Síndrome vasovagal provoca perda súbita da consciência
A síncope é um dos problemas médicos mais antigos registrados. Atribui-se a Hipócrates a primeira descrição do desmaio, que pode resultar de diversas causas. Nas últimas décadas, contudo, tem-se focalizado uma causa em especial: os distúrbios do sistema nervoso autônomo, responsável pelo controle da pressão arterial e do batimento cardíaco, que podem levar à hipotensão, intolerância ortostática (incapacidade de ficar de pé) e, por último, à síncope.
O comando desse sistema é feito pelo hipotálamo, no cérebro. Quando a glândula não funciona bem, causa um desequilíbrio no sistema nervoso autônomo, que se reflete no coração. O nervo vago tem terminações no coração e, quando a glândula entra em mau funcionamento, ocorre um aumento da função vagal, com dilatação das veias, queda da pressão e dos batimentos cardíacos. É isso que faz o paciente passar mal, desmaiar”, explica José Sobral Neto, cardiologista do Instituto do Coração de Taguatinga (Incor).
O problema é mais comum em jovens entre 15 e 25 anos. Atinge cerca de 3% da população masculina e 3,5% da feminina e está associado ao estilo de vida que a pessoa leva. Segundo Sobral Neto, intervalos longos entre as refeições e má alimentação são os principais fatores para desencadear a SVV. “O hipotálamo é muito sensível à falta de alguns sais importantes para o seu equilíbrio”, esclarece. “Por isso, a importância de se alimentar corretamente e, principalmente, de tomar água, que ajuda nas reações químicas do organismo”, ressalta.
A arquiteta Lorena Oliveira Ribeiro Silva, 25 anos, descobriu no ano passado que tem a SVV. Ela conta que passava até seis horas sem se alimentar. “Não tinha tempo de tomar café da manhã e, muitas vezes, não sentia fome durante o dia.” Com o tempo, a moça começou a sentir tontura, fraqueza, dores de cabeça constantes e muita dificuldade para levantar-se. “Não podia fazer nenhum movimento brusco, como levantar e virar a cabeça, que minha vista escurecia e ficava tonta”, relata. A partir daí, Lorena peregrinou por diversos consultórios médicos até chegar a um cardiologista. “Ele acabou descobrindo que eu tinha picos de pressão baixa durante o dia e, durante a noite, os batimentos do meu coração eram abaixo do normal”, conta.
Sinais
A SVV geralmente apresenta sintomas prévios leves com duração variável — de poucos segundos até minutos —, progredindo para a perda da consciência e a incapacidade de ficar de pé. São eles que ajudam no diagnóstico do problema. O desmaio é um dos sintomas mais frequentes e não costuma ter duração prolongada. Há, entretanto, pacientes — como Lorena — que nunca chegaram a ter uma síncope, apresentando apenas os demais sinais.
Alguns desmaios podem ser acompanhados de convulsões, o que, por vezes, leva a um diagnóstico equivocado de epilepsia. De acordo com Nasser Allam, neurologista e pesquisador adjunto do Laboratório de Neurociência da Universidade de Brasília (UnB), esse tipo de confusão é muito comum, por conta das convulsões. “Muitos pacientes passam anos a fio tomando remédio para epilepsia sem ter a doença”, disse. “É importante que o médico não descarte os exames cardíacos, que ajudam no diagnóstico da SVV”, coloca Allam.
Embora a síndrome vasovagal não coloque o paciente em risco de vida, ela pode ser incapacitante. Desmaios repentinos podem comprometer a qualidade de vida das pessoas: imagine os traumas causados por quedas insistentes e por episódios em situações extremamente delicadas — quando a pessoa está dirigindo um automóvel, por exemplo. O estudante de gastronomia Renan Santos de Araújo Borges, 21 anos, sabe muito bem o que é perder os sentidos e acordar com um trauma. Seu primeiro desmaio foi no meio da rua, enquanto carregava alguns quilos de carne. “Não me lembro de nada. Quando acordei, estava no hospital, depois de ter caído de cara no chão.” Os desmaios o levaram a um neurologista e depois a um arritmologista que diagnosticou a SVV. “Meu diagnóstico foi difícil, porque não tinha nem um dos outros sintomas”, lembra.
Os médicos explicam que os desmaios podem ocorrer em algumas situações, como estresse, calor e dor. “Pessoas que passam mal ao ver sangue ou alguma cena que as leve ao estresse e provoque um desmaio são boas candidatas a terem SVV”, avalia Allam. Ficar muito tempo em pé também é uma situação que pode levar a pessoa à síncope. “Na SVV, a pessoa tem uma propensão a ter uma queda da pressão, sem que haja uma resposta rápida do organismo para que a pressão suba imediatamente. Ela perde a capacidade de resposta”, explica o neurologista.
A SVV costuma ter bom prognóstico. A maior parte dos pacientes não necessita de um tratamento específico. Medidas simples, como dieta rica em líquidos e sal, meias elásticas para ajudar na circulação do sangue e atenção aos fatores desencadeantes, são suficientes para evitar desmaios. “Aprendi a perceber os sintomas prévios e, com isso, evito passar mal. Se eu ficar muito tempo sem comer, por exemplo, passo mal na hora”, diz Lorena.
