segunda-feira, 19 de março de 2012

Brasileiro morto pela polícia na Austrália

Brasileiro morto pela polícia na Austrália

O estudante brasileiro de 21 anos morto pela polícia australiana na madrugada de domingo (18) vivia em Sydney desde o final do ano passado, de acordo com amigos.

Roberto Laudísio morou em São Paulo e estudou na PUC-SP e Faap. Na Austrália, estudava inglês.

Segundo amigos, o brasileiro foi visto pela última vez na noite de sábado na rua King, mas não havia voltado para casa. Sua irmã, que também mora em Sydney, procurou a polícia na manhã de domingo e foi informada do caso. A reportagem não consegiu falar com ela.

Segundo a polícia local, houve um assalto a uma loja de conveniência na rua King por volta das 5h30 --um pacote de biscoitos foi levado. Policiais foram chamados e chegaram ao local em poucos minutos, mas o ladrão já havia fugido.

Uma guarnição de seis agentes fez buscas pela região e, segundo a polícia, localizou um suspeito na rua Pitt.

O suspeito fugiu da abordagem, ainda conforme a polícia. Os policiais o perseguiram e, durante um confronto, dispararam uma arma de choque elétrico e usaram spray de pimenta.

Uma testemunha da ação disse ao jornal australiano "Sydney Morning Herald" que, mesmo depois de caído no chão, ele tentou se livrar e foi atingido pelo menos mais três vezes com a arma de choque, do modelo Taser. A ação foi filmada por uma câmera de segurança de um café da rua e exibida na TV australiana.



A testemunha disse que o jovem estava sem camisa e sem nada nas mãos quando a polícia o avistou. "Ele corria tanto quanto podia. Suas calças estavam caindo, eu achei que ele estivesse apenas bêbado e que os policiais estavam tentando capturá-lo'', disse.

Ela ainda revelou que o rapaz gritou por socorro quando recebeu os choques, até desmaiar. Segundo a polícia, ele teve uma parada cardiorrespiratória. Policiais e paramédicos chamados ao local tentaram reanimá-lo, sem sucesso.

A polícia disse que uma equipe de investigação, formada por membros do departamento de homicídios, foi acionada para apurar as circunstâncias da morte do brasileiro. O resultado ainda será revisto por oficiais da área de padrões profissionais.

Ao "Sydney Morning Herald", a polícia disse já ter entrado em contato com familiares da vítima, mas que ainda não foi feita uma identificação formal. A polícia também vai realizar exames para saber se o jovem estava drogado ou alcoolizado e se isso pode ter contribuído para sua morte.

Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro já acionou seu consulado em Sydney para tomar as providências cabíveis. Informou também que, até esta segunda-feira, o governo da Austrália não confirmou oficialmente a morte do brasileiro no país.

De acordo com uma prima de Roberto, Marília de Lucca, sua família já tem indícios de que a morte dele foi um erro, porque os policiais estariam perseguindo outra pessoa e não tomaram o cuidado de identificá-lo antes de atacá-lo.

Lucca afirma que Roberto estava em uma festa com os amigos e se separou deles por algum motivo, uma provável briga. Ela também faz questão de enfatizar que a história divulgada pela polícia ainda precisa ser revista e que a família aguarda a autópsia para esclarecer o ocorrido.

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