quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Mulheres Americanas que serviram nas guerras do Iraque e Afeganistão foram mais a campo do que em outras guerras anteriores

As mulheres americanas que serviram nas guerras do Iraque e Afeganistão participaram de mais combates do que em outras guerras anteriores e apresentam a mesma taxa de síndrome de estresse pós-traumático que os homens, de acordo com um estudo recente.

Para esse estudo, pesquisadores analisaram mais de 7 mil soldados que serviram nas guerras e descobriram que 4% das mulheres relataram ter matado, 9% relataram ter testemunhado mortes, 31% relataram ter tido contato com mortes ao seu redor e 7% foram feridas em combate.

Em comparação, os pesquisadores relataram que apenas 1% das soldadas que lutaram na Guerra do Golfo entre 1990 e 1991 disseram ter matado alguém, 14% testemunharam uma morte e 2% sofreram um ferimento em combate.

Na maioria das categorias de estresse de combate, seus efeitos na saúde mental em soldados do sexo masculino e feminino que serviram no Iraque e no Afeganistão foram os mesmos. Ambos tiveram a mesma taxa de síndrome de estresse pós-traumático (18%), mas as mulheres feridas em combate foram as mais propensas a desenvolver a doença do que os homens feridos.

Os pesquisadores da Universidade da Califórnia, São Francisco, descobriram que as mulheres tiveram mais probabilidade de relatar sintomas de depressão, enquanto os homens foram mais propensos a desenvolver problemas com a bebida.

O trauma sexual militar - definido como uma agressão sexual ou assédio sexual constante - foi relatado por 12% das mulheres e 1% dos homens. O trauma sexual militar foi fortemente associado com a síndrome de estresse pós-traumático e depressão em homens e mulheres, de acordo com o relatório da pesquisa divulgado na revista Jornal de Pesquisa Psiquiátrica.

Os resultados têm implicações importantes para o sistema de cuidados de saúde dos veteranos de guerra, de acordo com a autora do estudo, Maguen Shira, uma professora e auxiliar clínica de psiquiatria na Universidade da Califórnia, São Francisco, e psicóloga clínica do Centro Médico para Veteranos de São Francisco.

"Se as mulheres estão de fato sendo mais expostas ao estresse do combate do que antes, temos que estar preparados para fornecer os serviços de que elas precisam e levar em consideração o impacto que esses fatores podem ter sobre o funcionamento de sua saúde mental”, ela disse em um comunicado de imprensa feito pela universidade.

"Nós também precisamos analisar os danos corporais e verificar seu potencial impacto sobre a saúde psicológica das mulheres", acrescentou Maguen.

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