terça-feira, 20 de setembro de 2011

Polo Sul terá módulo de pesquisa sustentável – Agência Estado





Criosfera 1, módulo de pesquisas brasileiro que será enviado para a AntártidaClipping CMMC – 20.09.2011
Coletar dados meteorológicos, como velocidade dos ventos e temperatura, e a medição da composição química da atmosfera são algumas das tarefas do novo módulo de pesquisas brasileiro a ser instalado em dezembro na latitude 85ºS, a cerca de 500 quilômetros do Polo Sul geográfico.
Batizado de Criosfera 1, o módulo está recebendo as instalações de sistemas de energia e equipamentos no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) de São José dos Campos, a 80 km de São Paulo.

Financiado pelo Programa Antártico Brasileiro (Proantar), é o primeiro a ser instalado no interior antártico a funcionar 24 horas por dia, sem a emissão de poluentes, sendo sustentado por painéis solares e geradores eólicos. O módulo também irá funcionar sem a necessidade de técnicos acompanhando as operações, os dados serão enviados por satélites.

No primeiro ano de funcionamento, Criosfera 1 vai investigar as consequências climáticas da redução da camada de ozônio sobre o Polo Sul e o transporte atmosférico de poluentes para o ar da região.

O projeto é coordenado pelo pesquisador Heitor Evangelista, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), com a participação de cientistas da Uerj, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do INPE. "Estes equipamentos estão sendo desenvolvidos, integrados e testados aqui no INPE. Também faremos a adaptação dos sistemas para facilitar a logística na instalação do módulo no continente antártico e outros serviços para favorecer o trabalho e a convivência dos pesquisadores no período que irão permanecer no local", explica Marcelo Sampaio, pesquisador do INPE que acompanhará a instalação do módulo no continente gelado, prevista para dezembro.

A fase de testes no INPE deve ser finalizada ainda nesse mês. Depois, o módulo segue para Porto Alegre, iniciando a viagem para a latitude 85ºS. O módulo irá trabalhar junto com as pesquisas já realizadas há mais de 25 anos na Estação Antártica Brasileira de Comandante Ferraz, localizada a 62º de latitude sul, na borda do continente. Com o Criosfera 1, o Brasil reforça seus estudos na Antártica, com foco no aquecimento global, gases do efeito estufa e a interação oceano-atmosfera. ***

Britânicos contestam degelo de 15% na Groenlândia defendido por atlas – The Guardian

Publicação é de autoria da Times Books, editora da News Corporation. Contestadores acreditam que redução no gelo da ilha foi de apenas 1%.

Cientistas britânicos desmentiram um atlas elaborado pela Times Books, editora da News Corporation, que mostra uma redução de 15% no gelo que cobre a ilha da Groenlândia, no hemisfério norte da Terra, nos últimos 12 anos. O grupo do instituto de pesquisa Scott Polar, da Universidade de Cambridge, acredita que o degelo foi de apenas 1% para o mesmo período.

Os pesquisadores usam como base dados de satélite coletados recentemente, que mostram como existe gelo permanente em áreas litorâneas que o atlas apresenta como "livres de gelo".

A 13ª edição do atlas foi impressa com a informação de que 15% do gelo da Groenlândia desapareceu nos últimos 12 anos. A nova versão da publicação foi atualizada para dar conta das alterações no mundo por conta do aquecimento global. A edição anterior era de 2007.

Os cientistas de Cambridge afirmam que não existe evidência científica na literatura sobre o assunto para apoiar a afirmação feita pelo atlas. Uma hipótese levantada pelos pesquisadores é de que os cartógrafos responsáveis pela publicação teriam interpretado de maneira errada dados sobre a elevação da cobertura de gelo na ilha. Eles teriam considerado como livres de gelo algumas áreas abaixo de um certo patamar de altitude.

Apesar de desmentir o atlas, os cientistas alertam que a ameaça do aquecimento global é real, mesmo que glaciares sejam reduzidos a uma taxa muito menor do que as expressa na publicação - 0,2% por ano ao invés de 1,5%.

