
O pai da revolução cubana, Fidel Castro, teve uma conversa nesta quarta-feira, em Havana, com o Papa Bento 16, a quem fez algumas perguntas, relatou o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi.
"Soube pelo próprio Papa como se desenvolveu o encontro. Segundo Bento 16 foi uma conversa muito animada, com muitas trocas de argumentos", disse o padre Lombardi aos jornalistas.
"Fidel queria conhecer o pensamento do Papa sobre diversos temas", disse Lombardi, destacando que o "Comandante", ex-aluno dos jesuítas, leva "uma existência dedicada à reflexão sobre a cultura e o mundo de hoje".
"Ele (Castro) perguntou ao Papa, em primeiro lugar, sobre as mudanças litúrgicas na celebração da missa, ouvindo de Bento 16 as explicações sobre o sentido dessa renovação", segundo o padre Lombardi.
"Depois, Fidel Castro quis saber sobre o trabalho apostólico de um Papa, sua missão e tarefa”.
"No final, ele indagou sobre as dificuldades vividas pela Igreja nos tempos de hoje". O Santo Padre mencionou a complexidade das religiões em responder aos "desafios" da modernidade.
Disse também que as dificuldades enfrentadas pela humanidade são causadas pela ausência de Deus. E expôs seus temas de reflexão: as relações entre a fé e a razão, entre a liberdade e a responsabilidade, acrescentou o porta-voz.
Fidel Castro disse que acompanhou toda a vista pontifical a Cuba pela televisão. Os dois puseram em destaque suas idades avançadas (Castro tem 85 anos e o Papa, 84) e Bento 16 disse a Castro: "já estou velho, mas de qualquer forma, ainda posso cumprir com os meus deveres".
O Vaticano sabia a algum tempo do "grande desejo de Fidel Castro de se encontrar com o Papa", concluiu o porta-voz.
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