Polícia vigia terreno desocupado em São José dos Campos, SP
Reintegração de posse começou no domingo (22), no fim da madrugada. Houve confronto. Um homem foi baleado, e 30 pessoas acabaram presas.
Vanessa Vantine São José dos Campos, SP
Na noite desta segunda-feira (23), a polícia mantém vigilância no terreno onde houve confrontos durante uma reintegração de posse na cidade de São José dos Campos, interior paulista. Todas as 1.600 famílias foram retiradas.
Cerca de 760 pessoas estão alojadas em três abrigos municipais. O restante foi pra casa de parentes, ou voltou para a cidade de origem. Nesta segunda-feira, a prefeitura falou pela primeira vez sobre a assistência que será dada às famílias que não têm para onde ir.
As 1.600 famílias que ocupavam a área conhecida como Pinheirinho foram avisadas em julho de 2011 sobre a ordem de despejo da Justiça estadual. Os invasores chegaram a formar uma tropa de choque improvisada à espera da polícia.
A reintegração de posse começou no domingo (22), no fim da madrugada. Houve confronto. Um homem foi baleado, e 30 pessoas acabaram presas. Em seguida, vândalos destruíram prédios públicos e atearam fogo em pontos comerciais de bairros vizinhos à ocupação.
Na manhã desta segunda-feira (23), houve mais conflitos. Manifestantes jogaram pedra nos policiais, que revidaram com balas de borracha e bombas de efeito moral. Com medo de novos atos de vandalismo, o comércio local fechou as portas.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que poderia ter havido mais diálogo com os invasores para evitar o que ele chamou de "praça de guerra". Segundo o ministro, as famílias não receberam tratamento humano. Carvalho afirmou que respeita a autonomia do Judiciário paulista, mas disse que esse não seria o método do Governo Federal.
Em nota, o governo de São Paulo informou que agiu em cumprimento à determinação do Judiciário, e que a operação foi comandada diretamente pela presidência do Tribunal de Justiça paulista. O governo afirma que qualquer denúncia concreta de abuso será apurada, e declarou que o Governo Federal não tomou qualquer ação concreta durante o processo judicial.
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