BANI WALID, Líbia - Após mais de uma semana da vitória final das forças anti-Kadafi, milhares de líbios descobriram que tinham pouco, ou mesmo nada, a comemorar. Cidades como Sirta e Bani Walid, últimos bastiões kadafistas que resistiram à Otan e às forças rebeldes, são agora cidades fantasmas que pagaram com a destruição a resistência à revolução. Muitos civis que acabaram fugindo dessas cidades por causa do conflito retornam agora e descobrem que suas casas foram queimadas, destruídas ou saqueadas. Foi assim que moradores de Bani Walid, da tribo Warfala - considerada a mais importante do país e acusada de ter sido uma das poucas a desfrutar de prestígio durante o regime de Muamar Kadafi -, decidiram montar uma associação para apurar os crimes de guerra cometidos nos últimos oito meses na Líbia, segundo o jornal espanhol "ABC".
ESPECIAL: Relembre em infográfico as quatro décadas do regime de Muamar Kadafi.
- Montamos a Associação de Vítimas da Revolução com o objetivo de levar esses crimes às autoridades do país, e evitar que os nossos façam justiça com as próprias mãos - disse Ali Abdul, morador de Bani Walid responsável pela iniciativa, ao "ABC". - Que liberdade é essa que se impõe com bombas, saques e execuções?
Principal tribo do país sofre retaliações.
Tachados de simpatizantes de Kadafi, os Warfala - mesmo os que não participaram do conflito - agora temem pelo seu destino na Líbia dirigida pelo Conselho Nacional de Transição. Nas ruas desertas de Bani Walid, os poucos moradores que se aventuram a sair de casa se escondem rapidamente ao ver um veículo do novo governo se aproximar. Há relatos de que, quando entraram na cidade, milicianos de Zawiya gritaram "Warfala, cachorros" antes de incendiar prédios, uma frase espalhada pelos muros de toda a cidade.
Vizinho de Abdul, o professor Muftah Mohamed, de 54 anos, relata a violência da tomada da cidade.
- Eu estive aqui durante toda a guerra - disse ao "ABC". - Os homens de Kadafi não tocaram nas casas. Os problemas chegaram quando os rebeldes entraram casa por casa.
Autor de golpe frustrado volta à Líbia
Após 18 anos de exílio nos EUA, Salem al-Wahar - que ajudou a organizar um golpe frustrado contra Kadafi em 1993 - voltou a seu país para ajudar a organizar a associação de vítimas.
- Por enquanto, só conseguimos mobilizar dez homens - conta. - Precisamos colocar um freio na insegurança e devolver as condições de vida à população. Caso contrário, em breve começarão a sentir falta do regime anterior.
Fonte: Renata Giraldi, da Agência Brasil
ESPECIAL: Relembre em infográfico as quatro décadas do regime de Muamar Kadafi.
- Montamos a Associação de Vítimas da Revolução com o objetivo de levar esses crimes às autoridades do país, e evitar que os nossos façam justiça com as próprias mãos - disse Ali Abdul, morador de Bani Walid responsável pela iniciativa, ao "ABC". - Que liberdade é essa que se impõe com bombas, saques e execuções?
Principal tribo do país sofre retaliações.
Tachados de simpatizantes de Kadafi, os Warfala - mesmo os que não participaram do conflito - agora temem pelo seu destino na Líbia dirigida pelo Conselho Nacional de Transição. Nas ruas desertas de Bani Walid, os poucos moradores que se aventuram a sair de casa se escondem rapidamente ao ver um veículo do novo governo se aproximar. Há relatos de que, quando entraram na cidade, milicianos de Zawiya gritaram "Warfala, cachorros" antes de incendiar prédios, uma frase espalhada pelos muros de toda a cidade.
Vizinho de Abdul, o professor Muftah Mohamed, de 54 anos, relata a violência da tomada da cidade.
- Eu estive aqui durante toda a guerra - disse ao "ABC". - Os homens de Kadafi não tocaram nas casas. Os problemas chegaram quando os rebeldes entraram casa por casa.
Autor de golpe frustrado volta à Líbia
Após 18 anos de exílio nos EUA, Salem al-Wahar - que ajudou a organizar um golpe frustrado contra Kadafi em 1993 - voltou a seu país para ajudar a organizar a associação de vítimas.
- Por enquanto, só conseguimos mobilizar dez homens - conta. - Precisamos colocar um freio na insegurança e devolver as condições de vida à população. Caso contrário, em breve começarão a sentir falta do regime anterior.
Fonte: Renata Giraldi, da Agência Brasil
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