Um porta-voz da publicação - que não pertence diretamente ao jornal britânico The Times - disse que os dados do atlas foram baseados em informações fornecidas pelo Centro de Gelo e Neve norte-americano (NSIDC, na sigla em inglês), órgão do governo dos Estados Unidos responsável por monitorar o degelo em muitas regiões do globo. ***

Calor gerado pelo efeito estufa pode ir para o fundo do mar – Globo G1

O mistério do calor “perdido” pode ter sido resolvido: ele pode estar escondido no fundo dos oceanos, temporariamente mascarando os efeitos do aquecimento global vindo das emissões de gases do efeito estufa, reportaram pesquisadores neste domingo (18).

Os cientistas climáticos há muito tempo se perguntavam para onde ia o calor “perdido”, principalmente na última década, quando as emissões de gases estufa continuaram crescendo, mas as temperaturas mundiais não subiram na mesma proporção. É importante acompanhar o aumento na geração de energia e de calor no sistema terrestre, por conta de seu impacto no clima atual e no do futuro.

As temperaturas ainda estão elevadas. A década entre 2000 e 2010 foi a mais quente em mais de um século. O ano mais quente era 1998, até que 2010 empatou. Para os cientistas do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA (NCAR, na sigla em inglês), a temperatura mundial deveria ter subido mais.

Eles descobriram que as emissões de gases do efeito estufa cresceram durante a década, e os satélites mostraram uma crescente diferença entre a luz do Sol e a radiação emitida. Parte do calor estava chegando à Terra e não ia embora, mas as temperaturas não estavam subindo como estimado.

Então, para onde esse calor ‘perdido’ ia? – Simulações feitas em computador sugerem que a maior parte dele está preso em camadas mais profundas dos oceanos, abaixo de 305 metros, durante períodos como a década passada, quando as temperaturas não subiram conforme esperado.

Isso pode acontecer por anos ao longo do tempo e periodicamente neste século, mesmo que a tendência de aquecimento se mantenha, concluíram os pesquisadores na revista científica “Nature Climate Change”.

“Este estudo sugere que a energia perdida tem, na verdade, queimado no oceano”, afirmou em comunicado o coautor do estudo, Kevin Trenberth, do NCAR. “O calor não desapareceu e, portanto não pode ser ignorado. Ele tem consequência”.

Trenberth e outros pesquisadores fizeram cinco simulações em computador das temperaturas globais, levando em conta as interações entre a atmosfera, as áreas terrestres, os oceanos e o gelo do mar, baseando as informações em estimativas de emissões de gases do efeito estufa pelos humanos.

Todas indicaram que a temperatura global subirá vários graus neste século. Mas elas também mostraram períodos em que as temperaturas vão se estabilizar, antes de subirem. Durante esses períodos, o calor extra vai se mover para o fundo dos oceanos, devido a mudanças na circulação das águas marítimas, disseram os cientistas. ***

Aquecimento global traz mais chuvas, diz estudo – Folha Online - Sabine Righetti

O aquecimento global resultante da ação humana (emissão de gases do efeito estufa) pode ter aumentado a quantidade de chuvas no hemisfério norte.

É isso que dizem cientistas da Escócia e do Canadá, membros do IPCC (o painel da ONU para o clima), em estudo publicado na "Nature". Os especialistas estudaram dados de precipitação na segunda metade do século 20 (de 1951 a 1999) na América do Norte, Europa e Ásia.

Depois, eles criaram um "índice baseado em probabilidades", a partir dos dados das chuvas diárias e acumuladas em cinco dias, e detectaram uma possibilidade real de aumento das chuvas. De acordo com os especialistas, a capacidade de retenção de água atmosférica aumenta quando a temperatura está mais alta.

