado o aquecimento global.

Durante os recentes debates, o favorito Rich Perry acusou os cientistas de manipularem dados climáticos, e a deputada conservadora Michele Bachmann afirmou que as mudanças climáticas são um mero boato.

Para o cientista político Jon Krosnick, da Universidade Stanford, esse debate leva os norte-americanos a refletirem mais sobre o que realmente pensam a respeito das mudanças climáticas. E o que eles pensam pode estar influenciado também por notícias recentes de que 2010 empatou com o de 2005 como o ano mais quente no mundo desde o início dos registros, na década de 1880. "Esse é exatamente o tipo de situação que irá provocar o público a pensar na questão de uma forma que não pensou antes", observou Krosnick sobre a recusa dos republicanos em aceitarem as mudanças climáticas.

Os cientistas alertam também que o aquecimento global deve causar mais desastres climáticos, e o ano de 2011 pode já ser um exemplo disso - o que inclui a passagem do furacão Irene pela Costa Leste dos EUA. Os EUA sofreram dez desastres naturais em 2011, com prejuízos superiores a US$ 1 bilhão, segundo estimativas oficiais.

De acordo com a pesquisa, eleitores de ambos os partidos norte-americanos creem majoritariamente no aquecimento global, mas a tendência é maior entre os democratas (92%) do que entre os republicanos (72%). Outros dados significativos do levantamento são os seguintes:

•Cerca de 15% dos eleitores entendem a questão climática como um tema importante para as campanhas políticas;

•Na opinião de 71% dos norte-americanos que creem no aquecimento global, ele acontece de forma parcial ou principalmente por causa das atividades humanas; outros 27% consideram que as causas são naturais, segundo a pesquisa;

•Embora mais norte-americanos tenham passado a compartilhar das certezas dos cientistas, os que são céticos se aprofundaram na sua relutância. Em 2010, o percentual desse grupo com certeza absoluta de que as mudanças climáticas não existem era de 35%. Agora, passou para 53%.

A pesquisa Reuters/Ipsos ouviu 1.134 adultos, incluindo 932 eleitores registrados. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para a amostra total, e 3,1 pontos para os eleitores. ***

Recifes de coral devem desaparecer até o fim do século – O Globo – G1


Os recifes de coral serão o primeiro ecossistema a desaparecer da Terra por causa da ação humana (Foto: Divulgação)
O jornal britânico The Independent anunciou o conteúdo do livro “Our Dying Planet”(Nosso Planeta Moribundo), publicado na sexta-feira (16) pelo pesquisador Peter Sal que os recifes de coral serão o primeiro ecossistema a desaparecer da Terra por causa da ação humana e o principal fator por trás desse desastre é o aquecimento global.
Peter há mais de 20 anos estuda a Grande Barreira de Corais da Austrália e é membro do Instituto para Água, Meio Ambiente e Saúde da Universidade das Nações Unidas.

“Estamos criando uma situação na qual os organismos que produzem os corais correm o risco de serem extintos ou ficarem extremamente raros. Já fizemos desaparecer muitas espécies do planeta, mas desta vez faremos sumir um ecossistema inteiro”, alertou Sale. As emissões de gases do efeito estufa são apontadas pelo pesquisador como o grande vilão porque causam dois fenômenos.

O primeiro é o aquecimento das águas, que já registram um aumento em sua temperatura média de 0,67°C no último século. Com as águas mais quentes, as algas não conseguem fazer fotossíntese e acabam desaparecendo, levando junto os organismos que delas se alimentam. Isto é o que provoca o “embranquecimento” (Bleaching) dos corais.

O segundo é a acidificação. Cerca de um terço do dióxido de carbono que emitimos acaba absorvido pelos oceanos, o que dificulta o trabalho dos organismos para reter os minerais que constituem os recifes.

Os recifes de corais são essenciais para a vida marinha. Eles contém 25% de toda a biodiversidade dos oceanos, mesmo ocupando apenas 0,1% da área total dos mares.

Mais de 20% dos corais do planeta desapareceram nas últimas décadas e, segundo Sale, até o fim do século os recifes sumirão completamente. ***

Desmate no cerrado cai e ministério acena com revisão de meta – UOL

A falta de verba deixou empacada a parceria entre o Inpe e o Ibama para criar um sistema que desse a taxa anual de desmate. Hoje, ela é medida anualmente por um sistema do Ibama que é bem mais simples que o Prodes (do Inpe, que dá a taxa de desmatamento na Amazônia). O sistema não dá taxas anuais, nem diferencia vegetação secundária de cerrados nativos.

O monitoramento começou somente em 2009. Até então, o governo tinha apenas uma estimativa pontual da destruição do cerrado (15,7 mil km2 ao ano). Com base nessa estimativa foi definida a meta de redução de 40% na derrubada do bioma até 2020.

O que os satélites revelaram, porém, foi um número bem diferente. Os dados de 2010, divulgados ontem por Teixeira, por exemplo, mostram 6.469 km2 desmatados, ou quatro vezes a área da cidade de São Paulo. Isso representa uma queda de 15% em relação a 2009 (7.637 km2). No total, o cerrado já perdeu 48,5% de sua área original.

O desmatamento se concentrou no chamado "Mapito" (Maranhão, Piauí e Tocantins), a nova fronteira do agronegócio do país. Segundo Mauro Pires, coordenador do plano de controle de desmate no cerrado, a queda não significa que a meta já tenha sido cumprida.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que dará dinheiro de sua pasta ao Inpe para criar o monitoramento no ano que vem. ***

______________________________________________
Fonte:Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas - CMMC
Assessoria Técnica

Wilson S. Andrade - Assessoria Técnica - CMMC
Senado Federal

Nenhum comentário:

Postar um comentário