Em um importante revés diplomático para o presidente da Síria, Bashar al-Assad, Rússia e China uniram-se ao Conselho de Segurança na quarta-feira para expressar apoio à tentativa do enviado da Liga Árabe e da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, de pôr fim à violência que deixou a Síria à beira da guerra civil.
Diplomatas ocidentais afirmaram que o acordo sobre uma declaração expressando "preocupação com a deterioração da situação na Síria" deve ser um alerta para Assad, que contava com o apoio da Rússia para se defender das críticas internacionais enquanto reprime os protestos antigoverno.
A declaração ameaça a Síria com "novos passos" caso o país não cumpra com os seis pontos da proposta de paz de Annan - que pede por um cessar-fogo, diálogo político entre governo e oposição e acesso pleno das agências de ajuda humanitária.
A iniciativa norte-americana e europeia por uma declaração do conselho de apoio à missão de Annan veio depois de Rússia e China vetarem duas vezes uma resolução condenando a repressão de Assad aos manifestantes, que, segundo a ONU, já matou mais de 8 mil pessoas.
Diferentemente das resoluções, que são legalmente vinculantes e precisam de nove votos favoráveis e nenhum veto dos cinco membros permanentes do conselho para serem aprovadas, as declarações em geral não são vinculantes, mas exigem apoio unânime do conselho.
Embora a declaração não apoie explicitamente o plano da Liga Árabe que pede a renúncia de Assad, ela inclui o pedido de Annan por um processo político que ecoa aquela proposta.
Ela expressa "apoio completo aos esforços (de Annan) em trazer o fim imediato a toda violência e violação aos direitos humanos, garantir acesso humanitário e facilitar uma transição política liderada por sírios a um sistema político democrático e plural".
A declaração também exige que o governo sírio pare de lutar primeiro - algo que Annan e o Ocidente têm pedido.
"O governo sírio deve cessar imediatamente os movimentos de tropas e encerrar o uso de armas pesadas em centros populacionais e começar a retirada de concentração militar dentro e em volta dos centros populacionais", afirmou.
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