O comando desse sistema é feito pelo hipotálamo, no cérebro. Quando a glândula não funciona bem, causa um desequilíbrio no sistema nervoso autônomo, que se reflete no coração. O nervo vago tem terminações no coração e, quando a glândula entra em mau funcionamento, ocorre um aumento da função vagal, com dilatação das veias, queda da pressão e dos batimentos cardíacos. É isso que faz o paciente passar mal, desmaiar”, explica José Sobral Neto, cardiologista do Instituto do Coração de Taguatinga (Incor).
O problema é mais comum em jovens entre 15 e 25 anos. Atinge cerca de 3% da população masculina e 3,5% da feminina e está associado ao estilo de vida que a pessoa leva. Segundo Sobral Neto, intervalos longos entre as refeições e má alimentação são os principais fatores para desencadear a SVV. “O hipotálamo é muito sensível à falta de alguns sais importantes para o seu equilíbrio”, esclarece. “Por isso, a importância de se alimentar corretamente e, principalmente, de tomar água, que ajuda nas reações químicas do organismo”, ressalta.
A arquiteta Lorena Oliveira Ribeiro Silva, 25 anos, descobriu no ano passado que tem a SVV. Ela conta que passava até seis horas sem se alimentar. “Não tinha tempo de tomar café da manhã e, muitas vezes, não sentia fome durante o dia.” Com o tempo, a moça começou a sentir tontura, fraqueza, dores de cabeça constantes e muita dificuldade para levantar-se. “Não podia fazer nenhum movimento brusco, como levantar e virar a cabeça, que minha vista escurecia e ficava tonta”, relata. A partir daí, Lorena peregrinou por diversos consultórios médicos até chegar a um cardiologista. “Ele acabou descobrindo que eu tinha picos de pressão baixa durante o dia e, durante a noite, os batimentos do meu coração eram abaixo do normal”, conta.
Sinais
A SVV geralmente apresenta sintomas prévios leves com duração variável — de poucos segundos até minutos —, progredindo para a perda da consciência e a incapacidade de ficar de pé. São eles que ajudam no diagnóstico do problema. O desmaio é um dos sintomas mais frequentes e não costuma ter duração prolongada. Há, entretanto, pacientes — como Lorena — que nunca chegaram a ter uma síncope, apresentando apenas os demais sinais.
Alguns desmaios podem ser acompanhados de convulsões, o que, por vezes, leva a um diagnóstico equivocado de epilepsia. De acordo com Nasser Allam, neurologista e pesquisador adjunto do Laboratório de Neurociência da Universidade de Brasília (UnB), esse tipo de confusão é muito comum, por conta das convulsões. “Muitos pacientes passam anos a fio tomando remédio para epilepsia sem ter a doença”, disse. “É importante que o médico não descarte os exames cardíacos, que ajudam no diagnóstico da SVV”, coloca Allam.
Embora a síndrome vasovagal não coloque o paciente em risco de vida, ela pode ser incapacitante. Desmaios repentinos podem comprometer a qualidade de vida das pessoas: imagine os traumas causados por quedas insistentes e por episódios em situações extremamente delicadas — quando a pessoa está dirigindo um automóvel, por exemplo. O estudante de gastronomia Renan Santos de Araújo Borges, 21 anos, sabe muito bem o que é perder os sentidos e acordar com um trauma. Seu primeiro desmaio foi no meio da rua, enquanto carregava alguns quilos de carne. “Não me lembro de nada. Quando acordei, estava no hospital, depois de ter caído de cara no chão.” Os desmaios o levaram a um neurologista e depois a um arritmologista que diagnosticou a SVV. “Meu diagnóstico foi difícil, porque não tinha nem um dos outros sintomas”, lembra.
Os médicos explicam que os desmaios podem ocorrer em algumas situações, como estresse, calor e dor. “Pessoas que passam mal ao ver sangue ou alguma cena que as leve ao estresse e provoque um desmaio são boas candidatas a terem SVV”, avalia Allam. Ficar muito tempo em pé também é uma situação que pode levar a pessoa à síncope. “Na SVV, a pessoa tem uma propensão a ter uma queda da pressão, sem que haja uma resposta rápida do organismo para que a pressão suba imediatamente. Ela perde a capacidade de resposta”, explica o neurologista.
A SVV costuma ter bom prognóstico. A maior parte dos pacientes não necessita de um tratamento específico. Medidas simples, como dieta rica em líquidos e sal, meias elásticas para ajudar na circulação do sangue e atenção aos fatores desencadeantes, são suficientes para evitar desmaios. “Aprendi a perceber os sintomas prévios e, com isso, evito passar mal. Se eu ficar muito tempo sem comer, por exemplo, passo mal na hora”, diz Lorena.
Fonte: Silvia Pacheco - CorreiomBraziliense
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