O massacre promovido pelo jovem Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, completa um ano neste sábado. Na ocasião, Wellington, que era ex-aluno, entrou na escola afirmando que daria uma palestra para os alunos e atirou contra os estudantes. Doze adolescentes morreram e outros ficaram 12 feridos. O assassino se matou em seguida.
Após a tragédia, muitas discussões sobre a segurança das escolas começaram. Para o consultor de segurança da Band, general Augusto Heleno, muitas das propostas apresentadas não têm aplicação prática, como por exemplo a instalação de detectores de metal na porta das instituições.
“A escola não tem verba para isso e seria muito complicado passar as crianças pelo detector todos os dias”, explicou. Segundo o general, a medida mais eficiente seria aumentar a presença policial nas instituições de ensino, com mais policiamento de rua e integração com a comunidade.
Sensação de segurança
“Se o policial estivesse acostumado a viver todo dia naquela comunidade, ele poderia perceber a presença de alguém diferente àquele meio. Se eu, como policial, não tenho essa familiaridade, sou apenas mais um ali. É mais difícil ter essa percepção, diminui o vínculo com aquela comunidade”, explicou Augusto Heleno.
Segundo o general, esse regime de trabalho dos policiais de 24 x 72 leva o efetivo a ser dividido em quatro, o que dificulta o patrulhamento de rua e tira um pouco a sensação de segurança. “A gente não percebe o policiamento porque não se depara com a polícia toda hora”, completou.
O consultor diz ainda que a presença constante dos policiais ajuda a intimidar a criminalidade. “Em Nova York houve uma modificação nesse sentido. Você não anda pela cidade sem ver uma viatura”, comenta.
Outros cuidados
O especialista acredita que a tragédia da escola de Realengo foi um caso específico, “muito mais uma fatalidade. Em diversos lugares do mundo vemos acontecimentos como esses e é difícil uma prevenção específica”, comenta.
Mas, para o general, há outras atitudes que ajudam a evitar que tragédias como essas voltem a acontecer. Uma delas seria o cuidado com as armas em casa. Quando são ilegais, os pais devem ter orientação e tomar conhecimento sobre os riscos de ilegalidade.
Nos demais casos, como quando os pais têm armamento por motivos profissionais, seria importante que tivessem “orientação por meio de encontros com psicólogos, policiais, e outros, mostrando como deve ser o contato dessa arma com o filho, de forma sadia, explicando os riscos, para que não desperte curiosidade mórbida quando os pais estão fora de casa”, exemplificou o consultor.
Posicionamento
Sobre a segurança na Escola Tasso da Silveira depois da tragédia, a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro informou que agentes da Guarda Municipal permanecem no colégio. “Além disso, medidas foram adotadas para todas as escolas da prefeitura, como a obrigatoriedade do uso de crachás para visitantes, a contratação de porteiros e agentes educadores”.
O órgão informou ainda que as escolas contam com 2.367 porteiros e 2.047 agentes educadores e algumas escolas situadas em áreas conflagradas possuem vigias, quando necessário.
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