Os resultados da pesquisa, porém, não são aplicáveis ao hemisfério sul. "Nosso estudo não permite dizer se o aumento de chuvas na América do Sul também é consequência da ação humana", disse à Folha o climatologista Francis Zwiers, um dos autores do trabalho.

Mas, de acordo com o climatologista José Marengo, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Brasil já tem feito pesquisas usando os mesmos índices de chuva extremas que indicam que a ação humana aumenta a quantidade de precipitações.

MAIS ENCHENTES
Em estudo paralelo, publicado na mesma edição da revista "Nature", cientistas dos EUA e Europa estudaram dados sobre inundações da Inglaterra e País de Gales, desde que os registros começaram, em 1766.

Na maioria dos modelos utilizados na pesquisa, o risco de enchentes aumentou 20% nesses países em 2000 (quando houve uma grande inundação nesses países). O aumento das enchentes nesses dois países estaria relacionado tanto ao aumento das chuvas, quanto ao derretimento de geleiras. "Vale ressaltar que enchentes estão mais relacionadas com a urbanização caótica do que com o aumento da quantidade de chuvas", completou Marengo. "Isso inclui as áreas serranas no Rio de Janeiro. Houve aumento de chuvas, mas a urbanização fez com que acontecesse o desastre", diz. ***

ONU mostra como países podem acessar fundos do clima – Instituto Carbono Brasil – Jéssica Lipinski

Guia das Nações Unidas revela que apenas 10% dos US$ 243 bilhões arrecadados para o clima foram investidos em países fora do G20, e explica que muitas nações pobres não sabem administrar seus mecanismos de financiamento climático

A criação de ferramentas para investir no combate às mudanças climáticas como o Fundo Verde Climático (GCF) pode parecer a solução para o aquecimento global, mas é apenas o primeiro passo para resolvê-lo. Segundo o novo guia da ONU sobre a gestão de financiamentos climáticos, apesar da arrecadação para lidar com o problema estar acontecendo, poucos países sabem de fato como conduzir seus fundos e onde buscar dinheiro para o clima. Com o lançamento do relatório, espera-se que os países avancem mais uma etapa para decidir a questão.

O documento, intitulado Blending Climate Finance through National Climate Funds (algo como Harmonizando as finanças climáticas através dos fundos climáticos nacionais) e lançado nesta quarta-feira (14), indica que hoje em dia, há mais de 50 fundos públicos, 45 mercados de carbono e mais de seis mil fundos de capital privado para arrecadar dinheiro para as ações climáticas.

“Através dos fundos climáticos nacionais, os países podem acessar mais financiamentos e acelerar sua resposta às mudanças climáticas. Isso pode ser uma grande contribuição para manter o mundo em um caminho mais limpo, equitativo e sustentável”, declarou Olav Kjorven, diretor de políticas de desenvolvimento do PNUD.

No entanto, apesar do grande número de mecanismos climáticos, muitos países não sabem como e onde buscar financiamentos para as ações climáticas em seus territórios, e como administrá-los uma vez que eles são arrecadados. “Os requerimentos, processos e relatórios associados com os muitos fundos podem ser confusos e opressivos. Países são confrontados com o desafio de como identificar quais fundos são apropriados para eles, como coordenar as ações financiadas por eles, e como desenvolver os métodos para monitorar e avaliar os resultados”, explica o guia.

“Os países estão começando a pensar ‘Como podemos nos preparar para isso? Como podemos ser os primeiros? Como podemos ter certeza de que dispomos de tudo para acessar esses fundos rapidamente? ’”, ilustrou Cassie Flynn, especialista em políticas de mudanças climáticas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Por isso, o PNUD desenvolveu o documento como forma de auxiliar as nações, em especial as emergentes, a procurarem e encontrarem financiamentos para seus projetos de combate às mudanças climáticas. “Se as pessoas (doadores e sociedade civil) souberem onde os fundos estão, como eles são canalizados, e que então há critérios específicos para que os fundos sejam monitorados, reportados e verificados, acho que vai se trilhar um caminho para a transparência”, afirmou Flynn.

