
A nova diretora geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Magda Chambriard, em sua primeira entrevista coletiva à frente do órgão, afirmou que a ANP aplicou 25 autuações à petrolífera Chevron. Todas foram em razão do vazamento de óleo na bacia de Campos ocorrido em novembro do ano passado.
Segundo Magda, a empresa americana tem agora 15 dias (a partir da última terça-feira, data do recebimento do relatório) para se justificar no processo conhecido como contraditório. Quando receber de volta o documento com as explicações da Chevron, a ANP vai estudar qual pena será aplicada pelo vazamento de 2,4 mil barris em alto mar.
"Nós vamos fazer um esforço de fiscalização em geral, e isso significa exploração e produção, refino, distribuição e revenda. No nível da fiscalização inteligente, que eu espero que a sociedade entenda, nós não podemos ter um fiscal em cada poço, em cada posto de gasolina. Temos que trabalhar com inteligência. Fazemos um esforço muito grande na coleta de informações, e essa fiscalização, essa análise, é que direciona nossas ações", explicou a diretora.
Sobre o novo vazamento em poços da petrolífera, desta vez no campo de Frade, a cerca de 3 km do que ocorreu em 2011, Madga evitou fazer qualquer tipo de análise sobre as causas do acidente, nem se ambos possuem relação. Também não adiantou se houve excesso de pressão na perfuração. "O que eu posso dizer que todo acidente é indesejado, nenhum de nós pretende encarar um acidente", explicou.
Um estudo pedido pela agência à Chevron, "que já está na minha mesa", adiantou Magda, diz respeito apenas a questões técnicas. A diretora afirma que também não recebeu nenhum comunicado de que a empresa norte-americana estaria interessada em deixar o País. Ela frisou ainda que as tratativas sobre o novo acidente na bacia de Campos têm relação apenas com a Chevron. A Transocean, dona da sonda que perfurava em Frade, local do acidente, não será investigada, pelo menos por enquanto.
Acidentes distintos
Em reportagem publicada pela agência Reuters nesta quarta-feira, a Chevron afirma que testes realizados pela empresa IPEX-Brazilian Petroleum Expertise Co demonstraram que o óleo retirado do alto mar no último acidente tem características químicas distintas do vazamento ocorrido em novembro do ano passado.
De acordo com a companhia, o petróleo que saiu da rachadura neste mês é de um tipo mais pesado que o anterior. Ainda assim, Madga Chambriard optou novamente pela cautela e espera relatórios mais aprofundados antes de se ter uma decisão definitiva. "Não dá para fazer análise visual, é preciso algo mais técnico, mais preciso", explicou.
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