sábado, 28 de abril de 2012

Rebeldes fazem primeiro ataque por mar ao regime de Assad na Síria

Rebeldes fazem primeiro ataque por mar ao regime de Assad na Síria

Os opositores sírios que há mais de um ano protestam pela saída do líder Bashar al-Assad do poder fizeram neste sábado o que se acredita ser sua primeira ofensiva por mar, deixando feridos entre suas próprias tropas e as forças do regime. O ataque chega no mesmo dia em que o Líbano barrou um navio que trazia armamentos aos rebeldes.


O ataque, realizado por rebeldes armados a bordo de botes, ocorreu próximo à cidade de Lattakia, na costa da Síria no Mar Mediterrâneo, próximo à fronteira com a Turquia.

Segundo a imprensa estatal síria, os confrontos entre os rebeldes e forças de segurança deixaram feridos dos dois lados, mas não houve relatos de mortes.

Em outro desdobramento, o governo libanês anunciou mais cedo ter interceptado um navio que rumava para a costa síria com um carregamento de armas supostamente destinadas a alimentar as frentes de batalha rebeldes. O navio teria zarpado da Líbia.

Embora o governo de Assad tenha oficialmente aderido a um plano de cessar-fogo mediado pelo enviado especial da ONU e da Liga Árabe Kofi Annan ainda no dia 12 de abril, mais confrontos incluindo mortes ocorreram neste sábado em subúrbios da capital, Damasco, e na cidade de Aleppo.

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, com base em Londres, ao menos seis pessoas teriam morrido nos combates.

Na quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, classificou a continuidade dos ataques das forças do regime como uma "contravenção" ao plano de paz.
Armamentos

Segundo a Marinha do Líbano, o navio, Lutfallah 2º, levava três containers com armas e munições para os rebeldes.

A embarcação teria começado a viagem na Líbia, e após uma escala no porto de Alexandria, no Egito, atracou no porto de Trípoli, no norte do Líbano.

A cidade, que leva o mesmo nome da capital líbia, é um dos pontos logísticos dos rebeldes sírios, e segundo o governo de Assad tem servido como porta de entrada para o contrabando de armamentos que fortalecem os opositores.

O analista da BBC em Beirute, Jim Muir, diz que o governo de transição líbio simpatiza com os movimentos rebeldes da Síria.

Já o ataque por mar, classificado pelo governo sírio como um "atentado terrorista", teria ocorrido a cerca de 30 quilômetros da fronteira entre e a Síria e a Turquia.

Segundo a agência de notícias estatal Sana os militares sírios desmantelaram a ofensiva.
Missão da ONU

As Nações Unidas mantêm no momento cerca de 15 observadores na Síria, com o objetivo de fiscalizar a implementação do frágil cessar-fogo colocado em prática no dia 12 de abril.

Embora os dois lados do conflito tenham acordado a trégua, os confrontos se mantiveram.

Na sexta-feira uma explosão no centro de Damasco deixou ao menos dez mortos e 20 feridos.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou nos últimos dias o envio de 300 monitores ao país.

A ONU estima que 9 mil pessoas morreram desde que os protestos contra Assad começaram em março de 2011.

O governo sírio, por outro lado, avaliou até fevereiro a quantidade de mortos em 3.838 pessoas - sendo 2.493 civis e 1.345 militares.

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