sábado, 17 de dezembro de 2011

Presidenta Dilma afirma que não haverá redução de ministérios





Presidenta Dilma afirma que não haverá redução de ministérios


BRASÍLIA, 16 Dez - A presidente Dilma Rousseff negou nesta sexta-feira que pretenda fazer uma grande reforma administrativa no governo, com redução no número de ministérios em janeiro, e disse que as sucessivas quedas de ministros envolvidos em escândalos de corrupção não foram sua maior dificuldade do seu primeiro ano no Palácio do Planalto.

"O mais difícil foi a questão econômica", afirmou Dilma em conversa com jornalistas em encontro de final de ano. Ainda assim, a presidente se disse otimista e previu que o país crescerá entre 4,5 por cento e 5 por cento em 2012, apesar da piora do cenário internacional.

Esse encontro com os jornalistas também era feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas Dilma adotou um estilo mais formal para o encontro, fazendo poucas brincadeiras e se aproximando de uma entrevista coletiva.

Ela fez um balanço inicial de mais de 30 minutos sobre o primeiro ano do governo e tocou em quase todos os temas, deixando para o final seus comentários sobre as dificuldades políticas do governo.

"Eu e meu governo não temos compromisso com qualquer prática de malfeito no governo. Tolerância zero", reafirmou a presidente depois de ter substituído seis ministros que foram alvo de acusações de irregularidades nos últimos meses.

Entre junho e dezembro, saíram do governo envolvidos em escândalos os ministros Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo), Orlando Silva (Esporte) e Carlos Lupi (Trabalho).

Apesar do compromisso de enfrentar a corrupção, Dilma admitiu que não é possível garantir que novos desvios ocorram. "É algo que eu tenho só um controle relativo."

Ela classificou as denúncias de corrupção como "grandes desafios" para o governo, mas alegou que esses problemas políticos foram específicos nas áreas e não contaminaram sua gestão como um todo.

"Acho que é do ofício da Presidência tomar medidas duras. Lamento porque alguns ministros que saíram eram muito capazes", disse.

Ela argumentou que tentou evitar o clima de "caça às bruxas" no governo e reclamou do volume de denúncias divulgado na mídia. "Obviamente eu acho que escândalo vende mais jornal", disse ao analisar que a divulgação dos programas do governo ficou prejudicada com o noticiário negativo.

REFORMA MINISTERIAL

Ao ser questionada sobre a vindoura reforma ministerial, prevista para janeiro, ela disse que "não" haverá redução de ministérios. "Não é isso que faz a diferença no governo", argumentou.

Segundo ela, cada ministério tem sua responsabilidade e quem não enxerga isso "é porque não está no dia a dia do governo".

Segundo ela, pastas como a Política para as Mulheres e a Promoção da Igualdade Racial têm enorme responsabilidade política, dando a entender que elas não serão fundidas, como se chegou a especular.

Dilma afirmou que pretende aumentar os níveis de governança interna do governo, mas não deu detalhes de como fará isso. Alertou, porém, que nisso os partidos aliados não terão influência.

"(Não quero) que nenhum partido político interfira nas relações internas do governo. Isso vale para todos os partidos políticos. Uma coisa é a governabilidade e que os partidos possam indicar nomes. Mas a partir do momento que o nome foi indicado ele presta contas ao governo e a mais ninguém", salientou.

Questionada sobre as recentes denúncias de tráfico de influência ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, Dilma disse que elas são infundadas.

"O Pimentel não tem nada a ver com o que estão acusando ele", disse em defesa do ministro que é seu amigo pessoal há décadas.

Fonte: / Reuters





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