“Queremos que todos sejam capazes de acessar esses fundos, e realmente aperfeiçoar o uso deles. Queremos que a extensão desse dinheiro... seja a maior possível, e que chegue aos países que realmente precisam disso”, acrescentou a especialista.

E o momento parece ser realmente propício para os financiamentos deste tipo. De acordo com o PNUD, entre 2009 e 2010 a arrecadação para projetos de energia limpa aumentou 30%, batendo o recorde de US$ 243 bilhões. “Estamos agora em um período muito importante das mudanças climáticas; os países estão prometendo mais dinheiro do que nunca”, disse Flynn. E segundo ela, “não se trata apenas da quantidade de dinheiro, mas também de como o dinheiro é usado e quão facilmente ele pode colocar as ações reais em prática”.

No entanto, o documento aponta que ainda há muitas disparidades na distribuição destes fundos. Para se ter uma ideia, apenas 10% do total de investimentos arrecadados foram aplicados em países fora do grupo das 19 maiores economias do mundo e a União Europeia (G20). “É espantoso, considerando quanto dinheiro há na jogada – há uma diferença real entre quais países estão coletando esses fundos e quais países estão sendo capazes de acessá-los. Infelizmente nem todos os países têm o mesmo acesso a eles”, lamentou Flynn.

Mas o PNUD espera que o lançamento do guia ajude os países a aperfeiçoarem a gestão do financiamento climático. “Estamos dando aos governos uma receita de como acessar mais financiamentos e como melhorar a gestão de atividades de mudanças climáticas. Esse guia pode mudar fundamentalmente a forma como os governos planejam, financiam e aplicam suas políticas climáticas”, definiu Kjorven.

O GCF e os investimentos privados

O lançamento do guia do PNUD vai ao encontro da recente declaração do Comitê de Transição do Fundo Verde Climático, que afirmou que o projeto do mecanismo, que deve entrar em vigor em 2012, está fazendo progresso.

Christiana Figueres, secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), disse, no encontro de três dias do Comitê em Genebra, na Suíça, que os avanços foram feitos no sentido de como a ferramenta irá funcionar na prática. “A rápida operacionalização do Fundo Verde Climático será especialmente importante para os países emergentes vulneráveis, já que uma parte significativa do novo financiamento multilateral para a adaptação deve passar pelo Fundo”.

Figueres também enfatizou a importância do setor privado no combate às mudanças climáticas através do investimento nos fundos e do financiamento a projetos climáticos e tecnologias limpas, dizendo que as empresas precisam dar um “salto gigante” para fazer esses investimentos.
“Um grupo de companhias sérias tem uma voz muito mais forte e opera em mais unissonância, mas ainda está preso a tecnologias e combustíveis de ontem. Se você não tem uma voz igualmente orquestrada, os governos vão tomar decisões tímidas”, ressaltou a secretária executiva da UNFCCC. Ela citou ainda que a crise econômica não deve servir como desculpa para desestimular ou interromper o investimento em alternativas limpas. “O salto gigante tem que se basear na visão, na disponibilidade de capital, na capacidade executiva e no apoio político”.

Apesar da recessão, uma análise da instituição Carbon Disclosure Project publicada nesta quarta-feira sugere que há uma forte correlação entre alto desempenho financeiro e o engajamento climático.

No entanto, Ian Cheshire, diretor executivo de varejo do Grupo Kingfisher, acredita que ainda não há muito investimento privado para combater as mudanças climáticas pois este é um segmento que ainda é considerado arriscado. “Muitas companhias não estão correndo riscos suficientes porque elas não têm confiança suficiente de que investimentos climáticos possam fornecer retornos adequados. Precisamos de uma diferença de salto gigante, o que vai contra a natureza de muitas empresas, e isso pode ser o problema”, sugeriu Cheshire. ***

Fonte: Wilson S. Andrade - Assessoria Técnica - CMMC
Senado Federal



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