sexta-feira, 6 de abril de 2012

A violência deixou ao menos 35 mortos nesta sexta-feira na Síria

A violência deixou ao menos 35 mortos nesta sexta-feira na Síria

A violência deixou ao menos 35 mortos nesta sexta-feira na Síria, onde dezenas de milhares de sírios protestaram em todo o país contra o regime do presidente Bashar al Assad, desafiando a importante mobilização das forças de ordem.

O Conselho de Segurança da ONU disse na quinta-feira que o regime sírio deve pôr fim a suas operações militares até 10 de abril, como prometera, e pediu que a oposição faça o mesmo durante as 48 horas seguintes.

Em uma carta enviada nesta sexta-feira à ONU, Damasco afirmou no entanto que "os atos terroristas" aumentaram na Síria desde que o regime aceitou o plano do emissário internacional Kofi Annan.

Vários protestos ocorreram em Damasco e em diversas cidades do país, especialmente em Qamechli, nas regiões curdas do norte, e na província de Deir Ezzor (leste), segundo militantes. Em Alep (norte), segunda maior cidade do país, os militantes citaram 32 manifestações.

As forças de segurança dispararam para dispersar os manifestantes em Duma (perto de Damasco), em Hama (centro) e Idleb (noroeste), segundo os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que dirigem os protestos.

Em Muadamiyé (perto de Damasco) e em Hama, foram mobilizados atiradores de elite em cima dos edifícios para dissuadir os manifestantes. E na cidade costeira de Banias, agentes de segurança rodearam todas as mesquitas, de onde tradicionalmente partem as manifestações sírias apos a oração de sexta-feira.

Em sua página no Facebook, o grupo ativista Revolução Síria 2011 convocou os sírios a sair às ruas e defender a entrega de armas aos rebeldes, um dia depois da morte de 77 pessoas, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Nesta sexta-feira, a violência deixou, segundo a OSDH, ao menos 35 mortos, entre eles 22 civis, nove soldados e quatro desertores ao todo no país, essecialmente nas regiões de Homs (centro) e de Alep.

Em Homs explodiram combates entre desertores do vilarejo de Al-Tiba e homens armados das aldeias leais ao regime do presidente Bashar al-Assad, depois que milicianos abriram fogo contra mulheres de Al-Tiba, matando duas delas e ferindo outras quatro, segundo a ONG, que tem sede em Londres.

Ao mesmo tempo, as forças armadas bombardearam os bairros de Homs. Na cidade de Rastan, mais ao norte, sitiada e bombardeada com obuses de morteiro, também foram registrados confrontos, com disparos de armas pesadas.

O OSDH informou ainda que em Damasco as forças de segurança revistavam casas nos subúrbios, depois de uma noite de combates com desertores, que mataram três soldados.

Em Duma, perto de Damasco, as forças armadas tomaram por assalto o bairro Abdel Rau, onde foram escutados disparos e explosões.

O corpo de um homem preso poucas horas antes foi encontrado em Jan Sheijun, na região de Idleb (noroeste), segundo a OSDH.

O governo sírio comprometeu-se, segundo o emissário internacional Kofi Annan, a retirar suas tropas antes de 10 de abril, mas a comunidade internacional o acusou de não cumprir suas promessas.

Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, afirmou que os Estados Unidos não viram nenhum sinal de que as tropas de Bashar al Assad estejam aplicando o plano de paz de seis pontos de Annan.

A Síria exige "um compromisso por escrito" de que a oposição não tentará aproveitar a retirada das tropas para ganhar terreno, informou o embaixador sírio na ONU, Bashar Jaafari.

Ao fazer uso da palavra diante da Assembleia Geral da ONU na quinta-feira, Annan afirmou que havia detectado uma vontade por parte da oposição de cessar as hostilidades quando as forças governamentais encerrarem suas operações, apesar de não falar de um acordo formal.

A missão da ONU enviada por Annan, encarregada de observar a instauração de um cessar-fogo, chegou na quinta-feira a Damasco.

Essa equipe, liderada pelo general norueguês Robert Mood, um especialista em Oriente Médio, se reunirá com as autoridades para discutir "as modalidades de uma eventual mobilização da missão de supervisão da ONU", anunciou o porta-voz Annan

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