quinta-feira, 1 de setembro de 2011

RUSSIA RECONHECE CNT COMO GOVERNO DA LÍBIA E KADAFI CONTINUA DESAPARECIDO

Rebeldes líbios conquistam reconhecimento da Rússia e promessa de apoio da Argélia


MOSCOU - PARIS - Pouco antes da conferência em Paris que discute o futuro da Líbia pós-Muamar Kadafi, os rebeldes líbios conquistaram nesta quinta-feira uma promessa de apoio da Argélia e o reconhecimento da Rússia, que se somou às dezenas de países que já consideram o Conselho Nacional de Transição (CNT) como o governo líbio. O governo russo vinha defendendo a discussão do conflito no âmbito do Conselho de Segurança da ONU, onde tem poder de veto na condição de membro permanente, e chegou a criticar as ações da Otan na Líbia.
Em uma breve declaração, o Ministério das Relações Exteriores russo informou que as relações diplomáticas entre Trípoli e Moscou vão continuar. Na conferência internacional organizada pela França, à qual o Brasil - que ainda não reconhece o CNT - também comparecerá, o enviado russo disse que defenderá os interesses de seu país na Líbia.
Já o ministro das Relações Exteriores argelino, Mourad Medelci, anunciou que seu país reconhecerá o conselho rebelde assim que for estabelecido um governo representativo na Líbia. O governo argelino foi duramente criticado pelos rebeldes no início desta semana por ter permitido, na segunda-feira, a entrada no país da mulher e de dois filhos e uma filha de Muamar Kadafi. Segundo o governo argelino, Aisha Kadafi deu à luz pouco depois de cruzar a fronteira. - O Conselho Nacional de Transição anunciou que em breve estará formando um governo representativo de todas as regiões do país e uma vez que faça isso vamos reconhecê-lo - disse Medelci em entrevista à emissora francesa Europe 1.
A Argélia é o único dos países vizinhos da Líbia no Norte da África que ainda não reconhece o CNT, além de ser o único país da região que não foi tomado pela onda de protestos populares da chamada Primavera Árabe.
Além dos avanços diplomáticos, os rebeldes líbios também conquistaram mais apoio financeiro. A França liberou 1,5 bilhão de euros para ajudar o CNT a reconstruir o país, informou nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé.
Pouco antes do início da conferência internacional sobre a Líbia, Juppé disse que a situação na Líbia está estabilizada e que já é hora de ajudar os governantes interinos.
- Devemos ajudar o Conselho Nacional de Transição porque o país está devastado, a situação humanitária é difícil e há falta de água, eletricidade e combustível - afirmou Juppé.
Nova pista: Kadafi estaria no deserto
O ditador líbio continua sendo procurado no país pelos rebeldes que, na terça-feira da semana passada, tomaram seu quartel-general na capital líbia, mas não o encontraram dentro da fortaleza.
A série de informações sobre seu possível paradeiro cresceu nesta quinta-feira com a declaração de Abdel Majid Mlegta, coordenador militar em Trípoli, de que Kadafi estaria em uma cidade no deserto, fora da capital.

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