segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Evitando o rotavírus, que mata uma em cada 300 crianças






Uma em cada 300 crianças morre por causa do rotavírus. É o que alerta Alexandre Naime Barbosa, médico infectologista e pesquisador da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Os números revelam a gravidade do vírus, não exclusivo do verão, mas muito mais disseminado na estação mais quente do ano.

"A tramissão do vírus não está relacionada com temperatura", assegura o pesquisador. O que ocorre, segundo ele, é que no final do ano, assim como nos meses mais quentes, as pessoas tendem a consumir mais alimentos fora de casa. "Locais onde os alimentos, a água e até mesmo o gelo não possuem as necessárias condições de higiene", explica ele.

A transmissão do rotavírus é fecal-oral, ou seja, pelo consumo de alimentos, de água contaminada ou ainda do contato oral com objetos sujos. "O vírus é um dos principais causadores da gastrenterite aguda, conhecida popularmente como diarreia aguda e virose intestinal", explica Alexandre, que relata a existência de sete subgrupos da doença nomeados de A-G. Mas o tipo A, de acordo ele, é responsável por 90% dos casos em humanos.

Todos são susceptíveis a contrair o vírus, como assegura o professor da Unesp. Ele, no entanto, afirma que crianças até três anos tendem a desenvolver quadros mais graves, principalmente quando comparadas com adultos, que geralmente apresentam estágios mais benignos. Indivíduos desnutridos, de baixa renda sócio-econômica, com alguma doença que afete o desempenho do sistema imunológico também podem ter quadros mais severos.

Sintomas

Além da diarreia, caracterizada por evacuações aquosas e de aspecto gorduroso, outros sintomas podem acompanhar a infecção como é o caso dos vômitos, da febre, do mal-estar, da coriza e da tosse. "Geralmente os sintomas duram por sete dias e regridem espontaneamente por causa da ação do sistema imunológico de cada indivíduo", esclarece o infectologista.

Mas dependendo da frequência e do volume da diarreia, a infecção pode acarretar ainda uma situação potencialmente grave de desidratação. Nesses casos, segundo Alexandre, o paciente pode apresentar sonolência, irritabilidade, muita sede, diminuição do volume da urina, boca seca, olhos encovados, ausência de lágrimas e perda da consistência da pele.

Enquanto os quadros leves podem receber tratamento domiciliar com a reposição de líquidos a partir de soro caseiro ou do leite materno, os estágios moderados e graves exigem internação e uso de hidratação endovenosa. Mas, em todos os casos, Barbosa orienta a avaliação médica. "É importante procurar atendimento médico para um correto diagnóstico. Antibióticos e anti-diarreicos são contra-indicados, pois além de não ter ação contra o vírus, podem piorar a evolução da doença."

Métodos preventivos

Para evitar a infecção pelo rotavírus, Alexandre ressalta a importância das boas práticas de higiene pessoal e alimentar e indica cinco cuidados básicos:

- Lave as mãos cuidadosamente e com frequência, especialmente depois de usar o banheiro e de trocar as fraldas das crianças, antes das refeições e quando for preparar os alimentos;

- Lave bem e deixe mergulhados em solução desinfetante frutas e legumes que vão ser ingeridos crus;

- Use água tratada para beber e no preparo dos alimentos;

- Mantenha sempre bem limpos os utensílios de mesa e os que são usados na cozinha;

- Cuidado ao consumir alimentos e água fora de casa, verifique as condições de higiene.


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